DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 14
"Uma grande burrice" e "complicada"


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Voltei com capítulo que escrevi ontem enquanto passei o dia todo sem internet (que morte horrível!).
Eu não sei se vão gostar ou não, vou esperar as reações nos comentários...
Boa leitura.



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POV HERMIONE


– Então faça o que quer fazer. - eu disse, mas a voz saiu mais como um sussurro.

E eu senti os lábios frios de Draco encontrarem os meus.
Eu não sabia como me sentia. Além de surpresa, talvez eu também estivesse um pouco assustada.
Sua boca se moveu na minha, e eu retribui sem qualquer receio, o que surpreendeu a mim mesma. Estávamos como em uma espécie de sincronia.
Mas parecia haver uma briga na minha mente, a parte racional dela parecia me perguntar o que diabos eu estava fazendo. Não pensa, Hermione, disse a mim mesma calando esses pensamentos racionais que iam me inundar depois. Mas depois, não agora.
Meus braços se acomodaram mais a seu pescoço e uma de suas mãos envolveu minha cintura, me puxando delicadamente.
Ele me beijava urgentemente. Na verdade nós nos beijamos quase desesperadamente. Só nos separamos por breves segundos nos quais havia necessidade de respiração quando o ar faltava, mas ele sempre me puxava de volta, e eu ia.
Mesmo assim ele me tocava como se eu fosse muito frágil, quebrável. Era carinhoso da sua parte, eu não pude deixar de pensar. Acho que por não estar pensando tão racionalmente, não fui tão gentil. Minha mãos entranhadas em seu cabelos eram menos delicadas a cada vez que ele me puxava um pouco mais pela cintura.
A sala não parecia mais fria, na verdade eu sentia meu corpo aquecer cada vez mais rápido o que fazia parecer que o lugar estava quente.
Eu precisei de ar, mas confesso que não queria deixá-lo ir. E ele não foi. Beijou o canto da minha boca e trilhou pela minha bochecha e perto do meu pescoço. Em seguida voltou pra minha boca. Eu não o afastei, eu não consegui afastá-lo.
Eu nunca tinha sentido isso. Era novo e fazia eu constatar que tinha perdido o juízo. Era como... Sede. Ele era urgente e sedento também, ao mesmo tempo que me tocava cuidadosamente.

Quando nos separamos eu respirei profundamente e senti ainda um último toque de seus lábios nos meus. Ele voltou a encostar sua testa na minha como estávamos antes de tudo isso. Eu estava de olhos fechados, apenas escutava sua respiração acelerada.
Soltei-o e abri meus olhos. Senti seus braços me abandonarem também.

– O que foi isso? - minha voz parecia não sair direito, ainda sentia meu coração palpitar acelerado, mas agora além de tudo isso eu sentia a confusão me atingindo.

– Eu... Eu não sei... - ele parecia mesmo confuso, mas olhou parecendo procurar algo. Se eram respostas, eu realmente não as tinha.

– I-isso não deveria ter acontecido. - eu disse nervosa me ponto de pé o mais rapidamente que pude, o que não foi muito. Eu me sentia perdida. - Ah Merlin, eu... Eu tenho que ir embora. Eu... - eu me dirigi a saída da torre, mas Malfoy me alcançou e segurou meu braço antes que eu saísse.

– Ei, espera... Isso... Eu só...

– Esqueça. Por favor, vamos fingir que nunca aconteceu. - disse e em seguida olhei em seu olhos, mesmo sabendo que não podia fazer isso, eles me fariam desistir. - Por favor. - repeti.

Eu o vi assentir e em seguida saí o mais depressa possível tentando não correr para não chamar atenção. Mas eu queria correr, na verdade queria correr pra bem longe e o mais rápido que eu pudesse.
Eu não sabia que horas eram, porém eu podia ver que já era tarde. Será que já passou do toque de recolher? Mas depois vi alguns alunos ainda transitando, devia estar perto. Eu não podia ir para o dormitório, as meninas sempre ficam acordadas até tarde quando é o último dia de aula da semana. Se elas perguntassem "O que aconteceu?", eu já não saberia o que responder.
Continuei andando, andando, até estar fora do castelo. Parei em frente ao lago e que estupidez a minha vir logo aqui. Automaticamente me vieram a mentes as vezes que estivemos sentados aqui apenas... Conversando como duas pessoas normais da nossa idade. Tentando fugir dele, mas veio logo para cá? Balancei a cabeça tentando afastar as imagens e me sentei na beira do lago.
O que eu podia dizer a mim mesma além de que eu cometi uma grande burrice? Eu não devia ter deixado isso acontecer, eu devia ter ido embora! Por que você não queria ir embora, Hermione!? Eu tinha que colocar em minha mente que nós não éramos pessoa normais da nossa idade. Hermione, vocês brigaram durante quase todos os anos em Hogwarts, não podia no mínimo lembrar disso!?
Mas seja lá o que for, aconteceu conosco, eu não estou pirando sozinha, ele me beijou. Ah Merlin, eu não devia ter sentido aquilo. Eu nunca senti aquilo nem... Nem com Rony.
Eu fechei os olhos e respirei fundo algumas vezes. Eu havia pedido pra ele esquecer, fingir que nunca aconteceu. Eu podia fazer isso. Eu podia dar uma desculpa pra Gina, que com certeza vai perguntar por que cheguei tão tarde, e tomar isso como verdade, fingir que nada disso com Draco realmente aconteceu.
Eu instintivamente toquei meus lábios.
Mas aconteceu.


