BARBARA

Eu não ia com a cara dela. Clara. Eu não gostava nada dela. Ela era filha de Poseidon. Acha mesmo que eu iria morrer de amores por uma filha de Poseidon como a Malu morria? Ela não estava lá na época.

FLASHBACK ON

Batalha.

Como sempre, eu fiquei defendendo o Acampamento. Quíron não me deixava lutar. Com os Stolls, a notícia. Luke, meu irmão, meu eterno herói, falecera. Todos disseram que ele se matou para conter Cronos e salvar o Olimpo. Se eu acreditei?

Não.

Nenhum pouco.

Me chamaram de louca. Maníaca. Psicopata. Mas alguma coisa cheirava mal naquela história.

[...]

Depois de um tempo trancada sem sair um minuto sequer do chalé, resolvi visitar Tony, meu amigo do chalé de Hefesto. Na caminhada até lá, todos olhavam estranho pra mim. Pareciam com medo. Como se soubessem de alguma coisa que eu não sabia.

Cruzei com Jackson no caminho, ele esbarrou em mim distraído.

– Olha por onde anda, desastrado!

– Eu salvei o Olimpo. Sabe com quem está falando?

Ele parecia mesmo um ser humilde movido à sabedoria?

– Sei, e muito bem. - respondi.

– Com quem? - Percy Jackson pensou que eu iria coloca-lo num pódio, e idolatrá-lo como um deus.

– Com um garoto egoísta e mimado, que só sabe se vangloriar de seus feitos "fabulosos".

O filho de Poseidon começou a ficar vermelho. Até conseguia ver a fumacinha que saía de seus ouvidos. Puxou aquela espadinha chinfrim dele que, segundos depois, pendia em um galho de árvore.

– Estressou, foi? - provoquei.

– Calada, Voncöuver!

– Ah, você sabe meu nome...

Ele pareceu se ligar do que havia dito, fechou a cara e falou:

– Sim.

– Ah, é, esqueci que você matou meu irmão.

– Ele mesmo se matou ao aceitar Cron...

As sombras da floresta que nos envolvia foram aumentando, vindo para nós, Atirei minha adaga nelas, elas pareceram fugir de minha arma de prata celestial.

– Shiu. Eu sei do seu planinho tosco. Eu sei que foi você que matou ele.

– MENTIRAS! - gritou ele, seus olhos brilharam em tom ameaçador.

– Se fosse mentira, você agiria assim?

Ele se calou.

– Tenho mais o que fazer do que ficar falando com gente como você. - e saí dali antes que ele recuperasse a espada.

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Cumprimentei Clarisse e lamentei por Silena sem tocar muito no assunto (e ainda as chamando de heroínas!), o que me garantiu nota "dez estrelinha" no quesito DETESTO-MAS-NÃO-MATO de La Rue.

Entrei no chalé 9 procurando por Tony.

– Aqui, Barbie! - ele chamou de detrás de algumas engenhocas, óleo e papéis. Fui até ele.

– Hey, Tony.

– Tudo certo?

– Acabei de tombar com o Jackson.

Ele arregalou os olhos.

– Você não fez o que estou pensando, né, Barbie?

– Dizer o que penso? - fixei o olhar em um mapa preso à parede dele. - Sim, fiz isso sim.

Ele bufou e revirou os olhos, largando a chave inglesa no chão com um ruído surdo.

– O que eu falei?

– Você ser um ano mais velho não me influencia em nada. - continuei parada em frente ao mapa. - Que lugar é esse?

Ele se levantou, tropeçando nas ferramentas.

– Não interessa! - e retirou a folha rapidamente antes que eu pudesse entender a legenda.

– Argh! - bufei.

Ficamos em silêncio e ele voltou ao... a... àquela coisa que ele fazia.

– Ton... sabe, eu estava vindo pra cá e todos me olhavam... estranho. - comecei - Sabe de algo que eu não sei?

Ele ficou em silêncio.

– Por favor, Ton. Você é meu melhor amigo no Camp.

Anthony me olhou.

– Uma profecia nova.

Gelei.

– E achamos... que é sobre você.