To Change The Future escrita por RoryHunter


Capítulo 1
Prólogo I Parte 1


Notas iniciais do capítulo

YO! Aqui é Rory com um capitulo pra vocês!
Bem, na verdade é um prólogo. Um prologo muuuuuuuito grande que foi dividido pra não ficar muito cansativo! Então aqui vamos nós!

BOA LEITURA!



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Prólogo I Parte 1

—-Sua vila quebrou o tratado Uzumaki! –a voz do Raikage era irada. –Vocês selaram um Bijuu nesta criança! –ele apontou para o bebê em um berço ao lado de Naruto. Era uma menina, de cabelos ruivos. Não parecia ter mais de um ano.

—-Nós não selamos A. - a voz do Hokage era cansada, mas ainda sim, defensiva. –Haruka-chan é apenas uma vitima da situação! Não sabemos quem selou, mas era apenas um maníaco qualquer!

—-Nenhum maníaco qualquer poderia selar o filhote da Kyuubi! –o Raikage deu um soco na mesa, rachando-a. Haruka se remexeu no sono, mas não acordou. Nessas horas, Naruto agradecia aos céus que a menina tivesse um sono tão pesado. Ela tinha pulmões fortes, e, quando chorava, o barulho era MUITO alto.

—-Eu sei! –exclamou Naruto. –Mas não sabemos quem foi o que podemos fazer?!

—-Mate a criança! –respondeu A, puto. –Mate-a! Ela é o desequilíbrio entre as vilas!

O som de um baque foi ouvido quando a cadeira de Naruto caiu no chão.

—-Eu não vou matar um bebê inocente, Raikage! –a voz de Naruto era perigosa. –A menina não vai sofrer pela idiotice de um maníaco.

—-É isso, não? Então escolha! A vida da menina, ou o exílio! Você não será permitido em nenhuma aldeia, se não a matar!

Naruto rosnou, lançando um olhar preocupado ao bebê.

—-Eu escolho o exílio! Mas eu juro, se algum de vocês matarem essa criança... –a mão dele se fechou em um punho. –Se algum de vocês matarem essa criança, eu vou saber. Kyuubi, Nibi, Sanbi, Gobi, Yonbi, Ichibi, Hachibi, Rokubi e Nanbi não ficarão satisfeitos. Nós VAMOS destruir vocês.
Os olhos de Naruto brilhavam perigosamente. O Raikage parecia igualmente perigoso, mas um pouco pálido com a ameaça de ter todos os nove bijuus originais e um dos mais poderosos Kages contra ele.

—-Além do mais, raposas são extremamente vingativas com a morte de seus filhotes. Assim como gatos. Kyuubi e Nibi não aceitarão mesmo que eu peça para eles não destruírem tudo. Serão consumidos pelo ódio e Kumo cairá. Você quer arriscar, Raikage?

O Raikage soltou a respiração que estava segurando.

—-Você será exilado. Mas não tocaremos na menina. O tratado está quebrado, e Kumo está em guerra contra Konoha, Uzumaki. –o homem maior se virou e saiu.

Naruto olhou para a menina que ainda dormia ao seu lado.

—-Não se preocupe Haruka-chan. –falou ele, carinhosamente. –Você vai ficar viva. Mesmo que tenha sido um acidente, você ainda é minha filha. E Hina-chan também de ama como uma filha. Nunca se esqueça de nós, ok, meu bem?

Naruto estava triste, mas o ultimo ano como Hokage o havia ensinado que ele não podia ter tudo o que queria. Suspirou o maldito conselho não o deixaria levar a criança. Corrompidos pelas idéias de Danzou, ele achava.

Naruto olhou para os papeis em cima da mesa e suspirou cansado.

—-Vamos para casa, Haruka-chan. –falou baixinho para o bebê adormecido. –Preciso passar tanto tempo quanto eu ainda tenho com você...

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—-Com o exílio de Uzumaki Naruto, por desistir do seu cargo em função da vida de uma criança, sendo acusados de traição do tratado entre as nações, nós elegemos Katsumei Hideki como o Nanadaime. –foi o anuncio do conselho para o povo, durante a manha do dia seguinte. –Esperemos que Katsumei possa nos guiar na guerra contra Kumo melhor que seu antecessor.