POV DRACO


Bati a porta do dormitório tão forte que me surpreendi por não ter quebrado nem uma parte dela.

– Oh, que isso? Ficou maluco, cara? - Blásio estava lá, e só ele por sinal, as outras camas estavam todas vazias.

– Eu só quero saber uma coisa. - disse ele enquanto eu me jogava na minha cama. - é sempre a mesma garota que te tira do sério desse jeito ou você tá com alergia a mulher, cara? - Blásio perguntou com uma expressão de fingida preocupação.

– Há-há. Muito engraçado. - ri sem humor.

– E aí, é a mesma? - ele insistiu.

– Você quer mesmo saber? É.

– Uau, pois essa daí tem potencial heim, conseguiu tirar o Malfoy do sério. Isso é um feito! - ele riu. - Já pegou?

Blásio sempre fora o amigo com que eu tinha esse tipo de conversa. Eu não podia falar quem era ela, mas acho que eu podia falar dela com alguém antes que eu pirasse. E ninguém melhor que Blás, eu acho. Então sentei-me na cama e falei para meu amigo que estava de olho em mim esperando uma resposta:

– Ela é meio... Complicada. Acho que não é que nem as outras. Você entende? - era meio complicado explicar sem parecer um idiota, mas não custa nada tentar.

– Ah, as difíceis são as piores, dão um trabalho enorme. É da Corvinal não é? Elas costumam ser assim.

– Não, não é. - respondi tentando pensar em uma maneira melhor de explicar.

– Ah. Bom, mas ela não pode ser tão difícil a ponto de ser inalcançável pra Draco Malfoy, meu colega. Fala sério, você da aula sobre o assunto, todos aqui sabem. - dessa vez nós dois rimos.

– Não, cara, ela é realmente... Olha, a gente se beijou... - comecei.

– Começou bem. - Blás me interrompeu.

– E ela foi embora e disse pra que eu fingisse que não aconteceu. - concluí.

– Uh, e terminou mal. - ele completou.

– Ela realmente... Me surpreende. - eu disse pensativo.

– Oh, olhando pra sua cara, eu tenho uma conselho, okay? Cuidado com uma coisa chamada paixão. Não sei se você já ouviu falar, mas não é bom, não te permite aproveitar a vida, me entende? - perguntou Blás.

– Fala sério, acha mesmo que eu faria isso? - fiz uma expressão incrédula.

– Olha, o fato de ser a mesma garota da outra noite já me deixa preocupado. - ele disse parecendo sincero, e isso, admito, me deixou apreensivo.

– Pois não se preocupe. - eu disse a ele embora eu devesse seguir esse conselho.

– Okay. - ele pareceu aceitar meus argumentos - Mas você vai desistir? - ele me perguntou e eu fiquei em silêncio. Talvez eu devesse fingir que nada aconteceu. Foi mesmo o que ela me pediu... - Por que, sabe como é né, o meu amigo Draco Malfoy nunca desistiu até ter o que queria. - ele concluiu - Vou lá fora, até depois. - disse Blásio saindo do dormitório.

Eu me levantei e andei dentro do quarto pra lá e pra cá por alguns instantes. Eu não me perguntava por que eu a havia beijado. Eu... queria. Se eu negasse isso pra mim mesmo ia apenas tornar as coisas mais complicadas. Eu me perguntava se eu devia mesmo ter feito isso. Ela... Ela é Hermione Granger, por Merlin, cara, essa garota era um inferno. O que deu em você!? Você não deveria querer beijá-la.
Parei de ficar ziguezagueando pelo quarto e decidi tomar um banho frio. Eu tinha esperança de fazer minha mente parar um pouco com toda essa loucura, mas isso não foi suficiente.
Depois que voltei a me deitar, ela ainda tava no meu pensamento. Eu até procurei uma justificativa plausível pra quem sabe enganar a mim mesmo. Mas não deu certo.
Ela tava tão perto. Sempre daquele jeito prestativo, quer sempre poder ajudar, queria ouvir o que estava me incomodando...
No instante que eu decidi beijá-la, que eu olhei nos olhos dela passou rapidamente da minha mente tudo de ruim que eu direta ou indiretamente eu fiz a ela. Tocando ela parecia frágil, mas eu sabia que ela era muito forte, tudo o que aconteceu com os pais delas, tudo o que aconteceu na guerra, como ela suportou... Ela era mais forte que eu. Depois de tudo ela estava ali viva. E surpreendentemente comigo.
Escutei um barulho e olhei a janela. Naquele momento começou a cair uma chuva forte lá fora. Pensei em ir lá, mesmo que fosse na chuva, talvez fosse até melhor pra levar esses pensamentos que não me deixam em paz embora.
Mas eu não estava com qualquer animo pra fugir do Filch na volta, então rolei na cama até pegar no sono algumas horas depois.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo...
Gostaram? E aí, no que será que isso vai dar?
Só queria dizer que não precisam se esconder de mim, podem deixar um comentário pra eu saber se vocês estão curtindo... ~joguei no ar~
Um beijo!