Serendipity escrita por Fairy


Capítulo 12
Kekau.


Notas iniciais do capítulo

Gente, depois e mais de um ano aqui estou eu, não dou justificativas, por que não tem, porem se ainda alguem acompanha essa minha fic. Vou postar dois capítulos aqui agora.



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KEKAU (v.);

"em indonésio: acordar de um pesadelo."

P.V.O Annabeth

Acordei sobressaltada no meio da madrugada, aquela sensação horrível de alguém estar me tocando, a sensação de ter as mãos dele sobre mim me dando náuseas. Olhei para o relógio digital ao meu lado marcando 3h00 da manhã. Enterrei o rosto em minhas mãos e me sentei na cama, malditos pesadelos!

Levantei da cama e peguei um robe de cetim rosa claro com detalhes em renda preta, e o vesti por cima da camisola.

Abri a porta do quarto e sai do quarto, descalça mesmo. O corredor estava vazio, e a porta do quarto de hospedes estava fechado, então andando silenciosamente pé ante pé, desci as escadas e fui até a cozinha.

Abri a geladeira, peguei a jarra de água, um copo, e pus-me a beber, no escuro mesmo.

– Não consegue dormir? – perguntou Percy com sua voz rouca me fazendo quase ter um ataque cardíaco.

Por sorte eu havia colocado o copo sobre a bancada, por que se não eu o teria derrubado e estilhaçado no chão com o susto que levei.

– Mas que droga Jackson! Precisa me dar um susto desses? – falei me virando para ele.

Eu definitivamente tive que me controlar ao máximo para não suspirar. E apesar do escuro eu pude vê-lo perfeitamente. O idiota do Jackson estava parado á minha frente, com seu cabelo bagunçado, o sorriso zombeteiro habitual, e o jeans preto, só. Ele estava sem camisa! – E o pior era que ele era gostoso pra caramba – Eu definitivamente não conseguia desviar o olhar do peitoral forte e do abdômen definido dele.

Suspirei

– Tá achando que a minha casa é o Havaí para você andar sem camisa a hora que quiser garoto? – falei brava.

– Está te incomodando? – perguntou ele cínico.

– Está sim. – falei.

– Só porque você não consegue desviar o olhar do meu corpo não é? – perguntou ele rindo.

Revirei os olhos.

– Afinal, o que está fazendo aqui? São 03h00 da manha – perguntou ele.

– Pesadelos, com Luke. – falei depois de um longo suspiro.

Ele ficou com o semblante sombrio.

– Acho melhor eu ir dormir, amanhã nós temos aula. – falei e comecei a andar em direção ao meu quarto.

Parei em frente a minha porta.

– Hey Loirinha. – eu olhei. – Adorei a camisola.

Ele piscou e entrou no quarto rindo. Entrei no meu quarto e bati a porta com força.

– Idiota!

Deitei-me novamente na cama, desliguei o abajur e adormeci. E dessa vez nem me importei em trancar a porta.

[...]

Acordei pela manhã, sentindo-me muito bem, levantei calmamente e fui tomar um banho. Sai revigorada, e fui até meu closet escolher algo para vestir. Coloquei um jeans escuro, um suéter marfim, um sapato estilo bonequinha com um salto não muito alto, um casaco marfim, e por fim um lenço preto desbotado. Amarrei meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto, coloquei minhas luvas, peguei minha bolsa e sai do quarto.

No mesmo segundo lembrei-me de Percy, e que provavelmente minha mãe já estava em casa.

Corri até o quarto de hóspedes, mas logo vi que estava vazio. Desci as escadas apressada, e dei de cara com a minha mãe sentada na mesa do café, comendo tranquilamente seu café da manhã. Suspirei aliviada, aparentemente Percy já tinha ido embora.

– Bom dia Annie. – falou ela sorrindo forçadamente. – Dormiu bem?

Ela fazia muito isso. Forçava um sorriso achando que eu iria acreditar, só para que eu pensasse que estava tudo bem, quando nós sabíamos que não estava.

