Acordei de manhã em meu quarto… estava pelada… olhei para o lado e olhei Ash… também estava… Tínhamos mesmo feito aquilo… Recuperei minhas forças, vesti-me e acordei Ash, tínhamos de tomar o café da manhã.

….

— Espero que esteja do vosso agrado? – Esperou minha mãe acabando de colocar o leite no café. – Têm tudo pronto para partir?

— Sim, arrumámos tudo de manhazinha. – Sorriu May levantando-se e colocando a mochila nas costas.

— É! Vou buscar minha mochila! – Riu Yasmin correndo no quarto.

— Ela é tão parecida consigo. – Cutucou Ash.

— Cai fora… - Podia não admitir, mas ele tinha razão.

— CHEGUEI! – Voltou a pequena com uma mochila com três ou quatro vezes o seu tamanho. – VAMOS INDO!

— Não acha que leva tralha a mais? – Perguntou May.

— Hum? – Ela ficou confusa.

— Oh, querida sobrinha, tire essa mala e coloque uma só com o essencial. – Aconselhou minha mãe dando uma mochila para a garota. – Tome esta.

— Hum, tá bom… - Chateou-se a pequena trocando de mochila. – VAMOS!

— Sim! Vamos! – Disse abrindo a porta, logo todos corremos pra fora.

— Xau, queridos! – Gritou minha mãe vendo-nos desaparecer, agora era oficial, íamos começar nossa jornada!

Andámos um pouco por aquela rota, bastantes árvores se viam pelo caminho, arbustos meio altos onde se escondiam Pokémons de diferentes espécies, tamanhos e cores. Tudo estava animado, estávamos todos nos divertindo como grandes amigos que somos, admito que estava com medo que com a minha prima por perto as coisas descambassem, mas ficou tudo certo! De há uns dias para cá que tenho reparado que Misty anda meio tristonha, não só ela, May também já teve melhores dias… o que será que se passa? Será que estão ficando doentes? Espero que não…

— ESTOU COM FOME! – Gritou Yasmin com a barriga roncando.

— Aguente um pouco, estamos chegando no centro Pokémon. – Respondi, acho que estou ficando muito mãezinha…

— Mas, mamãe, eu estou cansada! Cansada, com fome e aborrecida! – Resmungava a menor, sim ela começou a me chamar de mamãe pois sou eu que tenho tratado dela.

— Se faça uma mulher, vem numa jornada é para aguentar! – Ordenei, acho que estou sendo demasiado madura…

— Mas eu quero parar!

— Mas eu não!

— Então eu fico aqui mesmo! – Amuou sentando no chão, que criança!

Não estava gostando daquele comportamento imaturo e infantil, mas pondo o facto que todos aparentavam estar cansados, cedi.

— Pronto, está bom. – Coloquei minha mochila no chão contrariada. – Podemos acampar aqui hoje.

— BOA! – Festejou a pirralha.

— Felizmente, acho que não aguentava mais. – Desabafou Drew sentando-se no chão.

— É, Dawn, está puxando demasiado por nós. – Lembrou N. – Está ficando meio chatinha…

— Chatinha? Olha essa, eu não sou chata, sou bem divertida! – Retorqui, mas é verdade, mudei muito ultimamente.

Montámos o acampamento com quatro tendas, mas achámos melhor dormir cá fora, fizemos uma fogueira e sentámo-nos em seu redor, falámos uns com os outros enquanto nossos Pokémons brincavam, ao fim de algum tempo, Ash decidiu contar uma historiazinha inocente… Fiquei sem dormir durante uma semana à conta disso.

— Pessoal, querem ouvir uma história assustadoramente real? – Perguntou o moreno levantando-se.

— Depende, se for de como você não se tornou um mestre Pokémon não vale a pena. – Provocou Gary. – Estou sempre a ouvi-la.

— Não! – Indignou-se. - É sobre… o dia mais assustador de minha vida!

— UH! História de terror! Conta, conta! – Pediu Serena batendo palmas.

— YEY! Sim, papai, conta! – Papai? Ok, Yasmin está passando dos limites acerca de proximidade de meu N-A-M-O-R-A-D-O!

— Eu acho melhor não… - Prenunciei meio que assustada.

— Então vou começar! – Começou.

— Minha opinião não conta? – Indignei-me, mas fui totalmente ignorada.

— Então é assim. – Começou. – Estava uma noite de tempestade em Lavender, tudo estava escuro e um garoto, um garoto de dez anos estava passando por essa cidade em sua jornada… Ele estava no centro Pokémon e ouvi a chuva cair forte no telhado, relâmpagos começaram a suar e o vento aparentava uivos de fantasmas. “Maldita tempestade”, falou o rapaz que navegava na internet, de repente ouviu um ruido vindo do andar de baixo. “É a enfermeira Joy, de certeza”, como ele estava enganado… pouco depois ouve um apagão e… A INTERNET CAIU!

— AHHHHHHHHHH! – Todos gritámos com o susto, a internet cair é o pior pesadelo de um adolescente!

— E d-depois? - Uma voz assustada que era estranha ao grupo do meio de um arbusto.

— Depois? Depois por causa da tempestade a antena estoirou e fiquei sem internet uma semana! Foi horrível! – Pronunciou-se, mas logo reparou que não tínhamos sido nós a perguntar. – Q-quem disse i-isso?

— Oh, não! É capaz de ter sido um Pokémon de tipo água! – Gritou minha prima, ela tem medo desses Pokémons.

— Querida, os Pokémons não falam. – Lembrou Misty.

— COMO PODE TER CERTEZA? – Berrou de volta assustando a ruiva.

— F-fui eu. – Respondeu outra vez aquela voz por trás do arbusto.

— Arceus, só pode ser um fantasma! – Berrei em coro com May.

— Ei, fantasma, ou seja lá o que fores, aparece se tiveres coragem! – Defendeu-nos nosso capitão.

O arbusto começou a mexer-se mais, eu juntei-me mais a May que estava do meu lado na tentativa de me esconder, Yasmin correu para dentro da tenda gritando “POKÉMON DE ÁGUA!” enquanto chorava aterrorizada, Ash fez uma cruz com dois paus para se afastar se fosse alguém do mal. Depois de tanto suspense viu-se uma pessoa meio pálida com cabelo castanho, e um cap. branco e rosa.

— Ei, não é um fantasma, é uma garota… para além disso é uma garota gostosa! – Explicou Ash pervertido como sempre.

— D-desculpem ter-vos assustado… mas vivos tão felizes ai que vim ver… - Prenunciou a garota.

— Hum. Você é daqui? – Paul meteu conversa.

— Não bem… eu sou de Unava, mas fugi para aqui… - Respondeu timidamente.

— Fugiu? Porquê? – Perguntou Drew sem intender porque ela mudara de continente.

— É que… Não interessa… Posso ficar aqui com vocês? É que não tenho onde ficar... – Pediu mudando o assunto.

— Pode, temos um saco de cama a mais, com certeza. – Felicitou Serena.

— Obrigado. Prometo não chatear muito. – Sorriu a nossa nova companheira.

— Em breve terão mais dois sacos livres… - Confessou Gary.

— Porquê? – Perguntei perplexa.

— Bem é que… eu e Misty fomos chamados a Kanto por uma empresa de cientistas Pokémon, querem que a gente vá fazer pesquisas com eles. – Começou Gary.

— Nós sempre quisemos fazer isso, então aceitámos… Só que… para irmos não poderemos continuar nossa jornada com vocês… - Terminou Misty, deixei escorrer uma lágrima com estas palavras.