Forever (jakeness) escrita por NiaBlack


Capítulo 35
Egoísmo




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Jake, gostaria que pudesse me ouvir agora. Estamos todos exaustos. Killik teve que me carregar nas costas porque minha dor aumenta a cada dia, enquanto Seth e Leah tiveram que matar quatro vampiros nômades, que tentaram me aniquilar por saber o que estava sendo gerado dentro de mim. Falta pouco para chegarmos a Forks, mas eu estou muito fraca e não sei o que acontecerá se encontrarmos outro desgraçado que nos faça perder tempo. Parece que eles estão sugando minha energia para sobreviver. Mal consigo falar e comer, e estou enlouquecendo Seth e Leah de preocupação. Por favor, se estiver transformado em lobo e ouvir isso, venha nos ajudar. Gostaria de vê-lo antes que algo ruim aconteça.

Eu apenas pensava, na esperança que ele ouvisse. Eu estava me sentindo estranha, era como se toda a energia do meu corpo estivesse sendo armazenada dentro da minha barriga, assim eu não tinha força para mais nada. Mas não ia morrer, pelo menos não enquanto continuasse deitada. Contudo os bebês se mechiam cada vez mais, inquietos dentro de mim.

Os cheiros começavam a se misturar na floresta, mesmo que minha percepção agora estivesse decaindo, obviamente conseguia distingui-los. O mais forte era o cheiro dos Cullens, mas ainda conseguia sentir, o rastro de Jake, bem fraco.

Estávamos perto.

Fechei os olhos de novo, para deixar as horas se passarem sem que eu percebesse. E assim foi. Abri quando senti o focinho quente de Seth empurrando meu rosto levemente, para me despertar. Pisquei algumas vezes enquanto prestava atenção ao meu redor. As árvores conhecidas, pedras, e marcas deixadas pelos vampiros. Estávamos em Forks outra vez.

-Jake... –minha voz falhou, e eu enxi meus pulmões com o máximo de ar que pude. –JAAAKE! ... FAMÍLIA... Eu... eu voltei!

A última parte da frase saiu quase sem som. Eu ofeguei por um tempo, e me posicionei, saltando do alto do dorso de Killik. Comecei a ouvir ruídos, oito pessoas corriam na nossa direção. Sorri, e logo todas aquelas figuras pálidas apareceram, e entre elas havia a única que tirava minha total atenção. O garoto de cabelos bagunçados e pele vermelha que eu tanto amo.

-Jake...

Sua expressão era dura, de pura dor, e eu me envergonhei de meus atos, afinal ele esteve sofrendo unicamente por minha culpa. Abaixei os olhos, na oera capaz de encará-lo quando aqueles sentimentos ruins me tomavam.

-Ness...

O sussurro de Jacob foi interrompido por Edward, o qual foi o primeiro a me alcançar, e me deu um longo abraço. Nunca o vi sorrindo como naquele dia. Foi engraçado quando ele me beijou no alto da cabeça, como fazia comigo quando eu era um bebê.

-Pai...

-Não precisa dizer nada, já vi tudo na sua cabeça. –disse ele sorrindo. –Pode deixar que eu explicarei tudo aos outros.

Os outros Cullens se aproximaram, dsitribuindo abraços e beijo. Tia Rose foi a mais cuidadosa. Ela passou a mão pela minha barriga, com uma felicidade incomum em seus olhos. Eu sorri de volta, assim que minha madrinha me deu um forte abraço.

-Quem diria que teríamos mais crianças.

Forcei outro sorriso, quando os outros foram me dando as boas vindas, um a um. Tentei manter meus joelhos firmes, mas estava ficando difícil. Pisquei algumas vezes, e notei que Edward já estava ao meu lado, provavelmente acabou de ler todos os meus pensamentos. Que ótimo, além dele ainda estava em contato com os outros três lobos bem ali. Isso era estranho demais. Fiz um sinal para eles, e o trio se afastou, surgindo pouco depois, vestindo bermudas, e no caso de Leah um short jeans e camiseta verde.