– Dormi sim. As estradas já estão liberadas? – perguntei.

– Estão sim.

– então eu já vou indo para o colégio ok? Beijos. – falei.

– Annie, você não vai tomar café?

– Eu passo no Starbucks no caminho.

– Tudo bem, beijo querida.

Sai de casa e peguei meu carro na garagem e dirigi até a Starbucks mais próxima. Estacionei o carro em frente ao estabelecimento, sai e fui fazer o meu pedido no caixa

– Um cappuccino com espuma e lascas de chocolate, por favor. – pedi e a moça anotou meu pedido.

Levou apenas alguns minutos até que a moça voltasse com meu pedido em mãos. Paguei, voltei para o carro e dirigi até o colégio. Coloquei o carro no estacionamento, sai e fui logo em direção á Thalia e Nico que estavam conversando encostados no carro de Nico.

– Hey. – falei me aproximando.

– Hey Annie. – falou Thalia e logo seu olhar se transformou em algo incrivelmente malicioso. – Então quer dizer que você e o Percy andam fazendo trabalhos juntos.

Revirei os olhos

– Eu fui obrigada a fazer o trabalho com ele ok? – falei tomando um gole do meu café – E o idiota ainda teve que ficar lá em casa por causa da tempestade de neve.

O olhar malicioso de Thalia aumentou mais ainda e nem mesmo Nico conseguiu conter-se.

– O Percy dormiu na sua casa? - ela riu sem conseguir se conter – Ah Deus, eu sabia que tanta implicância daria nisso, só não achei que iria ser tão rápido.

– Cale a boca Grace – revirei os olhos.

– Falando do dito cujo, olha ele vindo ai. - falou Nico.

Virei-me e o vi descendo da moto e tirando o capacete. Seus cabelos estavam molhados como se houvesse acabado de sair do banho, o que provavelmente era a realidade, vestindo um moletom cinza, jeans azul e vans. Retirou a chave da ignição e assim que nos viu veio em nossa direção.

– Chegou o Romeu, literalmente não é? - comentou Nico com um ar zombeteiro fazendo Thalia rir.

– Acordou de bom humor hoje Di Angelo? - perguntou Percy tomando posse do ultimo copo de café que ainda tinha na bandeja do Starbucks.

– Já estamos sabendo do seu pernoite na casa da Annie, Jackson. - falou Thalia com tom de satisfeita.

Ele se limitou apenas a revirar os olhos e responder:

– Se você acha que ser obrigado a fazer um trabalho entediante de história durante a tarde inteira, não poder ir embora por causa de uma tempestade de neve estupida, e ainda ter que sair escondido pra que a mãe dela não me visse, uma coisa engraçada Grace você está muito enganada. - então olhou pra mim – você me deve uma Chase, se livrou de ter que se explicar.

– Espere sentado o pagamento Jackson, você pode se cansar.

O sinal para o inicio da aula soou, então peguei minha bolsa e segui pelo corredor que dava para a sala de história. Me despedi de Thalia e Nico, e continuei até a sala com Percy ao meu lado em silencio.

Entrei na sala e me sentei no lugar de sempre esperando o professor chegar. E não demorou muito até que ele adentrou na sala, com seu habitual casaco de tweed e cheio de pastas, folhas, enfim.

– Bem turma, espero que todos tenham feito o trabalho que lhes foi solicitado. Já vou logo adiantando que dessa vez não será tolerado desculpas. - ele lançou um olhar para turma do fundo. - enfim, vamos as apresentações. Os primeiros serão: Srta. Chase e Sr. Jackson.

Me levantei e olhei para Percy que deu um longo suspiro e se levantou logo em seguida. Fomos até a frente da turma, e abri o arquivo de slides no laptop enquanto Percy o conectava ao projetor.

– Qual o tema de vocês? - perguntou o Sr. Brunner.

– Os deuses Poseidon e Atena. - falei desconfortável sentindo os olhares de todos sobre mim.

