Que seja para sempre escrita por Lola Carvalho


Capítulo 5
Forever


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Teresa Lisbon

Seguindo as ordens do Abbot eu entrei na sala do interrogatório.

– Teresa... – Mashburn começou – quanto tempo não nos vemos, não é mesmo? Adorei seu cabelo. Essa cor fica ótima em você...

– Por que não vamos direto ao que interessa, hein?

– Como quiser. Olha, eu sei que as coisas estão bem feias para o meu lado, mas eu preciso de uma oportunidade para contar a minha versão dos fatos – eu assenti com a cabeça e ele prosseguiu seu discurso – Um ano e meio atrás eu comecei a namorar essa garota. Não era sério nem nada, mas a garota achou que deveria ser. Ficamos juntos cerca de quatro meses, até que eu terminei nosso relacionamento em um jantar, na minha casa. Ela ficou louca... Disse que eu não podia terminar algo que era “real”. Então eu... Eu... Disse para ela que a única mulher que havia sido real para mim, depois da minha ex-noiva, era você... – ele parou alguns instantes e pode notar a surpresa em meu rosto – Aí ela disse que se vingaria... Eu achei que ela estivesse brincando, como todas as outras mulheres que terminam comigo.

– E o que aconteceu depois?

– Há dois meses, ela foi na minha casa... Perguntou se eu estava bem. Lógico que ela queria que nós voltássemos a ficar juntos, mas aquela mulher é louca, eu nunca voltaria a ficar com ela! Então ela foi embora, mas esqueceu o celular dela em cima da mesa. Eu só percebi porque começou a tocar. Eu atendi e era um médico dizendo que “a moça” tinha acabado de sair da consulta e que ela daria a luz em um mês. Então eu fingi ser um “ajudante” dela e perguntei ao médico qual era o nome da moça... E foi aí que eu fiquei sabendo que ela não estava brincando quando disse que se vingaria de mim.

– Qual é o nome dela?

– Alicia Parker... Eu mandei rastrearem a ligação, e descobri que aquele telefonema vinha de Chicago. Então você só podia estar na casa do seu irmão mais novo. Quando eu cheguei lá, eu encontrei a Alicia, e tentei convencê-la de parar com aquilo, mas ela estava irredutível. Eu disse que voltaria com ela, se ela parasse de fazer isso com você.

– Ela aceitou?

– Não, ela ficou ainda mais irritada. Disse que eu só estava fazendo isso por causa de você, e que eu tinha que voltar com ela porque eu a amava. Eu ainda tentei convencê-la algumas outras vezes, até que vimos você sair da casa do seu irmão de malas, e com a bebê... Alicia mandou eu descer do carro, e deve ter ido até o aeroporto.

– E como isso acaba com você e minha filha aqui no escritório do FBI.

– Eu estava seguindo ela... Vi o momento que levaram a bebê. Só não fiquei para te ajudar, porque eu precisava ver para onde eu levaria a bebê...

– E para onde a levaram?

– Para um hotel. Alicia ficou com a bebê no quarto dela. Então eu subi até lá, fingi ter descoberto o “meu amor” por ela, e então a prendi com algemas na cama. Peguei a bebê e a trouxe para cá.

– E quanto aos tiros?

– Eu não tenho uma arma... Alguém deve ter atirado por engano, eu só tentei proteger a bebê.

Houve silêncio na sala por mais alguns instantes.

– E por que eu deveria acreditar em você?

– Vá até o hotel, e você vai encontrar a Alicia lá.

Sem dizer mais nenhuma palavra, eu saio da sala, e me encontro com Abbot do lado de fora, dizendo que já mandou uma equipe tática até o local indicado, e que dentro de alguns minutos teríamos a confirmação da história de Mashburn.

Eu apenas assinto com a cabeça e volto para me sentar no sofá de couro marrom do Patrick.

Mal posso acreditar... Minha família reunida de novo.

Curioso como sempre, Patrick não deixa passar um segundo antes de me perguntar o que Mashburn disse em sua defesa.

E logo após eu acabar de contar a história, Fischer entra no escritório contando que a história havia sido confirmada, e que nós podíamos ir para casa sem nos preocupar com nada.

Anne Grace Lisbon

Hoje faz exatamente uma década e quatro anos que eu nasci.

Ontem o David ficou chorando a noite inteira... Acordei umas três vezes com o choro escandaloso dele.

Lentamente eu me levanto da cama e vou até o banheiro, em frente do meu quarto lembrando de tudo o que aconteceu nos meus últimos dias com treze anos de idade: O papai e a mamãe ficaram cochichando algo, e sempre que eu chegava perto, eles tentavam disfarçar... A Lilly, minha irmã mais nova, fingiu não se lembrar de nenhuma data comemorativa nessa semana.

Eu pedi para o papai me deixar faltar na escola hoje, já que era meu aniversário. E para a minha surpresa, ele não só deixou, como também nos levou para Chicago, na casa do meu tio Tommy, um dia antes do meu aniversário.

A Annie me deixou dormir no quarto dela. Ela tem 23 anos e não mora mais com o tio Tommy, mas está de férias do trabalho, em Nova Iorque, e veio passar umas semanas aqui.

Escovo meu dente e saio rápido do banheiro. Vou até a sala, onde a mamãe está sentada com uma xícara de chá nas mãos

– Bom dia, mocinha – ela me cumprimenta com um beijo – Feliz aniversário

– Bom dia mãe.

– Por que não vai se arrumar, hein? Daqui a pouco vamos sair...

