PDV Bella

Sabe, tem um limite de dor que um homem consegue aguentar.

E eu vi que aquele limite havia chegado para Edward. Ele ainda soluçava em meus braços e a chuva não dava trégua.

Acariciei os cabelos dele querendo de alguma forma tomar aquela dor dele para mim.

– Edward - falei encostando meus labios em sua orelha. - Nós precisamos sair daqui. Não quero que você pegue uma hiportemia. - ele nada disse, apenas continuou em meus braços e eu calmamente tomei a iniciativa de levantar e leva-lo comigo.

Assim que levantamos, ele deu uma última olhada para o túmulo da Jane ainda com olhos cheio de lágrimas e vermelhos e eu o puxei para fora do cemitério.

Vi o carro dele estacionado e fui direção puxando Edward e pegando a chave do seu bolso da calça. Coloquei ele no banco do carona e entrei no lado do motorista. Assim que entrei encarei Edward que estava com os cabelos e a roupa encharcada da água da chuva, os olhos fixos na entrada do cemitério e as lágrimas ainda caiam de seus olhos.

Eu não podia leva-lo para casa que ele morava com a Jane. Seria como infrigir mais dor ainda nele.

– Hotel? - sussurrei para ele que ainda encarava o cemitério.

– Chateau Marmont - ele sussurrou o nome do hotel e estendeu a chave que eu deduzir ser do quarto.

Suspirei pegando a chave de sua mão e colocando no GPS o hotel. Eu não sabia onde ficava e Edward estava perdido demais para me guiar.

Durante o trajeto ele ficou com os olhos fixos na janela e ainda chorava. Eu realmente estava começando a me desequilíbrar por ve-lo daquele jeito. Pousei minha mão direita em sua perna e apertei levemente e senti ele estremecer sob meu toque, mas ainda assim continuou com olhos na janela.

Ao lembrar do que havia acontecido comigo na noite passada, com meu pai...vivo, eu temi não ser forte por Edward. Eu podia fazer aquilo, podia engolir a culpa por Jasper que me corroia, a mágoa com Emmet, Rose e agora meu pai, e o sumiço do Carlisle. Vendo o estado do Edward, eu conseguir. Eu conseguiria ser forte. Por Edward. Respirei fundo e continuei a dirigir em direção ao hotel.

No hotel, seguir para o estacionamento no subsolo devido a chuva que caía e literalmente puxei Edward do carro e segui em direção ao elevador. Guiando-me pela plaquinha pendurada na chave, encontrei o quarto e entrei com Edward que fez menção de ir se sentar na poltrona que tinha numa espécie de ante-sala, eu me apressei em trancar a porta e pega-lo e levando-o ao banheiro.

– Você está todo molhado, Edward - falei e vi a mala dele cima de uma cadeira. - Você precisa de um banho e roupas secas.

Chegando no banheiro, ele encostou-se na pia e ficou com o olhar perdido. Ele não faria aquilo sozinho, ele não conseguiria.

E vendo aquele homem, ali na minha frente, tão impotente, tão derrotado, eu tive a certeza. Eu o amava. Eu amava aquele homem loucamente e faria de tudo para não deixa-lo se afundar.

Empurrando minhas lágrimas para longe, cautelosamente eu me aproximei dele e ficando em sua frente comecei a abrir os botões de sua camisa. Eu senti seus olhos sobre mim, mas eu não levantei meus olhos e ele nada disse. Assim que terminei com blusa, segui para sua calça, quando abrir o botão ele segurou minhas mãos e eu o encarei.

– O que está fazendo? - ele disse com voz mais baixa possível e quase não entendi o que ele dizia. Lá fora outro trovão ecoou me fazendo estremecer.

– Cuidando de você - eu simplesmente disse no mesmo tom baixo e levei uma de minhas mãos para seu rosto. Ele fechou os olhos assim que encostei nele - Por favor, Edward. Deixe-me fazer isso. Eu sei como é ficar impotente enquanto perde quem se ama. Sei como está sentindo. Então deixe-me ajuda-lo.

Ele assentiu e soltou minha mão. Eu o despi, mas deixei-o de cueca e o empurrei levemente em direção ao box. Liguei a água do chuveiro na opção que deixava a água quente e a medida que a água ia caindo nele, senti que ele relaxar minimamente. Ele fechou olhos quando toquei em seu tórax espalhando o sabonete e ouvi ele dizer baixinho:

– Eu a perdi, Bella. - e logo voltou a chorar - E eu não consigo tirar isso da cabeça nem por um momento. E dói, dói sempre que lembro. Eu queria esquecer. Porque sem tantas lembranças talvez não doesse tanto.

Eu senti que naquela hora, os muros que eu construí em minha volta, para me manter firme ameaçava cair, então eu o puxei para um abraço. Ambos estávamos molhados e eu sentia todo o seu corpo em contato com o meu. O dele quente pela água do chuveiro e o meu frio pela água da chuva. E ainda assim o apertei mais e mais em meus braços o ouvindo soluçar.

A dor dele, estava se tornando a minha. E eu queria fazer qualquer coisa que minimizasse a dor dele.

Ele se afastou o suficiente para olhar em meus olhos e lentamente e suavemente encostou seus lábios nos meus. Um selinho. O mais singelo dos beijos.

– Faça-me esquecer, Bella. Por favor. - ele sussurrou baixinho e me olhando daquele jeito que só ele sabe - Faça amor comigo - falou olhando em meus olhos e eu me senti amolecer em seus braços.

Eu queria fazer aquilo por ele. Eu queria tirar aquela dor dele. Mas eu não sabia como aquilo afetaria a gente. Não tínhamos conversado ainda. Ainda estavamos mal resolvidos, apesar de que mantivemos uma boa relação desde que tudo aconteceu. Me senti temerosa de me entregar a ele daquela forma. Eu não era virgem claro. Mas nunca, nunca havia feito amor com ninguém. Antes era só o carnal, o prazer. E ele fora claro quando disse que queria fazer amor comigo. Eu seria capaz de me entregar a ele de alma, corpo e coração?

Olhando fundo naqueles olhos verdes que me instigavam tanto eu decidi. Tudo em mim quer a mesma coisa: " escapar de mim e se tornar parte dele ". Então eu o beijo com todo o amor que eu tinha em mim.

E naquela momento, não havia o a gente do FBI, Viúva Negra, Aro, o Governo, meus pais, Rosalie e Emmet, os pais dele, Jane, Jasper. Não havia ninguém.

Apenas e puramente Isabella Swan e Edward Cullen.