Sweet Nothing escrita por Evye


Capítulo 9
You Give Love a Bad Name


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente... Boa noite! O que diver sobre esse capitulo, sobre Bon Jovi? Admito que gostaria de ter colocado a musica inteira nesse capítulo ou talvez na fic, porque simplesmente... Fez todo sentido e... OmG.. Enfim, a passos do final, Bon Jovi fez sua aparição marcando o bom e velho rock e também... Alguns personagens que não apareceram antes, tchrã! Espero que gostem e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507979/chapter/9

"An angel's smile is what you sell

You promise me heaven, then put me through hell

Chains of love got a hold on me

When passion's a prison, you can't break free"

–Isso está indo longe demais.

A sentença foi definitiva e sem margens para dúvidas para, o loiro cruzou os braços com uma expressão irritada e visivelmente contra o que estava acontecendo. O grego, por sua vez, o observava com certo desprezo, ignorando as palavras que vinham dos lábios alheios.

–E...?

–Tsc... -O russo estalou a língua no céu da boca pensando em como argumentar com o maldito escorpiano cego. -Você não tem direito de fazer isso, Milo! Siga a sua vida e deixe meu mestre em paz! -Pediu rangendo os dentes, estava tão irritado que só queria dar um belo soco no meio da face irônica do mais velho.

–Ora... Ele é meu, Hyoga, eu posso fazer o que quiser. Além disso, eu não tenho idéia do que você está falando...

–Não se faça de idiota, Milo. -Rosnou as palavras se aproximando perigosamente do moreno. E com um dos dedos apontado para o nariz do mais velho. -Eu sei que você está aprontando alguma coisa, Milo! Esse templo cheira a encrenca.

–Oh... Não sabia que patos tinham um olfato tão aguçado.

–Vá para o inferno.

Revirou os olhos encarando bem o aprendiz do ex-amante, Hyoga era bonito, de cima abaixo, esguio, astuto, inteligente... E amava e presava pelo aquariano mais velho como nunca vira ninguém fazer, nem mesmo Milo um dia cuidara tanto de Camus quanto o loiro, porém... Este possuía um segredo e era do que o grego utilizaria para calar a boca do jovem adulto.

–Hyoga... Com que direito você falar de mim?

Viu o russo empalidecer no mesmo instante, não pode deixar de se sentir satisfeito... Ah... Ainda se lembrava bem do que aconteceu naquela noite... E não iria deixar o loiro fingir que esqueceu. Se levantou pondo ambas as mãos na cintura do garoto apertando com força para depois jogá-lo na poltrona onde antes estava sentado, posicionou as mãos ao lado deste aproximando o rosto.

Hyoga o encarava com fúria, sabia do erro que cometeu ao por os pés dentro daquele templo, principalmente após jurar que nunca mais iria olhar para o escorpiano, porém, ao ouvir rumores de que Milo estava praticamente caçando Camus, por algum motivo que não fez questão de saber, seu instinto protetor e a culpa gritaram mais alto.

–Saia de perto de mim.

–Não adianta mostrar os dentes, cadelinha... -Provocou pegando no queixo do russo com uma das mãos e o forçando a encara-lo. -Acha que eu esqueci? Que eu não sei que você anda atrás do Camus, desesperado para protegê-lo, porque foi o primeiro a traí-lo?!

–Mentira! -Grunhiu entre dentes ainda sustentando o olhar pesado de Milo. -Foi culpa sua!

–Minha? -Riu com escárnio apertando as bochechas do rapaz de modo que deixaria vermelho depois. -Por acaso fui eu que abri as pernas para o namorado do próprio mestre, Hyoguinha? Hm? Que eu bem me lembre, foi você que chegou até mim...

–Você me embebedou filho da put... -Foi calado pela mão pesada de Milo que prendeu seus lábios enquanto a outra segurava suas mãos.

–Isso justifica a sua sacanagem? Aquele papinho de sermos amigos... Acha que não percebi sua intenção desde o inicio? Estava escrito na sua testa "quero dar" e eu apenas atendi seus pedidos... -O sorriso cresceu e não pode deixar de passar o indicador pelo rosto do russo, tirando reações diferentes, porém satisfatórias em relação ao que aconteceu no passado. -Afinal, eu bem me lembro... Desabafando sobre suas frustrações amorosas e esperando que algumas conversas de corredor nos fizesse os melhores amigos da vida inteira... Bem foi quase isso, não?!