—-O Exílio de Naruto? –exclamou uma mulher no meio da multidão de ninjas, de cabelo cor-de-chiclete. –Mas Naruto é...

—-Acalme-se, Sakura. –o garoto de cabelos negros ao seu lado pediu.

—-Eu não vou me acalmar! –respondeu Sakura. –Eu não vou ficar em uma Konoha que faz essas coisas!

O que sobrou do grupo de Naruto concordou.

—-Silêncio! –o conselho repreendeu. –Se vocês não concordam com isso, serão exilados também.

—-Então seremos. –desafiou o homem de cabelos negros. –Seguiremos Naruto até o inferno, se for preciso.

—-Uchiha Sasuke... Vocês... Tem até essa noite para sair daqui, junto com Uzumaki Naruto.

—-E Haruka-chan? –perguntou Kiba, com um olhar de morte para os membros do conselho.

—-Ela ficará em Konoha.

—-Mas ela é filha de Naruto!

—-Ela causou tudo isso! –contra-atacou um dos membros do conselho. –Ela ficará e pagará pelo que causou. Se tornará nosso trunfo contra Kumogakure!

Longe da vista de todos, Katsumei Hideki sorriu maliciosamente. Tudo estava indo de acordo com seu plano.

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POV’ Uzumaki Haruka

Cinco Anos

Eu estava bastante cansada. Desculpe, desculpe, eu ainda não me apresentei certo? Meu nome é Uzumaki Haruka. Tenho cinco anos! Dizem que eu sou filha do traidor da vila, Uzumaki Naruto, mas eu não me importo. Uzumaki Naruto é meu herói! Por isso eu fico chateada quando alguém me diz que é minha culpa que ele foi embora.

Por que é minha culpa? Eu não tenho idéia! Mas por causa disso as pessoas me odeiam me batem e tentam me fazer chorar! Só que eu não vou chorar, por que eu já sou uma menina grande! Mesmo que eu estou morrendo de fome ou... Ou... Ou quando eles tentam me matar eu não ligo, porque se eu sou mesmo filha do Rokudaime Hokage, então eu não vou chorar!

Mas, não contem pra ninguém, ok? É um segredo! Eles me batem todo dia, e sempre dia dez de outubro e dia vinte e três de agosto é pior. Dói muito, e às vezes eu choro em casa, quando estou sozinha. Mas eu não sou fraca!

Mas eu não sei por que eles me chamam de “Pirralha demônio” ou tentam me matar. É só por que causa do papai? É verdade o que eles disseram... Que o papai fugiu da vila e me deixou pra trás por que me odeia? Essa é a única coisa que sempre me faz chorar. Dói, porque eu amo muito papai, mesmo que eu nunca o conheci.

Mas eu não sou um demônio! E não sou fraca! Eu vou provar para todos eles que eu posso ser melhor, até que o papai!

Isso me lembra de quando o orfanato me chutou para fora. A matrona me odiava, e eu estou feliz de está fora de lá. Mas lá ou aqui, nas ruas eu sempre levo surras, e ninguém do hospital tenta me curar. É bom que eu me curo rápido, super rápido! Sempre estou melhor no outro dia, mas ainda dói.

Mas, no orfanato, pelo menos eu comia todo dia. Agora, eu como só às vezes, quando eu consigo roubar alguma coisa ou mexendo no lixo...

O Nanadaime Hokage nunca iria me ajudar, eu sabia disso. Ele me olhava como todos os outros, mas parecia se divertir mais que os outros. Eu nunca vou entender isso, mas ele me assustava.

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Seis Anos

Eu estava andando nas ruas. Vigésimo Terceiro de agosto estava chegando e eu estava com um pouco de medo, mas eu não ia chorar! Eu era uma menina grande agora, e ia fazer seis anos logo!

—-Saia daqui, Pirralha demônio! –eu choraminguei um pouco, quando senti o vidro fincar na pele do meu joelho. O homem jogou uma garrafa de vidro perto de mim e o vidro voou para todo lado. Era doloroso, mas doía menos que as primeiras vezes. Meus olhos arderam mesmo assim, mas eu não ia chorar! –Ninguém te quer viva!

