JD - Just a Dream escrita por Vee Skye Bancroft


Capítulo 1
Arco 1 - Chuva de Pétalas; Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Aqui fica o prólogo. O único capítulo em primeira pessoa até o momento.



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Prólogo - Acidentalmente, salvou-a.

My Love, you’ve got a feeling, if, you put your trust in me...

Talvez pudesse ter sido mais gentil com ele... Me lembro dessas cenas, em cada um de meus pesadelos. São tão realistas, que é como rever tudo aquilo novamente, a chuva começando à gotejar no capô do carro, preto com bancos de couro de meu namorado. Frank estava bêbado. Gritou mil e uma asneiras à minha irmã, e foi quando começamos uma longa discussão, para decidir se ela, de fato estava atrapalhando nosso namoro - o que, considerei completamente absurdo.
Saímos da balada e adentramos o carro, ainda discutindo. Jullieta, minha irmã, permanecia calada como se estivesse sendo repreendida, seus olhos estavam marejados, o que me deixava com vontade de socar Frank. Ele continuava colocando toda a culpa sobre ela, até que eu resolvi dar um basta naquilo e gritei:
– Cale-se, Frank! – apertei as mãos, tentando me controlar.
– É a verdade, Mirian! Ela é o motivo de nunca ficarmos à sós, de sempre discutirmos, vê isso agora? Nega que a culpa seja dela?! – bufou, retomando os olhos na estrada.
Pelo espelho, consegui ver Jullieta limpando uma lágrima, que teimava em cair. Odiava isso. Tudo de ruim que nos acontecera, ela ainda não conseguira se recompor desde o falecimento de nossos pais. Realmente, quando Frank resolvia fazer esses tipos de coisas com ela, me retirava do sério. É... Me retirava...
Ele continuou falando, reclamando de sua terrível vida. Não que tivesse sido tão ruim, mas cá entre nós, ele poderia ser menos melodramático. Lembro-me que seus cabelos negros estavam colados no rosto quando, por fim percebemos que algo estava errado. Um clarão se fez, impendido-nos de ver o caminho.
Quando dei por mim, vi apenas Frank, colocando seu corpo sobre o meu. Ainda tive tempo de olhar para seus olhos verde água, que pareciam satisfeitos com o que estava fazendo.
Foi tudo muito rápido. O carro derrapou em uma poça de água, ao tentar desviar de um grande caminhão de combustível. Poderia ter sido pior. Acabaríamos trombando com o caminhão, o que geraria uma explosão e assim, não sobraria nenhum de nós. Acho que essa teria sido a melhor opção.

Permaneci cerca de vinte minutos desmaiada. Acordei e sentia horríveis pontadas em meu estômago, como se o estivessem perfurando aos poucos. Rebaixei minha cabeça, tentando ver se estava machucada em algum ponto e me deparei, com a cena mais vivida em meus piores pesadelos. Frank, jogado ao meu colo, com o rosto completamente deformado. A primeira coisa que fiz, foi gritar, desesperadamente, como se estivesse sentindo a pior dor do mundo. O que de fato, estava.
A forma, como ele estava debruçado sobre mim, fez parecer que se levantaria à qualquer momento, e faria o que cordialmente tinha por costume, que era beijar minha testa. Lhe observei por um bom tempo, esperando qualquer sinal de vida, mas nada se fez. Não chorei à princípio. Não tinha ainda acreditado, naquilo que vi.
Ergui então a cabeça, buscando alguma alma nas redondezas. E foi quando meu mundo se desfez. Logo à uns dez metros, o corpo de minha irmã estava arremessado, mas diferente de Frank, ela ainda parecia bem.

Uma semana depois, estávamos no funeral. Toda a família dele, e eu, a que sobrevivera em troca da vida dele. O pior de tudo, era não ter Jullieta comigo. A mesma, depois de arremessada para fora do carro, bateu a coluna vertebral com tamanha força, que ficou paraplégica. A culpa disso tudo, com toda a certeza era minha. E mesmo assim, não fui capaz de deixar de vir ao funeral, então pedi à meu amigo que fizesse companhia à ela.
De uma coisa eu tinha certeza. Naquele momento, todas as lágrimas que eu deixei de chorar, vieram como um turbilhão, como se disputassem qual delas se derramaria primeiro. Meu rosto inteiro ficou completamente vermelho. Gritava e pedia para que ele acorda-se e se levanta-se. Mas ele não fez o que eu pedi...
Prometi à mim mesma, Mirian Levesque, que jamais, outra vez iria me apaixonar, estava subitamente proibida, já que, eu ainda não terminei de discutir com ele...


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