Friends and Lovers escrita por Rayssa


Capítulo 6
New Year's Hunt


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu nem espero comentários nesse capítulo O.O Faz anos que não posto, MIL PERDÕES... Espero que gostem :D



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– Eu estava errado. – os olhos verdes dele estavam focados nos meus. – Ela não é nada do que eu pensei que eu fosse... – murmurou. – Ela não é você, e você é a garota que eu amo. – sussurrou com os lábios quase colados nos meus.

Então, em um impulso, puxei seu rosto até o meu e colei nossos lábios. Imediatamente suas mãos foram a minha cintura, colando nossos corpos. Senti o sabor de seus lábios que a dois anos ficara em minha memória. Beijar Albus era maravilhoso.

– Eu te amo Lanna. – murmurou antes de puxar meu lábio inferior com os dentes, sugando-os levemente.

Mas, aquela não era a voz de Albus era a de... Abri os olhos e quem estava a minha frente era Lorcan, e havia um sorriso amoroso que eu nunca havia visto antes em seu rosto.

– Lo-lorcan... – empurrei-o surpresa. – O que você está fazendo? – exclamei, sentindo meu rosto aquecer.

– Eu sei que a gente não deveria, mas eu não pude evitar... – respirou fundo e alinhou sua mão em meu rosto. – Você é tudo que eu sempre quis, e eu preciso de você Lanna. Preciso de você!

– CARALHO LANNA! ACORDA! – a voz de Lorcan me fez sobressaltar da cama, e acordar de um dos sonhos mais bizarros que eu já tivera. – Eu preciso de você garota.

Apesar do sol que invadia minha janela estar quase me cegando, arregalei os olhos em sua direção. Que droga era essa? Desde quando ele precisa de mim?

– É o que? – exclamei, antes de bocejar.

– Você fica engraçada quando está acordando... – ele riu. – Mas isso não vem ao caso. Preciso que me chame para passar o ano-novo com você. - arregalei os olhos.

– Perdão? – praticamente tossi.

– Meus pais querem, mais uma vez, passar o ano novo com a família do meu pai, e eu realmente fiquei com todas as minhas primas, então é um ambiente muito hostil. Ano passado a Lucy me convidou, mas esse ano eu não tenho ninguém. – cruzou os braços emburrado.

Franzi o cenho por um segundo, tentando compreender tudo que acabara de acontecer.

– Tudo bem, esteja aqui as nove, e coloque roupas bem frias, ok? – ele abriu um largo sorriso e beijou rapidamente a minha bochecha.

– Valeu Lanns. – depois disso, ele subiu na minha janela e pulou. O que não era preocupante já que o meu quarto ficava no térreo.

(...)

– Não vai passar o ano-novo com a sua namorada? – perguntei ao meu irmão que estava lendo o profeta diário.

– Não esse ano. – suspirou.

– Problemas no paraíso? – perguntei, mais curiosa que preocupada.

– Na verdade, talvez esse seja o problema. – sua voz soou preocupada, por esse motivo, decidi não tocar no assunto.

Ninna desceu correndo as escadas, estava com o olhar animado, vestida com uma blusa – que eu sabia que tinha mangas compridas – vermelha, um casaco branco fino, uma calça preta de tecido grosso, um tênis de cano relativamente alto, e segurada um grosso casaco marrom. Ela estava mais que pronta para o nosso ano-novo.

– Arrasou... – ouvi a voz de meu pai atrás de mim. – Acho que já temos uma vencedora. – ele parecia animado.

– Querido, vai passar o ano novo com a gente? – perguntou minha mãe, atrás dela estavam alguns de suas amigas com suas famílias, um total de doze pessoas.

– Vou sim, algum problema? – o semblante de minha mãe ficou entristecido.

– Não, só que ficaram em número impar. Temos aqui um total de dezessete pessoas, mas, nove iram participar, como farei as duplas? – e como se tudo houvesse sido programado, a campainha tocou.

– Para a sua sorte, mamãe, eu trouxe um convidado especial para nossa caçada de ano-novo. – sabia que todos os olhares estavam em mim, enquanto eu caminhava até a porta e dava uma bela olhada no olho-mágico para confirmar que Lorcan estava ali.

– Sério? – perguntou animada. - Quem? – e então, eu abri a porta, deixando o rosto das nove pessoas que conheciam a reputação no Lorcan brancos, em outras palavras, os filhos das amigas da mamãe, meus irmãos e meu pai.

– Oh, é o Scamander. – olhei de soslaio para Lorcan, percebi que esse estava com o rosto vermelho pela atenção, e vestido como pedido, casaco de frio, calças grossas e, mesmo sem saber da caçada, botas de caça. – Vamos, entre querido, a caçada já vai começar. – seu rosto agora ficou mais pálido do que o esperado, enquanto adentrava a porta.

