O Informante escrita por Jessyhmary


Capítulo 3
Risers


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera!! Minha internet voltou ao normal e finalmente poderei postar esse capítulo que eu queria tanto... haha gostei muito de escrevê-lo, espero que curtam também!

#BoaLeitura :)



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Era ainda cedo da manhã quando o barulho metálico rangeu. A atenção dos agentes voltou-se para a entrada do bunker, onde as portas da base secreta abriam-se ao som de uma voz feminina. O sistema de identificação da S.H.I.E.L.D logo a reconhecia, abrindo-se instantaneamente.

– Bem-vinda Agente Sharon Carter – a voz robótica abria caminho para todos os outros detrás dela.

Os olhos de Skye quase saltaram quando viram o quarteto: Uma loira imponente vestida com um uniforme da S.H.I.E.L.D e cachos que se desdobravam pelos seus ombros; um arqueiro com feições amigáveis – porém com uma expressão ligeiramente séria – que tinha sua aljava nas costas; um homem vívido e forte exibindo os cabelos loiros recém cortados, com um escudo peculiar repousado sobre o braço direito e, por fim, uma russa que caminhava de cara fechada com os cabelos ruivos presos num rabo de cavalo, tendo o uniforme negro bem colado, destacando seu corpo curvilíneo. A agente mais nova da base apenas observava o grupo adentrando o bunker, como num filme em câmera lenta. Skye precisava se conter para não gritar ao vê-los entrando, já que ela nunca imaginava que os iria conhecer pessoalmente.

– Diretor – Steve parou em frente à Coulson, com uma cara divertida, fingindo seriedade. – Que bom que não está morto.

– Capitão. – Coulson estendeu a mão para ele e Steve o abraçou, dando-lhe alguns tapas nas costas.

– Pega leve, Rogers – uma voz feminina apressou-se a repreendê-lo. – Vai manchar o pulmão do Phil. – disse ela, sorrindo com o canto da boca.

– Agente Romanoff. – Coulson sorriu e a ruiva adiantou-se em abraça-lo.

– Céus! Quanta formalidade, Phil...

– “Diretor Coulson” – Uma voz feminina interrompeu o cumprimento, corrigindo-a.

Natasha girou os olhos nas órbitas, soltando um bufo. Virou o rosto na direção da mulher, já reconhecendo a origem daquela voz. Não demorou muito para Skye notar o clima pesado entre as duas. Sério mesmo que de todos os presentes a May tinha que ter uma rixa logo com a Viúva-Negra?

– Capitão, Agente 13 – Coulson interveio, antes que alguém voasse no pescoço de alguém – Esta é a minha equipe. – Phil apontou para seu grupo, orgulhoso.

– Tive a honra de treinar com alguns deles. – A loira disse, sorrindo para Melinda.

– Ouvi dizer que eram muito bons. – Clint estendeu a mão para Coulson. – Então... Quem são eles?

– Jemma Simmons – Phil apontou para a cientista – Uma das melhores bioquímicas da S.H.I.E.L.D. Ela é referência na Divisão de Ciências e se formou com louvor na Academia. – Phil apresentou a garota e ela sorria um pouco corada.

– Leo Fitz. O cara dos equipamentos. Quer um dispositivo que consiga fazer mais coisas do que consiga pronunciar? Este é o homem certo para o trabalho. Também se formou com louvor na Academia, ele e Jemma estudaram juntos.

– E por “Estudar juntos”, entendam como “Eles são carne e unha” – Skye interrompeu a apresentação de Coulson, claro. – Por isso, chamam eles de Fitz-Simmons.

– E esta é Skye – Coulson não escondeu o sorriso ao falar da garota, sendo acompanhado por May que estava começando a esquecer do incômodo que aquela mulher causava a ela. – É a nossa Hacker. Ela é especialista em quebrar sistemas, protocolos e regras. – Coulson brincou.

– Hey! – a garota reclamou, fazendo uma careta típica de quando queria corrigir alguém. – Eu me regenerei! – ela corrigiu o diretor. – E “hacker” não é um termo muito bonito para se denominar uma agente da S.H.I.E.L.D, A.C. – ela se defendeu.

– Skye é muito dedicada. Especialista em identificar padrões, encontrar soluções onde não existem, quebrar algoritmos e programar sistemas... Ela é multifuncional. – a garota sorriu, feliz com as palavras que ouvira de Coulson.

– E em breve, serei uma hate-fu.

– Uma o quê? – Steve se perdeu um pouco na conversa, fazendo Skye e May sorrirem.

– Isso me lembra... Vocês já devem conhecer a agente May.

Coulson olhou para a piloto e ela apenas acenou com a cabeça para todos os presentes. Ou quase todos.

– Sim senhor – Barton e Steve responderam juntos.

– Me diz uma coisa – Natasha cortou, antes que Coulson começasse a elogiar May. – Qual deles dá mais trabalho?

