Sweet Nothing escrita por Evye


Capítulo 1
Summertimes Sadness


Notas iniciais do capítulo

Olááá. como eu disse na última... Eis a long DitexCamus! Nem vou enrolar muito hoje, espero que gostem e boooa leitura!!



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“Kiss me hard before you go

Summertime sadness

I just wanted you to know

That baby, you're the best”

~

Ouvir os gritos de Milo ecoarem pelas paredes do templo era, com certeza, uma das piores coisas do relacionamento que mantinha com escorpião,o grego se esgoelava em um falatório sem pausas com argumentos chulos e sem fundamentos, tinha cismado que flagrara o cavaleiro de aquário com uma amazona qualquer. Loucura.

– Milo...

– Calado Camus! Você não tem o direito de dizer nada! Acha mesmo que eu não iria descobrir? Eu te vi se esfregando com aquela putinha!

Revirou olhos massageando as têmporas,era a terceira vez naquela semana e ainda estavam na quinta-feira. Respirou fundo puxando a maior quantidade de ar possível, aquele ciúmes doentio do namorado estava cansando e mesmo sendo o poço de paciência que era, tinha seus limites. Seus ouvidos doíam da voz estridente, seu corpo formigava ansioso por socar a face do grego.

– Chega.

– Hei! Aonde você pensa que vai? Está fugindo?!

– Pelos deuses, Milo, cale a boca...

Saiu meio sem rumo escadaria a cima, desde quando estavam naquela situação? Como chegaram a ponto tão crítico? Athena permitiu os relacionamentos depois de tanto lutarem por isso e agora tudo estava indo por água abaixo! Suspirou, definitivamente estava cansaço dessa história,ouvir Milo dizer quase todos os dias que estava o traindo feria seu orgulho, não apenas de homem, mas de cavaleiro, não trairia alguém que ama. Quer dizer, ainda amava, certo?

– Porra Afrodite! Foi só uma noite!

– Saí daqui Máscara.

– Que cacete, você pagou de puta durante anos e agora vem querer me dar sermão? Pro inferno!

Parou no último degrau ouvindo a voz grossa do guardião de câncer ecoar pelo amplo salão de peixes, adentrou silenciosamente,não tinha intenção de bisbilhotar a vida dos dois, apenas queria passar sem ser notado, uma tarefa praticamente impossível,considerando o fato de ambos discutiam no hall, assustou-se ao ver o italiano agarrar o pulso do sueco o forçando a aproximar-se,Afrodite estava visivelmente perturbado, não queria ser tocado pelo homem e muito menos discutir o que quer que tivesse acontecido.

–Olhe pra mim sua vadiazinha de meia tigela,eu dormi com ela, mas você não deveria nem...

O silêncio momentâneo deu-se quando notaram a presença do terceiro, Camus pigarreou pedindo permissão para passar, viu Máscara da Morte avermelhar-se de fúria,os lábios crispados e a mão apertando ainda mais o corpo do outro.

– O que você quer aí?

Camus intercalou o olhar entre o pisciano e Máscara, Afrodite tinha uma expressão péssima e parecia implorar para que sua presença desaparecesse dali naquele instante.

– Que eu saiba, Câncer,o dono da casa é o Afrodite, consequentemente,o único apto a me expulsar.

– O que vo-...

– Pode passar Camus.

A voz do sueco estava trêmula e falha, ponderando entre deixá-lo ficar e mandá-lo ir, Aquário abriu a boca para protestar,não sabia por que queria defender o vizinho, nunca fora amigo de Afrodite e muito menos amigável,basicamente se detestavam! Mas vê-lo tremer nos braços do moreno, preso à uma força maior que a sua e tão mentalmente debilitado quanto a si, o fazia querer ficar, despertava um sentimento profundo de proteção que permanecia guardado o tempo todo. Porém,engoliu as palavra, acenou cabeça positivamente e passou pelo casal deixando-os para trás,porém sem deixar de notar que enquanto andava, um par de olhos azuis miravam suas costas.

