Meu sonho escrita por May Cristina


Capítulo 34
Ele é real?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :DD



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Sabe quando você acorda e depara com algo inacreditável? Não? Um dia quem sabe não acontece?

Ele parecia o mesmo, tirando aqueles pelinhos no seu queixo e o corte mais moderado. Era ele. Ele estava na minha frente e eu não conseguia acreditar. Oh, quanto tempo eu esperei para olhar a pessoa que mais me fazia feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz pelas lembranças e acontecimentos, triste por não ter compartilhado alguns dias da minha vida. Meu coração estava quase saindo por minha boca e eu ainda não havia me situado.

— T-Thomas? – as palavras não saiam direito pela falta de ar.

— Olívia... – aquela voz que me tirou o sono.

Ele se aproximou para me abraçar e eu fiquei imóvel, como uma estátua. Tudo aquilo estava sendo digerido. Meus olhos brilhavam e então, uma coragem veio e eu o abracei forte, deitei meu rosto perto do seu ombro e deixei meus olhos marejarem sem medo.

— Dê um sorriso – ele falou enquanto passava a mão no meu cabelo. – Porque seu sorriso é lindo.

Aquelas palavras me fizeram cair mais e assim, sai dos braços dele.

— É assim? – falei enxugando as lágrimas. – Depois de tudo você volta e fala isso?

— Eu...

— Thomas, você imagina o quanto eu sofri?

Ele suspirou e olhou para baixo.

— Imagina quantas vezes quis te mandar um e-mail, uma mensagem, fazer uma ligação? – estava um pouco irritada, e nem eu mesma entendia. – Sabe quantos dias foram precisos para um sorriso surgir? Eu acho que não. Não entendo o motivo de você estar aqui fazendo isso tudo, de me abraçar e elogiar.

Atento ele estava, e sua expressão não era das melhores. Percebi minha irritação e coloquei as mãos no rosto.

— Senta, por favor... – falei indo para cozinha tomar água.

Sentei no menor sofá, que ficava ao lado do maior, onde ele estava.

— Olívia, eu queria pedir desculpas. Por chegar sem avisar e ter sumido – eu apenas concordava com a cabeça. – Antes de me explicar, poderia ir lá em casa mais tarde? Lucas está bastante ansioso.

Lucas... quanta saudade eu senti desse garotinho. Hoje deve estar um rapaz.

— Thomas...

— Eu senti sua falta. Pensei em mil maneiras para ter você ao meu lado mas todas não tinham fundamento. Eu estava longe cuidado de uma garota doente, você tinha que seguir sua vida, e eu decidi isso por nós dois.

— Você vem até minha casa e diz que decidiu se afastar para nosso bem. Ótimo, agora diz os outros motivos.

— Eu não tinha um prazo para voltar... mas graças a você, Gabriela está muito bem.

— Graças a você, não a mim. O que eu fiz foi simplesmente apoiar a decisão dos seus pais.

— Eu tentei te esquecer, realmente, mas parecia que tinha sempre um pedaço de mim que gritava por você. Eu nunca fui tão feliz naquele mês em que você e eu...

— Thomas, não namoramos nem nada.

— Foi especial, não foi?

Fiquei calada e me lembrei de algumas coisas.

— Um momento.

Corri até meu quarto e abri uma gaveta que ficava no guarda-roupa. Peguei alguns papeis e corri novamente até a sala.

— Tome – entreguei os papeis a ele. – Você se lembra da nossa aposta?

Ele deu um sorriso e olhou para mim.

— Guarde bem o que eu irei dizer – ele ainda sorria. – Você é a melhor em matemática.

Sorri também. Aquilo respondia ele. Ele era tão especial que eu havia guardado nossas provas e nunca esquecido da aposta. Pensava que um dia eu queimaria aquilo, quando encontrasse um outro amor, mas não dava. Todos os dias eu pegava aquela prova e passava os dedos por cima das letras dele, mesmo com a escrita um pouco ruim.

— Estou esperando você dizer que também sou – ele disse.

