Capitulo18 - Verdades

P.O.V Artemis.

Desci do carro do loiro, já pegando a mão de Lily que insistia em correr.

–Mas mãe...

–Lily espere. Meus deuses.

Ela cruzou os braços ao meu lado e ficou quieta observando os carros passarem pelas ruas, quando o loiro chegou, ela fez um biquinho fofo.

–O que aconteceu com minha princesa? –Ele perguntou e ela mordeu o lábio inferior. Revirei os olhos.

–Solzinho, ela não me deixa ir.

–Você que ir onde?

–Não sei.

Ele sorriu e pegou a menina nos braços.

–Eu levo ela. –Piscou e saiu andando.

Atena passou por mim, tento uma conversa animada com Poseidon.

–Não... Nem adianta.

–poxa Atena... Rapidinho.

–Não. –Eu franzi as sobrancelhas.

Ares outro que passou por mim junto com Afrodite, eles conversavam animadamente, quando ele piscou pra mim e sorriu indo se sentar em um banco com a morena.

Avistei dali, Apolo correr atrás de Lily, e depois ela lhe empurrar e caírem na grama verde. Me aproximei e eles riram, sentando-se, Apolo pegou a menina no braço e se encostou em uma arvore, colocando a menina entre suas pernas.

–Cansados? –Eles sorriram.

–Um pouco.

–Não. –Lily disse encostado-se no loiro e sorrindo. –Vamos tomar sorvete Solzinho?

Ele assentiu e saíram correndo me deixando sozinha mais um vez.

Eu sentei na arvore e observei os dois mais uma vez, Apolo sorria ao pegar a menina e colocá-la nas suas costas.

Eu fiquei realmente feliz, ao ver que os dois se davam super bem, os meus últimos namorados, não aceitavam ela muito bem, por causa do seu temperamento meio “esquentadinha” alguns amigos, diziam que ela puxará a Ares, mas eu duvido muito.

Quando eles voltaram. Lily desceu das costas do loiro e sentou ao meu lado.

–Pensei que tinham me esquecido.

–Nunca mamãe.

Eles se sentaram ao meu lado, completamente desligados e fitando seus sorvetes.

–Não trouxeram nem pra mim?

–O solzinho disse que iria comer com você.

Apolo me olhou e sorriu, oferecendo seu sorvete de morango na minha frente, eu aproximei e ele olhou por cima do meu ombro, onde Lily estava entrertida em tirar o seu sorvete de chocolate com a colher, quando fui pegar um pedaço do sorvete esticado, ele mordeu um pedaço, e puxou minha nuca, sorri, e deixei sua língua com gosto de morango invadir minha boca, ele movimentava levemente, quando alguém pigarreou atrás de mim e eu sorri separando-me dele.

–Desculpe atrapalhar, mas mamãe?

–Sim.

–Eu acho que eu vi meu outro papai. –Ela disse e eu virei para encarar rosto assustado da pequena.

–Onde meu amor?

–Ali, detrás daquelas arvores. –Ela apontou para um local com pouca movimentação, uns 3 metros longe de nos, levantei-me depressa.

–Vamos para outro lugar amor. –Ela assentiu, ao levantar bater a poeira da saia, e segurar minha mão. –Vamos Apolo?

Ele assenti, sem entender nada.

–Depois te explico. –Ele assentiu.

Fomos atrás dos outros quatro que deviam está em algum lugar, logo encontrei Poseidon e Atena que por incrível que pareça conversavam civilizadamente dividindo o que parecia um Milkshake, eles sorriram na nossa direção e eu apenas disse a Atena.

–Natan está aqui.

P.O.V Autora.

–Onde está Ares? –Atena perguntou já se levantando.

–Não sei. –A ruiva deu de ombros.

–Droga, como esse cara conseguiu sair da cadeia?

–Aposto que foi o irmão dele.

–Orion?

–Claro, eu encontrei com ele a algum tempo, ele estaca casado, acho que ia bem de vida, só pode ter sido ele.

