Uma nova princesa para uma nova Illéa escrita por Snow Girl


Capítulo 22
Incondicional


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penúltimo capítulo antes de eu provavelmente ser morta, então vou deixar aqui registrado o quanto amo vocês



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Quando acordei havia muita luz no quarto, a janela estava aberta e minhas criadas já estavam no quarto, arrumando-o.

Olhei meio confusa para oa cena à minha frente e para o relógio do lado da cama. Já passava das nove da manhã.

— Bom dia — me espreguicei.

— Senhorita, é bom ver seus olhos abertos — sorriu Diana.

— Vocês deveriam ter me acordado para o café — falei meio grogue.

— O príncipe nos deu ordens expressas de não acordá-la — se desculpou. — A senhorita precisa descansar depois do ocorrido…

— Eu não fui abusada nem sequestrada. Posso perfeitamente participar das atividades diárias.

Elas não pareceram felizes com a minha determinação.

Esse povo do palácio achava que eu era de açúcar, só pode.

Depois de me aprontarem (reclamando sem parar sobre como eu deveria estar descansando), as meninas deixaram que eu descesse.

A primeira coisa que eu reparei quando cheguei ao Salão das Mulheres é que havia menos meninas ali.

Sentei entre Beatrice e Pietra.

— O que eu perdi?

— Cinco eliminadas— disse-me Beatrice com uma voz abafada de velório. — Como você se sente?

— Parem de perguntar isso, não é como se eu tivesse morrido e voltado à vida.

— Caleb ficou muito preocupado — sua voz estava um pouco resignada. — Estava completamente fora do ar ontem, esteve loucamente preocupado no dia em que você sumiu.

— Ele estava desesperado — concordou Pietra.

— Ele também estaria assim se fosse com qualquer uma das outras — tentei soar desinteressada, mas o meu coração parecia que tinha entrado no sol, todo iluminado que ficou com as palavras delas.

Pietra ergueu uma sobrancelha.

— Você acha? Pois eu digo que ele está apaixonado por você.

— Sim, é por isso que essa competição ainda está acontecendo: porque ele se apaixonou por mim — falei cheia de sarcasmo.

— Não se menospreze. Todas nós queremos estar com ele e Caleb passa o tempo todo com vocês duas — disse Pietra alternando o olhar entre eu e Beatrice. — Acho que por ele nós todas seríamos eliminadas e só restaria vocês duas aqui.

Eu quase ri, apesar do tom dela não ser nada engraçado.

— Ah tá.

Beatrice sacudiu a cabeça.

— Todas nós estamos aqui por Caleb. Eu estou sendo eu mesma se ele gosta mais de mim, só posso ficar feliz. Eu realmente gosto que ele passe muito tempo comigo. Isso prova que eu vou permanecer muito tempo por aqui — sua voz estava muito determinada, no fim do seu pequeno discurso ela estava quase radiante de orgulho.

Pela primeira vez eu me senti de verdade em uma competição. Sempre tive as duas como amigas, mas naquele momento me perguntei se não era apenas conveniência.

A quanto tempo estávamos ali? Três semanas? E tudo estava desmoronando a meu redor como um castelo de areia. Como ficaria quando o número diminuísse ainda mais?

Antes que qualquer uma pudesse dizer alguma coisa a porta foi aberta por Maryse (essa mulher parecia pressentir brigas!) com uma expressão séria.

— Senhoritas, como vocês bem sabem faltam poucos dias para o Natal. A rainha America sabe o quão triste é passar essa data longe da família e por isso nós queremos que vocês chamem suas famílias para passar as festas aqui no palácio com vocês — ela olhou para cada uma de nós individualmente pesando o efeito de suas palavras.— Devido ao alto número de Selecionadas, limitamos o número de convites a dois por pessoa, podem chamar quem quiser, mas o palácio espera por seus pais.

Todas nós gritamos ao mesmo tempo.

Maryse continuou, elevando ligeiramente a voz fazendo uma careta para esse comportamento indigno à uma dama.

— Escrevam cartas convidando-os. Rápido!

Todas saímos o mais rápido possível sem correr. Os guardas que estavam patrulhando aquela área pareceram muito surpresos com a debandada em massa.

— Será que tem uma barata lá dentro? — ouvi um deles perguntando para o colega.

Pela primeira vez amaldiçoei o fato de o meu quarto ser o último do corredor.

Entrei como um raio lá dentro.

— Senhorita está tudo bem?

— Claro! — quase gritei. — Minha família vai vir aqui.

As três riram.

— Já sabíamos disso — Diana revelou. — Vai estar uma bagunça aqui com suas famílias, porém compensa.

— E vocês não podiam me falar nada? Eu estava quase me desesperando de saudade antecipada pra nada?

Elas riram.

— Iria estragar a surpresa! — Marcie pareceu falsamente magoada.

Bufei de brincadeira.

— Odeio surpresas por isso.

Sentei-me diante da escrivaninha pensando sobre qual o melhor jeito de

começar.

Depois de uns dois minutos mordendo a tampa da caneta rabisquei um bilhete.

Querido Jay,

Sei que as coisas são loucas para nós nos últimos dias, mas as famílias das Selecionadas poderão vir aqui no Natal eu quero muito que você e Patrick venham até aqui por mim.

Sinto tanto a sua falta, quero conversar como nos velhos tempo.

Mande beijos para seus pais, Ethan e Kim.

Te vejo logo, espero.

– Lexi.

Entreguei o bilhete para Maryse, ela me olhou meio desconfiada por ele ser muito curto.

Assim que todas entregaram seus convites percebi que havia uma pessoa sumida ali: Pietra. Será que ela estava no quarto? Eu queria conversar com ela e pôr tudo em pratos limpos, mas se ela estava com Caleb eu só iria fazer papel de idiota procurando-a.

Deixei para lá. Haveria tempo para isso mais tarde, ela não podia ficar o dia todo fora, podia?

Descobri que sim, ela podia. Só voltei a vê-la no jantar, conversando animadamente com Caleb.

Caleb apareceu aquela noite exatamente às onze, com seu sorriso tímido no rosto preocupado.

Sem uma palavra ele pegou minhas mãos, entrelaçando nossos dedos na altura do peito. Por alguma razão aquele gesto significou muito para mim.

— Como você está?

— Ótima, Caleb. Você poderia, por obséquio, parar de se preocupar?

— Desculpe, mas não posso!

— Não é como se eles tivessem tentado me matar ou coisa parecida. Acho que o guarda que me levou precisou ajudar os outros ou teve o caminho impedido, sei lá.

Embora eu ainda não soubesse o que diabo foi aquilo que acertou a minha testa, os rebeldes tinha me tratado bem. Bom, Henry e Lynn, pelo menos.

— Eu fiquei muito assustado. Só de pensar que podia te perder… foi inimaginável. Não quero que você fique longe de mim.

Sorri tentando amenizar o clima.

— Por mim, você terá que me aturar por muito tempo.

— Por mim também. Muito e muito tempo.

— Aposto que você diz isso para todas — fiz bico.

— Você perdeu a aposta — disse sorrindo e puxando-me para seus braços. Naquele momento os quase 30 centímetros de diferença entre nós ficaram muito claros, minha cabeça estava encostada confortavelmente em seu peito e Caleb afagava meu cabelo com a delicadeza de uma pluma.

Era em momentos como esse que eu queria que o tempo parasse: quando eu estava completamente em paz com o mundo nos braços de Caleb.


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