— Não deveria...

— Tiramos total, então, a aposta deve valer para os dois.

— Tudo bem... você é o melhor em matemática depois de mim.

— Continua a mesma – ele sorria.

Não precisávamos mais de conversa, entravamos em sintonia em pouco tempo. Quando me toquei que ia abraçar novamente Thomas e pedir para ele tomar alguma coisa, sair para algum lugar, ou simplesmente jogar conversa fora de todos esses anos, escutei o barulho da campainha.

— Eu já volto – avisei.

Abri a porta e logo alguém a empurrou, e só uma pessoa fazia isso.

— Olívia, você não responde minhas mensagens nem atende o celular, fiquei preocupado e...

Era Miguel. Ele parou de falar quando viu o cara que ocupava o lugar dele no meu coração.

— Era isso então... – ele dizia irritado. – Você estava se aproveitando de mim esse tempo todo! Esse cara estava aqui e você está com ele. Como eu fui um imbecil em ter te levado para sair e pensado que você um dia poderia ser a mãe dos meus filhos, que você seria a tia dos gêmeos!

Eu já não sabia o que fazer, a última coisa que queria era o Miguel com impressões erradas sobre mim.

— Miguel, eu posso explicar. Não é isso que você está achando.

— Já basta!

— Me escuta, por favor!

— Eu só vou conversar com você, quando esse cara sair daqui, ou melhor, sair da sua vida! – ele ia para perto de Thomas. – E você, deve se lembrar de mim. Saiba que desde que te vi, eu nunca te quis por perto. Você pode ser esse cara que conquista uma e outra, mas a Olívia você não irá conquista-la...não outra vez.

Miguel saiu disparando raiva em todas as coisas que via. Corri até ele antes que arrancasse com o carro e tentei me explicar novamente, mas percebi que ainda estava de pijama e no meio da rua. Voltei para casa e novamente sentei no sofá.

— Olívia, eu já estou indo...

Thomas estava meio desconfortável. Eu deveria me recompor e ligar para o Miguel mais tarde assim que ele ficasse mais calmo.

— Fica... por favor – pedi quase sem voz.

— Lucas está sozinho. Vai na nossa antiga casa no final da tarde. Meu e-mail é o mesmo se quiser manter contato. Descanse – ele beijou minha testa.

Assim que ele passou por aquela porta, minha vontade era de me jogar no chão até achar uma solução para o caso em aberto.

Tomei um banho, liguei para meus pais avisando onde eu ia. Tirei o carro da garagem e segui rumo à casa da Thalia. Sabia que nesse horário ela estaria sozinha, não incomodaria a Rosa, não por enquanto.

Chegando lá, pedi mil desculpas por chegar praticamente invadindo, mas eu precisava desabafar com ela.

— Eu ainda não consigo acreditar, Thalia.

— É um pouco complicado mesmo... ainda não encaixa ele ter feito isso.

— O Miguel?

— Não, o Thomas. Mas o Miguel, creio que você não deve se preocupar, porque vocês são apenas amigos e ele não deveria ter dado aquele escândalo. Não justifica.

— Por que o Thomas tinha que ter falado do meu sorriso? Agora isso fica vagando na minha cabeça.

— Olívia, tente se acalmar por mais que seja difícil. Pegue seu celular e mande uma mensagem para o Miguel, não liga, pois ele deve ficar frustrado e na pior das hipóteses, nem te atender ele deve.

— Tudo bem...

— Você não me contou o que o Thomas fez. Me diga...

— Depois daquele papelão, ele disse que ia embora, eu até tentei fazer ele ficar mas...

— Espera, ele falou que ia?

— Sim! Eu não entendi sendo que ele parecia querer me contar muita coisa e...

— Olívia, me desculpa te cortar, mas... o Thomas deve achar que o Miguel é seu namorado, por isso agiu assim.

— Nossa! E eu fiquei tão nervosa que nem em toquei. Maldita hora que aquele menino tinha que ir na minha casa ver se eu estava bem.