Fechei logo que ele passou, e o abracei firmemente. Sabia que depois que Rose interrompeu o nosso beijo, as coisas entre eu e ele estava ficando cada vez mais quente e isso podia ser notoriamente um problema.

– Que historinha é essa de caçada? – sussurrou em meu ouvido.

– Tradição dos Abbott. – sussurrei de volta, enquanto o soltava e sorria para os convidados. – O Lorcan vai ser meu par na caçada.

X

Eu não estava feliz, nem um pouco feliz. Meus pais detestavam a Ems, e minha irmã a achava grossa. O único que não tinha nada contra ela, era o James, e ele estava muito focado em sua carreira para se incomodar. Ao apresenta-la a familia, logo percebi que saíram faíscas entre ela e Molly, ela e Victorie, ou melhor, ela e todas as grifanas presentes. O que nos resume as únicas pessoas que gostaram dela. Tio Charlie porque ela é autêntica, tia Fleur porque ela é linda, tia Angelina porque ela gosta de todo mundo, e a prima Roxie porque ela é sonserina. Quer dizer, Roxie não gostava dela, mas não tinha problema em suportá-la por esse motivo. Os outros passaram a odiá-la de cara. Menos a Lucy, simplesmente porque ela não se importa.

– Ela não é, nem perto, a garota certa para você. – a voz de Lucy me fez ter um susto. – Não estou dizendo para você deixa-la, ela é uma garota bem interessante. – deu de ombros, enquanto se sentava ao meu lado. – Você sabe que seu coração pertence a uma garota que tem uma personalidade quase reversa a dela. – franzi o cenho.

– E quem é essa garota? – perguntei levemente irritado. - Você? – soou tão sarcástico quanto eu quis que soasse.

– Credo Potter, já passei dessa fase. – fez uma cara de nojo. – Estou me referindo a Lanna, é algo tão óbvio. – resmungou. Senti meu coração acelerar, tá foda essa situação. Se mencionam o nome dela eu já fico em alerta. Namorar com Ems parecia me fazer gostar ainda mais daquela garota, talvez pela falta que ela tanto me fazia.

Respirei fundo para impedir que alguma coisa estupida começasse a acontecer, como, por exemplo, começar a chorar. Namorar a Lanna seria bem mais fácil, pelo menos eu achava que seria. Nunca daria para saber. Pelo menos, todo mundo gostava da Lanna. Entretanto, depois que Scorpius tinha me falado que Rose tinha pegado Lanna e Lorcan aos beijos, eu meio que prometi a mim mesmo que não iria terminar com a Emily.

– Eu acho... – não pude completar, senti um aperto em meu ombro e quando levantei o olhar, Emily me encarava irritada. – Oi linda. – seu olhar mostrava que eu estava encrencado.

X

– Então, vocês sempre caçam um tesouro? – assenti. – E quem encontrar é quem terá mais sorte? Ou o que? – ri baixo, enquanto rodeava o arbusto luminoso, havia um papelzinho sobre ele.

– Aqui. – retirei o papel devagar, enquanto ele ficava ao meu lado. – Não, é só uma forma de se diverti e reunir a família. – dei de ombros. – Apesar de esse ser o primeiro ano desde que o Frank começou a namorar a Molly que ele participa. – o garoto assentiu e puxou o papel da minha mão.

– Sigam a trilha azul. – murmurou o garoto com o cenho franzido. – Que tipo de dica é essa? – dei de ombros.

– Do tipo, procurem a trilha azul e a sigam, simples assim. – ele revirou os olhos.

– Eu achei que vocês eram uma daquelas famílias chatas que sentam, esperam da meia-noite e servem a comida. – ele levantou os braços fingindo empolgação.

– Nem pensar. – revirei os olhos. – Eu tenho cara de tediosa? – ele assentiu fervorosamente e eu dei um soco em seu braço. – Engraçadinho.

– Eu sou hilário docinho. Já me ouviu contando piadas? São as melhores. – bufei.

– Vamos só procurar a droga da trilha, tudo bem? – ele deu de ombros e colocou as mãos no bolso, enquanto começava a andar. Eu o segui, olhando os lugares ao nosso redor.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, até que Lorcan encontrou várias borboletas – todas azuis – voando ordenadamente. Então, começamos a seguir e por mais um longo tempo, o silêncio reinou. Um silêncio muito constrangedor e martirizante, que estava me corroendo por não conseguir falar tudo o que eu precisava.

– A gente vai ter que falar sobre isso uma hora, você sabe não é? – por mais que eu quisesse falar, foi esquisito ouvir aquelas palavras saírem de meus lábios

– Eu sei Lans, mas, sinto que se falarmos sobre isso, irei perder a única amiga que eu tenho. Já tenho a Lucy me odiando, não preciso que aconteça o mesmo com você. – revirei os olhos.