~

Enrolou alguns minutos na casa do Grande Mestre antes de decidir descer para seu templo, Shion o indagou o porquê da visita repentina e a face tão perturbada, não se deu ao trabalho de inventar uma desculpa digna, limitando-se ao aceno de mão e um vago "não é nada.". Sua sorte é que o ex cavaleiro de Áries não gostava de se envolver em assuntos alheios e convenceu-se de que não lhe era interessante. Pisou no primeiro degrau suspirando pesadamente, sua cabeça parecia girar e seus passos pesarem mil toneladas,não sabia o que esperar ao chegar em seu templo,e se Milo estivesse lá? Pronto para afronta-lo novamente e fazer acusações sem fundamentos? Definitivamente, não sabia... A única coisa que queria era manter uma longa distância do Escorpião por tempo indeterminado.

Só notou estar a meio metro de Peixes quando sentiu o tão característico perfume de rosas preencher suas narinas, amava aquele cheiro... Claro, não admitiria jamais para o pisciano uma verdade como esta, mas dentre todos os contras em se ter Afrodite como vizinho, aquele era o seu pró favorito. Adentrou o local e silêncio,elevou o cosmo pedindo permissão para o outro, mas parecia que o mesmo estava ausente.

"Pelo visto, aqueles dois já se acertaram..."

Debochou com um sorriso de escárnio menosprezando o casal, seus pensamentos preenchidos do desprezo que nutria por ambos não foi o suficiente para distrai-lo do som de um soluço, parou olhando na direção do barulho, aguçou os ouvidos prestando atenção a sequência que se fazia, não sabia se ia até o lado escuro da casa ou ignorava; bem, normalmente sequer ouviria os soluços,então por que se dirigia, pé ante pé,até o local de origem dos sons? Bem, só os deuses sabem...

– Afrodite?

O mencionar desse nome e repentinamente o som dos soluços pararam, mas não rapidamente para poupá-lo da cena a seguir, e sinceramente? Jamais imaginara ver Afrodite de Peixes, um cavaleiro tão altivo, orgulhoso e pré potente, sentado abraçado aos joelhoscom o rosto escondido nas mãos,chorando. Sim,Peixes estava chorando! Tão grande foi o espanto de ambos ao se verem, Camus ficou boquiaberto enquanto o loiro esfregava os olhos tentando estancar as lágrimas que agora pingavam incessantemente,manchando a pele branca em trilhas vermelhas. A cena do pisciano tão vulnerável poderia ser considerada amável se não fosse perturbadora.

– Camus, saí daqui! Vai embora!

– Mas...

– Por favor... Vai embora!

Ouvi-lo dizer aquelas palavras foi assustador, Afrodite nunca, absolutamente NUNCA, pedia nada a ninguém!Por favor? Duvidava que essas palavras existissem no vocabulário de Peixes, e tudo isso só servia para assustar-se ainda mais.

– Saí logo daqui Camus!

Admitia estar sem reação,seu coração saltava, não pelo gritos de Afrodite ou por sua fúria e cosmo visivelmente desestabilizados, mas pelo fato que de vê-lo naquele estado, gritando, com lágrimas correndo pelos olhos, as mãos e lábios trêmulos e totalmente inofensivo,causava-lhe um estranhamento chocante. Pensava se deveria obedecer a vontade do pisciano ou simplesmente ignorá-lo, cogitou as possibilidades e todas não pareciam ter um final feliz.

– Que inferno Camus! Por que você ainda está aqui? Pare de me olhar!

Quanto mais falava, mais chorava, era um troca injusta e dolorosa, viu o pisciano levantar-se caminhando em sua direção prestes a soca-lo com todo o ódio que exalava, mas quando o braço do sueco ergueu-se, por algum motivo (talvez impulso), viu a própria mão levantar-se bloqueando os movimentos.

– Não. Hoje não.

As palavras fizeram o dono dos olhos azuis se espantar, mas maior foi seu espanto ao sentir seu corpo ser puxado ao encontro do cavaleiro de Aquário, sentiu o peitoral do francês encontrar-se ao seu e os frios braços o envolver enquanto o pálido rosto se apoiava no topo de sua cabeça aspirando o perfume de seus cabelos. Afrodite suspirou, sentiu uma dor forte em seu coração e as lágrimas incansáveis brotarem novamente com mais força,soluçava alto e não podia deixar de esconder a bela face no peito que o aconchegava, enquanto Camus, ouvindo o som desesperado de um coração partido não podia deixar de pensar em como estava sua relação, via o sofrimento de quem realmente foi traídoe não entendia por que o amante cismava com isso pelo menos uma vez na semana, faltava tanta confiança? Não bastava os anos de convivência como amigos para conhecê-lo de verdade? Aparentemente não. E isso era o que mais doía,talvez, esse ciúmes doentio não era por medo de perdê-lo, mas apenas pela genuína possessividade, pelo prazer de prendê-lo e controlar sua vida. Camus não admitia isso, era livre, era de aquário,não devia satisfação a ninguém!

