Pombinhos

Matt

Ainda não acreditara em tudo que havia acontecido hoje. Muita coisa ainda circulava na minha cabeça, e eu repassava todos os momentos em minha mente. Primeiro, Jimmy e Laffi foram escolhidos para participar de uma missão importantíssima, e eu ficaria de fora. Depois, surgiu uma grande oportunidade para eu contar que eu estava apaixonado por Laffi, uma oportunidade que eu não deixei passar. E agora a melhor parte: Laffi me beijou e ainda disse que também estava gostando de mim. Sinceramente, eu imaginava que ela iria rir de mim, e não iria me levar a sério, e graças aos Deuses não foi assim.

Ficamos na floresta até o toque de recolher, quando éramos obrigados a irmos para nossos chalés. Andamos sob a luz da Lua de mãos dadas. Ali, naquele momento, as palavras eram desnecessárias.

Chegamos ao chalé de Atena, que por coincidência ficava ao lado do meu chalé.

–Boa Noite, Laffi.

–Boa Noite, sonhe comigo.

– Sonharei.

Beijamos-nos novamente. Parecia que a cada beijo eu me apaixonava ainda mais por ela. Nenhum de nós queria ir para os chalés agora, quem dirá dormir.

Demorei a pegar no sono, mas quando realmente consegui dormir, imagens vieram a minha cabeça.

Uma mulher loira, com os traços do corpo delicados estava em frente ao fogão. No outro aposento, um homem ruivo, de olhos verdes, tentava, sem sucesso, dar comida para um bebê que estava no carrinho. A criança era ruiva de olhos azuis, era linda.

A mulher e o homem me lembrava muito eu e a Laffi.

Em seguida, a menininha se pôs a chorar, e o pai, meio atrapalhado, segurou a criança em seu colo e levou à cozinha, onde a mãe já arrumava a mesa para o almoço.

– Querida, Sophie não para de chorar. Não sei o que fazer.

A mulher parou o que estava fazendo e tomou a criança do marido.

– Apenas termine de arrumar as coisas para o almoço.

Laffi foi para o quarto com Sophie, e passou a embalar o bebê lentamente até ele se acalmar e dormir. Colocou a criança delicadamente no berço branco que ficava perto da cama de casal e passou a observá-la dormindo. Tanto a mãe quanto a filha eram lindas.

–Matt, ela dormiu.

– Que bom, amor.

Abracei Laffi pela cintura e em seguida nos beijamos, os braços dela em volta do meu pescoço.

***

Acordei maravilhado com o sonho que eu acabara de ter. Um sonho que, se os deuses quiserem se tornará realidade. Esse seria o nosso futuro, juntos, com uma família estruturada, vivendo felizes.

Levantei da cama, e percebi que Jimmy estava ainda com os olhos cerrados na cama ao lado. Devia muito a ele. Algum dia, esperava recompensá-lo por tudo que ele já fizera por mim enquanto estávamos no acampamento.

Sai do chalé, os raios matinais ofuscando os meus olhos. No chalé ao lado, estava Laffi, sentada nos degraus do chalé de Atena, lendo um livro, exatamente como da primeira vez que a vira. Sentei do seu lado e a abracei pela cintura. Ela inclinou o pescoço para me olhar e sorriu. Seu sorriso era encantador, o mais lindo possível.

Permanecemos ali, em silêncio. Por parte porque ela estava lendo, e por que, mais uma vez, não eram necessárias as palavras.

–Bom dia, pombinhos.

Era o Jimmy. A luz do Sol deixava seus cabelos ainda mais laranjas do que o natural. Sorri para ele, que retribuiu o sorriso.

–Desculpa atrapalhar esse momento tão lindo de vocês dois – ele deu um sorriso irônico, mas logo tornou a ficar sério – mas Laffi, temos que arrumar tudo para a missão.

– Certo – Laffi fechou o livro e levantou - Matt, eu realmente tenho que ir.

–Tudo bem.

– Até mais – disse Laffi, me beijando na bochecha.

Vi os dois saindo juntos, e isso já não me incomodava, pois eu sabia que Laffi já era minha, independente de tudo. Eu a amava, e nada que alguém dissesse iria mudar o que eu sinto por ela.