A loira franziu as sobrancelhas.

–Vamos sair daqui.

Artemis assentiu e seguiu a irmã, que segurou na mão de Poseidon e caminharam rapidamente dentre as pessoas. Apolo tentava entender, o que estava acontecendo ali, só não notara que a pequena garotinha havia ficado ali, o observando todo aquele tempo, ela abaixou a cabeça.

–Desculpe solzinho.

–Pelo o quer princesa?

–Eu não queria ter contado pro meu outro papai onde mamãe estava.

–O que? Foi você amor?

Ela assentiu, os olhinhos enchendo de lágrimas.

–Ele apareceu na porta da minha escola... –Apolo sentiu seu coração apertar quando viu duas pequenas lágrimas descerem pelo pele da garota. - ... disse que queria saber onde minha mamãe estava,eu ten... tentei enrolar, esperando o Tio Ares ir me buscar, tentando não dizer, mas ele me obrigou solzinho. –Soluçou. –Desculpe.

Ele puxou a garota para os braços.

–Tudo bem meu amor. Ele te fez mal?

–Na-não.

–Shhh, pronto.

–Lily minha querida você por aqui? –Apolo olhou para a menina e sentiu os olhos claros delas, expandirem. Espantado.

–Solzinho. –E ela voltou a chorar.

Apolo ergueu toda a sua postura e virou-se em direção aquela voz.

–Olá –Disse.

–Bom dia, sou Natan e você?

–Sou Apolo.

–Nome interessante.

–Obrigado.

–Posso pega-la um pouco?

–Não da, desculpe cara, tenho que leva-la até a mãe.

Apolo olhou o cara a sua frente da um sorriso debochado, ele tinha o cabelo escuro, olhos azuis penetrantes e frios, vestia uma blusa social e calças Jeans e all star.

Ele via de onde Lily tinha puxado a cor dos cabelos, e também os olhos.

Suspirou ao botar a garota contra seu ombro.

–Temos que ir. –Disse Apolo a garotinha que assentiu.

Deram as costas, andando calmamente, Apolo falava coisas desconexas para garota que soluçava baixinho, quando ouviu algo que o fez parar.

–Sou o pai dela Apolo, deixe me ver minha filha.

Apolo suspirou e continuou a andar.

–Vai ficar tudo bem princesa, tudo bem.

Ele olhou para trás uma ultima vez, apenas para ver o homem olhando fixamente para a garota, continuou a andar em direção ao carro.

[...]

Parou em frente ao carro, onde Artemis o esperava pacientemente, ela olhou para ele com uma expressão confusa, ver a blusa do loiro molhada e por fim ver Lily dormindo calmamente sobre o ombro dele com o nariz perdendo já a cor avermelhada.

–O que aconteceu? –Artemis saiu de perto do carro e aproximou-se do loiro, que tinha o rosto fechado, sem expressão alguma.

–Artemis... Está tudo bem, nada demais.

–Nada demais? Porque ela estava chorando Apolo?

Ele suspirou.

–Encontramos o tal do Natan.

–O que? Ele encostou nela? Maldito.

–Não, ele não fez nada, apenas disse que queria pega-la.

A ruiva colocou a mão na cabeça.

–Que droga, droga, como ele descobriu?

–Art... Vamos leva-la para casa primeiro.

–Tudo bem, Atena, Poseidon, Afrodite e Ares, já foram também.

–Vamos.

Ela assentiu.

[...]

Apolo deitou a menina sobre a cama, puxando o edredom e a cobrindo, tirou as sapatilhas e sentou na poltrona e observou os cabelos negros macios dela caírem para fora da cama.

–Tudo bem? –Perguntou Artemis, aparecendo do nada.

Ele assentiu e saiu, seguindo a ruiva.

–Art... Quem é Natan?

–O pai da Lily.

–Hm... O que aconteceu para vocês terem tanto medo dele? Ou por ele ter ido parar em uma prisão?

