Meu Incrível Ultimo Outono escrita por Ed Petrova


Capítulo 8
Hospital Parte 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511502/chapter/8

No domingo, Charlie não saiu de casa, o dia amanheceu chuvoso, Kevin ligou várias vezes, dizendo que queria ir até sua casa, mas a chuva não dava trégua, não tinha como sair de casa. O Pai de Charlie o convidou para assistir filmes, mas Charlie se recusou, não estava com clima para filme, ele estava pensativo essa manhã. Lembrou várias vezes do beijo que deu em Nick, e outra hora lembrava do beijo que deu em Kevin, em cima do palco. Pensamentos confusos, Charlie nunca teve um relacionamento, mas agora que descobriu que sente atração por garotos, ele também ficou confuso pois não sabia o que era atração e o que era amor. Ele sentia atração por um e amor por outro, mas não sabia diferenciar. O Domingo foi tedioso, ele apenas foi para seu quarto e ficou ouvindo músicas, escrevendo, e pensando.

Na Segunda feira de manhã, Charlie demorou a levantar da cama, não estava se sentindo bem essa manhã. Ele não comentou nada com seus pais, se fizesse isso seria um drama muito grande e Charlie não queria isso já de manhã. Ele se trocou pegou suas coisas, quase não comeu nada no café, as coisas não passavam pela garganta. Sua mãe como sempre o levou para o colégio. Charlie foi de cabeça baixa, tentando disfarçar o mal estar para a sua mãe não perceber.

Depois que ele ficou no colégio, como sempre avistou Mary e Kevin que o esperava na porta. Kevin deu um beijo em Charlie mas o garoto pareceu não corresponder ao beijo.

– O que foi? – Perguntou Kevin segurando a mão do namorado

– Nada, é só que eu acordei com um mal estar hoje – Sussurrou Charlie

– Char, é melhor você voltar pra casa, vou ligar pra sua mãe – Disse Mary procurando o celular na bolsa

– Não Mary, ela vai fazer o maior drama, eu estou bem sério, só um pouco mal disposto, mas ficar em casa ou em um hospital, seria pior

Mary suspirou, e deixou o celular na bolsa. Kevin agarrou a cintura de Charlie, ele estava andando um pouco mais lento, e Kevin queria que ele se sentisse seguro ali em seus braços. Mary não conversou essa manhã, apenas deu a mão a Charlie em algumas horas, e perguntou como ele estava se sentindo.

Durante a aula, Charlie passou o tempo todo com a cabeça sobre os braços em cima da mesa. Nick em sua carteira estranhou a reação de Charlie. A professora vendo a situação pediu para que Charlie pedisse dispensa.

– Você não pode ficar na aula assim – Disse a professora

– Está bem, acho melhor eu ir embora mesmo – Disse Charlie com a voz mais fraca, ele estava cada vez mais debilitado.

– Mary você pode ligar para mãe de Charlie por favor? – Perguntou a professora

– Sim vou ligar

Os outros alunos estavam todos preocupados, eles eram brincalhões as vezes, mas se tratando da doença de Charlie todos ficavam apreensivos, porque gostavam dele de certa forma. Nick era o mais preocupado, ele tentou várias vezes sair de sua carteira, mas Kevin estava lá ao lado de Charlie, ele não precisava estar ali.

– Sua mãe já vem vindo – Disse Mary desligando o celular

Charlie pegou sua mochila e se levantou da cadeira

– Vou esperar por ela lá fora, assim vocês podem continuar a aula – Disse Charlie

– Eu te acompanho – Disse Kevin pegando a bolsa dele que estava um pouco pesada.

– Sim vai com ele sim – disse a professora

Charlie caminhou um pouco, mas acabou caindo desacordado na frente de todos seus colegas. Mary pulou para perto do amigo, Kevin entrou em desespero, os outros alunos ficaram chocados com a cena, a professora correu chamas os enfermeiros da escola. Nick correu para perto de Charlie ao ver o garoto ali no chão, com sangue escorrendo pelo nariz, Nick parecia não acreditar, ele imaginou o pior, Charlie já tinha passado por isso antes, mas Nick nunca tinha visto, nunca viu ninguém passar por essa situação.

