As histórias da velha Nan alertavam, mas ele nunca havia se dado ao trabalho de preocupar-se com isso. Eles acreditavam, claro. Temiam. Imaginavam a época em que Azor Ahai havia caminhado por Westeros durante a Longa Noite, enfrentando os Caminhantes Brancos com sua espada flamejante, temperada com o sangue de sua amada esposa, Nissa Nissa.

Mas era tudo que eles faziam.

Acreditavam.

Temiam.

Imaginavam.

Mas não se preocupavam.

A vida era tão real que a possibilidade de magia havia morrido junto dos últimos dragões, sobrevivendo nas palavras da velha ama e buscando refúgio no imaginário infantil. A probabilidade de enfrentar criaturas como aquelas era impossível, diziam. Impensável.

Relegado e conformado com a Patrulha da Noite, Jon havia demorado a entender que as criaturas que se levantaram, com uma extrema força, pele branca e congelada e os olhos azuis, como se fossem cegos, eram os místicos Caminhantes Brancos.

Havia enfrentado um na câmara do Velho Urso, assistindo enquanto ele pegava fogo. Mas ainda parecia um evento isolado. Até aquele momento. Quando a noite chegou e por dias o sol recusou-se a aparecer, o bastardo de Winterfell soube que as histórias da velha Nan não eram apenas histórias, mas sua nova realidade.