Encolhi-me um pouco, tentando parecer o menor possível. Talvez ele me ignore. Talvez ele me deixe em paz... Mas eu sabia que era uma esperança vã. Eles nunca iam me deixar em paz.

Eu não vou chorar! Chorar é ser fraca! E eu não sou fraca!

Continuei andando, com o joelho sangrando. Doía e ardia. Era uma garrafa de álcool? Eu não abaixei para ver. Abaixar é perigoso. Se mostrar fraqueza, eles vão à cima de você antes mesmo que você possa pedir para eles te deixarem em paz. Como cães selvagens.

Senti outras coisas serem jogadas na minha direção. Pedras, pedaços de madeira? Doía, mas não era o pior. As noites eram piores, quando os homens mais velhos estavam bêbados... Tentei não estremecer, mas não era possível.

—-Uzumaki Haruka? –ouvi, e levantei o rosto, rápido. Não era sempre que me chamavam pelo nome. –É você, não? Uzumaki?

Eu assenti, um pouco tremula. Não queria ficar parada por muito tempo, e não podia ver quem tinha me chamado. Eu estava com medo. Mas eu não ia chorar!

—-Hokage-sama solicita sua presença. –falou a pessoa. Ele veio à luz, era um homem que usava um uniforme estranho ninja, e uma mascara que parecia um corvo. Será que ele usava a mascara por que era feio? Eu me perguntei por um segundo. –Venha comigo.

—-Por quê? –perguntei. Minha voz era baixinha, um pouco rouca. Eu quase nunca falava. Não tinha razão para falar.

—-Apenas venha comigo. –repetiu o homem. Ele me pegou pelo colarinho e nós desaparecemos, como mágica! –Isso é um Shushin. –respondeu ele, vendo meu olhar assustado. –É uma forma de locomoção ninja.

—-Você é um ninja? –perguntei, com cuidado. Muitas vezes as pessoas não gostavam quando eu fazia perguntas. Elas diziam que eu era uma menina má e que eu não devia incomodar os outros com perguntas. Eu gostava de ninjas, mas a maioria dos ninjas não gostava de mim, como os civis.

—-Sou. Chegamos.

Olhei em volta. É era a sala do Hokage. Eu já tinha ido para lá algumas vezes. Nanadaime gostava de brigar comigo, quando os aldeões reclamavam que eu era um incomodo. Não é minha culpa ser um incomodo! Eu só estava vivendo minha vida! Não é minha culpa se eles me odeiam! Meus olhos arderam, de novo, mas eu não ia chorar!

—-Haruka. –a voz do Hokage era gelada. Eu tremi, com medo. Ele ia me punir?–A partir desse momento, eu vou treinar você, juntamente com os dois jovens Taichi e Sakuya.

Eu inclinei minha cabeça, em confusão.

—-Treinar?

—-Sim, você se tornará minha arma. Uma arma ninja. –respondeu o homem, com a voz monótona. Ele parecia muito mal. Dava-me arrepios. Eu senti meus olhos arderem.

—-Eu não quero ser uma arma. –choraminguei infantilmente.

—-Ela ainda não está quebrada, ainda... –o Hokage suspirou. –Karasu, leve-a para a divisão T&I. Diga a eles para quebrá-la, mas não a coloque com Morino Ibiki ou Anko. Eles eram partidários de Uzumaki Naruto, e seriam muito leves com a menina. Diga para usarem todos os métodos necessários, mas eu não quero a morte dela. Diga-lhes que não devem ter pena e qualquer um que for leve será preso por traição e desobediência.

—-Sim senhor. –respondeu o homem da máscara de corvo, Karasu.

Mal sabia eu que aquele dia, o inferno das ruas pareceria apenas à entrada do purgatório, comparado ao inferno da divisão de T&I.

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Sete anos

Tudo doía. Meu corpo não se curava como antes, eles diziam que era por que eles haviam colocado selos em meu corpo para cortar meu chakra. Era uma sensação de vazio. Era frio. Doía muito. Muito mesmo.

