A Imperatriz escrita por Skye Holmes


Capítulo 1
Capítulo 1 - Aston Academy, Sheffield.


Notas iniciais do capítulo

Escolhi a Inglaterra porque já morei 6 meses lá e pretendo voltar *-*
Passei por lugares lindooos e espero poder colocá-los todos aqui! Espero que gostem, galera!



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Sempre da mesma forma, com o mesmo desfecho. Primeiro aquela luz amarelada tomando conta da minha visão, depois o som de vidros sendo espatifados e gritos estridentes.

– Lise!

Acordo suada e ofegante. Percebo que minhas mãos agarravam o lençol com tanta força que elas se encontravam mais pálidas do que já eram.

– Lise! Você precisa sempre chegar atrasada nos primeiros dias de aula? Que saco garota, se levanta daí.

E essa é a doce voz da minha simpática irmã, Layla. Quando não me acorda com o seu humor estático e berrante, me vêm com beijos e abraços. Geralmente depende de quantas brigas ela teve com o seu patético namorado no dia anterior.
Levanto da cama e sofro o habitual choque térmico quando ponho os pés no chão gélido do meu quarto. Como eu consigo suar em um ambiente desse jeito?
Tomo um banho frio e termino de me arrumar. Olho para o relógio em cima da cabeceira de madeira e não me surpreendo de estar definitivamente atrasada para aula.
Desço as escadas e dou de cara com o rosto furioso de Layla.

– Qual o seu problema com despertadores? – Ela pergunta me atirando um olhar feroz.

– Eles não berram tão elegantemente o meu nome – Sorrio, deixando um beijo em sua face.

Saio de casa com Layla esbravejando nas minhas costas e soltando alguns pequenos palavrões. Certo. Eu reconheço a minha falta de pontualidade frequente, mas não é algo que está realmente sob o meu controle.
No caminho do colégio, que não é tão longe da minha casa, era sempre bem arborizado. Parques, jardins e mais parques. Sheffield, não é lá uma cidade grande como Londres ou Birmingham. Também não tão pequena o suficiente pra conhecer a vizinhança inteira. Sheffield é meio termo. Casinhas iguaizinhas, coladinhas com chaminés e jardins na área dos fundos, como na maioria das cidades inglesas.
Era inverno, na rua as pessoas saíam super agasalhadas, luvas, capuz, botas e sobretudos. Sempre achei um exagero. Não faz tão frio assim como elas dizem. Mas chove um bocado.

Assim que chego à escola, Aston Academy, os corredores estão quase vazios e o silêncio reina entre aquelas estreitas paredes. Paro em frente á porta da sala de aula. Respiro fundo. Meu novo e último ano. Último. Aproveito a felicidade que esse pensamento trouxe consigo para formar um sorriso em meu rosto e abrir a porta da sala.
Todos os rostos conhecidos e desconhecidos me encaram. Mesmo não sendo nada engraçado, é exatamente nessas horas que me vem a vontade de rir. Embora, uma risada não seria nem um pouco compatível com os olhares de dó que me seguiam até eu sentar na carteira.

– Que entrada triunfal! Nem o diretor recebe tanta atenção assim, garota – Amy cochicha atrás de mim. Abafo uma risada e olho para trás.