– Sair? Mas está frio!

– Sim, vamos sair. Agora vai lá se trocar, amorzinho.

Eu volto para o quarto e me troco, como minha mãe pediu, e logo vou para a cozinha, encontrando meu pai e o tio Tommy conversando.

– Ahh... Bom dia, aniversariante – meu pai fala e me abraça – Eu me lembro quando ainda conseguia te pegar no colo – ele me beija na bochecha – Parabéns Anne – eu o respondo com um beijo e uma abraço ainda mais apertado

– Feliz aniversário, Anne. Parece que foi ontem que sua mãe estava grávida... Sabia que ela morou aqui por um tempo? – perguntou o tio Tommy

– Aham, o pai sempre conta essa história. Da mulher doida que fez a mamãe fugir de casa...

– Pois é... Eu fui as quatro e meia da manhã até o centro da cidade buscar chá de erva-doce para a sua mãe – eu apenas rio

– Podemos ir? Já estamos todos prontos – disse minha mãe, entrando na cozinha com o bebê David no colo e a Lilly agarrada nas pernas dela.

– Lilly, desse jeito a mamãe não vai conseguir andar! – eu falo, e ela corre até mim, literalmente pulando no meu colo

– Feliz aniversário, Anne

– Obrigada, pequena.

– E aí, criança? – diz a Annie tirando a Lilly do meu colo e me abraçando em seguida – Quatorze, hein? Estou ficando velha...

– Está mesmo – eu zombo

– Ok, ok, chega de palhaçada vocês duas – meu pai interveio na brincadeira – eu estou morrendo de fome. E eu fico mal humorado quando estou com fome... Vamos logo, ou vou acabar devorando uma de vocês – ele brinca mostrando os dentes para a Lilly, que tentou escapar, mas logo foi alvo de cócegas.

..........

Em pouco tempo nós chegamos até uma cafeteria, e após receber os cardápios, meu celular toca em meu bolso.

Uma notificação no facebook. Mas não qualquer notificação... Brian me marcou em uma foto.

– Uuuh! Quem é Brian? – perguntou Annie olhando o celular

– Brian? Aquele garoto da sua escola? Seu amigo? O que tem ele? – meu pai ciumento despejou todas as perguntas de uma só vez

– Sim, Brian, meu amigo – eu enfatizo – Acabou de postar uma foto nossa, me desejando feliz aniversário.

– “Uma foto nossa”? Como assim? Que foto? Deixa eu ver?

– Já chega, Patrick! – minha mãe para ele quando ele ia pegar meu celular das minhas mãos – Anne é uma menina bonita, tem quatorze anos, não há nada de errado nisso.

– “Nisso”? Nisso o quê? Do que está falando?

– Opa, espera aí – eu interrompo – Brian não é meu namorado.

– “Nossa amizade cresceu muito desde o ano passado, e eu espero que continue assim, crescendo. Feliz aniversário, minha melhor amiga, Anne Grace” – Annie leu no celular dela – Uuuh... E ainda tem um coraçãozinho no final.

– Ai, vocês adultos entendem tudo errado – a essa altura do campeonato minhas bochechas devem estar mais vermelhas do que um pimentão.

– Entendemos errado... Sei. Precisava ver a alegria da Anne quando esse Brian ia lá em casa fazer trabalho em dupla com ela – minha mãe falou sorrindo

– Parem com isso! Brian e eu não somos namorados – eu tento argumentar em minha defesa

– Ah, olha uma pessoa comentou... “Awn, que fofo, Brian. Você e a Anne formam um lindo casal”

– Mas o quê? Quem comentou isso? – eu pergunto indignada

– Fui eu – respondeu a Annie

– Annie, eu vou matar você! Agora todo mundo vai ficar falando, vai ser um inferno quando eu voltar para a escola...

– Se não fosse verdade que você gosta desse menino, então você não se importaria tanto... Não é tio Patrick?! – a Annie pergunta, mas meu pai não responde nada. Ai, que droga! Não era pra isso acontecer...

– Eu acho melhor fazermos o pedido, antes que eu pegue uma das armas da sua mãe e vá ter uma conversinha com esse tal de Brian – meu pai fala finalmente, fazendo todos rirem e encerrando o assunto. Ufa...

Claro que, provavelmente, todo mundo já sabia, mas eu nunca vou admitir que, lá no fundo, tenho uma quedinha por Brian Johnson.

E sem dúvida nenhuma, minha mãe e meu pai nunca vão desconfiar que eu sei sobre a festa surpresa que eles prepararam para mim, mais tarde, e principalmente que eu já sabia que eles tinham convidado toda a minha turma, inclusive o Brian Johnson.

A vida está apenas começando. E como o papai sempre diz... Que seja para sempre!


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Notas finais do capítulo

Anne Grace Lisbon arrasando corações, hahahaha.
Gostaram desse capítulo final?
Eu sei que fiquei um tempo sem postar nada, e peço desculpas. Espero que esse capítulo final tenha deixado vocês felizes *-* hehehehe
Eu disse nas respostas dos comentários que ainda viriam muitas surpresas pela frente, mas decidi mudar e dar um fim ao sofrimento do nosso casal favorito *-*
Postei antes do previsto, porque talvez eu não tenha tempo depois do jogo :P
Enfim, espero que tenham gostado.
Muito obrigada por todos que acompanharam e comentaram. Cada palavrinha que vocês escrevem, ficam guardadas aqui no meu coração ♥

Beijinhoss