Já fazia mais de um ano que eu estava ali. Eles testavam minha teimosia. Às vezes, eu quebrava, mas sempre que eles me treinavam, eu percebia que não podia deixar. Eu não ia desistir tão fácil. Mas eu aprendi muito. Eu já podia fazer o Bunshin no Jutsu, bem, tecnicamente, aquilo não era um Bunshin, por que ele sempre caia no chão, meio morto quando eu o fazia... Mas eu também aprendi o Henge e Kawarimi! Eles me ensinaram a andar na água, nas paredes, concentrar meu chakra e o Shushin. Mas era ruim. Era doloroso. Eu não gostava, e sempre tentava fugir. Por isso, eu quase sempre voltava para a divisão de T&I.

Eu não sabia o que era pior. Ser levada ao limite da exaustão ou ser torturada. Talvez fosse ser torturada, mas era difícil decidir.

Eu morava em uma cela, o que era uma melhoria comparada à lixeira vazia das ruas. Mas a cela era fria e úmida. As paredes eram de pedra, cinza. Aqui em baixo, nada tinha cor, e eles não me deixavam usar roupas coloridas. Era mal e ruim. Eu tinha muito, muito medo.

Um som chamou minha atenção. Era o rangido alto e assustador da porta da cela sendo aberta. Eu não podia me mover ou ver quem era não por que estava escuro ou eu estava com medo, mas por que eu estava acorrentada, vendada e amordaçada. Sempre ficava assim no T&I. Pensando nisso, eu não tive o meu pão sujo nas ultimas duas semanas. Estava faminta e se demorasse mais um pouco, eu provavelmente morreria de fome. Minhas costelas eram dolorosamente óbvias e meu cabelo ruivo era bagunçado e sujo de sangue. Era bom que meu cabelo era brilhante, e meus olhos refletiam nas poças de água. Era bonito ver, o verde e o vermelho. Era uma das poucas coisas boas que eu ainda tinha ver essas cores.

Estou me distraindo de novo, mas isso acontece muito. Eu entro em piloto automático... Forcei-me a voltar ao mundo real, para ver quem era meu torturador de hoje.

Eu não o reconheci. Tinha cabelos castanhos comuns. Seu rosto era estóico, mas eu podia ver o brilho da maldade em seus olhos.

Ele era novo? Eu geralmente não prestava muita atenção em meus torturadores. Eles nunca ficavam mais de uma semana mesmo.

—-Olá, princesa. –falou ele, com um sorriso. Era um pouco assustador e eu estremeci. –Meu nome é Tero. E eu sou a pessoa que vai fazer você sofrer um inferno.

Percebi que ele tinha me soltado então sorri fracamente para ele.

—-Desculpe então você está atrasado. Minha vida é um inferno desde que nasci. –eu sorri foxy style.

—-Oho... –ele balançou a cabeça. –Creio que você é um pouco mal educada, princesa. Talvez devêssemos concertar isso? –ele sorriu alegremente. –Porta quatro hoje.

Balancei a cabeça comigo mesma. Konoha tinha cinco portas de tortura, e eu já tinha passado por todas as cinco varias vezes. A porta numero cinco era de todas, a pior. Mas a numero quatro podia ser bastante assustadora. Tremi. Parece que eu seria afogada hoje.

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Oito Anos

—-Mais rápido Pirralha! Corra mais rápido! É melhor você correr mais rápido do que Namikaze Minato com seu Hiraishin!

Como se isso fosse possível, baka! Exclamei mentalmente. Minhas pernas doíam pelo esforço de correr. Eu já estava fazendo isso nas ultimas sete horas sem parar. Sempre que eu abrandava o chicote na mão de meu torturador/treinador atingia minhas costas e eu caia. Se eu caísse, era punida. Aquilo doía muito. Eu quase até chorei!

—-Eu não agüento mais, Sensei! –choraminguei. Meus joelhos sangravam das vezes em que eu cai, e minhas costas estavam em carne viva. A dor do vento batendo nos ferimentos era incomoda.

Ele apenas me lançou um olhar frio, e, conforme o tempo passou, eu senti minhas pernas fraquejarem. Dei um ultimo passo antes de cair no chão, exausta. Eu não podia mover mais nem um músculo. Nem mesmo quando senti a ponta do chicote se conectar com meu pescoço. Choraminguei fracamente, mas eu não podia me mover.

Por que estava tudo tão embaçado? Eu me perguntei silenciosamente. Tudo parecia tão distante e escuro... Não quero ficar no escuro de novo... Não... Por favor... Não...

