Uma nova princesa para uma nova Illéa escrita por Snow Girl


Capítulo 3
Cidade dos anjos


Notas iniciais do capítulo

Na verdade eu não disse isso a vocês, mas a maior parte dos capítulos vão ter o nome baseado na música que eu estava ouvindo quando escrevi. Essa aqui foi ouvindo City of Angels - 30 Seconds to Mars que também é meio que a tema da fic. Recomendo ouvirem, tem uma letra muito legal.
Outra coisa é que aquela preparação de Selecionada eu vou atalhar porque vocês já sabem como é u_u

A propósito, as postagens serão feitas em dias "pares" isso é, segunda, quarta e sexta. Contando a partir de hoje.



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Na semana que se seguiu minha casa foi literalmente invadida por preparativos para a Seleção. Meu pai não esteve lá em momento algum e sempre que precisava da assinatura de um responsável em alguma coisa eu pedia aos pais de Jay.

Uma mulher ruiva e baixinha ficou o tempo quase inteiro comigo, falando sobre regras, direitos e deveres das Selecionadas. Um homem com cara bruta, que era da guarda real, me passou um sermão sobre todas as coisas que eu não podia fazer porque agora tinha um alvo pintado na costas graças à Seleção.

E a cereja do bolo: o formulário que eu tive de assinar alegando ser virgem. Nesse momento eu falei uma boa dose de palavrões e a senhora ruiva pareceu escandalizada porém compreensiva. Acho que ela também achava aquele formulário invasivo.

Também tive que tirar as medidas para as roupas novas e recebi duas ligações do palácio no qual a mulher do outro lado da linha insistia em perguntar se eu precisava de alguma coisa. Privacidade e paz eram termos inexistente para mim. Eu nem tinha entrado de fato na Seleção e já estava louca para sair.

Finalmente chegou o dia da despedida, e mais uma vez a família Steelway foi comigo. Como era praxe, tive que usar o uniforme de Selecionada: camiseta branca e calça preta. Calcei uma sapatilha também preta e surrada que foi a primeira que achei na frente — eu sabia que não ia continuar com aquelas roupas por muito tempo — e no cabelo a flor da minha província, uma gardênia branca.

Havia pelo menos mil pessoas ali, pude reconhecer alguns rostos, garotas ricas em sua maioria, que me olhavam com desprezo e franca inveja. Eu não pedi para ser Selecionada! queria gritar para elas.

A despedida foi uma cerimônia cheia de pompa, com o hino sendo tocado por uma banda e o prefeito da cidade não sabia nada sobre mim mas fez um discurso como se nos conhecêssemos desde sempre. Falso, pensei. Odiava pessoas que só eram gentis com as outras nos momentos dos holofotes.

Ele perguntou se eu queria dizer alguma coisa mas eu sacudi a cabeça. Como sempre, a minha fobia de multidões estava me atacando.

Ashlee, a moça que estava me acompanhando, guiou a mim e meus acompanhantes até um carro preto.

— Hora de partir, senhorita — falou em um tom profissional.

Fiz que sim, com um nó na garganta.

O primeiro a me abraçar foi o sr. Steelway.

— Não se preocupe, vamos cuidar de tudo na sua ausência.

Em seguida veio sua esposa, ela não me abraçou porque não gostava muito de contato físico mas seus olhos estavam marejados.

— Boa sorte, querida. Que os astros a guiem.

Jay me abraçou com delicadeza.

— Cuide de Patrick por mim, Jay. — Dessa vez algumas lágrimas desceram por meu rosto.

— Eu vou. Eu te amo, Lexi — sussurou beijando a minha testa. — Volte logo para nós.

E por último veio Patrick que me abraçou com muita força mas não disse nada.

— Eu te amo, pequeno. Comporte-se.

Entrei no carro ouvindo os gritos da multidão. Consegui um vislumbre de Ethan e Kim no meio das pessoas. Não consegui ler o rosto de nenhum deles.

Quando cheguei ao aeroporto já haviam duas garotas lá, reconheci Emily Bishop e Aubrey Hens respectivamente de Bront e Noilen.

— Oi — saudei.

As duas sorriram para mim e Emily cochichou algo para Aubrey. Ela riu.

— Oi — respondeu Emily depois que Aubrey parou de rir.

É, aquela ia ser uma viagem difícil.

Peguei o meu pequeno tocador de músicas, uma coisa muito antiga que minha família tinha desde muito antes da terceira guerra mundial, e deixei tocar as músicas que estavam lá para me acalmar.

O pequeno aparelho era muito velho porém extremamente bem conservado. Na verdade ele tinha passado por algumas reformas, mas as músicas eram as mesmas de quando nosso país era os Estados Unidos da América, a maior potência do mundo.

O piloto também chegou alguns instantes antes de mim e anunciou que estávamos prontos para partir.

As duas garotas se jogaram imediatamente em uma conversa super animada sobre o castelo e a coroa pude ouvir os nomes de algumas Selecionadas por cima da música e me perguntei se estavam discutindo as chances de vencê-las.

Revirei mentalmente os olhos quando captei o meu nome. Provavelmente elas achavam que eu não ia durar uma semana. Eu concordava.

Quando estávamos próximos a Angeles eu olhei um pouco pela janela, a cidade era realmente bonita. Pude perceber exatamente porque era chamada de Cidade dos Anjos.

Quando descemos no aeroporto de Angeles, tive certeza que ia desmaiar. Haviam pelo menos duas mil pessoas ali.

As garotas sorriram de maneira afetada e começaram a distribuir autógrafos, conversar e tirar fotos com as pessoas.

Me lembrei de uma coisa que a sra Steelway havia dito sobre como a rainha America havia demorado quase uma hora para sair do terminal. Aparentemente aquela era a jogada daquelas garotas.

A única coisa que eu fiz realmente além de acenar foi entregar a minha gardênia (que por algum motivo estranho ainda estava linda e viçosa) para uma garota de cerca de doze anos que estava com um cartaz enorme com o meu rosto e as palavras “Red Lips arrasa!”. Red Lips era o nome da minha banda e eu fiquei muito tocada com aquele gesto.

Senti um aperto no coração ao pensar naquilo. Embora Kim e Ethan tenha me dado todo o apoio possível eu tinha certeza que eles se ressentiam por eu ter saído da banda — mesmo contra a minha vontade — no momento em que estávamos fazendo mais sucesso. De repente as expressões deles na despedida fizeram sentido.


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