Imerso em pensamentos, baixou os olhos observando Afrodite, este já não mais chorava com tanto vigor, mas as gostas salgadas ainda corriam livremente por sua face, o pisciano, provido de uma inocência que o colega jamais achou que tivesse, agarrava o tecido por baixo da armadura dourada de aquário, seu lábio inferior tremia constantemente mordido. Camus abriu a boca para dizer algo, mas lhe faltava palavras, então,apenas acariciou as madeixas douradas que contrastavam com o brilho das armaduras, peixes aconchegou-se mais em si, e não pode deixar de sentir um nó garganta ao ver o quanto sua camisa estava molhada.

Ambos estavam sofrendo, mas estavam ali, juntos, consolando-se em silêncio e contra todas as possibilidades,os que antes tanto se odiavam, agora permaneciam unidos, porque afinal, os opostos se atraem...

~

Abriu os olhos tentando se localizar, seu corpo pesava e o breu do local não ajudava. Bocejou apalpando os arredores do corpo, tocou algo frio e duro, deduziu ser o chão,sem enxergar nada continuou tateando até tocar algo macio, não pode deixar de apalpar aquela "almofada", uma ótima almofada por sinal, era comprida e roliça, mas... Torneada? Afrodite levantou-se rapidamente forçando as vistas tentando identificar a silhueta abaixo de si. Virou o rosto, aproximou e se afastou, mas na escuridão seria impossível identificá-lo apenas pelo olhar, suspirou dando-se por vencido, se agachou elevando ambas as mãos ao rosto do desconhecido tocando as bochechas magras e o caminho até o nariz delicado e lábios finos. Sorriu, quem quer que fosse, provavelmente era de uma beleza esplêndida, sentiu alguns fios de franja roçarem seus dedos enquanto delineava a testa, eram fios extremamente lisos e desfiados para a lateral, inclusive percebia que eram mais longos que os seus, ao julgar pela cócega em seu antebraço. Passou a língua pelos lábios imaginando como seria efetivamente a pessoa que estava ali e qual seria a cor de seus olhos,por algum motivo que não entendia - e sinceramenteaté achava divertido pensar nisso - tivera o ímpeto de beijá-lo, provar da delicada boca que respirava entreaberta,relaxada no mais profundo sono... Mas não faria isso, não conhecia aquela pessoa, não sabia se era comprometido ou não e o pior de tudo, por mais que evitasse pensar nisso, ainda não tinha arrumado um terço de seus problemas com Máscara da Morte, tinham apenas discutido a ponto de expulsá-lo do templo,mas quando Camus apareceu, foi simplesmente impossível continuar com a "conversa", não tinha mais paciência e sentia-se envergonhado com tamanha exposição,não poderia esperar humilhação pior! Seu vizinho que o odiava o viu discutindo com o namorado!

Revirou os olhos sentando-se no chão comuma das mãos apoiando a cabeça,era muito azar, brigar com Máscara,ser visto por Camus e agora estar em uma sala escura, que ao menos sabia dizer que era seu templo pelo cheiro de rosas, com um completo desconhecido! Estalou a língua entre os dentes voltando o olhar para o outro, tocou a mão largada ao lado do corpo, sentindo sua textura, não era macia como a sua, na verdade era extremamente calejada, mas ao mesmo tempo, possuía uma certa delicadeza, talvez por causa das longas unhas ou os dedos finos, os braços tinham poucos pelos e os ombros ossos marcados, era um contraste de situações,um contraste que atiçava o apetite do pisciano e o deixava cada vez mais curioso.

Tudo melhorou quando os primeiros raios de sol começaram a iluminar o local, metro a metro, a claridade alcançava os corpos no chão,Peixes atenciosamente acompanhava cada trecho do corpo alheio iluminado, mas foi quando chegou no meio do caminho que sentiu-se realmente desesperado,ver aqueles longos fios ruivos não era bom sinal!

– Não pode ser...

Afastou-se com os olhos arregalados e uma das mãos à boca, mordeu o lábio inferior ao ver que o homem que até segundos atrás o encantava não era ninguém mais ninguém menos do que Camus de Aquário!

– Merda!

