Pov. Jason

Eu sei que metade da população esta querendo me matar pelo que houve nos últimos dias. Mas veja bem, eu não pretendia que tudo isso acontecesse, muito menos ficar com aquela mulher, eu tava bêbado. E droga, eu não bebo!

Eu não sou seqüestrado! Eu não me Drogo! Eu não vou a festas agitadas! Eu não vou viajar pra las Vegas com amigos!

Definitivamente eles mudaram minha vida. Com eles eu me sinto numa montanha russa constante, uma hora ta tudo bem e na outra eu estou prestes a morrer. Eu não to reclamando eu gosto disso, ate porque eu era um bosta antes de conhecê-los, nem sabia o que era fazer besteiras e se sentir feliz com isso.

E quem diria que essa amizade surgiria de uma chantagem e uma longa semana na casa dos meus pais. To tão surpreso deles terem ido me salvar que quase não estava me importando com os xingamentos que eles faziam.

Eu disse quase...

–Você é um idiota. Da próxima vez que você tentar comer uma mulher, pede o RG dela, a ficha policial, os caralho a quatro. Qualquer coisa, só não faz agente ter que ir atrás de você de novo!! - Nicolas falou

–E colocar agente em perigo também. Pensa que da próxima vez vai ser mais seguro você ficar aonde ta. Porque se agente te salvar, vai ser pra nos mesmos te matar. Entendeu? - Tyler disse enfiando o dedo na minha cara.

–Ta certo, já entendi! - Falei erguendo as mãos em rendição.

Estávamos sentados no sofá discutindo esse breve momento há algumas horas. Cassie apareceu na sala com o cachorro nos braços e as garotas logo atrás dela.

–Agente precisa compra comida pra ele! - Ela avisou passando por nos e se sentando no braço do sofá.

–Acho que deveríamos resolver se vamos ou não ficar com ele! - Ryan disse.

–É claro que vamos ficar com ele! - Ela o apertou nos braços.

–Cassie, isso talvez não seja uma boa idéia. Roubamos o cachorro dos traficantes, eles podem estar atrás dele! - Ryan disse.

–Acho difícil, o coitado tava amarrado lá, com fome e com sede. Não vou deixar ele aqui Ryan! - Ela bateu o pé.

Quando fazia isso todo mundo sabia que não adiantava discutir com ela.

–Ta certo, o cachorro é nosso! - Tyler disse - Ele precisa de um nome.

–Ah eu já sei, que tal Robson? - Perguntei e todos eles me olharam - Que foi?

–Eu acho que ele merecia um nome melhor que esse. Um nome com estilo, que ajudasse ele a pegar as cachorras na rua. Que tal Mini Ryan? - Ryan disse animado.

–Eu sei que você reconhece a sua própria raça Ryan. Mais esse nome não vai rolar. - Cassie falou rindo.

–Eu gosto de Tico! - Katy disse

–Não vamos chamar o cachorro de Tico. Se for assim chama ele de Mike Tyson! Pra colocar moral - Sugeriu Nicolas.

–Luciano Smith! - Disse Cassie

–Eu não vou sair na rua chamando o cachorro de Luciano Smith! Meu Deus gente... - Lucy falou rindo.

Acreditem se quiser mais uma simples coisa que é achar um nome pro cachorro. Durou quase a noite inteira. Mas no fim decidimos!

Concordamos que essa viagem tem sido realmente louca e deveríamos deixar alguma lembrança. Que no caso será...

O Vegas! Pois é, o nome do cachorro vai ser Vegas! Com certeza vai ser mais estranho grita Vegas na rua, do que Luciano Smith!

...

Pov. Nicolas

Vegas era o novo integrante da turma. O mais bagunceiro e agora nosso aprendiz! Eu nem tava acreditando.

Apesar de tudo minha mente ainda estava meio bagunçada, pelas coisas que aconteceram hoje no resgate do Jason! Eu só conseguia pensar nisso.

Mais precisamente na Lucy. E queria morrer por admitir isso. Droga, aquela garota me odiava e eu a ela. Porque justo ela tinha que me deixar assim?

Eu não sabia por que mais aquele lance de "Você não presta" tava mexendo comigo. Será que eu sou tão ruim assim? Eu não posso ser um ser humano tão horrível assim. Tudo bem que eu não sou uma flor que se cheire, mas eu não devo ser tão horrível assim.

O assunto com o cachorro ainda rolava e eu vi Lucy sair do hotel sozinha sem falar com ninguém. Eu precisava ir atrás dela. E foi o que eu fiz.

–Vai sair? - Tyler perguntou quando me viu colocando uma blusa.

–Vou!

–Posso saber a aonde vai?

–Vou só dar uma volta! - Ele me olhou por segundos e não disse mais nada.

Quando sai do hotel era quase uma da manha. O que essa garota queria na rua essa hora? Acenei pro Gavin na portaria e fui a direção a saída. Ótimo. Onde ela deve ta agora?

Andei por alguns minutos até eu vê-la observando as águas do Bellagio. Aproximei-me sem ela perceber.

