Friends and Lovers escrita por Rayssa


Capítulo 4
Womanizer's days it's over


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ;***



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Tudo aparentava estar normal, tudo tinha se tornado passado, e o nome de Frozen não era tocado a dias.

– Eu sempre ganho, sou perfeita nesse ponto! – exclamei, estávamos falando sobre quadribol sentados na grama, perto do lago negro.

– Quem sabe até virar jogadora profissional, não é? – franzi o nariz, isso não era uma opção, eu gostava de quadribol, mas nunca conseguiria ser profissional.

– Jogo como uma, contudo, ainda tenho planos de ter uma vida. – ele revirou os olhos e eu sabia que iria tentar discordar. – Nem comece. A Victorie está noiva a o que? Dez anos? – exagerei. – Cara, ela não tem tempo para nada, e eu não quero uma vida assim. – exclamei, levantando a mão.

Albus riu, e foi por essa risada que percebi que havia alguma coisa errada, ela soou nervosa.

– Al, aconteceu algo? – o suspiro pesado mostrou o quão certa eu estava. Ele se remexeu desconfortável, antes de admitir.

– Eu estou namorando a Emily. – ele desabafou. A primeiro momento, aquelas palavras não faziam o menor sentido para mim. Namorar não era uma palavra que existia no vocabulário do Al, era?

Eu gargalhei. Por um segundo, eu quase acreditei no que ele dizia, contudo, isso era impossível.

– Qual a graça? – ele perguntou extremamente sério, e isso me assustou. Se aquilo não era uma piada, então... COITADA! Nem ela merecia isso.

– Albus Severus Potter! – censurei, boquiaberta. – Você está louco? Pobrezinha! - franzi o cenho. Ok, certo, eu estava realmente chocada. – Tudo bem que a Frozen é uma vaca e tals. Mas, cara, ela é uma pessoa, apesar de não parecer, tem coração e não merece ser chifrada em toda esquina. – tagarelei. O garoto ao meu lado ficara um tanto vermelho, só que, não era vergonha ou coisa do tipo. Era ira.

– Porra Lanna! – seus olhos demonstravam toda a raiva. – Que merda, hein? Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Não sou um monstro obcecado por quebrar corações como o meu irmão. – encolhi o corpo, sem entender aonde ele queria chegar. – Se eu to com a Emily é porque gosto dela, e não pretendo ficar com ninguém mais. – suas últimas palavras foram como facas afundando em meu coração. Nem mesmo em meus piores pesadelos, eu conseguia imaginar ele dizendo algo assim, principalmente com alguém como Emily.

Eu sentia as lágrimas se formarem em meus olhos, o soluço preso em minha garganta, as mãos e os joelhos tremendo, enquanto o chão saia de debaixo dos meus pés. Aquilo não podia, de forma alguma, ser real. Não era justo. Eu amava o garoto e “sofria” por ele a cerca de dois anos, e ele e Frozen saem uma vez e... e...

– Fale alguma coisa... – a voz de Albus me fez engolir o choro, e tentar me acalmar.

Uma raiva começou a queimar os meus pulmões e desfazer todo o indicio de tristeza que estava em meu coração, uma raiva que me faria definhar lentamente, eu sabia disso. Não era injusto, era minha culpa. Tive milhões de oportunidades para dizer como eu me sentia, tive milhões de chances de o beijar, ou demonstrar alguma coisa. Não fiz isso, e ela fez. Ela mostrou o que queria e colocou as cartas na mesa. Eles estão juntos, e eu fui burra. Não só por nunca ter falado o que eu sentia, mas por se apaixonar pelo meu melhor amigo, por um cara que me ver como uma irmã.

É, eu realmente merecia o meu ódio.

– Boa sorte. – sussurrei, antes de levantar e começar a ir embora. Não podia dizer mais nada, ou poderia explodir ali mesmo, e jogaria toda a raiva que eu sentia nele, alguém que não merecia, mesmo tendo começado a namorar a garota que eu mais odiei em toda a minha vida.

– Lanna... – senti sua mão em meu cotovelo, e o puxei com força.

– Não me toque. – grunhi e virei-me em direção ao moreno, que recuou ao perceber o quão raivosa eu estava. Estávamos frente a frente.