Saiu correndo do local deixando o guardião do décimo primeiro templo, sozinho, adormecido, com os braços que antes abrigavam seu corpo simplesmente abandonados.

~

Os olhos se abriram preguiçosamente,olhou ao redor procurando o dono da casa, estava sozinho. Bem, esperava por isso. Levantou batendo na armadura como se tirasse partículas de poeira inexistentes,o sol queimara sua pele e um tom avermelhado aparecia nas partes expostas de seus membros, fez uma careta de desaprovação sentindo um leve ardor ao movimentar os braços,era realmente desconfortável estar naquela situação. Passou pelas pilastras à procura do pisciano, mas aparentemente estava sozinho, suspirou cansado, gostaria de vê-lo. Se espantou ao pensar algo assim e o rubor na face não deixou de aparecer, passara a noite com Afrodite aninhado em seus braços,em um choro baixo enquanto tinha seus belos cachos acariciados,Camus sorriu inconscientemente ao recordar-se da imagem, nunca vira o homem tão frágil e vulnerável.

– Aquário?

– Máscara da Morte... Bom dia.

– O que está fazendo aqui?!

– Não creio que este seja um problema seu.

– Lógico que é,este templo é do Afrodite, que por sua vez é o meu namorado! Tenho direito de saber!

– Mas, que eu saiba, o protetor desse templo é Afrodite, sendo assim, não lhe devo satisfações.

Viu a face do canceriano avermelhar-se em fúria, seus punhos fecharem e o olhar, sempre tão feroz e irritadiço,perfurar seu corpo alcançando sua alma,tinha certeza que a narração do estado do outro faria qualquer um arrepiar-se de pavor, mas não Camus!

– Você dormiu com ele? Foi isso?! Aquela puta, viadinho de mierda! Eu vou arregaçar aquela cara!

– Calado italiano estúpido! Não seja tão cego,estou apenas de passagem!

– Passagem? Você acha que eu sou idiota? Eu conheço aquela putinha!

– Primeiro, eu não acho que você seja idiota, tenho certeza. Segundo, você não sab-...

– O que está acontecendo aqui? Máscara?

– Afrodite, sua puta desgraçada! Nós não terminamos,eu não terminei e você já está se engraçando com esse francês nojento?

– O que? - Afrodite intercalou o olhar entre Camus e Máscara da Morte, não conseguia decifrar o olhar do ruivo, mas sentia-se profundamente envergonhado pela cena, enquanto o italiano soltava sua raiva pelos poros prestes a atacar todo os presentes. - Você andou fumando alguma coisa? Enlouqueceu?

Não queria fazer aquele show na frente do vizinho, sabia que seria apenas mais um motivo para ser humilhado e que, por mais que o francês fosse reservado, aquela história cairia em outras línguas,revirou os olhos ouvindo os estúpidos argumento jogados sobre si, as palavrasem italiano eram como lixo, as que entendia, preferia ignorar. Pousou a mão na cabeça organizando os pensamentos; Camus, em silêncio o observava, ponderando sobre o que fazer, sentia-se levemente ameaçado ao ver câncer aproximar-se cada vez mais do outro.

"Se ele fizer alguma coisa..."

Porém, antes que pudesse defender o colega de batalhas ou tomar partido na discussão o próprio pisciano se manifestou em brados de fúria.

– Chega! Eu já disse que não te quero mais aqui! Suma, Máscara! Por mil diabos! E sim, NÓS terminamos, EU terminei! Quem me fode não é mais problema seu! E quer saber?! Dane-se se eu dormi com o Camus ou não,eu não sou seu! Então vá transar com a puta daquela amazona e me deixe em paz!

Saiu batendo os pés deixando os dois cavaleiros boquiabertos, o italiano ainda gritou alguma coisa em sua língua mãe,mas logo desceu abandonando o cavaleiro de aquário que sem saber por que, voltou o corpo na direção contrária e correu atrás de Afrodite. Seria xingado e expulso? Sim, com certeza, mas precisava garantir que aquelas lágrimas não caíssem na terra, precisava garantir que estaria ao lado dele.


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Notas finais do capítulo

É isso aííí, espero que tenham gostado! Não deixem de comentar, isso sempre me ajuda muuuito na construção dos demais capítulos!Espero de verdade que tenham se agradado da história e ansiem pelos próximos! Muito obrigada a todos que leram! E até mais!See ya ~Tia Evye.



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