Coulson, May e Fitz-Simmons olharam para Skye ao mesmo tempo. A garota arregalou os olhos, óbvio que já sabia que era ela, mas se espantou quando todos fizeram o movimento sincronizado.

– E você ainda tem dúvidas? – Phil olhou para Romanoff como se isso não estivesse óbvio.

– O que ela já aprontou? – Natasha sorriu para Phil e Skye, curiosa.

– Fora roubar informações confidenciais de uma missão nível 8 de dentro da Central? Vejamos... – Phil franziu a testa, tentando recordar-se de alguns fatos – Ela teve a ideia de abrir um buraco no nosso avião na sua primeira semana conosco; invadiu a mansão do Quinn na segunda; enganou o bastardo do Ward; colocou um vírus no Deathlok...

– Garota – a ruiva bateu palmas, sorrindo para Skye e estendendo a mão para ela – Você é das minhas. Podemos aprender muito uma com a outra.

May respirou fundo e apertou o punho. Barton não a havia cumprimentado ainda, então aproveitou o intervalo para falar com ela.

– É uma honra finalmente podermos trabalhar juntos. – Clint estendeu a mão para a agente May e foi a vez de Natasha torcer o nariz por ali.

– Mas agora – Coulson fez sinal para que o grupo o seguisse – Vamos até meu escritório, precisamos analisar as comunicações para fazer o detalhamento da missão.

– Sim, Diretor – responderam os recém-chegados ao Bunker, que seguiram descontraídos atrás dele.

A empolgação era clara nos olhos de Skye e Fitz-Simmons. Os dois últimos apenas ficaram calados enquanto Coulson os apresentava, ainda estavam tentando acreditar que os Vingadores estavam na base com eles. Coulson caminhava ao lado do Capitão, ambos com passadas firmes e espaçosas, seguidos por Barton e Sharon que conversavam sobre a missão na Alemanha. May andava ao lado do trio Fitz-Simmons-Skye, mas não conversava com eles. Ela estava com a cabeça em outro lugar e não percebeu quando diminuiu a passada. Acabou ficando um pouco mais atrás do que eles. Já a Viúva andava devagar, esperando a hora certa para provocar a agente.

– Agente May – a ruiva dava seu sorriso mais falso – Uau, já faz quanto tempo desde a última vez?

A mesma voz irônica de sempre.” pensava May, enquanto tentava reprimir sua raiva. A viúva sabia como apertar os botões certos e não hesitaria em usá-los a seu favor de vez em quando.

– Dez anos e sete meses?

May respondeu secamente. Queria evitar uma briga desnecessária, principalmente por causa de Phil, mas era muito tentador chutar o traseiro daquela mulher impertinente.

– É verdade... Nem me lembrava mais, acredita? – o tom irônico dela se tornava cada vez mais irritante e Skye percebeu que as duas estavam faiscando uma contra a outra. – Mas não era pra menos... Eu tava no colegial ainda.

Natasha era uma máquina de provocação gratuita e May não aguentaria ouvir o som estridente saindo dos lábios dela por muito tempo.

– Como se você tivesse tido alguma instrução decente. – May rebateu sem olhar para ela, apenas mantendo seu olhar à frente.

– Nossa, pra quê esse mau-humor? – ela estava sugando toda paciência que May não tinha. – Alias, eu já até consigo imagino o porquê...

– Você nunca pensou em mudar, Nat? – May abaixava o tom, tentando diminuir a tensão.

– Não sei... – Romanoff colocou a mão no queixo, ironizando – Pergunta pro Phil...

Agora o sangue da asiática fervia em suas veias.

– Pergunta pra ele se ele me quer diferente. – a ruiva completou.

Melinda cerrou os punhos. Na cabeça da asiática, Romanoff já estava no chão, sangrando e agonizando com uma faca enfiada no peito. Na vida real, porém, ela estava parada confrontando-a. Esperando sua resposta para continuar provocando.

– Lamento desapontá-la, mas Coulson já adotou a Skye. – a asiática ironizou, mas manteve sua cara fechada. – O orfanato mais próximo fica a cinco quadras.

May rebateu, apenas ignorando o comentário da viúva. Ela era veterana demais para perder a cabeça por causa dela.

– Pelo menos eu não sou um “Ninjossauro” – a viúva inoculou sua dose de veneno.

– Escuta aqui, Natasha – May apontou o dedo na cara dela. – Você não tem o melhor histórico do mundo, e só falta isso daqui para que você seja expulsa da S.H.I.E.L.D, então eu recomendo que você cresça e se coloque no seu lugar. – May pôde ver o ódio em neon piscando nos olhos dela. – Estamos em uma missão. Aprenda a separar as coisas! Não precisamos de você dificultando as coisas por aqui.

– E você acha que eu queria estar aqui? – Romanoff deixou as brincadeiras de lado – Fury me tirou de uma coisa importante na Alemanha só pra isso!

– Se não está comprometida com a causa, não deveria ser uma agente da S.H.I.E.L.D.

– Não haja como se me conhecesse. – a ruiva deu um passo na direção dela.