– O que deu em você? – senti minhas bochechas esquentarem de vergonha e raiva ao mesmo tempo.

E dessa vez, não era por mim. Eu estava me sentindo traída.

– O que deu em mim?! – bufei. – O QUE DEU EM VOCÊ?! Porra Potter! Eu sempre fui sua melhor amiga, sempre estive aqui, e você decidi que vai namorar a única pessoa que eu não suporto nesse mundo? IMBECIL! – e, em ímpeto, empurrei-o com força.

Albus deu alguns passos para trás, tentando recuperar o equilíbrio do movimento súbito. Porém, por estarmos muito perto do lago, seu pé foi em falso – dentro do lago – e ele caiu lá dentro.

PUTA MERDA! ALBUS CAIU NO LAGO! Eu queria ajuda-lo, queria de verdade, todavia, isso estava fora de cogitação, eu estava com raiva e ele merecia sofrer ao menos um quinto do que eu estava prestes a sofrer. Por isso, mesmo com os gritos e grunhidos de raiva que o moreno soltava, eu virei de costas e fui embora, sem me importar se ele estava com raiva ou não.

(...)

(https://www.youtube.com/watch?v=aXVlQJ8eFgE)

Meus dedos se moviam de forma devagar, e produziam aquele som que me encantava. Após toda aquela raiva, eu precisava relaxar, precisava de um tempo onde eu faria algo que sozinha, e, com muito esforço, havia conseguido com meu pai as chaves da sala de música de hogwarts. Eu havia passado a semana fugindo de Albus, Rose, Scorpius, Lorcan, de todos. Canalizando tudo o que eu sentia em uma grande quantidade de pergaminhos, que acabaram amassados ou jogados pelo meu quarto, até finalmente chegar nesse som.

Tocar piano era uma das coisas que eu mais amava, e todos sabiam disso. O que ninguém sabia era que eu gostava de compor, e isso continuaria sendo um segredo, logo que eu não teria coragem de mostrar nada do que eu criei. É, eu realmente era um covarde em todos os sentidos possíveis. Ficar sentada em frente a um piano, dentro de uma sala afastada, no meio da madrugada, só para evitar tudo, e para que ninguém descubra que eu toco.

O que me irritava era saber que mesmo estando ali, ignorando tudo, aquele som, aquela melodia tinha uma letra própria que era sussurrada dentro de minha cabeça, toda uma letra que fazia questão de me lembrar que eu o amava e nunca seria capaz de esquecê-lo. Doía saber que eu nunca o teria, mesmo que por um curto espaço de tempo, que eu nunca poderia ter aquele momento de felicidade em que eu realizaria o meu sonho, mesmo que fosse para ele ser quebrado minutos depois. Um beijo, ou uma noite. Um segundo de esperança, para saber, pelo menos uma vez, como seria ser amada por aquele que eu amo, como seria...

Quando senti as quentes lágrimas escorrerem pelo me rosto, parei de tocar subitamente. Mesmo no meu sagrado momento de descontração, de esquecimento, ele continuava ali, martelando em minha cabeça tudo o que eu nunca poderia ter, e o quanto eu deveria odiá-lo, mesmo sem conseguir. Invadindo minha mente, cegando-me de amor, e despedaçando os pedaços do meu coração de novo e de novo, esperando pelo momento em que não haveria mais como cortá-lo.

Enxuguei as lágrimas com a manga de meu casaco e respirei fundo, tentando de me recompor. Após alguns poucos segundo, deixei que meus dedos voltassem para o piano, deslizando sobre as suas teclas, e voltando a criar aquele som. Pouquíssimas notas foram tocadas, antes de minha visão está completamente embaçada, e os soluços começarem a irromper de meus pulmões.

Dessa vez, eu não parei de tocar.

Mesmo quando o som de meus soluços eram mais altos que o som do instrumento. Mesmo quando meus olhos não conseguiam mais enxergar absolutamente nada. Apenas continuei, continuei e continuei tocando, tentando com toda a minha força, tocar cada vez mais alto, na tentativa de poder ouvi-lo.

Quando a música chegou ao fim, estava bem mais calma, com a respiração mais leve, e como se um peso houvesse sido tirado de meus ombros.

