X’change escrita por Taty M


Capítulo 7
• Câncer... Maldita sorte de Câncer.




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Diferente do dia anterior onde a bebida de um, era de limão do outro de laranja, hoje ambas era sabor cola. Assim como poderiam apontar muitos traços de diferença, mas nem mesmo Kise tinha culpa, ainda que preferissem escolhê-lo para levar a pior.

Mas se encaravam de forma rígida, os seis presentes ali, sentados em um círculo como elo inquebrável.

Era uma situação absolutamente delicada, no outro dia todos teriam aula, treinos e a vida habitual retornava, isso PRECISAVA ser desfeito, não era opcional.

Entretanto nem mesmo o absoluto Akashi, que tinha pego a história pelas metades, conseguia pensar em algo plausível.

— Isso era quase mágico...

— Mas Akashi-kun, quando vi que vinha com Takao-kun e Kagami-kun, imaginei que teria uma solução.

— O esotérico do grupo é Shintarou, e ele não está em posição para auxiliar.

— Obrigado Akashi. — o mesmo mencionou, franzindo o cenho ao ver todos se preparando para comer algo.

Já tinha visto aquela cena acontecer, então apenas recolheu os braços, beber o liquido estranho com Kagami minutos atrás tinha sido o bastante.

— Não fique receoso Midorimacchi, é apenas salgadinho, de verdade, certifiquei. — o modelo distribuiu o alimento.

— Isso nem mesmo faz bem à saúde.

Aproveitou a deixa para se safar, já tinha que assistir Kagami devorar aquilo usando seu corpo, não precisava se dar ao trabalho de sentir também o gosto.

— Amanha temos aula e vamos torcer para que tudo tenha voltado ao normal, então o que acham de nos encontrarmos aqui após o colégio?

Assim que todos concordaram, Takao e Midorima trocaram um olhar antes de seguirem direções opostas, já que Midorima foi para um lado com Kuroko e Akashi, e Kise seguiu para a mesma rua que Kagami e Takao andavam.

— Midorima-kun. — Kuroko estava começando a se acostumar a se referir ao corpo de Kagami pelo nome de seu antigo companheiro, isso era um tanto bizarro. — Seria bom se comprasse algo agora no caminho, Kagami-kun sabe cozinhar e sei que você não.

Midorima sentiu-se ainda mais irritado. Queria ir para sua casa, o seu quarto ao invés daquele apartamento ridículo.

Tudo bem, não era tão ridículo assim, mas ainda assim não se sentia bem. Era como se fosse ficar só...

— Shintarou, se quiser podemos fazer companhia, não é Tetsuya?

— Akashi-kun, acho que não...

— Está tudo bem, espero mesmo que essa palhaçada acabe amanhã.

Ele recusou, sem contar que Kuroko claramente iria dispensar e Midorima não teria noção de como explicar que Akashi ficou na casa de Kagami sozinho com ele, que pessoa acreditaria em algo assim? Saco... Isso era mesmo uma imensa e ferrada, droga.

xx

— Ainda bem que você veio, eu me perderia duas ruas atrás.

— As chaves estão no seu bolso. — Takao murmurou.

— Oh, é verdade. Você entra, certo? Midorima fica aqui sozinho? Você sempre está...?

Tinham entrado na sala e Kagami sentia o rosto ficar vermelho, não sabia como continuar o assunto. Não sabia nem mais como chegar no quarto de Midorima, para que uma casa tão imensa?

— Os pais de Shin-chan estão viajando, a irmãzinha dele foi junto, e estou ficando aqui. Mas entrei para pegar minhas coisas, relaxa, só preciso ligar e avisar minha mãe que volto antes.

Kagami começava a entender, então os pais de Midorima viajaram e Takao estava fazendo companhia. “Companhia”. E Takao estava sem jeito de continuar ali por sua causa.

— Não precisa Takao, tenho certeza que amanhã isso estará resolvido, pode ficar, sem problema, só me mostre onde fica a cozinha.