Minhas narinas inflaram com um cheiro amadeirado. Jacob estava parando há alguns metros de mim, eu ouvi seu coração bater descompassado, enquanto respirava com força. Me livrei dos braços de Edward, que estavam me apoiando sem que eu percebesse e comecei a caminhar na direção do meu lobo.

-Jacob, sou eu... Eu voltei... Me desculpe por todos os problemas, sei que lhe causei muita dor por coisas completamente sem sentido, mas eu não conseguia compreender o que estava por trás dos sentimentos que você tinha pela Bella...

Eu estavqa sussurrando, tão baixo que nem sabia se ele estava realmente me ouvindo. Por outro lado eu tinha certeza que sim. Jake não tirava os olhos de mim, nem ao menos piscava, observando minimamente cada detalhe. O Quileute parecia estar em choque, visto que não movia nenhum músculo.

-Jake, por favor...

-Ness... –por mais que sua voz estivesse seca, eu sorri.

-Espero que possa me perdoar um dia. Tudo bem se não quiser me ver por algum tempo, eu vou realmente entender se estiver com muita raiva de mim por eu ter fugido igual uma idiota daquele jeito. Mas peço para que fique por aqui, espere seus filhos nascerem e.

Ele suspirou profundamente, eu mal consegui piscar, enquanto meus joelhos tremiam, cedendo ao peso de meu corpo, e ele já estava comigo nos braços. Fechei os olhos, apoiando o rosto em seu peito e sentindo aquele cheiro que eu tanto amava. Comecei a me perguntar como consegui ficar tanto tempo longe dele. Se bem que eu não consegui ver o tempo passar, não com toda aquela agitação.

As vozes se calaram, e o mundo ficou preto ao meu redor.

Não sentia mais nada, exceto a leveza de estar com a pessoa que eu amo outra vez.

 

Acordei com uma luz forte sobre meu rosto, e imediatamente cobri os olhos, na tentativa de escapar daquele incomodo causado pela lâmpada. Virei a cabeça e descobri apenas um olho, na tentativa de analizar o que acontecia ao meu redor.

Estava no mini consultório de Carlisle.

-Como está se sentindo, querida? –perguntou meu avô.

-Cansada.

-São as crianças, estão sugando toda a energia dela, mas não é de propósito. Faz parte da natureza delas. A Nessie sabe, mas fica confusa se é coisa da própria cabeça ou se os bebês é que estão falando.

Aquela segunda voz melodiosa era de Edward. Ele era o único que poderia compreender totalmente o que se passava comigo, afinal conseguia entrar em contato com as sensações que os bebês emitiam.

-Eles falam Ness, de dentro de você e para sua própria cabeça. Eles absorveram todas as suas lembranças, sabem o que é certo ou errado, mas não sabem conter os próprios poderes e é por isso que você está cansada assim. Eles são como você filha, conseguem puxar lembranças das pessoas, mas também sugam a energia delas, e como estão sempre em contato, não conseguem evitar.

Como sempre Edward-senhor-sabe-tudo explicando coisas que nenhum de nós consguiria entender normalmente. Bocejei, era bom estar em casa, principalmente quando era no chalé. Finalmente poderia dormir na minha cama e...

-Jake! –sentei na cama com um pulo.

-Estou aqui.

Ele estava parado na porta, provavelmente estava subindo as escadas quando descobriu que eu havia acordado. Pisquei com força, sei lá quantas vezes. Parecia uma daquelas crianças abobadas, que sorriam para um prato cheio de brigadeiros. Bom, meu brigadeiro no caso era de carne e osso. Obviamente nem tudo eram flores. Na verdade Jacob nem estava sorrindo. Apenas continuou parado, me observando atentamente.

-Eu...

Parecia que as palavras fugiram de minha mente e minha boca. Não consegui dizer nada, sentia apenas meu coração bater com tanta força que chegava a doer um pouco. Jacob, por sua vez, continuou ali, sem dizer nada por alguns minutos, e quando abri a boca para tentar falar outra vez, ele explodiu:

-NUNCA MAIS FAÇA ISSO!

