PDV Bella

— ABORTAR. ABORTAR. A VADIA TROUXE REFORÇOS — Eu franzo a testa sem entender. Os olhos de Aro brilham em fúria.

— O que você fez? — ele diz me encarando com muita raiva.

Eu não o respondo. Ninguém sabia que eu viria. Logo percebo barulho de tiros do lado de fora.

E Emmett aparece em meu campo de visão.

— Ah sua vadia. O que você fez? — Aro pergunta mirando a arma em mim. — Não chegue perto Sr. McCarthy ou eu atiro nessa diaba. Largue suas armas.

Quem ele pensa que é pra me ameaçar? Emmett levanta as mãos em sinal de rendição e com calma estende suas armas. Reviro os olhos e corro em direção a Aro que começa a atirar, mas eu desvio dos tiros. Quando estou quase perto dele, um de seus capangas se põe em sua frente e eu passo a brigar com ele.

Pelo canto de minha visão, vejo Emmett lutar com mais dois. Ele é bom.

Mas que porra. Como ele descobriu?

Deixo dois capangas inconsciente, pronta para partir pra outros capangas, quando Aro atira pra cima e todos páramos.

— Chega. Que palhaçada. Você vai vir comigo sua vadia, senão eu atiro em seu amiguinho, ta me ouvindo?

— Aro, precisamos ir. Agora. — Marcus aparece com Caius. — A Interpol, a SWAT, a NASA.

— Não, não. Eu não vou te levar. Eu vou te matar. — Aro diz mirando o revólver para mim.

Levamos um susto ao ver o lugar sendo invadido pelos membros das organizações secretas que passam a imobilizar os capangas de Aro. Caius e Marcus gritam com Aro que os ignora e por fim fogem largando Aro.

Ouço barulhos de mais tiros. Aro aponta a arma para Emmett e atira.

— Não — eu grito ao ver Emmett caindo no chão.

Quero ir até ele,mas de alguma forma eu paraliso. Não tenho nenhuma ação. Apenas paraliso.

Vejo Aro apontado para mim, mas no momento exato vejo Charlie se jogar em minha frente e cair no chão com vários tiros no peito.

Tudo isso aconteceu em segundos, que eu não tive tempo nem de tomar uma ação.

Aro também foge ao ver que a situação está ficando crítica.

Vejo o lugar ser tomado por membros das agências e paramédicos entram indo ao encontro de Emmett.

Desesperada eu me agacho ao lado do corpo do meu pai, pegando sua cabeça e o abraçando.

— Não, não, não, não, não — eu digo sem acreditar — Pai. Socorro. Alguém ajuda

— Bella — vejo Edward chegar ao meu lado com o olhar aterrorizado, verificando a pulsação dele. E logo após balançando a cabeça negativamente.

— Ele morreu, Edward. Ele salvou minha vida. Mas ele morreu. Isso foi culpa do Aro.

Paramédicos também vem em nossa direção para cuidar do Charlie.

Sinto uma fúria enlouquecedora crescer dentro de mim.

— Hey. Olha pra mim, Bella.

— Cadê o Carlisle? — eu pergunto e me assusto com o tom de voz que soa.

— Está seguro. Os médicos estão o examinando. — diz Edward.

Eu levanto largando meu pai no chão e vou para o lado de fora do galpão.

— Bella espera. — escuto Edward correndo atrás de mim.

— Emmet, você ta bem? — pergunto a ele que está deitado numa maca com tiros no ombro.

— Sim, vou ficar bem. — ele diz com uma careta.

— Onde está o agente Carlisle? — pergunto virando para o paramédico que me olha temeroso. Qual é.

— Você não era espanhola? — ele sussurra.

— Vou ter que perguntar de novo? — digo dando um passo em sua direção.

— Se for aquele esquelético, já foi levado ao hospital. Ele precisava de muitos cuidados que só um hospital poderia dar. — ele me responde dando um passo para trás. Maricas.

Aceno a cabeça e olho para Emmet.

— Onde está sua moto? — pergunto

— Está logo ali. Porque? — ele diz apontando para o lado.

Eu nada digo, apenas puxo as chaves do seu bolso e marcho até a moto dele.

— Bella o que você vai fazer? — Emmet grita.

— Bella, espera — Edward soa firme e agarra meu cotovelo. Eu puxo rudemente meu braço de volta e olho para ele com desprezo, com fúria.

Ele dá um passo para trás ao notar meu olhar.

— Eu acabei de perder novamente o meu pai. Se eu perder o Emmett também, eu... Eu não estou em posição de perder mais ninguém. O Aro não vai parar até que alguém o detenha. Eu vou fazer isso — engulo a seco — Não se meta no meu caminho — eu digo incrivelmente baixo e volto a seguir em direção a moto. Ao passar ao lado de um oficial, puxo seu revólver calibre 38 e de outro oficial pego uma G18. Enfio elas no cós da minha calça. Nenhum dos dois percebem.

Babacas!

Monto na MV Agusta F4 CC 1080 do Emmett e arranco. Indo de 0 km á 150 num tapa.

Sinto meus cabelos voando, e a medida que a moto avança, sinto ainda mais a fúria me corroer por dentro.

Vejo os carros da SWAT logo a frente, e mais na frente ainda vejo dois carros. Provavelmente Aro está em um e Caius e Marcus em outro.

Acelero mais ainda, sentindo o motor rugir embaixo de mim. Ultrapasso os carros da SWAT. Que lerdos. Eles queriam pegar os doentes desse jeito?

Quando estou perto o suficiente, pareio a moto com um dos carros e percebo que é Caius e Marcus que estão nele, tentando a todo custo forçar mais ainda o carro. Eu me afasto pego a G18 e atiro nos pneus fazendo os carros rodopiar na pista.