Aproximou os lábios roçando aos do loiro que passou a se debater embaixo do grego. Hyoga estava furioso e disposto a congelar o moreno em um esquife para o resto de sua existência, não sabia como o mestre aguentou as ironias e acidez do mais velho por tanto tempo.

–Me solta.

–Depende, o que ganho em troca? -Brincou com uma gargalhada satisfeita ao ver os olhos azuis se arregalarem em indignação. -Eu sei o que você quer Hyoga, salvar seu amado Camus... Seu mestre maravilhoso... Mas, acha mesmo que ele iria querer algo vindo de você? -Ergueu uma das sobrancelhas com certo desprezo ao notar que suas palavras faziam efeito. -Você dormiu com o namorado dele, Hyoga, você gemeu na minha cama do mesmo jeito que o Camus fazia, gritou meu nome com a voz mais fina que eu já ouvi em toda minha vida! Acha mesmo, que se ele soubesse dessa sua "recaída", ele te perdoaria? -O tom de ameaça apareceu e a vitória vinha junto com o olhar em pânico do loiro. -Ele teria nojo de você, te desprezaria tanto... O homem que te considera como filho... Como pode ser tão egoísta, mesquinho, arrogante? Quer dizer, te excita provocar o Camus assim, hein?! -Agarrou o cabelo do loiro, se lembrando bem de que aquilo, de certa forma era prazeroso, pelo menos na adolescência do garoto. -Você é a escória, Hyoga... Não tem direito nenhum de falar de mim!

O loiro chegou ao ponto de que não ouviria mais nenhum absurdo dos lábios do grego, ergueu um dos pés acertando a boca do estomago em um chute que o fez se afastar bons passos de si. Absurdos, porém não mais do que a verdade e isso era o que mais incomodava o loiro.

–Faça o que quiser! -Rosnou se levantando e passando o mais longe possível do moreno, seu caminho era fixo para a porta, porém sentiu uma mão agarrar seu pulso o forçando a virar seu corpo.

–Acha que não notei o cosmo dele aqui...? -Sorriu de lado desprezando o olhar arisco do loiro que parecia prestes a voar em seu pescoço.

–Vá pro inferno!

Se soltou controlando a raiva para não começar uma guerra naquele templo, desceu todas as casas em passos firmes e com o cosmo hostilizado, fazendo com que todos os protetores ficassem atentos a sua presença. Deixou-se relaxar ao passar por Áries, onde Mu o encontrou com uma expressão gentil e preocupada, apenas com o ariano sorriu e continuou seu caminho.

A frente da entrada do santuário Ikki o observava com sua não tão típica frieza, mas que nos últimos anos era o único sentimento que o japonês dirigia a si. Suspirou longamente acenando em negativo com a cabeça e cruzando os braços sobre o peito.

–Eu não descobri o que é... Porém sei que Milo está fazendo algo contra Camus.

–É mesmo? -Deu de ombros virando o corpo começando a andar, sentindo que Hyoga o acompanhava.

–Por que você veio?

–Importa? -Olhou de soslaio para o loiro que estava visivelmente perturbado, praticamente podia sentir suas batidas de coração, o olhar fixo na terra que pisavam e os lábios unidos de modo a conter o pedido de desculpas que se formava. -Não perca seu tempo, Hyoga. Eu só vim porque o Shun pediu, tão inocente... -Riu em escárnio parando frente ao loiro. -Ele ainda acredita que você foi forçado a dormir com o Milo, bobinho, não?!

–Ikki...

–Mas nós sambemos a verdade, não sabemos?! Hyoga de Cisne simplesmente cedeu aos encantos de Milo de Escorpião e teve a melhor noite de sua vida nos braços do namorado do mestre.

–Calado! -Grunhiu, já se sentia mal o suficiente com o que Milo tinha dito, não precisava do ex contribuindo para seu mal estar. -Já chega! Eu errei, eu sou um ser humano!

–Tem razão, você errou.

–Ikki, por todos os deuses, eu implorei pelo seu perdão! -Aproximou-se um passo segurando na camisa do maior, contendo a vontade de congelar, ele, Milo, Camus e o resto daquela merda de santuário. -Até quando você vai jogar isso na minha cara?!

–Até você notar como foi cruel. -Tirou as mãos do loiro de si com brutalidade e empurrando sutilmente. -O dia que você sentir o que eu senti, eu te perdoarei. -Deu as costas andando mais a frente, virou-se quando notou que o rapaz não o seguia, mas permaneceu boquiaberto passos atrás. -Você não merece o amor, Hyoga, de nada nem de ninguém...