Eu mal conseguia sentir meu corpo. Minha consciência escorregava cada vez mais longe... Por entre meus dedos. Eu me agarrei a ela por todo o tempo que pude, mas, finalmente, a exaustão me bateu e eu aceitei de braços abertos a escuridão.

Durma kit (Kit é o mesmo que ‘filhote’ em inglês). Durma e descanse. Eu cuidarei de seus ferimentos por você.

Eu não reconheci a voz suave... Mas era parecida com a que tocava em minha cabeça musicas de ninar para me acalmar e me fazer dormir quando eu era mais nova. E, como se eu tivesse convidado, uma melodia suave tocou por minha mente, acalmando-me.

Obrigada...

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Oito Anos

POV’ Narrador

—-Você quase a matou, Tero! –o Hokage rosnou frustrado.

—-Peço seu perdão, Hokage-sama, mas a criança é teimosa. Ela não desistiu facilmente.

—-Ah, eu sei. Eu a treino, seu imbecil! Mas agora ela está inconsciente porque você quase a afogou!

—-Tecnicamente, eu a afoguei. –ele não tinha medo de admitir isso. –Mas eu fiz o coração dela voltar a bater.

—-Mesmo assim! –o Hokage respirou fundo. –Ela já tem oito anos. Vou mandá-la para a academia. Não posso perder uma arma com possibilidades tão poderosas. Saia daqui Tero.

—-Sim senhor. –respondeu o homem.

—-Quase que meus planos foram por água a baixo. –Katsumei respirou fundo. –Talvez eu esteja sendo muito apressado... Eu vou conseguir minha vingança...

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Oito Anos

POV’ Uzumaki Haruka

Eu respirei fundo. A academia era tediosa, mas era uma melhora em comparação aos anos que passei com o T&I. Tudo lá era muito fácil, e eu conseguia com facilidade, menos o maldito Bunshin no Jutsu.

Com oito anos, eu percebi como as coisas me machucavam facilmente. Isso me irritava. Eu não queria ser fraca. Eu não queria chorar.

Mas eu chorava. Sempre que me lembrava de Tero, e dos muitos outros torturadores.

Eu sai do inferno e voltei ao purgatório. Quando minha sentença iria acabar? E por que tudo isso? Ninguém nunca me explicou, e eu estava começando a ter raiva de não saber das coisas. Era minha vida! Eu tinha o direito de saber de tudo que envolve ela!

Eu tremi. Mesmo do fundo da sala, eu podia sentir o olhar do Sensei. Era assustador. Aquele Sensei, Kagami Ichirou era um homem assustador. Ele não tinha nenhum receio de gritar com todos os alunos por serem bebês chorões, ou de jogar armas perigosas em mim. Graças a ele, no entanto, eu me acostumei com desviar de kunais e shurikens. Bom, me acostumei depois de algumas idas na enfermaria por causa das cortes.

Nessas horas, eu me perguntava quando minha punição iria acabar.

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Oito Anos

—-Saia daqui, Demônio! –o soco em meu rosto me mandou para o chão. Rosnei, com raiva. Era a quinta a vez nesse dia.

—-Eu não fiz nada! –rosnei para ele, aborrecida. –Me deixa em paz!

—-Não se faça de boba, garota Kitsune!

Não entendi o que ele estava dizendo, mas não me importava. Chutei uma lata jogada na rua com força para acerta-lo. Como a lata acertou seu rosto, ele fechou os olhos tempo o suficiente para que eu desaparecesse. Corri pelos telhados na minha fuga, escutando as reclamações do homem ao longe.

Isso estava me deixando com raiva. Muita raiva. Ouvia meu coração batendo forte em meus ouvidos, e uma sensação quente se espelhando por minhas bobinas de chakra. Eu via vermelho, então fechei os olhos e corri.

Senti-me bater contra alguma coisa e cai.

—-Mas... QUE MERDA! Eu e minha mania de andar sem olhar para o chão, e essa máscara de bosta também, a enxergar com ela é um saco!