– Já disse que não vou deixar de ser sua amiga por esse motivo, só quero deixar claro que... – respirei fundo. – Eu gosto de você, gosto mesmo. E existe uma atração louca entre nós dois. Tem horas que eu não consigo olhar para você e não querer te beijar, e sei que isso é errado, porque eu estou fudidamente frustrada com minha vida amorosa. Não quero, sei lá, criar uma coisa que possa não existir. – tomei ar mais uma vez, estava soltando tudo de uma vez. – Porque, infelizmente, sei que se em algum momento Albus disser que tem sentimentos por mim, que quer tentar, a minha resposta será sim, independente de tudo que acontecer ao meu redor. Eu estou irrevogavelmente apaixonada por ele e já faz tempo. – admitir aquelas palavras doem mais do que eu imaginei.

Foi como receber uma facada no meu coração ver o quão ligada a alguém, que simplesmente não se importava nenhum pouco comigo, eu ainda estava. Eu ainda seria capaz de quase tudo por aquele garoto, mesmo que eu não quisesse que as pessoas soubessem, era a mais pura verdade,

– Eu sei disso. – Lorcan colocou as mãos nos bolsos e parou de andar. – Lanna. - eu parei ao seu lado, enquanto os olhos que demonstravam sua tristeza. – Estou acostumado a ver que as pessoas que se apaixonam por Albus, acabam nutrindo sentimentos por mim, o que é estranho. Também estou acostumado com o fato de que elas sempre preferem o Potter, não sei o motivo. – deu de ombros. – Sei que você tem sentimentos por ele, e eu tenho pela Lucy. Eu gostaria muito de ter você como namorada, admito. Entretanto, eu também estou frustrado com minha vida amorosa. Eu estraguei tudo com a Lucy, e não tenho esperanças de concertar. – seus olhos brilhavam mais do que o normal, e eu sabia que isso significava que ele estava muito perto de chorar. – Você não estragou tudo. Albus é um retardado e ele vai se tocar um dia, e, provavelmente, ele seria um namorado bem melhor que eu. – mais uma vez, tive que revirar os olhos.

– Lorcan, quero deixar bem claro que vocês dois seriam namorados terríveis. – isso abriu um grande sorriso no rosto de Lorcan. – E mesmo assim, eu não deixaria de amar nenhum dos dois. Porque eu te amo, de verdade. – antes que ele possa protestar ou dizer algo bem humilhante para mim, volto a falar. – Amo como amigo. – dessa vez, ele é quem revira os olhos.

– Acho melhor a gente parar por aqui. – suspirou derrotado. – Não quero acabar me magoando, sei que você sempre escolherá o Albus, como já fez uma vez. – abaixei a cabeça. – Não estou apaixonado por você Lanna. Não me entenda mal. – sua luva de couro tocou a minha bochecha, esquentando-a e levantando-a. - Como eu disse, uma parte de mim está mandando eu beijá-la nesse momento... – sua outra mão foi para minha outra bochecha, segurando meu rosto entre suas mãos. – Contudo, outra parte de mim diz que eu estou magoado e que estou a usando para afogar minhas magoas, me aproveitando de que você também está mal. – elevei minhas mãos até as suas e as segurei.

– Eu tenho medo de estar fazendo a mesma coisa. – sussurrei, apertando-as.

– Um de nós vai sair magoado, você sabe? – senti o coração acelerar em meu peito, sabendo o que viria a seguir. Ele estava certo, aquilo não era certo. Nunca o amaria como amava o Albus, nós dois estávamos emocionalmente instáveis.

Ele era o meu abrigo e eu seu porto-seguro.

– Para quem nós vamos correr quando isso acabar? – aproximei meu rosto do seu, ficando a poucos centímetros de seus lábios.

– Só me prometa que nunca deixará de ser minha amiga. – sussurrou. – E eu não me importo de correr para o meu irmão por ajuda e um ombro para chorar por alguns dias depois que você esquartejar o meu coração. – seu tom era sarcástico, porém, eu sabia que era sério. Era pra valer. Respirei junto.

– Ninguém nunca poderá saber. – informei, ele assentiu. – Eu prometo. – e após isso, seus lábios tocaram os meus, em um beijo que lançou uma grande onda de calor pelo meu corpo naquele dia de neve e frio.

Eu não sabia o que isso significava, mas estava disposta a descobrir.

Quando seus lábios deixaram os meus, seus olhos se arregalaram e um sorriso gigantesco surgiu em seus lábios.

– Acho que acabei de encontrar o tesouro. - apontou para algo atrás de mim e eu virei.

Uma gargalhada alta invadiu o ambiente, minha gargalhada.

– É a primeira vez na vida que ganho isso.

*


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Por favor, sejam sinceros, pleaaaaase.
Beijoooos ;**