Monomania escrita por nymeria


Capítulo 1
O Que Você Faz Pra Ser Feliz?


Notas iniciais do capítulo

Só algumas observações antes de publicar o primeiro capítulo:
— minha história começa no exato momento em que a Megan vai pra Califórnia. A partir daí ela vai seguir rumos diferentes dos da novela, até porque tô odiando bastante o que tão fazendo com a personagem da Isa. E provavelmente não vou colocar ela trabalhando na Marra, pelo menos não com tecnologia. Não acho que encaixa muito com a personalidade da personagem (deixa isso pro Davi).
— a Megan ainda vai ser maluquinha e atrevida, mas também quero mostrar um lado mais sensível e um pouco diferente dela. E sem tantas expressões em inglês, pfvr.
— Último aviso: vai demorar um pouco pra Davi e Megan se envolverem. Até mesmo pra ele começar a se apaixonar. Ele é cabeça-dura e a Megan tem que passar por um processo de amadurecimento. Mas tudo vai dar certo no final, eu prometo (diferentemente da Globo).Vamos lá!!



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(Apenas um encantamento)

Que saudades de San Francisco! Megan adorava a vibe que a cidade transmitia, o sentimento de pertencimento que lhe tomava assim que o avião aterrissava no San Francisco International Airport. Sabia que todos, inclusive seus pais, pensavam que ela só queria voltar para a Califórnia por causa das lojas de grife e de seus amigos celebridades, mas, na realidade, o que mais sentia falta era da sensação familiar de finalmente estar em casa.

Assim que conseguiu pegar suas malas em meio à horda de turistas que se amontoavam nas esteiras, escondida por um chapéu gigantesco e um óculos de sol Ray-Ban ainda maior, avistou o motorista que lhe esperava pra levá-la até a mansão do avô Jack Parker. Deu um aceno para alguns fotógrafos que teimavam em a reconhecer.

No interviews today, please, guys – disse enquanto adentrava no banco traseiro do carro, dando um sorriso amarelo. – I’m not in the mood.

Quando finalmente chegou na casa do avô, foi informada pela sua governanta, Clarissa, que ele estava dormindo, afinal, ainda era muito cedo e ele estava se recuperando de um derrame. Megan decidiu então passar algum tempo na sala de música que era de sua avó, o lugar que, quando ela era criança, era seu refúgio favorito de toda a casa.

Sentou-se na frente do piano de calda e pensou nos acontecimentos dos últimos dias. Será que aquilo era amor? Ela não tinha sentido tanta tristeza nem mesmo quando descobriu que Alex a estava usando para escrever seu mais novo livro, e daquela vez estava realmente envolvida em um relacionamento. Nem sequer tinha beijado decentemente o tal Davi Reis, que para ela sempre seria o misterioso Golias. Por que as palavras dele tinham machucado tanto?

Chegou a conclusão de que tudo isso era uma resposta à novidade de ser rejeitada. Sempre tivera todos os homens brigando por sua atenção, querendo um pouco de seu carinho. E Davi tinha sido diferente desde o início. Era isso, definitivamente. Apenas um encantamento, um feitiço que alguma bruxa traiçoeira tinha lançado pra tentar acabar com sua autoestima. Conseguiria esquecer Golias em poucos dias, tinha certeza.

O piano a sua frente chamou sua atenção. Há quanto tempo não tocava, sete, oito meses? Não conseguia se lembrar da última vez que tinha encarado o instrumento e tirado dele algum som. Lembrava-se das brigas que tivera com a mãe alguns anos atrás, quando decidiu abandonar as aulas de música que tinha diariamente. Não achava que passar três horas por dia enfurnada em uma sala com sua rígida professora e um piano combinava com sua mais nova imagem de bad girl.

E Megan não queria admitir, mas se arrependia um pouco das ações de sua versão de 15 anos. Nunca havia conseguido se sentir mais em paz do que nos momentos que tinha seus dedos tamborilando por aquelas teclas. Adorava as sessões de fotos nas revistas de moda, as baladas lotadas e seus drinks coloridos, tragar um cigarro enquanto tomava sol na frente da piscina, mas nada se igualava ao som de um piano.

Tentou um pouco receosa tocar as primeiras notas de sua sinfonia preferida de Gustav Mahler, tirando algumas de memória, mas foi interrompida pela porta sendo aberta por Clarissa.

– Seu avô acaba de me pedir o café da manhã – disse ela em inglês, fazendo um gesto para Megan acompanhá-la. – Venha fazer uma surpresa pra ele.

***

(Herdeira e celebridade)

– E essa carinha de tristeza, é por quê? – perguntou Jack Parker depois que já havia abraçado bastante a neta e listado as indicações que havia recebido do médico. – Heartbreak? Eu ainda tenho assistido o reality, minha querida.

– Esquece isso, grandpa. Você tem que se preocupar com o seu coração, não o meu.

– Megan, Megan – reprovou o avô. – Você é igualzinha sua mom. Vocês são frágeis, mas tentam guardar seus sentimentos. Isso não faz bem.

– Eu não guardo sentimento nenhum – Megan se deitou ao lado do avô e encarou o teto. – Grandpa, quando você soube o que queria fazer da vida? You know, sua profissão.

– Pensando em assumir os negócios da família, Megan Lily?

Megan refletiu sobre a pergunta do avô. Queria trabalhar na Parker? Ou na Marra? Não conseguia imaginar o que faria com sua vida além de ser uma herdeira e celebridade. Na verdade, ela nunca quis ser muito mais do que isso, mas a conversa que teve com Jonas há alguns dias ainda estava em sua cabeça. O pai a tratava como uma incapaz, a comparando todo o tempo com a sofrida e sweet Maya. Davi também parecia pensar nela como alguém fútil e sem muitos objetivos, que só prejudicava os que estão ao seu redor. Linda, mas típica garota-problema.

– Definitivamente não quero trabalhar com Jonas Marra, grandpa – respondeu friamente. – Eu só tava pensando que, na minha idade, mom já sabia que queria ser atriz há bastante tempo. Eu não sei o que eu quero. Eu sou boa em tudo e nada ao mesmo tempo.

Jack olhou Megan com a ternura e complacência que são tão característicos aos avós.

– Você ainda tem muito tempo, my dear. Mas eu fico feliz de saber que você está pensando sobre isso. Quem sabe alguns dias aqui em San Francisco vão te fazer bem? Volte a fazer o que te dá prazer, o que te faz feliz. Talvez no meio de tudo isso você descubra o que quer fazer no futuro.

O avô estava certo. Ficar se lamuriando não resolveria suas dúvidas e a angústia que decidira se instalar em algum lugar perto do seu estômago. Voltar a ser a Megan de sempre era seu principal objetivo. Tinha de fazer o que a fazia feliz, como Jack havia sugerido. Portanto, qual seria a primeira coisa a fazer assim que deixasse a casa do avô? COMPRAS. De preferência logo após aproveitar o alívio garantido por um bom cigarro. Afinal, a melhor cura para insegurança e um broken heart sempre foi novos pares de Louboutins e uma renovação no closet.


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Notas finais do capítulo

Ainda tem tanta coisa pra rolar, tô ansiosa. Já que a novela não tá agradando minhas expectativas, decidi fazer minha versão. Comentem, pfvr, digam o que gostaram ou não, o que vocês acham que vai ou deve rolar, enfim qlqr coisa!
PS. Reviews são melhores que um pote de sorvete de chocolate e flocos.