A minha visão voltou ao normal como eu abri os olhos um pouco em pânico. Gemi levemente sentindo minhas costelas machucadas se friccionarem dolorosamente. Abri os olhos e vi um garoto. Mas seu rosto estava coberto por uma mascara. Ele se levantou rápido.

—-Me desculpe, não era minha intenção. –falou ele, pude ver suas orelhas ficarem vermelhas, então soube que ele estava corando. Isso me deixou extremamente surpresa.

—-Tudo bem. –respondi. –A culpa foi minha. –Eu estava com os olhos fechados, afinal...

—-Não a culpa foi... –ele parou me observando. Então eu me retrai. –Olhos azuis, cabelos vermelhos, branca como a neve. LUTE COMIGO, MEMINA DEMÔNIO.

—-O... O que? –eu rosnei aborrecida. -Mais um. É sempre mais um. Eu já falei que não quero lutar contra ninguém, porcaria...

—-Você não tem escolhas, irei limpar esse lugar, konoha não precisa de gente como você. Levante-se e lute, do contrario matarei sem ao menos deixá-la ter chance de reação.

Os olhos dele... Aquela frieza... Eu quase podia sentir como se a neve estivesse tocando minha pele... Meus olhos arderam.

—-Eu não fiz nada para merecer isso... Por quê? Diga-me... Por que todos me olham com esses olhos?!

—-Por que você é um demônio, um lixo, você vale menos que um pedaço de merda, você é nojenta, porca, um inseto, um verme. Você me dá pena, você é tão inferior que merece ser ignorada, merece ser esquecida, é por isso que estou aqui, para tirá-la da vida de todos nós, membros de konoha. KONOHA NÃO MERECE GENTE COMO VOCÊ!

Eu suguei o ar por entre meus dentes, como a fala dele ressoou em minha cabeça.

Pena... Você me dá pena... Pena...

—-Pena? Você pode dizer qualquer coisa sobre mim, menos dizer que sente pena! –rosnei.

Eu não podia ver seu rosto, mas senti a satisfação dele emanando.

—-Eu digo a verdade, você é digna de pena mesmo, sua verme.

Eu comecei a sentir aquela sensação de novo, o sangue bombeava por minhas veias, e o chakra quente se espalhava por minhas bobinas de chakra. Eu cerrei os punhos.

Não... Não... Não perca a cabeça, Haruka...

—-Eu não sou digna de pena. É melhor você calar a boca e retirar o que disse, ou eu vou fazer você engolir os seus dentes!

—-Engolir os dentes? –ele riu. –Isso só me faz ter mais pena de você. Você nunca conseguiria...

Ele parou quando o ar esfriou. Coloquei minhas mãos na cabeça. Eu podia ouvir aquela voz novamente. Aquela voz...

Mate... Mate todos eles... Faça-os sentirem nossa dor...

Não... Não... Não...

MATE ELE!

NÃO!

Eu não conseguia sentir mais meu próprio corpo. Era como se eu só pudesse ver.

Esse corpo é meu! Devolve-me!

Não. HAHAHAHA. É a MINHA vez!

—-Eu vou matar você! –rosnou a minha voz. Mas não era mais minha voz. Não era mais meu corpo. Eu não podia controlar...

—-Mas que pressão é essa? A garota demônio é mais assustadora do que eu pensava... –ouvi. Mas a voz dele estava abafada pela ventania gelada. Um pouco do chão parecia estar congelando...

‘Eu’ acertei o rosto dele. Sangue voou para todo lado, e eu comecei a sentir medo subindo pela minha garganta.

Não. Não... Não... Não...

‘Eu’ peguei uma garrafa de vidro jogada em algum canto e comecei a caminhar até o garoto. A mascara dele estava rachada a sangue escorria pelo chão.

Não... Não... Não... Não... NÃO!

Eu vou matar ele.

Eu disse... NÃO!

Eu segurei com força a minha própria mão.

—-Eu não quero matar ele! –rosnei. Aquela sensação fraquejou e eu assumi o controle. Soltei a garrafa no chão e puxei o garoto para o meu ombro.

Não vi quem era, mas deixei-o na frente o hospital antes de fugir. Mais tarde, escondida entre os ramos de uma arvore, eu não consegui dormir, com medo que ‘aquilo’ escapasse novamente.

Eu sou realmente um demônio...?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até a próxima parte!