Foi recepcionado por uma série de gargalhadas e frases do tipo “nunca imaginei ver Midorima cozinhando”, no fim, ele se retirou avisando que ia tomar banho e Kagami passou a cozinhar algo.

Tinha que admitir, Midorima merecia uns socos por não saber cozinhar!

Não quando se tinha uma cozinha como aquela, uma casa como aquela, ele era bem de vida, isso ficava claro já que cada vez aparecia com um apetrecho mais estranho que o outro, só que não esperava que era TÃO bem de vida assim.

Quando terminou, resolveu ir atrás do que devia ser o quarto de Midorima, lembrava da escada, contou umas portas e quando entrou, foi como estar num filme de princesas e aquele definitivamente NÃO era o quarto do jogador da Shutoku, já que era rosa e lilás demais, tinha brilho demais, bonecas de vários tamanhos e pelúcias de todos os filmes que Kagami assistiu nos últimos anos.

Contudo na porta meio aberta pouco mais a frente, escutava Takao resmungando uma música. Não queria espiar, era para ter entrado e avisado que o jantar estava pronto, inclusive foi o que fez, mas a reação dele o surpreendeu.

Ao murmurar em suas costas, Takao se virou depressa e Kagami se viu empurrado na parede. Então a boca do moreno estava sobre a sua, firme e ao mesmo tempo leve, se é que isso era possível. Foi só quando disse seu nome uma segunda vez que ele pareceu entender e arregalou os olhos.

— Me desculpe.

Não se afastou, não descolou. Até o tom de voz era irreconhecível para Kagami.

Estava nítido que Takao agiu por impulso, achando que era Midorima ali, afinal, o corpo era de Midorima, a voz igualmente.

Takao estava só de bermuda, com cabelos molhados e cheirava como alguém que tinha acabado de tomar banho, aquilo era atraente de várias formas e Kagami sabia que não deveria ser tão baixo.

Mas foi.

Enganava quem pensava que ele era um total idiota.

Suas mãos fecharam no quadril de Takao puxando-o para mais perto quando tomou a iniciativa do beijo novamente, os passos de ambos eram terrivelmente incertos enquanto chegavam até a cama, até finalmente acabarem jogados ali.

Takao sentia as mãos de Midorima, o cheiro dele, e o gosto, mas sabia que era Kagami.

Beijava de forma amadora, o tocava como um animal esfomeado, era como estar com duas pessoas na pele de uma, e na pele de quem ele amava.

Kagami sabia, que Takao sabia, que era ele. Não o estava enganando, só estava aproveitando a situação. Aquilo não prolongaria, não passaria de um amasso, não chegaria a tanto como ter a boca do moreno em seu corpo e isso Kagami sabia como era excelente.

Mas o jogador da Seirin compreendia também que Takao não levaria a culpa de uma infidelidade, ele estava sensibilizado assim como todos, estava desejando o namorado e tentava suprir isso, na realidade...

— Eu não quero você. — era doloroso pra Takao admitir isso olhando para o rosto de Midorima, ele o queria. Mas queria por completo.

— Eu sei.

Kagami murmurou se levantando da cama e indo para a cozinha, afinal era a coisa mais sensata a se fazer, fugir daquele quarto o mais rápido possível. Pelo menos até que sua cabeça voltasse a pensar.

A de cima.

Mas a única certeza que tinha era que Midorima era sim um maldito – filho da puta – fodidamente – sortudo.


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Notas finais do capítulo

Olá olá, galera já está certo o decorrer da fic e no próximo capítulo teremos uma reviravolta QQ (narração da globo), então, mas focando no babado, o que foi isso em Kagami e Takao? To de olho nessas saliências de vocês... hmm...
Mas nem culpo os rapazes :B

Enfim, espero que estejam curtindo, sintam-se à vontade para favoritar e se puderem comentar/criticar, ficarei feliz em ler! Mas o "se puderem" é porque sou fofa demais para pedir COMENTEM, certo? Q

Beijinhos ◕‿◕。