Prólogo I Parte 4

Quatorze Anos

–-Eu inscrevi vocês para o Exame Chunnin. –anunciou Kaito-sensei.

Eu perdi o ritmo do treino e olhei para ele, incrédula.

–-O... AI! –Yaichi me acertou e eu cai. –Não vale! Kaito-sensei me distraiu!

Os meninos riram da minha desgraça, mas eu bufei. Meninos idiotas.

–-Você nos inscreveu no exame, Sensei? –perguntou Yaichi, depois que ele tinha parado de rir. Na boa, onde foi parar o Yaichi tímido que eu gostava? Ele era legal. E não ria de mim ou me acertava com tanta força. Aquilo doeu, e deixaria uma contusão, se por alguma razão eu não me curasse tão rápido...

–-Sim, inscrevi. Senti que vocês estão prontos agora... E Riome vai fazer o exame Jounnin...

–-O Riome vai virar Jounnin? –exclamei.

Riome deu um sorriso tipo ‘i-m-foda-bichties’ pra mim. Eu devolvi com meu sorriso ‘tô-pouco-me-fudendo-pra-você-feladaputa’. É eu o adoro... Eu quis dizer o meu sorriso, não o Riome, só pra deixar registrado.

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Quatorze Anos

Eu arfei. Como as coisas chegaram a ser assim? O som de metal batendo em metal, explosões e gritos tocavam em meus ouvidos. Meu estomago revirou. Os mortos ao meu redor cheiravam a sangue e veneno.

Aquilo era a invasão de Iwa. Por que isso acontece bem durante o meu exame Chunnin? E desde quanto Iwa e Kumo cooperam? Balancei a cabeça e me foquei em desviar das kunais perdidas da batalha.

–-Ho... –uma voz soou no meu ouvido. Arrepiou-me e eu quase gritei. Virei-me rápido, dando um pulo para trás, me distanciando do meu inimigo. –Haha... Então é você? O pequeno Demônio de Konoha?

Meu coração perdeu uma batida. Até mesmo fora de Konoha as pessoas me chamavam de Demônio? Doeu um pouco, mas eu segurei.

–-Eu não sou um demônio. –rosnei de volta. –Quem é você?

Era um homem alto, de cabelos castanhos. Os olhos dele eram azuis, ele era magro, mas parecia forte. Sorria maliciosamente quando me olhava. Era como se ele estivesse vendo varias formas de me matar, apenas com aqueles poucos segundos me olhando.

–-Meu nome é Tayou. –respondeu ele. –E você é Haruka, não é? Uzumaki Haruka.

–-Como você sabe meu nome? –perguntei um pouco nervosa. Infernos, o que era isso?

–-Todos sabem seu nome... Você é a razão pela qual todos os países estão em guerra... Essa guerra, essas mortes... Elas são sua culpa.

Sua culpa... Sua culpa... Sua culpa... Essas mortes... São sua culpa...

Isso ecoou pela minha mente por alguns segundos.

–-Não... –choraminguei. Ele tinha atingido bem no ponto. –Não é minha culpa...

Ele sorriu ainda mais amplamente.

–-Ah, sim... É tudo sua culpa. É sua culpa que todos estão morrendo... Por que seu pai é um traidor que quebrou o mais importante tratado das nações... É por isso... Que eu vou te matar...

Mal ele havia terminado de falar aquilo eu senti a dor. Era uma dor cortante, ardia. Arfei, choramingando quando olhei para baixo. A lamina com corrente de Tayou atravessando meu peito.

–-Essa lâmina tem um veneno especial... –contou Tayou, rindo um pouco de meu sofrimento. –Em dez minutos, você vai estar morta... Mas vai sofrer um bocado antes de morrer.

Morrer... Morrer... Morrer...

Minha visão estava ficando embaçada...

Eu não quero...

Eu já podia ver pontos pretos nublando o rosto de Tayou na minha frente...

Eu não quero...

Meus choramingos estavam cada vez mais baixos...

Eu não quero... MORRER!

Tudo o que eu podia ver era vermelho.

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O sangue que escorria por minhas mãos me deixou doente...

–-Eu matei... Novamente... –sussurrei comigo mesma. Era aquele poder de novo. Aquilo que eu já tinha sentido nas batalhas em minhas missões.

Eu sou mesmo... Um Demônio?

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Quatorze Anos

Eu era chunnin. Passei no exame chunnin na primeira tentativa. Foi... Interessante. Taichi e Sakuya também estavam lá. Taichi era depressivo como sempre e Sakuya estava xingando tanto e foi preso por uso de drogas. Claro que ele foi liberto até o fim do dia, por ser uma dos ‘animais de estimação’ do Hokage, mas ainda foi divertido assistir.

Meus companheiros de equipe, também foram Chunnins, embora Riome já era antes, por isso não conta muito, afinal, ele estava esperando os resultados do exame Jounnin. Mas eu e Yaichi éramos uma boa dupla. Yaichi era o cara dos pensamentos. Eu ficava mais com a parte de dar pancada em todo mundo.

E eu precisei fazer isso bastante. Durante o exame, houve uma invasão de Iwa e Kumo em Konoha. Eu lutei contra muitos, e venci vários oponentes mais fortes sozinha. Relutantemente, eu ganhei o respeito de vários ninjas, inclusive dos que se formaram comigo na academia. Até Yaichi estava mais amigável... Mas...

Logo após o exame Chunnin, eu fui chamada no escritório de Katsumei (a quem eu, na minha fase rebelde, me recusava a chamar de Hokage).

Jinchuuriki. Essa palavra penetrou na minha mente. Era isso que eu era. Essa era a razão pela qual todos, menos meus companheiros de equipe e Iruka-sensei, me odiavam?

–-Você é a Jinchuuriki de Juuichibi No Yoko. O mais poderoso dos filhotes da Kyuubi.

Aquela frase se repetiu em minha mente até que eu finalmente processei.

–-MAS QUE PORR... –eu decidi que gritar um palavrão no escritório do Hokage podia ser considerado ‘desrespeito’ demais, então parei.

–-Por isso, você é uma arma, Haruka-chan. EU selei o Juuichibi em você para que você seja uma arma. Minha arma. Assim como selei em Sakuya e Taichi

Eu senti meu temperamento inflamar.

–-Não me chame de Haruka-chan, pervertido. –rosnei. Nada poderia me fazer mudar de idéia quando estava puta. E, ah cara, eu estava. Ele tinha que fazer isso bem quando eu estava na minha época do mês?

O rosto de Katsumei ficou vermelho de raiva.

–-Você ousa me chamar de pervertido, Pirralha? Você é só uma Jinchuuriki, uma arma... Eu fui muito mole com você, todos esses anos. Mais uma palavra, e eu vou lhe lançar para a T&I!

Isso me fez parar. Eu rosnei de raiva, mas não me atrevi a abrir a boca. T&I era o lugar que eu nunca queria pisar novamente.

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