Ela suspirou.

–Apolo... eu conheci Natan a muito tempo atrás, eu tinha por volta dos 16, 17 anos, ele era irmão do meu namorado de escola... Orion... Enfim, eu estava bêbada em uma festa quando a gente ficou pela primeira vez, o irmão dele descobriu e fez o maior barraco. Nos separamos. Uns 4 meses depois, começamos a nos encontrar, eu e o Natan. Orion não me perdoou por aquilo, mas eu realmente comecei a gostar dela, ele era o namorado perfeito. –Ela olhou o loiro pela primeira vez. Ele mantinha a expressão calma. – Passamos 1 anos juntos, quando tudo aconteceu...

“ Eu fui visita-lo, ele estava sentado na sala jogando vídeo game sozinho, eu sentei e começamos a conversar, quando as coisas “esquentaram”, e eu acabei perdendo minha virgindade com ele, na sala. Logico, eu tinha achado tudo aquilo perfeito, tudo aquilo demais, mas eu não sabia que depois de algum tempo eu iria descobrir quem era ele realmente...

Três semanas depois, eu comecei a notar as diferenças, eu vomitava a todo estante, me enjoava por qualquer coisa, um dia eu tinha desmaiado na sala de aula e por incrível que pareça Orion me ajudou, ele me perguntou o que eu tinha “foi uma comida” disse, mas ele me entregou um pacote, um teste de gravidez, e deu positivo.

Não consegui olhar para minha madrasta durante uma semana, ela me perguntava o que tinha acontecido, até que eu contei a ela. Ela contou ao meu pai, que também ficou uma fera comigo, mas o que eu podia fazer?

Era uma sexta-feira, por volta das 17:00 e eu fui contar a ele. Pensava que ele iria aceitar e tudo bem, mas não...

FLASHBACK ON

–Nat, é... Eu estou grávida.

Ele franziu o cenho.

–O que? Como assim?

–Grávida. –ela sorriu e colocou a mão sobre o ventre –Poucas semanas ainda

Ele a olhou, o sorriso sumiu do meu rosto, ele tinha o cenho franzido, as mãos fechadas em punho, o seu olhar não demonstrava nada. Realmente me preocupei quando ele deu um passo à frente.

–Você precisa tirar isso.

O olhei espantado.

–O que?

–Artemis... Você precisa tirar essa criança.

–Não. -Disse sentindo meus olhos lacrimejando.

–Artemis.

–Não Natan eu não tirarei. Você não pode me pedir isso.

Ele sorriu de puro escárnio.

–Sua idiota. Tire.

–Não.

Ele realmente se aproximou de mim, eu dava passos atrás, mas quando minhas costas bateram em uma parede e ele me olhou ainda com aquele sorriso nada típico dele, e eu chorei.

–O que você vai fazer?

–Shhh. –Ele disse-Vai ficar tudo bem mamãe.

Senti apenas aquela ardência e logo eu estava no chão, minha mão segurava o lugar onde ele dera o tapa, o olhei espantado.

–Por que ... Você fez isso?

–Você estragou minha vida sua puta.

–O que? –Eu o olhei. –Você... Você seu idiota me obrigou a transar com você, e vem me dizer isso?

Ele acertou mais um tapa em meu rosto

–Não me chame de idiota.

–Idiota. Deixe-me ir.

Ele riu e puxou meu cabelo fazendo-me cair no chão.

A única coisa que eu me lembro era apenas eu está jogada no chão, e ele acertar uma garrafa de vidro na minha cabeça. E então tudo apagou.

[...]

Abri os olhos sentindo uma dor irreconhecível, aquilo ardia e a consumia, gritei de dor abrindo os olhos, eu mordia os lábios com força e logo depois sentindo gosto de sangue em minha boca. Seus braços estavam presos na cama, assim como seus pés. E a próxima coisa que vi me assustou.