– Uau... – uma voz me sobressaltou. – Eu não sabia que você tocava tão bem. – minha cabeça estava muito confusa para conseguir descobrir de quem era aquela voz, por isso, virei-me, lentamente, em direção a porta.

Essa estava fechada, e encostada nela, com os braços cruzados, estava Lorcan.

– Obrigada. – sussurrei, notando que minha voz estava rouca. – Como você... – fui interrompida.

– Eu segui você, entramos juntos aqui. – um sorriso irônico estava em seus lábios.

– Por que você... – fui interrompida outra vez.

– Estou preocupado contigo Lanna. – afirmou, enquanto se aproximava. – Você estava toda esquisita, e agora eu vejo que estava certo, você está tudo, menos bem. – quando chegou até onde eu estava, passou as pernas pelo banco e se sentou ao meu lado, encarando o piano.

– Não estou bem. – admiti. – Mas, irá passar. – encarei seu cenho franzido, e a tensão que estava se formando em sua mandíbula.

– Como o Potter consegue ser tão idiota? – grunhiu. – Como ele não consegue ver que você está apaixonada por ele? – dei de ombros, ainda encarando o seu rosto. – Como... – seu rosto virou em direção a mim. – Como ele não consegue ver o que ao lado dele está uma das garotas mais bonitas, talentosas e maravilhosas de toda a escola? – essa afirmação me pegou de surpresa, e eu arregalei os olhos.

– Eu não... – e mais uma vez, eu fui interrompida, só que, dessa vez, pelos lábios de Lorcan sobre os meus.

Foi doce. De todas as coisas que eu podia esperar dele, seu beijo ser doce foi a mais surpreendente. Não houve nada de mais, apenas um encostar de lábios durante alguns segundos, como o primeiro beijo de duas crianças que não sabem o que estão fazendo. Foi diferente, de um jeito bom, mas não havia... Amor, não o suficiente.

– Eu não deveria ter feito isso... – ele sussurrou. – Desculpe-me, eu... – ele se afastou rapidamente, levando as mãos à cabeça. – Eu-eu não... – gaguejou. Eu estava paralisada, ainda sem acreditar no que acabara de acontecer. Após um longo suspiro, ele voltou a falar. – Eu não quero que me entenda errado, eu amo a Lucy, eu não sei o que deu em mim. – ele parecia em total pânico. Num momento de clareza, levei minha mão ao seu ombro.

– Isso não muda nada Lorcan, ainda somos amigos. – sorri gentilmente, e quando seu olhar se voltou para mim, ele estava cheio de lágrimas.

– Desculpe-me. – neguei com a cabeça, e o puxei para um abraço.

– Essas coisas acontecem, tá tudo bem. – sussurrei.

– Eu que devia estar te consolando, ma-mas... – passei a alisar seus cabelos. – Você mexe comigo... – sussurrou, encaixando a cabeça na curvatura de meu pescoço. – Me deixa confuso. E eu tenho que admitir que sinto algo por você, só que eu amo a Lucy e... – minha risada fez com que ele levantasse o rosto. – O que foi? – perguntou, claramente irritado.

– Você. – sorriso divertida. – Não precisa se preocupar com isso Lorcan, aconteça o que acontecer, eu não irei mudar com você. – levei minha mão ao seu rosto, e afaguei sua bochecha. – Você não tem que me consolar, eu amo o Albus, e ele está com outra garota. Isso é uma coisa que eu vou ter que aprender a conviver. Se pra isso eu tenho que evitar e odiar o Potter do meio, assim eu farei. Sua função de amigo é só vir aqui, perguntar como eu estou, me dá um abraço e me fazer rir. Simples assim. – um sorriso bobo surgiu em seus lábios.

– Como você está? – e apenas aquela frase me fez gargalhar.

– Vou ficar bem. – afirmei, mais convicta do que eu esperava, e o puxei para um abraço, enquanto colava meus lábios em sua testa. – Eu prometo que vou.

*


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Notas finais do capítulo

E ai fubazada? Cês não me odeiam, né? Voltei e trouxe um capitulo bem grandinho :DDD Gostaram?