Missing escrita por Alice Kirkland


Capítulo 7
And as I looked around, I began to notice that we were nothing like the rest


Notas iniciais do capítulo

Trecho do início: Mountain Sound - Of Monsters and Men



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HELENA

Ter parado ali já era completamente irritante, mas, para Helena, ter que ficar em um grupo era quase tão ruim quanto aquilo. Além dela, Gabrielly e Jade eram francesas, Julie britânica e Ronan, Kiara e Ryan irlandeses. Os únicos que falavam alguma coisa ali eram Kiara e Ronan, que já se conheciam.

Helena carregava um arco, assim como Gabrielly, mas ao contrário da outra garota, que tinha uma pistola, Helena tinha uma faca. Kiara também tinha um arco, Ryan tinha uma cimitarra, Julie tinha várias facas, Jade tinha uma espada e Ronan uma pistola. Era um grupo estranho e desconfortável, na opinião de Leblanc, mas ela apenas cerrou os dentes e continuou andando.

O mais velho do grupo era Ryan (que tinha vinte e três, seguido por Helena, de vinte e um, Kiara, de vinte, Ronan, de dezenove, Gabrielly e Julie, de dezoito, e Jade, de dezesseis), mas era Helena quem guiava o grupo. Como diabos eles sairiam dali? Ela não teria sido abandonada pela mãe, agredida pelo pai a sua vida toda, fugido de casa e sido mandada de volta para seu pai para morrer ali, certo? Ela não poderia ter passado por tudo aquilo para acabar em uma ilha com pessoas que ela nem conhecia. A vida não poderia ser assim. Não mesmo.

***

Então, mesmo que ninguém ali tivesse se acostumado com nada ainda, a noite insistiu em chegar, e com ela veio o fim da esperança de aquilo ser um sonho e a realidade de saber que no fim de uma semana, alguém morreria.

A noite ali era particularmente fria, mas o que esperavam? Europa, hemisfério norte. Era óbvio que ali seria mais frio. E aquele maldito cobertor não aquecia Helena nem um pouco.

Helena levantou a cabeça e encarou aquelas pessoas que mal conhecia. Kiara e Ryan estavam extremamente perto um do outro, confiavam um não outro de uma maneira Helena nunca confiará em ninguém, como dava para notar. Julie estava afastada, assim como Gabrielly e a própria Helena. Jade estava encolhida em seu cobertor e Ronan estava perto dela, ele parecia estar falando alguma coisa que não tinha interesse algum para a Leblanc, que apenas desviou os olhos. Ela jurava que apenas havia os fechado por alguns instantes, mas, antes que percebesse, já estava apagada.

Pela manhã, Helena culpou o desgaste psicológico que aquele lugar causava. Ela sentia fome, não havia comido pela noite, então, agora, comeu um pouco. Ela se levantou devagar, coçou os olhos e em seguida passou a mão pelo cabelo. A mulher bufou antes de guardar o cobertor na mochila e coloca-la nas costas. Helena cruzou os braços, aquilo ajudava a pensar, e deixou os olhos fechados.

Helena: tocha, luz, luminosa. Isso era o que seu nome significava. Mas ela não achava aquilo certo, pelo menos para si mesma. Quando alguma coisa em sua vida havia sido assim, cheia de luz? Exatamente, nenhuma. A vida de Helena Desiree Leblanc sempre havia sido o exato contrário daquilo, e pelo visto continuaria assim por um tempo. Talvez continuasse assim até o final de sua vida, não é mesmo? Que, a seu ver, provavelmente acabaria em menos de um mês. “Yay” ela revirou os olhos pensando nisso.

Ela continuou parada ali por um tempo que parecia ao mesmo tempo longo demais quanto curto demais. Teria continuado assim, se não fosse por aquele zumbido irritante. Aquele zumbido a irritava profundamente, porque a lembrava de abelhas, e aquilo era uma coisa de que ela tinha medo. Estúpido, não? Saber que pode morrer em breve, mas ainda se lembrar de um medo patético como aquele.

O zumbido não foi embora e ela começou a se preocupar. Estreitou os olhos procurando de onde aquilo vinha... Até olhar para cima. Seria uma colmeia? Sim, exatamente isso. E exatamente nesse momento, as abelhas estavam saindo de lá. Elas não pareciam acabar nunca. Helena continuou olhando fixamente para os malditos insetos até sentir um zumbido perto demais de sua orelha e em um reflexo considerado idiota por ela, se mexeu, o que a fez sentir um incomodo agudo naquela área. Depois outro incomodo, e outro, e outro. Então ela sentiu uma mão a puxando pelo braço e viu a garota mais nova, Jade, a puxando, enquanto Kiara acenava mais à frente e Ryan levava Gabrielly. Jade correu, e Helena a seguiu sem pensar.

Helena Leblanc pensava que não confiaria em mais ninguém desde que aquela mulher a mandara de volta para seu pai, mas talvez, apenas talvez, não fosse aquilo. Talvez ela apenas confiasse com facilidade demais.


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Notas finais do capítulo

Sim, sim, capítulo pequeno, eu sei. Desculpem. Eu escrevi tudo hoje, e, bem, semana de provas. Depois de amanhã eu já tenho prova (além de que meus professores já passaram trabalhos ¬-¬'). Vou tentar escrever mais e postar uns dois capítulos por semana depois que as provas passarem...