Ela já tinha tirado aquele vestido extravagante e usava uma roupa normal. Calça jeans, e blusa e o cabelo preso num coque. Observava o show das águas tão atenta que parecia não estar ali.

–O que ta fazendo aqui?

Ela sobressaltou e me encarou colocando a mão no peito.

–Ai meu Deus! Não faz isso!

Eu ri e ela revirou os olhos. Voltando a atenção ao Bellagio.

–Não me respondeu o que ta fazendo aqui há essa hora!

–Não que seja da sua conta, mas só vim andar. Pensar um pouco!

–Pensando em mim é? - Disse e ela me encarou.

O que eu nunca imaginei que ela fosse fazer ela fez. Lucy Walker corou!

–Claro que não. Não vou perde o meu tempo pensando em você Drew! Se liga.

–Aham! - Disse sem controlar a vontade de rir.

–E você ta fazendo o que aqui?

–Vim atrás de você Lucy. - Ela ergueu as sobrancelhas.

–Por quê?

–Porque, agente tem um assunto pra resolver!

–Não tem não! - Ela engoliu em seco.

–Ah tem sim. Agente não termino aquela conversa.

–Eu jurava que sim!

–Não. Você nem me respondeu ainda.

–Respondi o que? - Deu de ombros.

Respirei fundo passando as mãos nos cabelos enquanto ela me olhava. Lucy tinha uma facilidade extrema de me tirar do serio.

–Eu vou te matar Lucy!

–O que eu fiz? - Mordeu os lábios e por um momento eu perdi todo o rumo.

Foco Nicolas foco.

–Ta fugindo de mim. Do assunto, você não é burra! Então não se faz.

Ela respirou fundo e se sentou num banco a minha frente. Cruzou os braços e me encarou fez menção com as mão pra mim sentar mas eu preferi ficar de pé!

–Ta certo. O que você quer de mim? - Perguntou

Talvez, quem sabe... Você?

–Te provar que não sou um "Canalha" como você imagina...

–Eu não imagino, eu vejo!

–Serio não me interrompe! - Pedi e ela ergueu as mãos em rendição - A única coisa que eu quero é te provar que eu sou muito mais do que você imagina nessa sua mente fértil.

–Eu duvido! - Bufou

–Então, me deixa te mostrar que eu não sou um "Cara que não presta" como você mesma disse!

Ela me encarou por segundos. Segundos dolorosos eu não sabia o que ela tava pensando e aquilo me deixava aflito.

–Porque isso agora?

–Porque você mexeu com o meu ego, com a minha moral e a minha dignidade!

E com a minha mente também!

–Ah, então isso é uma questão de dignidade?

–Não. Provar pra você que eu sou mais do que você imagina, envolve mais coisa do que você pensa! Muito mais...

Não consegui conter o riso malicioso com os pensamentos que tive. Ela corou de novo, mas tentou disfarçar. Uma tentativa em vão.

–Isso não vai dar certo Nicolas. Eu nasci pra te odiar!

–E quem disse que isso vai acaba? Quem se odiou um dia, vai se odiar pra sempre!

Ela não respondeu só suspirou me encarando. Estendi minhas mãos pra ela a qual ela encarou por segundos e depois a aceitou. A puxei pra mais perto e ela não me afastou. Passou seus braços pelo meu pescoço me encarando.

–Isso vai dar merda Nicolas! - Ela disse com um sorriso.

–Com certeza vai!

–Você não tem medo disso?

–Não! Você tem?

Ela tinha um olhar perdido, confuso. Eu não sabia o que ela tava pensando.

–Talvez!

–Hey, eu não to te pedindo em namoro. Você sabe o quero! - Ela continuou me encarando e sorriu.

–Certo, isso não é um namoro!

–Não é um namoro! - Concordei.

–Ótimo! Isso me faz livre então? - Ela perguntou mordendo os lábios em expectativa.

–Claro que não! - Eu praticamente gritei e ela me olhou assustada

–Porque não?

–Porque não. Agora você é minha e já era! Nem tenta discuti sobre isso, eu sei que você é teimosa. Você não vai ser livre porra nenhuma. Entendeu?

Ela gargalhou jogando a cabeça pra trás.

–Claro entendi. Isso serve pra você também! - Falou cravando suas unhas na minha nuca me arranhando de forma dolorosa.

–Ai. Eu já entendi o recado! - Ela sorriu soltando as unhas da minha nuca e passando as mãos pelo arranhão.

Passei os dedos pelo seu queixo a puxando pra um beijo. Suas mãos apertavam meu cabelo com força e eu sugava seus lábios a fazendo suspirar e esse beijo durou longos minutos até o ar se fazer necessário. Ela terminou o beijo de forma rápida e me olhou de novo.

–E quando você finalmente me provar o que quer como fica?

–Quando eu chegar lá, agente vê!

–Ninguém precisa saber disso né. Afinal, eu ainda te odeio! – Ela perguntou e eu gargalhei.

–Ótimo. Porque ninguém vai saber!