-Eu...

-Não, Renesmee, agora você vai me escutar, querendo ou não! –aquela frase fez com que eu me encolhesse, pela primeira vez Jake me assustou. –Onde estava com a cabeça? Só podia estar louca quando simplesmente saiu correndo por aí e passou tantos meses fora! E pior, colocando a vida dos bebês em risco! Você não sabe o que todo mundo passou aqui, e não falo apenas por mim! Sua mãe estava arrancando os cabelos já, inclusive os meus!

-Eu sei que errei...

-Não, você não sabe! E esse é o seu problema, você é mimada e não vê nada além de seu próprio umbigo. A questão aqui não foi o sofrimento que você me causou, ou aos Cullens, é muito mais a forma que você expôs os bebês! Por Deus, você tirou meus filhos de mim... Você fugiu de mim...

A pior parte não foi levar uma bronca. E sim ver que tudo aquilo era verdade. Os olhos do meu lobo estavam cheios de lágrimas, as quais ele teimava em conter ali, aquela era sua dor. A dor de alguém que não sabia o que estava acontecendo com sua própria família. Cada palavra que saía dele era como uma perfuração em minha carne, ou, pelo menos, doía como tal.

-Sei que não adianta pedir desculpas, dizer que entendo tudo isso. Sua mágoa não vai passar tão cedo. Mas tudo bem, eu vou esperar. –naquele instante um sorriso brotou em meus lábios, pela primeira vez em anos eu não chorei por uma briga. –Vou esperar até que você possa me perdoar por tudo isso.

Jacob tirou os ombros da porta, finalmente, e caminhou até mim. Apenas o acompanhei com os olhos, até que estivesse sentado ao meu lado, segurando minha mão, fazendo algo que ambos queríamos fazer a muito tempo. Ele me deu um beijo. Talvez o mais profundo de todos os que já trocamos. Palavras de afeto não ditas eram passadas através deste, então preferimos aproveitar ao máximo aquilo. Afinal ambos sabíamos que a mágoa dele era realmente muito grande para que conseguisse fazer isso de novo tão cedo.

-Eu te amo, não importa o que você faça. –disse ele após me soltar, colocando uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.

-Eu também te amo. Desculpe-me por não aceitar o que você sentia pela minha mãe... Mas agora, talvez pelas crianças, eu consigo entender.

-Não vamos falar mais disso, ok? Vou tentar não surtar... Mas, você entende mesmo? –ele franziu a testa. –Aconteceu algo pra isso, fato.

-Fique tranqüilo, Jake...

Vi uma veia saltar em sua testa, era tarde demais pra tentar conter a explosão que ele teria. Ainda mais no meu estado. Apenas suspirei ao vê-lo gritar o nome do futuro padrinho dos bebês:

-SEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEETH!

Deitei novamente na cama, não conseguindo prender uma pequena risada ao vê-lo marchar para fora do quarto, com o piso de madeira tremendo graças aos pesados passos. Enquanto Seth gemeu no andar de baixo, e, pelo barulho da porta batendo, ele correu para longe dali antes que os dois quebrassem a casa inteira.

Fitei o teto por mais algum tempo, havia um calor dentro de mim, por finalmente estar em casa, segura, e sendo mimada por todo mundo. Claro que estava tudo bom demais para ser verdade, até Jacob estava tentando não pensar na tempestade em copo d’água que eu armei...

Foi aí que senti uma pontada forte.

E mais uma. Seguida de um grito agudo o qual não pude controlar dentro dos pulmões.

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Notas finais do capítulo

Demorei muito dessa vez né?

Perdoem-me e evitem arrancar minha cabeça por este cap ser pequeno. Mas vocês sabem como eu sou, quando posto um cap minúsculo é pq o outro vai ser muito importante.

Tentarei ser mais rápida nos próximos caps, meus amores. Rsrs

Bjão!