Apresentamos nosso trabalho, e apesar dos apesares correu tudo bem. Assim que terminamos corri pro meu lugar, longe dos olhares.

[…]

Sai da sala após uma aula de geografia entediante, e fui em direção ao refeitório procurar Thalia. Encontrei ela e os meninos parados conversando, e comecei a ir até eles, mas fui parada por uma mão que agarrou meu braço com força.

Olhei para trás e vi os olhos azuis que me atormentavam pela noite.

– Luke. - falei com a voz tremula.

Ele deu um sorriso frio, então eu percebi em seu rosto, uma cicatriz feia e grande que ia desde logo abaixo de seu olho direito até o começo do lábio superior, e me lembrei de quando Percy o havia empurrado para cima daquele carro, provavelmente o vidro rachado fez aquilo nele.

– Sentiu minha falta, Vadia? - ele falou bem perto do meu ouvido, cuspindo cada palavra.

– Me deixa em paz Luke, já não apanhou o suficiente? - usei toda a coragem que havia em mim para proferir essa frase.

– Ah, você percebeu o que seu querido Jackson fez em mim. - ele falou com raiva

Puxei meu braço e ele segurou com mais força.

– Apenas quero que você passe um recado meu para ele. Que essa cicatriz que ele fez em mim não vai ser nada em comparação ao que vai acontecer a ele. - ele pôs uma mecha loira atras de minha orelha. - E quando eu terminar com ele, vou terminar com você o que nós começamos aquele dia.

Senti meu braço ser puxado com uma força bruta. Percy tinha seus olhos fixados em Luke, e eles brilhavam de tanta raiva. Abracei Thalia que estava ao meu lado e tentei me acalmar. Ela afagou meu cabelo, mas vi que ela também encarava Luke como se segurasse para não destruir o sorriso presunçoso que ele tinha em seus lábios, assim como Nico.

– Pelo jeito que voltou – falou Percy com um sorriso cínico e frio – acho que não gostaria de ter outra marca nesse seu rostinho ''perfeito'' não é Castellan?

– Pode ficar tranquilo Jackson, eu já dei meu recado – ele falou então me olhou – E acho que a princesinha entendeu muito bem.

Então ele se virou e foi embora. Em volta uma multidão de pessoas nos encarava e cochichavam esperando por outra briga. Thalia me olhou e antes que pudesse falar algo Percy se intrometeu:

– Que merda de aviso é esse que ele falou?

Antes que eu pudesse responder, Thalia falou:

– Depois vocês conversam, Annie vamos, você precisa se acalmar sem que todos estejam olhando para você. - Então olhou para Nico. - Nico pegue algo pra mim por favor? E Percy, se não for muito sacrificio, pegue algo pra Annabeth, ok?

Ele revirou os olhos e saiu em direção ao refeitório com o Nico, enquanto eu e Thalia íamos até o banheiro.

– Você está bem? - perguntou – está tremendo.

– Sim, só que ver ele depois de tudo é ..

– eu sei.

Joguei água no meu rosto, para que saísse um pouco da cara de choro, e retoquei a maquiagem.

– Vamos? - falei suspirando e pegando minha bolsa.

Ela assentiu e saiu comigo do banheiro.

No refeitório, Thalia se sentou ao lado de Nico e eu ao lado dela, com Percy à nossa frente.

– Aqui Lia. - Nico entregou a bandeja de Thalia com Hambúrguer e refrigerante.

Percy estendeu a minha com um pedaço de pizza de calabresa, o que me fez soltar uma risada involuntariamente, e pude perceber que Percy havia aberto um minimo sorriso,Thalia e Nico nos olhavam sem entender.

– Enfim, agora você pode me contar o que o nosso querido Castellan falou? - perguntou Percy que havia voltado ao seu tom sarcástico de sempre.

Suspirei

– Avisou que é pra você tomar cuidado, porque o que você fez com ele não chegaria nem perto do que faria com você, e que depois disso, terminaria comigo o que tinha começado.

Percy soltou uma gargalhada seca.

– Ele acha mesmo que me intimida?

