Memórias escrita por sayuri1468


Capítulo 5
Capitulo 5




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Sherlock chegou à sua casa um pouco transtornado. Desde que James dissera aquela frase, seu coração não parou um único segundo. Molly estava apaixonada por ele? Isso era uma coisa boa ou assustadora? Ele não conseguia decidir, mas não podia negar que estava com medo. Molly era sua melhor amiga, e irmã de seu melhor amigo, os dois se conheciam desde pequenos, e ele sempre tivera um carinho muito grande pela menina, desde o momento em que a conhecera. Molly era meiga, inteligente, bondosa e decididamente uma boa pirata. Sherlock atirou seu material no sofá, estava confuso, não sabia o que pensar! Seria melhor se James nunca tivesse revelado a ele os sentimentos de Molly, assim tudo poderia continuar como estava!

– Problemas na escola? – perguntou Mycroft ao pé da porta da cozinha, observando a cena que se passava.

– Mycroft! – assustou-se o outro – Há quanto tempo está ai?

– Quer mesmo saber? – rebateu com seu sorriso sarcástico.

Sherlock o olhou com desprezo, pegou o material que havia jogado no sofá e preparou-se para irem direção ao seu quarto.

– Espere, Sherlock! – chamou Mycroft, fazendo o garoto dar meia volta.

– O que foi? – perguntou com visível má vontade.

– Está na hora de parar de brincar de estudante, meu querido irmão! O mundo de verdade está chamando!

– Do que está falando? – detestava quando o irmão falava por enigmas.

– Vamos pra Londres depois de amanhã! – informou – Tem um trabalho, no qual o governo pediu especificamente a minha ajuda, e você irá comigo!

– Quando voltamos? – perguntou indiferente.

– Não voltaremos mais, irmãozinho! Apesar de ter prometido pra mamãe que viríamos no natal!

Sherlock deixou o material que estava em suas mãos cair involuntariamente. Não voltariam? Mas e a festa de Molly?

– Eu não posso, Mycroft! Prometi a Molly que iria à festa dela! – justificou-se tentando não parecer suplicante.

– Sinto muito irmãozinho, mas eu te avisei desde o início para não se envolver! Você é um pequeno tubarão nesse mar de peixinhos, não pode se dar ao luxo de prender-se a eles!

Sherlock estava visivelmente desapontado. Mycroft apenas sorriu para ele e voltou para cozinha. O garoto correu escada acima, direto para seu quarto.

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Molly tirava as almofadas de cima da cama, enquanto Sherlock estava no banheiro, escovando os dentes.

– Molly! – ele começou ainda com a escova na boca, como se uma lembrança viesse de repente em sua cabeça.

– Que foi? – perguntou a garota já removendo o edredom.

Sherlock finalizou a escovação, lavou a boca e foi até o quarto.

– Por que James quis que você o apresentasse como seu namorado?

Molly sorriu meio sem-graça.

– Você sabe o motivo! – foi à resposta dela – além do mais, ele achou que você o reconheceria!

– Ele achou? – surpreendeu-se.

– Ehr, não! – corrigiu a legista – Mas eu tinha fé!

Os dois riram.

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Sherlock não conseguia pregar o olho. Sempre tivera dificuldades para dormir, mas agora era diferente. Como iria contar a Molly sem magoá-la? Lembrou-se do momento em que ela pedira para que ele dançasse com ela na festa. De como o rosto dela estava vermelho de vergonha e de como ela se iluminou após ele aceitar o pedido.

Enquanto arremessava seu travesseiro em um acesso de fúria pela sua impotência diante da situação, ele pode ouvir pequenas pedras batendo em sua janela. Sherlock correu para abri-la e viu James no quintal.

– O que faz aqui há essa hora? Aconteceu alguma coisa? – perguntou o rapaz.

– Me diga você, Sherlock! Aconteceu alguma coisa?

Sherlock pode notar os olhos zangados do amigo, e tom de voz com o qual respondeu mostrava um certo sarcasmo. Então ele entendeu: James sabia.

– Foi Tomás que te contou?

James confirmou.

– Quando ia contar a Molly? – perguntou com raiva e desapontamento.

– Só fiquei sabendo hoje à tarde, quando cheguei em casa! – informou o outro – Ainda não sei como contar a Molly!

– Por que raios você tem que ir? Deixe Mycroft ir na frente e v´á depois! Ele não vai morrer se te esperar!

Sherlock negou.

– Não posso desobedece-lo! É meu irmão mais velho!

– Já pensou em como Molly vai ficar?! Ela tem esperado muito por essa festa, principalmente por sua causa!

Sherlock sabia que James estava certo, mas não podia desobedecer Mycroft. Se ele fizesse algo errado, seu cargo como investigador policial iria embora tão rápido quanto veio. Afinal, o irmão era o manda-chuva da sessão de investigação.

– Sherlock, juro pra você, se você fizer Molly chorar, eu esqueço que você é meu melhor amigo e faço uma loucura!

O rapaz despertou de seus devaneios após ouvir a última frase do amigo. James sempre fora esquentadinho, mas Sherlock sabia que dessa vez ele estava falando sério. Ele havia esfaqueado o pai para protege-la e havia afogado Carl Perkins por zombar dela na aula de natação.

– Eu juro, eu queimo seu coração!

E dando esse último aviso, James sumiu rua afora e Sherlock ficou por mais um tempo encarando o vazio da noite, mais perdido do que antes.

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– Você nunca me perdoou, não é?!

Molly se levantou do travesseiro onde estava deitada e sentou-se para encarar Sherlock. Os dois estavam deitados na cama, com as luzes apagadas, aparentemente nenhum dos dois conseguia dormir.

– Do que está falando? – perguntou confusa.

– Sua festa de quinze anos! – explicou.

– O que aconteceu na festa não foi culpa sua!

– Mas eu não estava lá, como prometi que estaria!

– Também não foi culpa sua, Sherlock! Eu entendo que naquela época você estava muito preso ao seu irmão!

Sherlock sentou-se na cama também.

– Sei que isso foi o motivo decisivo para que James se vingasse de mim!

Molly permaneceu quieta, não sabia o que dizer, mas colocou uma de suas mãos sobre os ombros do detetive e o acariciou.

– Onde foi que as coisas desandaram Molly?! Onde foi que eu o perdi?

– Acho que ele sempre esteve perdido, Sherlock! – foi à resposta que ela deu.


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