Natan sentado em cima de uma cadeira ao lado da cama, segurando uma faca e sangue. Muito sangue em suas mãos. A ruiva abriu a boca.

Não. Não. Não. Nãoooo.

–Não Nat, por favor. –Chorei. –Eu te deixo em paz, por favor, não faz isso.

–Shhh Artie.

Chorei e tentei me soltar, sentindo a faca o cortando, aquela dor estava a matando. Gritei mais uma vez.

–Shhh não vou tirar o seu filho daí. Apenas fazer te lembrar de mim.

E ele riu, quando cortou mais um pedaço da minha pele e jogou a faca longe. Saindo de perto da cama, e pegando algumas coisas que tinham no chão que pareciam ser malas. Ele entrou no banheiro me deixando gemendo de dor, via o sangue sair, escorrer daquele lugar. Quando ele voltou, acenou pra ela, pegou as malas e saiu, me deixando apenas com uma blusa dele, e calcinha.

Chorei e gritei. Gritei o quanto pude pedindo chamando por ajuda.

Passavam-se das 23:00 quando a porta do apartamento foi aberto, minha cabeça já tombava pro lado, de alguma forma o moreno colocou alguns panos fazendo o sangue estancar um pouco, eu podia o sentir um pouco o corte não foi tão profundo.

Apenas gemi mais uma vez e ouviu um grito agudo.

–Me ajuda. –Pedi. –Por favor.

Uma moça de mais ou menos 23 anos correu até ela, e a olhou.

–Vou ligar pra emergência.

Assentiu e voltei a tentar me concentrar e tentar fazer alguma coisa, não poderia perder ele, meu filho.

–Já estão vindo querida. –Ela assentiu.

–Ligue... Para meu irmão. –Eu disse e recebeu um “Tudo bem” como resposta.

Viu também quando Ares adentrou o quarto correndo e gritando, puxando meu corpo mole pra cima do seu e saiu... Vi também quando fui deitada na maca e tudo apagou pela segunda vez.

[...]

Suspirei e abri os olhos lentamente, uma enfermeira arrumava o soro ao meu lado, ela sorriu.

–Meu filho? –Perguntou.

–Tudo bem com ele. –Suspirei de alivio e me vi sorrindo. –Seu corte não foi muito profundo, e nem muito grande, mas tudo bem, você também não perdeu muito sangue, apenas algumas seqüelas no corpo, por causa talvez dos... - Assenti, não querendo que ela concluísse com... por causa dos murros e socos que levará- Seu irmão está ai fora.

Assenti e a enfermeira saiu me deixando sozinha.”

FLASHBACK OFF

–Logico que eu não sabia que oito meses depois, nasceria a Lily e me daria tantas alegrias. –Disse e olhou o loiro pela segunda vez. Limpou o rosto e se levantou, indo tomar água- queria que fosse realmente fácil pra mim. Mas não é, toda vez que eu vou me vestir, eu vejo aquela cicatriz, e me da nos nervos, ele foi preso, meses depois... Passou os três anos na cadeia e infelizmente Orion o ajudou. Queria descobrir apenas como ele me achou.

Apolo levantou-se e viu-se abraçando a ruiva que chorava caladinha.

–Doeu, doeu tanto Apolo. Eu nunca me esqueci. Nunca, toda vez que olho Lily, me lembro, eu sei que é estupidez da minha parte, pensar assim, só que doi.

–Shhh,tudo bem.

–Obrigada Apolo. –e o beijou.

Apolo suspirou ao sentir as mãos da ruiva subirem por sua nuca, ele a puxou pelos braços e a levou para o quarto, indo tentar fazer esquecê-la pelo menos uma noite desde dia.

Ele beijou seu pescoço e deitou por cima dela.

–Artemis... –Ela o fitou. – Eu acho que te amo.

Ela riu e o beijou mais uma vez, seu coração pulando, loucamente.

–Eu também te amo. –E sorriu para assim, ela poder esquecer daquele maldito dia.