– Não aja como se não soubesse do que eu estou falando. – May manteve-se imóvel, apenas encarando a ruiva que estava cada vez mais irritada.

Elas pararam no corredor enquanto o grupo entrou no escritório de Coulson.

– Nós não somos iguais, May. Você nunca compreenderá os meus motivos.

– As pessoas acreditam no que precisam pra justificar suas ações. – Melinda deu um passo na direção dela e viu Skye acenar com a mão para que as duas entrassem na sala. – Só tenha em mente qual o seu real propósito neste lugar. Foque na missão. Não em infernizar a minha vida.

A asiática deu as costas e entrou na sala. Romanoff seguiu logo atrás dela e Skye soltou um suspiro de alívio “Não haviam se matado” Coulson esperou elas se sentarem e entregou os documentos com as novas missões fragmentadas para cada um, sendo o único a ficar de pé no meio deles.

– Agentes, estaremos iniciando hoje o projeto RISERS – Reestruturação Integrada dos Sistemas de Espionagem Restritos à SHIELD. Esse projeto visa oferecer uma maior proteção às nossas instalações através de programas de espionagem avançados.

– Através de treinamento? – Simmons pareceu empolgada com o projeto.

– Também. As Novas Divisões da S.H.I.E.L.D reavaliarão o processo de admissão de alunos através de testes cada vez mais rigorosos. Não queremos ter mais lobos no rebanho.

– Como entramos nisso, senhor? – Fitz estava com receio de ter que entrar para a Operações.

– Cada um recebeu uma lista de tarefas. E em anexo, há uma lista de atributos. Preencham os formulários de acordo com a linha de interesse de vocês e a partir daqui criaremos os Setores. Por exemplo: Skye ficaria responsável pela recepção e encaminhamento de calouros para as divisões e May iria treiná-los taticamente. – Skye e May se entreolharam, já se imaginando nesses postos. – Perguntas?

– De quem foi essa ideia? – Skye estava animada com a missão.

– Essa eu respondo – a Agente 13 tomou a palavra. – Esses foram os parâmetros para a criação da S.H.I.E.L.D. no período que sucedeu a Segunda Guerra. Claro que eu e Steve reavaliamos o que era necessário ou dispensável e repassamos para o Diretor Coulson. Ele leu, aprovou e acrescentou mais coisas à iniciativa e... Voilà! O projeto está agora em nossas mãos.

– Bom trabalho, Sharon. – May sorriu, parabenizando-a pela sua parte no projeto.

– Devemos muito à mulher que ajudou a construir tudo isso que conhecemos. – Rogers pronunciava-se em nome de Sharon – Agente Margareth... Peggy Carter. Ela dedicou sua vida a este trabalho: Proteger as pessoas. Devemos continuar carregando este legado. A S.H.I.E.L.D precisa reaver seu lugar ao lado das grandes organizações de manutenção da paz mundial.

O discurso de Rogers enchia de orgulho o peito dos agentes. Mas no dela existia algo mais. Um vazio. Um buraco enegrecido que a sugava para dentro de si todos os instantes. Era como se seu coração não estivesse ali. Diferente de todos os outros agentes presentes na sala, ela não sabia ao certo pelo que ou por quem estava lutando. Não sabia nem mesmo se estava lutando por alguma coisa.

– Natasha – A voz de Coulson a trouxe de volta de seus devaneios. – Como você é uma espiã especializada e treinada pela KGB, quero que seja uma das monitoras táticas de espionagem. May ficará com a monitoria tática de combate. – Elas apenas acenaram com a cabeça, concordando meio à contragosto – Simmons, você...

– Senhor – Koenig invadiu a sala desengonçado e assustado, tropeçando nas palavras – Des-desculpe interromper a reunião, eu sei que era importante... Mas estamos recebendo um sinal estranho.

– Sinal estranho? – Coulson pediu um tempo para entender.

– É uma frequência de rádio com ondulações alomorfas... - Fitz arriscava.

– Eu não sei! – Billy Koenig sacudia as mãos, nervoso. – Vocês precisam ver.

Todos correram para a sala central, de onde se recebia e enviava a maioria dos documentos, arquivos de imagem, áudio e vídeo. No monitor, piscava algumas imagens embaçadas, mas que pareciam câmeras de segurança interna.

– Que lugar é esse? – Skye franziu a testa, tentando recordar-se de algum lugar que se parecesse com aquilo. – E por que estamos recebendo isso?

– E de quem? – Jemma acrescentava mais perguntas às que já tinham.

– Espera, espera! – Natasha gritou no meio da sala. – Eu conheço aquele ali. Volta uns quatro quadros, e aí...

Fitz voltou as imagens e Romanoff identificou o sujeito.

– Bingo! - a ruiva exclamou, fazendo uma cara de dúvida - Achei que tinha ficado na Alemanha, Ibrahim.


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Notas finais do capítulo

- May e Romanoff quase se pegando... (tipo, Goku e Vegeta kkk)

— Cadê o Ward?

#StandWithSHIELD.