— E eu, sinceramente, acho que você deveria deixar claro para o Miguel que vocês não passam de amigos. Se ele fez isso hoje, amanhã poderá ser pior.

— Você tem toda razão. Isso eu deveria ter feito há tempo, mas quem diria que o Thomas voltaria nessa altura do campeonato?

— Olívia, nem é só pelo Thomas, e sim por você. Desde que estão saindo, você percebe que não tem química, pelo menos da sua parte não. Então, se você não gosta dele de outro jeito, é melhor colocar um fim nisso.

— Espero que ele entenda...

— Organiza isso tudo direitinho que dará certo. Encontre com ele hoje e não deixe de explicar.

— Thalia, mudando de assunto, porque eu só falo de mim – apoiei para ver ela melhor. – Como vai você e o Brian, o seu baby— dei uma risada e vi que ela riu com muita vergonha.

— Estamos bem, expliquei para ele ter um pouco de paciência, mas está tranquilo. Acho que Rosa vai chama-lo para o casamento.

— Pensei o mesmo. Sinto uma falta dela esses dias.

— Eu também senti. Ela está muito ocupada com as coisas dos bebês e do casamento. Acho que deveríamos ajuda-la quando der.

Passei algumas horas conversando com Thalia sobre a Rosa e um pouco da vida dela. Depois peguei o carro e voltei para casa.

Para minha surpresa, Miguel estava lá, plantado.

— Eu posso entrar?

— Sabe que minha mãe não deixa enquanto não tiver alguém em casa.

— O Thomas pode...

— Não vem dar uma de criança, e o Thomas é praticamente da família.

Ele não parecia estar bem, então deixei-o entrar apenas para conversar, e logo falei isso assim que entramos.

— Olívia, eu estive pensando muito e me senti culpado por aquilo tudo. Você tem sido incrível nesses anos, uma grande amiga. Quando estou perto de você, meu mundo vira outro e eu só quero poder te fazer feliz e mostrar isso – ele colocou uma mão no bolso. – Já tem um tempo que quero te falar isso, mas... você quer ser minha namorada?

Um anel prata dentro de uma caixinha.

Minha vida toda sonhei com o dia em que alguém faria tal coisa, me desse uma aliança e falasse que me amava e me queria para sempre. Mas, hoje era diferente. Não era com Miguel que eu queria dividir meu “para sempre”.

Suspirei e me encostei na parede mais próxima.

— Miguel, eu agradeço muito por todos os dias felizes que tem me proporcionado. Mas eu não posso aceitar seu pedido e nem sua aliança... – falei com um nó na garganta.

— Não, Olívia – ele tentava. – Guarde-a com você, e pense. Não quero uma resposta agora, eu espero o tempo que for preciso, mas hoje sei que não está bem.

Eu não deveria estar aceitando. Deveria bater os pés e falar que minha resposta era concreta, entretanto... minha vida não estava concreta.

Peguei a aliança e avisei que ele não poderia ficar mais tempo ali, ou minha mãe chegaria. Ele me abraçou e finalmente saiu.

Guardei aquele anel junto com meus brincos, dentro do meu quarto. Fiquei minutos deitada na minha cama até chegar a uma conclusão: mandaria um e-mail para Thomas.

De: Olívia – viaconstance99@gmail.com

Para: Thomas – thferreira@gmail.com

Enviada: 13 de Janeiro – 16:23

Assunto: Hoje

Thomas, é muito estranho ficar mandando e-mail para você depois de tanto tempo. Acho que a última vez que mandei eram algumas imagens. Mas enfim, hoje eu estarei na sua casa às 18h em ponto. Minha mãe ficaria louca para te ver, então terei que explicar que um outro dia você estará disponível. É isso...

Beijos,

Olívia.

Minha mãe chegou pouco depois daquele e-mail. Expliquei minha situação para ela e a mesma parecia muito animada.

— Vou chamar seu pai para sair, assim você fica mais tempo conversando com ele. – dei um sorriso. – Não sei o que está pensando ainda, vá se arrumar!

Fim do capítulo 34.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo :DD



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