Hyoga assistiu não pela primeira vez aquelas costas atingirem seu campo de visão com a força de uma espada que cravava seu peito. Uniu os lábios sentindo lágrimas se formarem no canto dos olhos, dobrou os joelhos agachando um pouco como se assim ficasse mais fácil respirar. Odiava Milo, odiava ser um cavaleiro, odiava a si mesmo... Mas principalmente... Odiava suas fraquezas.

–E você.. é a pior delas, Ikki...

~

Camus chegou no templo de peixes encontrando o pisciano em seu projeto de reconstruir o jardim, sentiu sua boca amargar, naquela época estava no escuro e não tinha noção dos planos do pisciano com outros dois lixos. Armou seu sorriso mais gentil e discreto aproximando-se do rapaz e pegando uma das pás de jardinagem que estava ao seu redor.

–Está ficando bom...

–Boa tarde Camus... -Afrodite sorriu genuinamente sentando-se mais confortável onde estava. -O inverno está chegando, mas elas estão mais fortes do que nunca! -Falou orgulhoso acariciando uma das pétalas, enrubescendo ao sentir o olhar do francês sobre si.

Quando pensou em dizer algo e fazer uma brincadeira em relação ao olhar curioso do rapaz, sentiu uma das mãos deste o puxar pela cintura enquanto seus lábios foram atacados por um beijo singelo e rápido. Camus se foi tão rápido quanto veio, porém havia um largo sorriso em seu rosto, enquanto Afrodite tinha um expressão confusa.

–Eu descobri o que você me disse... Je t'aime aussi...

Afrodite não precisou entender o que o mais novo dizia para sentir o calor em seu peito se espalhar por todo seu corpo, pulou no pescoço do cavaleiro o abraçando com força e carinho, virou o rosto o puxando para um beijo muito mais profundo e cheio de desejos. Seu coração estava tão feliz... Quente, satisfeito, alegre... Porém seu cérebro gritava para que parasse, não podia, não devia.. Mas queria. Tanto...

Suspirou baixinho ao notar que os toques estavam começando a ficarem ousados, as mãos de Camus erguiam sua camisa e parecia não se importar de estarem do lado de fora, praticamente em público -mesmo que não tivesse ninguém ali.

"Pare, pare...", ouvia sua consciência gritar, mas não queria... Nunca. Se deixar ser levado por Camus estava preenchendo cada cantinho de seu vazio, Máscara da Morte não conseguia fazê-lo delirar como a gentileza do francês. Jurara que poderia tocar o Nirvana, principalmente ao notar que os beijos não estavam mais em seus lábios, porém, como as mãos alheias, desciam cada vez mais e mais...

"Eu vou me arrepender... Eu sei...", suspirou longamente passando as mãos pelos cabelos alheios, estavam há tanto tempo nesse silencioso jogo de amor... E que seria destruido, deuses... Afrodite sabia que seu sonho se desmoronaria... Só não sabia quem iria destruí-lo.

~

Camus estava na varanda que dava para o jardim pessoal de Peixes, a brisa invernal que batia em seu peito nu o fazia sentir calafrios, porém não incomodava... Sorriu de lado, tinha conseguido ouvir juras de amor do sueco que sabia que eram exclusivamente para si. Estava tão satisfeito... Teria o prazer de destruir cada pedaço daquele sentimento com as próprias mãos, pisar nele e humilha-lo do mesmo modo que fora feito consigo.

Voltou para o quarto sorrindo largo ao ver o corpo de Afrodite esparramado pela cama com apenas um fino e branco lençol de seda cobrindo sua nudez. O marcara o máximo possível, o pescoço do rapaz estava roxo e havia manchas vermelhas por todo seu corpo, tinha feito questão de deixar tudo visível e provar, indiretamente para os outros dois, que não estava mais brincando. Simplesmente deixou de ser a vítima. Vestiu-se com calma, sabia o quanto o sueco ficaria decepcionado ao acordar e ver que não estava ali e esta, era a primeira parte de seu plano.

Desceu calmo e cantarolando mentalmente uma canção infantil, seus passos eram leves e a alta madrugada nem fazia questão que se apressasse. Apenas escondeu seu cosmo, o anunciando quando chegou em Virgem, observando o guardião loiro a porta de seu templo de costas para si.

Seu estomago revirou, de certa forma havia algo em Shaka de Virgem que fazia com que todos o temessem, era involuntário sentir-se mal próximo ao indiano que parecia estar mais com o pé no inferno do que nos céus, como alegava.

