Eu não sou real. Isso que esta vendo é só uma armadura, esse sorriso do qual sempre permanece em meu rosto é só uma ilusão. Eu não preciso de espectador para a minha dor. Não preciso de alguém para me escutar e depois usar tudo que falei contra mim. Antigamente eu vivia num mundo de Alice, sempre sonhando com príncipes e felizes para sempre. Hoje, eu sei que príncipes não existem e muito menos a velha frase dos desenhos de crianças, muito menos o “felizes para sempre”. O mundo simplesmente é cruel. Eles fazem você acreditar, para depois destruir seus sonhos e fazerem você cair num abismo. O nome desse abismo? Bem, ele tem muitos nomes, mas eu gosto de chama-lo de “Realismo”. Lembra da armadura que eu mencionei? Do sorriso ilusório? É ele que me faz sobreviver a isto. Nós vivemos em um mundo de cenas. E nesse mundo somos os atores. Não sabemos como ou por que, mas vivemos atuando. Essa é minha armadura, meu grande segredo. Eu pareço ser a garotinha feliz que ainda acredita em contos de fadas e felizes para sempre não é? Esse é o meu personagem. Sou uma boa atriz não? Aposto que nem percebeu que eu estava morrendo aos poucos. Minhas barreiras acabaram. Minha luta foi em vão. Eu só quero fugir desse lugar e não voltar nunca mais. Você pode esta ai, lendo essa porcaria de monologo, me criticando por ser tão fraca. Mas eu sinceramente não ligo. Não mais. Não sabe o quão difícil é engoli o choro e sorrir, não sabe o quão difícil é ouvir que tudo e todos são melhores que você, quão difícil é cada dia que se passa sua vontade de morrer ser maior, o quão difícil é pra mim “atuar”.