–Demorei ? –Bia me assustou trazendo dois cachecóis ambos vermelhos e amarelos – Trouxe para você.

Ela me estendeu o cachecol e eu coloquei agradecendo a gentileza.

–Hey Luna – Cumprimentou a amiga.

Ambos embarcaram em uma conversa sobre pudim e sobre bichos estranhos que vivem nas arvores que eu realmente não estava entendendo nada.

Voltei minha atenção ao jogo que já estava acabando. Virei e dois olhos verdes penetrantes me observavam tentando decifrar algo. Quando eu encarei ele desviou o resto e foi assim até o jogo acabar.

(...)

–Você conhece Harry Potter ? –Bia perguntou.

–Eu ? não , por que ?

–Ele te olhava estranho – Olhou maliciosamente –Safadinha.

Claro que eu ruborizei.

–O que ? Claro que não !

–Ele não tirou os olhos de você !

–Deve ser por que eu sou irmã do seu “inimigo” –Fiz uma cara de óbvia.

–Hm , pode ser –Falou Bia –Ei , olha seu irmão.

Sim , era ele. Draco passava com os amigos conversando animadamente , nem sequer notou minha presença. Ele estava me evitando desde ontem.

Meu irmão teve a audácia de se esbarrar em mim, mas nem sequer pediu desculpas ou olhou na minha cara. Isso precisa acabar.

–Ele não esta falando com você ?

–Não !

–Fala com ele – Mandou a morena.

–Ele não vai querer me escutar –Suspirei.

–Ele é chato e teimoso , mas se você for lá e obriga-lo a te ouvir...

–Como você sabe que ele é chato e teimoso ? Você é amiga dele?

Ela deu um sorrisinho de canto , um sorriso um tanto safado.

–AI MEU MERLIM ! PUTA QUE PARIL ! Bia , não acredito que você ficou com meu irmão –Fiz cara de nojo.

–Desculpa , mas eu não te conhecia na época –Ela fez carinha de anjo.

–Quem você não pegou nesse colégio ? Todo mundo que eu conheço já ficou com você –Gargalhei.

–Epa ! Isso foi apenas coincidências –Ela riu também – Mas se você quer saber , Draco que pega todo mundo aqui ! Não foi culpa minha.

–Eca eca eca , não quero saber disso!

(...)

Eu estava acompanhada com Bia indo em direção as masmorras com intuito de entrar no salão comunal da Sonserina.

–Como vamos entrar ? –Perguntei.

–Você vai entrar , eu não.

–Por que ?

–Conversa de irmão , isso não é comigo.

Fiz muxoxo e continuei a andar até pararmos em um corredor sem saída.

–É aqui ?

–Sim – Comunicou Bia.

Ficamos esperando alguns minutos sem dizer uma palavra , até que um menino saiu da porta me fazendo tomar um susto.

–Blásio – Chamou minha amiga.

O garoto se aproximou sorridente.

–Querida Bia , o que te traz no covil das cobras ? –Blásiu sorriu marotamente.

–Deixa ela entrar.

–Oi ?

–Vai Blásio , você sabe que ela é irmã do Draco. Ela só quer falar com ele –Pediu Bia.

–Não mesmo ! Draco está te evitando sabia ?–Ele se virou para mim –Ele está chato e bebendo desde ontem.

–Por favor... –Implorei.

Ele bufou e sussurou algo perto da porta.

–Entra.

–Obrigada –Agradeci e entrei na ampla sala.

Era pouco iluminada , moveis rústicos com estofado em verde. Grandes quadros e uma lareira enorme. O salão comunal da Sonserina está mais para “Local de bebida e fumo do ultimo ano”. A névoa e o cheiro de nicotina na parte mais afastada da sala era impressionante , deduzi que meu irmão estaria naquela parte “obscura”.

Como eu disse , ele estava. Parei para ver a cena com repulsa , Draco prensava uma garota contra a parede com ferocidade , uma das mãos estava puxando a cabeça da garota para trás e a outra segurava um copo com um liquido branco. Meu sangue ferveu e eu fui até lá.

–Por que está me evitando ? –Puxei ele pelo ombro.

Quando eu o puxei me fez ver a menina que ele beijava , Pansy , a garota do trem. Como já estava acostumada , ela me olhou com cara de ódio.

–O que esta fazendo aqui ? –Meu irmão perguntou.

–Vim falar com você.

–Ele não quer queridinha.

–Estou falando com o loiro idiota aqui , licença –Olhei com deboche para a garota que me retribuiu com ainda mais raiva.

–Não quero falar com você no momento –Draco falou bebericando sua bebida.

–Sim , você quer –Tirei o copo da sua mão e derramei o líquido no carpete felpudo.

–Ele já disse que não quer , sai daqui –Pansy empurrou meu ombro para me afastar.

Tirei minha varinha da minha bota e apertei contra sua bochecha me aproximando do seu rosto. Aquele puta tinha acabado de me irritar! Isso foi um erro...

–Cansei de você. Já que você conhece tanto meu irmão , creio que ele deve ter comentado que antes de eu ser expulsa de casa eu era a melhor dos herdeiros em azaração. Então , se você não quiser ficar careca não me interrompa mais.

Até eu me assustei com minha atitude , mas eu estava cansada da falta de educação e da grosseria daquela Vadia.

Ela me olhou assustada e depois olhou para meu irmão em busca de socorro , mas ele deu de ombros como se quisesse dizer “Não me importo com você , Pansy”. A garota saiu de lá com mais raiva ainda me deixando sozinha com Draco.

–Qual o seu problema ? –Perguntei guardando a varinha de volta na bota.

–O meu ? –Ele riu sem vida –Nenhum.

–Por favor Draco , eu sei que você esta chateado –Insisti.

–Luce , você caiu na Grifinória. Isso não me interessa mais.

–Claro que interessa , você é meu irmão.

–Você acabou com a linhagem Sonserina da família , você caiu na única casa de Hogwarts que você jamais deveria se aproximar –Ele não levantou a voz nem sequer um minuto.

Depois de dito aqui ele moveu seu corpo com intuindo de sair da conversa e me deixar sozinha no aposento , mas eu fui mais rápida e o abracei por traz deixando algumas lágrimas escorrerem.

–Não foi culpa minha , Draco. Entenda.

Ele se virou para mim com uma carranca aborrecida , mas logo se desfez. Ele segurou meus ombros um de cada lado me fazendo olhar em seus olhos claros.

–Que droga Luce , você ficou tanto tempo fora que eu não consigo sentir raiva de você.

Ele me abraçou apertado e eu retribui sua camisa estava amassada e sua gravata verde meio torta em seu pescoço. Eu a ajeitei quando ele se separou de mim e sorriu.

–Não se mate com bebidas e cigarro.

–Ihh , começou a chatice –Reclamou.

–Saudades Draquinho –Corri para saída gargalhando.

–Que droga Luce , não me chama assim ! –Ele gritou jogando uma almofada que passou de raspão no meu braço.

–Te amo irmão ! –Gritei quando sai pelo buraco na parede.