Desacelero e os carros da SWAT também desacelera. Quando eles saem eu grito.

— Tenga cuidado de estos dos. Aro es mío. ( Cuidem desses dois. O Aro é meu)

Não espero a resposta deles e logo volto a acelerar atrás do Aro. Logo vejo o carro dele descontrolado a minha frente.

Ainda com a G18 dou um único tiro certeiro no pneu que faz com que o carro capote.

Freio bruscamente rodopiando a moto. Coloco o revólver de novo no cós da calça. Quando o carro do Aro pára de capotar, eu desço da moto e deixando a raiva tomar conta de mim eu marcho, pisando duro em direção a onde o carro parou.

Chego do lado do motorista, abro a porta e vejo Aro gemendo de dor, com um corte no supercílio e visivelmente tonto.

— Usted no va a morir. Sin embargo. ( Você não vai morrer. Ainda)

Eu o agarro pelo colarinho e o arrasto para longe do carro que pode explodir a qualquer momento. Caminho um pouco com o fogo da raiva ainda me consumindo e o largo rudemente no chão, logo lhe desferindo um soco tão forte que quebra-lhe o nariz. Ele urra de dor.

Esto fue para mi país, los Estados Unidos. ( Isso foi pelo meus país, os Estados Unidos)

Pego um de seus braços e giro, os quebrando.

—Esto era, con los padres de Edward. (Isso foi pelos pais do Edward)

Ele cai de lado gritando mais ainda.

— Para, por favor. Para. — ele súplica levantando uma mão. Eu não sinto compaixão. Pelo contrário. Sinto mais raiva.

Ando até seu lado e me agacho ficando de sua altura e o encarando.

— Stop? Estoy empezando a cabo, bastardo. (Parar? Eu só estou começando, seu desgraçado.)

E lhe dou socos na cara que lhe corta os supercílio.

—Esa fue la promesa que le hice a Jane y que casi me hizo romper. ( Isso foi pela promessa que fiz a Jane e você quase me fez quebrar.)

Eu levanto e lhe dou um chute nas costelas e lhe desfiro outro soco.

— Eso fue para mi madre. ( Isso foi por minha mãe).

Ando em sua volta, ele caído no chão gritando de dor. Aquele som era música para meus ouvidos. Finalmente ele estava tendo o que merecia.

Lhe chuto novamente nas costas e ele se encolhe.

—Eso fue por lo que acabas de Emmett. (Isso foi pelo que você acabou de fazer ao Emmett.)

Puxo seus cabelos lhe dou uma joelhada na cara.

— Este fue, de Carlisle. ( Este foi por Carlisle)

Eu chego perto dele e piso em sua perna, fazendo força a medida que falo.

—Y fue por matar a mi padre. ( E isso, foi por ter matado meu pai.) — e assim piso com força quebrando sua perna.

Aro grita de dor e eu caminho um pouco para longe dele. Pego o revólver calibre 38 e miro para o Aro.

Ele geme no chão e eu o encaro, me forçando a reviver cada sofrimento proveniente dele. Eu destravo o revólver e quando estou prestes a atirar ouço um grito.

— Bella, não. — essa voz. Edward. — Não faça isso. Você não é ele. Pensa. Pensa bem.

— Ele é o culpado, Edward. De tudo. Você não percebe? — eu falo ainda encarando aquele ser.

— Não precisa ser assim, Bella.

— Sim Edward. Precisa.

Eu destravo a arma e Aro me olha.

— Eso es para mí. ( Isso é por mim) — eu sussurro e aperto o gatilho.

–--*---*---

Continuo olhando para Aro caído, e ouço Edward suspirar. Ele caminha até Aro e verifica sua pulsação. E olhando para mim ainda agachado ele diz:

— Ele está vivo..

Eu largo o revólver no chão, olhando letárgica para Edward.

— Eu sei. Atirei em seu ombro. Ele vai ficar bem.

Edward levanta e caminha lentamente ate mim. Para em minha frente, olha nos meus olhos e diz:

— E você? Vai ficar bem?

Quando eu desvio o olhar de Edward, vejo um brilho atrás dele. Um brilho de revólver se mexendo. Percebo que é Aro com seu revólver mirando em Edward.

E tudo acontece muito rápido. Eu grito não ao mesmo tempo em que empurro Edward me pondo em sua frente. Aro atira e Edward pega o revólver que eu larguei no chão descarregando ele em Aro que cai definitivamente no chão.

— Você ta bem? — Edward pergunta virando para mim.

Sinto uma dor horrível no meu abdômen e levo minha mão até lá, vendo que estou sagrando. Olha para Edward que arregala os olhos. Vejo minha visão começar a embaçar, a audição ficando longe e Edward me pegando nos braços antes que eu atinja o chão.

— Bella, Bella. Meu amor. Não não.

Sinto ele me sacudir.

— Não ouse Isabella Swan. Não ouse me deixar.

Eu to cansada. Muito cansada. E quero dormi. Aquele era meu fim?

Oh meu Deus. Edward. Edward

— Edward - eu sussurro.

Não posso partir. Não posso. Consigo ver somente o rosto de Edward acima do meu.

Foi como encontrar um anjo no inferno.

Ele acaricia meu rosto. E me forço a dizer minhas últimas palavras.

— Eu te amo Edward Cullen.

Ele começa a chorar.

— Eu te amo, Bella. Te amo muito.

Eu sorrio debilmente. Quantas vezes sonhei ouvir isso?

— Não me deixa. Não me deixa. Eu te amo. Não me deixa.

Eu quero dizer a ele que vai ficar tudo bem. Que ele vai ficar bem. Mas eu não encontro forças.

Apenas deixo a escuridão me levar.