B l o o d s t r e a m escrita por Peony


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!
Então, eu fiquei animada com a One que eu fiz Cherik e resolvi escrever uma fic um pouco mais longa! Ainda não sei quantos capítulos vão ter, nem nada... Mas estou bem animada com esse projeto! ;)
Enjoy



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PRÓLOGO

***

NEVER SAY GOODBYE

***

De frente para o tabuleiro de xadrez feito de aço, o homem tentava esconder o seu orgulho e suas lágrimas. Entretanto, ambos estavam explicitados em seus olhos. Fantasmas atormentavam sua mente, mas, na realidade, não eram fantasmas. Era puramente a sua mente. Nunca, antes, havia considerado que seu passado o assombrava, o que realmente fazia isso eram todas as atitudes que ele havia deixado de tomar. Saber que tinha deixado várias oportunidades passarem em branco era pior do que ter perdido uma coisa por nunca ter tido uma chance.

(N/A: link da música: http://letras.mus.br/bon-jovi/4933/traducao.html)

Ele derrubou o Rei Negro e desviou o olhar para a janela. Estava sem seu capacete, sua mente estava pronta para ser invadida e por ele. A conexão que aquelas duas mentes tinham superava qualquer distância e até mesmo dispensava a necessidade do Cérebro.

Mas nada veio.

Enquanto eu sento nesta sala esfumaçada

A noite está para acabar

Eu passo meu tempo com estranhos

Mas esta garrafa é minha única amiga

Continuou com seus próprios pensamentos e sentiu-se, repentinamente tão só. A bandeja de alumínio levitou a sua frente e dela ele tirou um copo e uma garrafa de whiskey, por alguns segundos considerou beber direto do gargalo, como fez muitas e muitas vezes, mas desistiu da ideia, colocando um pouco da bebida no copo. Assim que o líquido desceu por sua garganta, ele sentiu uma quentura descendo dentro do si, mas a quentura não lhe esquentava, ele ainda se sentia frio, por dentro e por fora.

Lembra quando nós costumávamos estacionar

Na Rua Hudson no escuro

Lembra quando nós perdemos as chaves?

E você perdeu mais que isso no assento traseiro

Batidas na porta interromperam sua linha curvada de pensamento, ele fez um aceno com a mão e destrancou a porta do quarto em que se instalara, dela surgiu uma mulher de pele azulada e cabelos de fogo.

- Raven. – ele disse – O que foi?

A mulher o observou com os enigmáticos olhos amarelados por alguns segundos, antes de pegar um copo para si e beber um pouco de whiskey também. Depois de virar toda a substância na garganta, ela colocou o copo de volta na bandeja e o encarou.

Lembra quando costumávamos conversar

Sobre quebrar regras - nós quebramos os corações deles

Juntos - para sempre

- Estou apenas conferindo se você está vivo, Erik.

- Hum...

Ela sussurrou algo que ele não entendeu, mas ele não perguntou o que era. Se ela julgasse suficientemente importante alfinetá-lo, logo repetiria o que tinha dito anteriormente.

Nunca diga adeus, nunca diga adeus

Você e eu, e meus velhos amigos

Acreditando que isso nunca chegue ao fim

Nunca diga adeus, nunca diga adeus

Segure-se - nós temos que tentar

Segure-se para nunca dizer adeus

O silêncio que se instaurou entre eles não incomodava o homem; cerrou os olhos, fingindo que Raven não estava na sala e evitou deixar que a mente devaneasse. Não queria vagar para certas memórias... O tempo podia ter passado, implacável, mas ainda doía e ele não gostava de admitir ou de sentir isso.

- Sem capacete, whiskey, xadrez... – ela enumerou – Ah, falta uma coisa! – Erik abriu um olho e viu Raven sair do quarto. Antes que tivesse tempo de estender a mão para trancar a porta novamente, ela voltou com um porta retrato na mãos e entregou a Erik.

Lembra os dias de escapadas do colégio?

Corridas de carro e parecendo "da hora"

com umas cervejas e um rádio?

Nós não precisávamos de nenhum lugar para ir

Era antigo, rústico. Nele estavam retratada três pessoas: dois homens e uma mulher. Erik se reconheceu no canto esquerdo na foto, sorria como se tivesse acabado de gargalhar até o estomago doer, os cabelos estavam senhorialmente penteados para trás, seu braço direito circundava a cintura de uma mulher loira, Raven. A mulher sorria jovialmente, ingênua e alegre; parecia muito pequena, tendo se instalado entre os dois rapazes. Abraçado a ela, havia um homem de cabelos negros, olhos azuis e boca levemente avermelhada.

Lembra o baile daquela noite?

Eu e você, nós brigamos

Mas a banda tocou nossa música favorita

E eu lhe abracei forte em meus braços

Charles.

Todos sorriam, felizes. Como a família que eram.

- O que quer dizer com isso? – ele apontou o porta retrato com a cabeça.

- Por que não admite, Erik? – ela perguntou – Ao menos uma vez! Por que não admite pra si mesmo que sente falta dele?

Erik que se empertigou.

- Admito, sim, Raven. Charles e eu fomos grandes companheiros, é uma pena que sua ideologia seja tão ri-

Nós dançamos tão perto

Nós dançamos tão devagar

E eu jurei nunca deixar você ir

Juntos - para sempre

- Não, Erik. – ela disse num suspiro – Não é do seu grande amigo que eu digo que está sentindo falta e você sabe. Você não lê minha mente, como ele, mas você sabe.

Ele sabia, mas não queria admitir. Era... Complicado demais. Uma história curvada, fora da linha, do eixo. Eles eram opostos agora, era isso que importava, correto?

Nunca diga adeus, nunca diga adeus

Você e eu, e meus velhos amigos

Acreditando que isso nunca chegue ao fim

Nunca diga adeus, nunca diga adeus

Segure-se - nós temos que tentar

Segure-se para nunca dizer adeus

Raven voltou-se para a porta novamente, mas antes se virou pra ele e disse:

- Sabe, Erik, eu também sinto a falta dele. Você e Charles sempre foram meus irmãos... Mas a vida e nossas escolhas nos separaram.

Eu acho que você disse que nós devíamos conversar

Sobre proibições

Nós quebramos os corações deles

Juntos - para sempre

Ela deixou o quarto e um Erik cheio de velhas memórias na cabeça. Quem dera tivesse sido a vida a separá-los! Havia sido ele! Ele, seu ego, seu orgulho...

Ao invés de Charles Xavier, outra coisa invadiu sua mente: lembranças... Lembranças de um passado que ele gostaria mais do que a tudo no mundo esquecer...

Nunca diga adeus, nunca diga adeus

Você e eu, e meus velhos amigos

Acreditando que isso nunca chegue ao fim

Nunca diga adeus, nunca diga adeus

Segure-se - nós temos que tentar

Segure-se para nunca dizer adeus


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Notas finais do capítulo

Reviews são super bem-vindos!