– Charlie, acorda, olha pra mim – Perguntava Nick desesperado segurando a mão do garoto

Charlie estava no chão com a cabeça no colo de Kevin, e amparado por Mary de um lado e Nick do outro.

– O que está acontecendo? – Perguntava Nick olhando para Mary e Kevin

– É uma crise, a última demorou para acontecer, essa foi mais rápida. – Kevin soluçava ao dizer, ele alisava o cabelo do namorado e beijava sua testa.

– Calma, Char, já vem vindo ajuda ta – Dizia Mary com os olhos encharcados – alguém veja se os enfermeiros já estão vindo por favor? Mas que droga

Nick olhou mais uma vez para o rosto de Charlie ali no chão, e as lágrimas escorriam de seus olhos. Os enfermeiros chegaram correndo na sala, afastou todos e colocaram álcool em um pano depois fizeram Charlie cheirar, o garoto ficou imóvel por um tempo, mas depois começou a despertar. Em seguida os enfermeiros colocaram ele em uma maca para esperar pela ambulância. Nick voltou pra perto do garoto, ele segurava a mão de Charlie e a beijava em alguns momentos, ficou mais aliviado ao ver Charlie acordado.

– Não chore ainda, eu não morri – Disse Charlie com a voz bem baixa e fraca, olhando para Nick tentando sorrir

– Nunca mais fale isso pra mim, não pra mim – Disse Nick em alto tom, depois lhe deu um beijo, Nick não pensou em quem estava vendo, não pensou em Kevin, em nada. Nick estava fazendo o que seu coração pedia, que era beijar Charlie, e ficar ao lado dele, nesse momento. Kevin tentou interferir, mas Mary o segurou

– Me solte – Disse Kevin tentando se livrar de Mary

– Ke, esse não é o momento, vamos deixar isso pra depois ok – Falou a amiga

A Ambulância chegou, junto com a senhora Haskel, que entrou em desespero. Ela correu até o filho, e ficou desesperada com a sua situação. Os Médicos levaram Charlie para a ambulância, Nick entrou na ambulância junto com Charlie, ele não soltou mais a mão do amigo. Kevin ficou chorando nos ombros de Mary, ele queria estar ao lado de Charlie mas não poderia porque ele se sentiu melhor ao lado de Nick, e ele não queria brigar nesse momento. Mary abraçou o amigo, e foram pra casa. A professora dispensou todos da classe.

– Calma vamos ver ele ok – Disse Mary tentando acalmar o amigo.

– Ei o que aconteceu? – Perguntou Katerina correndo em direção a Mary e Kevin

– Char, ele passou mal, precisou ir para o hospital – disse Mary

– Qual hospital? Quero ir ver ele depois da aula – falou Katerina séria

– Bom foi no central – Kevin soluçou

– Eu irei

Mary estranhou a atitude de Katerina, mas não estava em um momento de pensar em amigos e inimigos, ela só pensava em Charlie e no amigo que não parava de chorar. Na ambulância Nick não soltou a mão do amigo, ele ficava alisando seu cabelo e apertando sua mão com delicadeza.

– Meu pequeno Charlie, amor da minha vida, eu posso gritar isso ao mundo todo, eu amo você, e você é o meu amor, só meu. – Nick repetia várias vezes no ouvido do garoto. Ele sorriu ao ouvir isso, e claro segurou mais firme a mão de Nick

Ao chegar no hospital, Nick não pode acompanhar, Charlie entrou sozinho na sala de atendimento. Nick ficou ali apreensivo, a mãe de Charlie chegou com seu carro e tentou entrar de qualquer maneira no quarto onde Charlie estava, mas os médicos a proibiram. Nick abraçou a senhora Haskel que se sentiu um pouco mais consolada.

