Jacob estava la, deitado, aparentemente inconsciente na cama, suas pernas estavam engessadas e seu rosto cheio de “fitas”. Fios de aparelhos envolviam seu corpo todo e ele respirava através de um tubo, ou sei la.

Vê-lo respirando aliviou um pouco minha preocupação mas só um pouco. Pois ver todos aqueles fios ligados à ele me deu aperto forte no peito me fazendo correr até seu lado por impulso.

Ajoelhei-me do lado da cama e senti meu rosto já ficando molhado pelas lagrimas que mais pareciam jatos. Eu acariciava o rosto de Jake, observando cada traço e passando meus dedos por tudo.

_ Jake... – minha voz saiu estranha, em meio a soluços e sussurros. Ele continuava inconsciente e o barulho daqueles aparelhos me deixava ainda mais tensa.

Ainda sentia muitas lagrimas descendo pelo meu rosto, eu não agüentava vê-lo daquele jeito. Porque não comigo? Porque meu corpo estava intacto e o de Jake tão machucado?

Meu choro não parava, eu já estava quase sem fôlego. Doía muito, muito mesmo ver o MEU Jacob assim.

E se ele não sobrevivesse? E se mesmo sobrevivendo ele ficasse daquele jeito, sobrevivendo por aparelhos, pra vida toda?

Tentei afastar esses pensamentos me concentrando em sua face deformada, lembrando o quanto seu sorriso era lindo e o quanto eu me sentia viva perto dele. O quanto ele era lindo e alegre. O quando ele era... vivo.

Enquanto eu me concentrava em sua face, ainda chorando porem menos, vi seus olhos se movimentarem, muito rápido, ele piscava varias e varias vezes. Um sorriso bobo apareceu em minha face e eu enxuguei as lagrimas.

_ Jake...! – minha voz saiu tremula e estranha como antes, mas parecia que estavam soltando fogos dentro de mim. Eu estava muito feliz por Jacob ter acordado.

_ O que vo.. – ele estava quase gritando, se pudesse, mas creio que ele não conseguia terminar por causa das feridas que lhe doíam. Me assustei por um momento com sua vontade de gritar. Eu havia lhe feito algo? _ O que você esta fazendo aqui, Bella? – agora foi um sussurro porem sua voz falhava e estava mais roca do que o normal.

Seu sussurro foi praticamente um rosnado. Eu estremeci por dentro. Jacob nunca tinha agido de tal maneira comigo, sua face deformada não sorria, era mais uma expressão de... fúria.

_ Hm... eu vim te ver. – Eu praticamente não ouvia minha própria voz. Mordi meu lábio em sinal de nervosismo, fitando-o apreensivamente. Aquele não era o meu Jake.

_ Bella, eu não quero você aqui – sua voz estava muito dura e raivosa, sei lá. Parecia mais uma fera pronta pra atacar. – Vá embora.

_ Jake... – meu choro voltou, porem agora as lagrimas saiam somente, não havia soluços.

_ Por favor, vá embora. – seu tom agora mais baixo fez voltar os soluços.

As palavras de Jacob foram como um tiro certeiro no meu peito, doía muito.

_ Eu não vou sair daqui, Jacob! Você não pode fazer isso comigo! Nunca! – eu cuspia as palavras sem saber se teriam sentido ou não.

_ Bella, eu não quero você... não quero que você me veja mais, vá embora, é o meu ultimo pedido. - “Eu não quero você”, mais um tiro. Eu já devia estar morta. Dois tiros podem deixar uma pessoa viva, afinal?

Jake estava me machucando e muito, profundamente com suas palavras. Não vê-lo nunca mais, não era possível para mim. Ele era minha vida e sem ele não havia motivo para viver. Meu choro saia como gritos, altos, muito muito altos.

Charlie deve ter me ouvido chorar e entrou no quarto com um ar de “eu sabia”. Só aí me dei conta de que eu estava praticamente jogada no chão como se eu tivesse acabado de levar uma surra, ou sei lá. Ele bufou quando me viu mas logo desviou seu olhar para a cama e sorriu levemente.

_ Que bom que acordou, filho. Vou chamar uma enfermeira e avisar que você acordou. – Jacob somente assentiu ainda com a expressão fria e furiosa.

Charlie me ajudou a levantar segurando minhas mãos. Eu não ia embora, prometi a mim mesma que não ia sair dali.

_ Não pai! Eu quero ficar. – Eu me debatia em seus braços que me arrastavam para fora. Meus gritos totalmente histéricos e ardidos. Já estávamos fora do quarto quando Charlie me largou e eu cai no chão ainda em prantos e gritos.

Não tinha mais força para me levantar. Eu queria morrer! Jacob não podia fazer aquilo, não podia. Me desliguei de meus pensamentos quando ouvi uma voz aveludada e não familiar.

_ Chefe Swan. – o homem disse num tom formal. Então, eu curiosa, como sempre, olhei para ver quem era esse homem. Era um rapaz alto, magro e com os cabelos muito bem arrumados, cor de bronze, seus olhos eram castanho-dourados. Ele era lindo. Estava com uma farda de policial e eu li seu nome com dificuldade. Edward Cullen.