~Bruna POV's

– Sabe, eu não quero ter que ir - resmungou ele ao se levantar do sofá.

– Mas eu quero que você vá - sorri.

– Está me expulsando?

– Estou sim, você tem que ir atrás do Carlos - o empurrei.

– E ainda por cima, está me expulsando para correr atrás de macho? - perguntou, indignado.

– Pare de brincar, Logan, você tem que ir com ele até a loja de ternos, ou já se esqueceu que vamos casar? - me pus à sua frente e comecei a bater o pé.

– Eu adoro esse biquinho - sorriu segurando meu queixo e beijando meus lábios.

Envolvi seus ombros firmes com meus braços, o puxando para cada vez mais perto. Eu, realmente, não queria que ele fosse para longe de mim, não mesmo, mas a ocasião pedia que ele fosse embora. Afinal, nosso casamento estava chegando, e compromissos como esse não permitiriam que ficássemos perto um do outro por muito tempo. Pelo menos não até que estivéssemos casados. Parti o beijo e sorri, olhando o fundo de seus olhos, agora tão perto dos meus.

– Você tem que ir, amor - falei.

– Eu vou, mas vou porquê não aguento mais essa ansiedade, não vejo a hora de ser seu marido.

– Não vejo a hora de ser a senhora Bruna Mitchel - sorri.

– Te amo - sussurrou.

– Te amo - respondi.

Logan me deu um selinho e partiu sorridente. Comecei a pular pela casa, contente por tê-lo em minha vida. Liguei o rádio bem a tempo de ouvir nossa música começar a tocar.

Love is a funny thing

Whenever I give it, it comes back to me

And it's wonderful to be

Giving it with my whole heart

As my heart receives

Your love

Oh, ain't it nice tonight we've got each other

And I am right beside you

More than just a partner or a lover

I'm your friend

When you love someone

Your heartbeat beats so loud

When you love someone

Your feet can't feel the ground

Shining stars all seem

To congregate around your face

When you love someone

It comes back to you

And love is a funny thing

It's making my blood flow with energy...

A campainha tocou, interrompendo meus sorrisos bobos enquanto pensava em Logan. Abri a porta e me deparei com Samantha, trêmula e com os olhos inchados de tanto chorar.

– Meu Deus, Sam, o que houve? - perguntei, e nem deixei que ela respondesse, pois a arrastei para dentro de minha casa.

– Onde está Thamires? - indagou ela, ignorando minha pergunta.

– Ela foi passar o dia na casa de Carlos, porquê? O que houve?

– Eu queria contar a ela também - respondeu chorando.

– Vou pedir que ela venha, mas enquanto ela não chega, você vai ter de me contar - exigi.

Ela balançou a cabeça afirmativamente. Corri à procura do meu celular, e quando o encontrei, liguei para Thamires e pedi que viesse para casa imediatamente. Quando desliguei, fui até Samantha, sentei-me à seu lado no sofá, e segurei suas mãos. Ela estava pálida, e suas mãos frias.

– Agora, me conte, por favor, não aguento te ver assim - implorei.

– Eu...eu... - ela soluçou.

– Você o quê? - perguntei, tentando ser paciente.

– Contei a James sobre nossos filhos.

– Você...como assim? - indaguei, incrédula.

– Eu não quis dizer, mas Bryan sumiu a James o encontrou, quando fui buscar Bryan, James me acusou de ter traído ele com Kendall e ter ficado grávida, e eu despejei a verdade em sua cara.

– Mas, que merda que você fez, Sam - coloquei as mãos no topo da cabeça - Calma, vai dar tudo certo - a abraçei - Agora, me conte isso com mais calma.

Ela começou a contar e eu me dignei a prestar completa atenção.

~James POV's

– Me diga - exigi, sacudindo seu corpo - Me diga que me achava idiota o bastante para não notar.

– Você é um idiota - gritou - Tão idiota que não percebeu que esses filhos são seus.

No momento que tais palavras chagaram à meus ouvidos, não acreditei. Tinha de ser mentira, ela devia querer apenas escapar da situação. Mas, quando olhei de relance para Bryan, encolhido no sofá com lágrimas nos olhos, pude entender de onde via tanta semelhança nele. Seus olhos eram castanhos esverdeados, assim como os meus. Seus cabelos eram louros, assim como os meus eram quando eu era apenas uma criança. Suas feições, todas elas, eram iguais as minhas. Como fui tolo em não perceber. Ele era meu filho, assim como sua irmã, que estava agarrada às pernas de Catarina no vão de entrada. Meus olhos arderam e lágrimas se formaram neles involuntariamente. Samantha me olhava como se estivesse arrependida do que disse. Ela não queria que eu soubesse.

– Meus...filhos? - indaguei, a palavra "filhos" custando a sair.

– Meus - ela corrigiu - Você nunca foi pai, só os colocou dentro de mim, nada mais.

– Eu tenho filhos - ignorei seu comentário e dei um largo sorriso, tamanha era minha alegria naquele momento.

– Está fingindo alegria? Porquê, pelo o que sei, você gosta de ser livre para poder ficar com sua cavala - disse, irônica.

– Livre? Eu nunca estive livre, Samantha, sempre estive preso a você - admiti - E agora, estou mais preso que nunca, nós temos dois filhos.

– Eu tenho, você não - insistiu.

–Querendo ou não, eles são meus também - apertei ainda mais seus braços, que eu ainda segurava.

– Não são, e nunca serão, eu vou cuidar para que nunca chegue perto deles outra vez, você é um canalha, traiu a mãe deles, eles não merecem ter pessoas como você por perto - respondeu entre dentes.

– Eu tenho todo o direito - vociferei - E você vai fazer o quê? Sumir novamente como uma covarde?

– Se for preciso para mantê-los longe de você, eu farei.

– Veremos Samantha - a soltei.

Ela me olhou furiosa, mas havia medo em seus olhos. Pegando Bryan no colo e arrastando Kendall pelo braço, ela saiu de minha casa. Respirei fundo. Eu queria chorar, de alegria por ter dois filhos lindos, e de tristeza por ter perdido tanto tempo da vida deles. Mas isso não ia acontecer novamente. Peguei meu celular e disquei o número de meu tio.

– Mas que surpresa você me ligar sobrinho - disse ele ao atender.

– Pois é tio, preciso de seus serviços como advogado.

– O que quer? estou a disposição - respondeu imediatamente.

– Como consigo a guarda de duas crianças, que sei que são meus filhos?