[…]

As ultimas 3 aulas correram incrivelmente rápido, então quando deu o horário de ir embora, sai correndo da sala de aula até o patio. Encontrei Thalia e Nico encostados ao carro se beijando.

– Hey casal – chamei.

– Annie, vai procurar alguém pra se agarrar e deixa a gente em paz. - falou Thalia brincando.

Dei risada e me virei para se afastar.

– Ah, Annie o Percy estava te procurando faz um tempo já.

Franzi o cenho.

– Por que?

– A peça? - lembrou Thalia.

– Droga! - falei e saí correndo em direção a sala de teatro.

Encontrei Percy no caminho, encostado à uma viga mexendo calmamente no celular. Assim que me viu ele deu um sorriso sarcástico e falou:

– Quem é a atrasada agora?

– Ah Cala Boca Jackson

Ele me pegou pelo braço, não com muita força, e me prensou contra a parede. Dei graças a Deus pelo corredor estar vazio.

– Mas.. o que você tá fazendo? - falei brava.

Ele aproximou o rosto do meu, e eu pude sentir o cheiro inebriante de maresia e perfume masculino que emanava dele.

– Quem é você pra me mandar calar a boca Chase? - falou ele.

E foi ai, que pela primeira vez percebi que Percy tinha um pircing na língua, e por algum motivo estranho, deixava ele mais sexy ainda.

Pelo tom que ele usava deu para perceber claramente que era mais uma de suas brincadeiras idiotas.

Revirei os olhos e sorri cinicamente

– Vai me beijar Jackson? - falei usando uma voz sedutora para provocar ele.

Ele nem ao menos fez sinal de que havia funcionado, apenas sorriu sarcasticamente

– Não se ache demais loirinha. - falou ele me soltou e então continuou andando calmamente até a sala.

– Você tem um pircing na língua?

Ele sorriu de lado cinicamente

– Você pôde ver claramente por que ainda pergunta? - Então prendeu o pircing entre os dentes despreocupadamente. Era uma bolinha prateada pequena e simples, e por um motivo desconhecido achei aquilo incrível.

Chegamos a sala, e imediatamente a professora nos viu.

– Isso aqui é serio, vocês podem não estar comprometidos o suficiente, mas sinto-lhes informar, não sou eu que vou apresentar uma peça para todos os meus colegas, e nem ao menos a sei! - gritou ela a ultima parte – Pagina 25, primeiro ato cena II, todos! Johan, Leo, tomem seu lugar a frente.

Eles se dirigiram ao centro da sala e recitaram suas falas com perfeição, até...

– Gabriel – Benvolio, e Percy. - chamou a professora

Aí a coisa desandou de vez. Percy não sabia as falas, e era péssimo atuando.

Depois de quase uma hora de fiascos meus e de Percy, o ensaio acabou.

– Ok, chega por hoje, estão dispensados. - falou ela – Menos, Percy, Annabeth, Violet e Leo.

Suspirei, peguei minha bolsa e fui para perto dela, junto com os três.

– Então... como vocês bem sabem, nós estamos fazendo uma versão adaptada de Romeu e Julieta para a peça de inverno, por esse motivo que Rosalina existe em nossa peça. - ela olhou para Violet – E como essa é uma peça para colegial, não vi um motivo plausivel para tirar os beijos que aparecem na peça original.

Todos nos entreolhamos, engolindo em seco. A professora suspirou

– Como vocês não são eximios atores, não vou exigir grandes performances de vocês, por isso não terão na peça tantos beijos como na obra, serão apenas três. Entre Páris e Julieta ( que não aparece na obra original), entre Rosalina e Romeu, e finalmente entre Romeu e Julieta, que acontecerá logo após Julieta acordar e ver o corpo de seu amado morto, ela lhe dá um ultimo beijo e então se mata.

''Que ótimo'', Pensei.

– Tudo bem, eram apenas esses avisos, estão dispensados.

Sai correndo da sala e fui embora.


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Notas finais do capítulo

Senti sdds disso.



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