Depois de meia hora, o médico saiu da sala e foi em direção a senhora Haskel que já estava em pé, acompanhada de Nick.

– Fiquem tranqüilos, ele está estável, apenas um avanço da doença, mas vamos continuar com o tratamento e ele vai poder voltar pra casa logo – Disse o médico.

A Senhora Haskel suspirou aliviada, e ao mesmo tempo chorava, Nick deu um abraço na senhora e depois segurou sua mão.

– Vamos ter fé, vai dar tudo certo, vamos confiar – Disse Nick com os olhos cheios de água

– Você é um bom garoto, nem perguntei quem você é – disse a Senhora Haskel

– Meu Nome é Nick, lembra de mim?

– Sim desculpa me lembro sim, você é amigo de Charlie não é?

– Bom, sim, mas quero ser bem mais que um amigo

– Como assim? – ela perguntou se assustando

– Eu amo Charlie, eu o amo como nunca amei ninguém antes na minha vida – Respondeu Nick sinceramente

– Mas Charlie namora Kevin

– Eu sei, mas..

O Médico interrompe e começa a falar com a Senhora Haskel

– Ele já pode falar, quer conversar com ele? – pergunta o médico

– Sim, eu vou sim – Diz a senhora, pulando da poltrona ali da sala de espera.

Ela vai até o quarto onde o filho está, e ao ver o garoto bem se sente mais aliviada.

– Filho como você está se sentindo? – Ela pergunta

– Estou bem, mas chateado, vou passar outra semana aqui não é?

– Desculpa, mas acho que sim

Charlie faz sinal com a boca de quem está realmente chateado.

– Filho eu posso te perguntar uma coisa?

– sim mãe

– Você ama Kevin?

Charlie repensa tudo o que aconteceu, ele não tem mais duvidas de que seu grande amor e Nick, ele ainda sente muito carinho por Kevin, mas a amizade que eles tiveram por anos se tornou um sentimento de quase irmãos, por isso Charlie o ama, mas de maneira diferente. Mas o amor ele descobriu que sente por Nick, ele sente que seu coração dispara quando está perto dele, e sente que é completo quando está com ele.

– Eu amo Nick – ele respondeu sinceramente para a mãe

A Senhora Haskel sai do quarto sorrindo, e vai até a sala de espera. Ela olha para o garoto apreensivo na poltrona, esperando uma noticia, e o chama.

– Nick? – ela diz seu nome

– O que foi? – ele pergunta assustado

– Charlie quer ver você

Nick abre um sorriso enorme,ele tenta arrumar o cabelo de uma maneira engraçada, depois vai até o quarto onde Charlie está. Nick se senta na beira da cama onde Charlie está e segura sua mão. Charlie sorri e tenta passar a mão no rosto de Nick

– que bom que está aqui comigo – diz Charlie com a voz alta dessa vez

– Eu pretendo estar sempre – Diz Nick

– É sério que você me beijou na frente do colégio todo? Na frente de Kevin?

– E daí?, eu quero que todos saibam, que eu amo você e que você me ama

– como sabe que eu te amo – sussurra Charlie

– Assim – Nick diz isso no ouvido de Charlie e em seguida o beija, é um beijo intenso como todos seus beijos. Charlie o beija apaixonadamente, sem dúvidas de que o grande amor da sua vida é Nick

Nick o beija delicadamente e depois se deita na cama e fica ali deitado na beira da cama, Charlie deita em seu peito e ele fica alisando o cabelo do garoto, que dorme tranqüilo em seu peito. Nick acaba adormecendo ali também, por causa de um calmante que a enfermeira lhe deu. A Senhora Haskel entra no quarto e vê aquela cena, dessa vez não achou estranho, mas achou uma cena fofa, e muito linda. Ela saiu silenciosamente do quarto, deixando os dois sozinhos dormindo juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!