Amy Crawford, vulgo M, é minha amiga. Não considero a melhor porque ela é a única, não há outra com quem comparar. Hoje, seus cachos loiros estão presos em um coque e seus braços parecem ter mais pulseiras coloridas do que no ano passado.
O professor de história, Roger, me fitou rapidamente, engoliu em seco e continuou a se apresentar aos novatos. Sua aula finalmente começa e junto a ela o clima enfadonho de sempre. Olhei para os lados, reconhecendo a maioria dos antigos alunos. Sam retribuiu o meu olhar assim que chegou nele. Ele sorriu e acenou. Senti uma pontada forte no meu estômago. Eu sorri e acenei de volta mecanicamente. Dei um pulo assim que minha carteira foi chutada com violência. Olhei para trás e vi Amy escrever algo no caderno e depois o levantou para mim. Tinha “CILADA” em letras garranchadas.
Sam Evans é um menino bom com uma ex-namorada má, que o deixou mesmo ainda tendo sentimentos por ele. Fragmentos, mas inegavelmente ainda existiam.
Quando a aula acabou e o professor se retirou, a sala se assemelhava mais á um zoológico do que um ambiente estudantil. Guinchos de meninas apontando uma para o sapato da outra, garotos se esmurrando sem motivo algum e... Alguém trouxera um banjo para sala de aula!
Arregalo os olhos para M, mas ela apenas deu de ombros.

– Nada mais me surpreende. Agora, o que foi aquela troca de sorrisos com o Sam? Vocês voltaram?

– Não! Eu só não consegui ignorá-lo na hora.

Ela franziu a testa – Você tem o ignorado muito bem nesses últimos meses, sabe?

Isso é verdade. Depois que eu terminei com ele, tentei ao máximo evitar diálogos entre nós. Sam aceitou bem, mas M dissera que isso só aconteceu porque ele acreditava que eu estava passando apenas por uma fase, posteriormente quando acabasse nós voltaríamos tão bem quanto antes. Eu o vi com muitas garotas ultimamente, mas ele nunca deixou de tentar falar comigo. Ou nunca deixou de acenar quando eu passava nos corredores. Nunca, de fato, me excluiu da vida dele.

– Sei, por isso mesmo. Depois de todo esse tempo, acho que já poderíamos tentar uma amizade – Disse evitando o olhar fuzilador dela.

Outra verdade é que: Eu sinto falta das conversas, do jeito que elas fluíam tão bem, e até da mania que ele tinha de enrolar meu cabelo em seu dedo e depois soltar por enquanto que eu falava. Porém, reatar meu namoro com Sam não está – E talvez nunca esteja – nos meus planos.

–Você quem sabe, Lis – Amy diz me acordando do meu devaneio – Só não lhe dê falsas esperanças, não acho que ele superou completamente.

Ela pausa, olhando para os próprios pés, depois levanta a cabeça e encara algo mais no fundo da sal.

– O QUE É AQUILO?

Antes de seguir o seu olhar, imaginei o que seria tão bizarro o suficiente para surpreendê-la dessa forma.
Só vi um garoto sentado no fundo da sala com fones de ouvido parecendo-me que estava longe daquela sala de aula. Talvez até da terra. Olhei para vê se ele estava usando calças. Ele me parecia normal como tudo em sua volta.

– O que foi? Pra o que você está olhando? – Perguntei agoniada.

– Você não esta vendo aquele ser perfeitamente divino sentado bem ali? – Os olhos da Amy estavam saltados, como nunca estiveram antes.

Olhei novamente para ele. O garoto é mesmo muito bonito. Mas tinha uma expressão tão impassível no rosto, e ainda mais sentado encostado na parede do fundo da sala, com o olhar igualmente distante. Não me impressiona que eu não tenha notado de primeira o quanto era bonito. Ele tinha uma pele clara, porém os cabelos eram bastante negros, seus olhos azuis de miosótis foi o que mais me chamou a atenção. É até estranho. Meninos com metade daquela beleza fazem de tudo para chamar atenção.

– Está vendo, não está? Ou é uma miragem da minha cabeça sedenta por homens daquele tipo?

– Ele é real, M. Bem real.

Ela exclamou aliviada. Algumas meninas pareciam já tê-lo visto porque não paravam de lhe lançar olhares e dar risinhos.

– Mas espera aí. E Zac? Seu namorado...

– Já ouvi falar de vários triângulos amorosos que deram certo.


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Notas finais do capítulo

Amy é mei locona gente, não liguem.

Comentem se gostaram ♥



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