–As coisas parecem estar dando certo... -O loiro virou o corpo com um meio sorriso nos lábios. O que fez Camus sentir um frio percorrer sua espinha.

–Sim.

–Ele merece.

Apesar de concordar, ouvir Shaka dizer aquilo o fazia mal e a careta que se seguiua àquelas palavras foi de puro desprezo. Sabia que o loiro notou sua reação, porém foi tão prontamente ignorado que chegou a piorar a face que fazia.

Nada, absolutamente nada, parecia tirar Shaka de seu pedestal de sabedoria e poder, como Athena conseguia competir com aquela divindade mortal?! Deuses! Revirou os olhos com o próprio pensamento e vestiu a máscara de frieza novamente, observando com atenção os movimentos do outro.

Shaka apenas andava, como se o chão sequer estivesse ali, vez ou outra sua face se voltava para o aquariano e um sorriso pintava seus lábios. O homem se aproximou abrindo uma das mãos com algo que encontrara no chão quando uma certa... Criança, passou em fúria por seu templo.

–O que... -Ergueu uma das sobrancelhas notando um antigo e velho pingente que Hyoga deixava consigo como um amuleto da sorte. -Por que está com isso?

A pergunta foi hostil e todo aquele mistério ao redor do virginiano passou a se intensificar, Camus acompanhou com o olhar os passos do loiro até o centro do templo, onde sentou abrindo os olhos cuidadosamente, garantindo que não explodiria nada ao redor. O olhar azul de Virgem praticamente queimou sua alma congelada, o fazendo engolir em seco e involuntariamente recuar meio passo, atento a qualquer movimento estranho.

–Há pessoas que não confiam própria sombra, sabia?!

–Ahn? -Estava confuso, Shaka e seus rodeios que apenas complicavam cada vez mais sua vida e mesmo sendo bom entendedor, uma meia palavra do loiro poderia render uma longa discussão filosófica entre Sócrates e Platão.

–Mas por que?! É irracional, não acha? -Falava distraído vendo que Camus parecia prestes a congelar seu templo e calar sua boca para sempre. -Afinal, a sombra é a única que anda conosco o tempo todo... -Rodou o indicador no ar enquanto as palavras saiam lentamente por seus lábios. -E há pessoas que amamos tanto que são como nossa sombra... -Ergueu o olhar com um meio sorriso nos lábios. -Os monges me ensinaram a nunca confiar em ninguém, sabe por que?

–Não sei se quero saber...

–É simples... -Levantou-se entregando deifinitivamente o pingente nas mãos do aquariano. -Porque quanto maior sua sombra... Maior a traição.

Camus estava completamente confuso, viu o loiro dar as costas rumando para a parte pessoal de seu templo em seus típicos passos vagos. Não tinha entendido nada e seu coração apertava, como se algo realmente existisse nas palavras do outro.

–Ah sim... -Shaka começou vendo Camus erguer o olhar ainda confuso para si o questionando em silêncio sobre tudo que dissera. -Já ia me esquecendo... -Sorriu de lado virando o apenas o rosto, os olhos já fechados e a expressão satisfeita. -Hyoga esteve aqui hoje... Mas me pergunto, o que será que ele foi fazer em Escorpião...?

Deu as costas jogando a dúvida nos braços de Camus, um sorriso maligno se desenhou nos lábios de Shaka ao notar o cosmo alheio começar a se intensificar e a fúria crescer consideravelmente.

Teve vontade de gargalhar, mas conteve-se, apenas continuou sorrindo e ao chegar em seu quarto, moveu uma das peças no tabuleiro de xadrez que estava sobre sua cama. Pegou o cavalo próximo ao rei derrubando a peça branca que rolou pelo chão, para então segurar o vencedor entre seus dedos e seu sorriso alagar-se ainda mais.

O destino seguiria, Samsara não pararia de rodar e tudo caminhava em prol de Shaka.

Os deuses conspiravam ao seu favor.

"Whoa! You're a loaded gun, yeah!

Whoa! There's nowhere to run

No one can save me

The damage is done"

"You give love a bad name"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yeeeah!! And you're to blame, you give love a bad name, i play my part, you play your games ~
Música maravilhosa né?! Ainda apaixonada por cada palavra, well... Foco, obrigada a todos que leram até aqui, sim eu sei, que loucura que choque né...?! Mas, estamos ao final da prancha e o mar de tubarão nos espera! Espero do fundo do coração que tenha gostado, meu muuuito obrigada a todos que leram e... Deixem reviews ^~ !
Grazie!
See ya~
Evye.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Nothing" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.