The proposal that changed my life escrita por Afia Messer Giovinazzo


Capítulo 45
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Bom, foi uma capítulo MUITO trabalhoso, então espero que gostem de ler igual gostei de escrever!!!
Obrigada pela ideia Letícia Lima!
Boa leitura!



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Olhando para o céu cinza através do vidro do carro, Lindsay se manteve em completo silêncio até que chegassem em frente ao prédio. Se despediu de Danny com um simples “te vejo amanhã” e entrou no apartamento sem fazer barulho. Passando pelo corredor que levava aos quartos, viu que Jessica já estava em casa e que conversava com Stella mostrando-lhe uma aliança.

Lindsay:- Ela é linda! – desabotoou as sandálias prateadas e se sentou ao lado de Stella – Flack tem bom gosto.

Jessica:- É, ele tem... – Sorriu sem mostrar os dentes e continuava rodando a aliança no dedo.

Lindsay:- Qual é o problema?

Jessica:- Eu ainda não sei se quero namora-lo... Tem muita chance de dar errado.

Stella:- Mas tem chance de dar certo. – Mesmo não tendo certeza de suas palavras, resolveu mostrar-se positiva em relação a dúvida de Jess. O que havia acontecido a ela e Mac, não necessariamente aconteceria com seus amigos.

Jessica:- Eu pedi um tempo pra pensar, aceitar o pedido do Don não seria algo certo a se fazer agora... – Soltou um suspiro frustrado pegando a caixinha e guardando o pequeno objeto de significado enorme.

Stella:- Como assim, Jessica? Além da sua dúvida, há mais alguma coisa atrapalhando sua decisão?

Jessica:- Não, claro que não. – Estralou os dedos.

Stella:- Está mentindo, conheço você.

Jess deu de ombros.

Lindsay:- Se tiver com problemas, você sabe que pode contar pra gente. – Segurou uma das mãos da prima impedindo que a mesma estralasse mais dedos. Sempre que se sentia sobre pressão, Jess não deixava as mãos quietas.

Jessica:- Tá tudo bem gente. E como foi seu jantar?

Lindsay:- Eu vou me casar!

Stella e Jess se entreolharam.

Na verdade, não era surpresa Lindsay ficar noiva já que conversaram sobre a proposta do casamento na Flórida. A mesma contou às amigas como seria a vida dos dois dali para frente, e a única coisa que provavelmente mudaria seria seu endereço. Morar juntos seria inevitável.

Stella tinha algumas lágrimas pelo rosto, sendo a mais velha das três, sentia-se responsável pelas escolhas que faziam.

Lindsay:- Ei, não chora...

Jessica:- São os hormônios. – Deu três tapinhas no ombro de Stella.

Stella:- Vou sentir saudades... E você calada, Jess!

Lindsay:- Não pensem que se livrarão de mim assim tão fácil – sorriu vendo o esforço que Jess fazia para não chorar também – Estarei aqui em todos os finais de semana e em todos os dias que terminarem com “a”, ou seja, segunda, terça, quarta, quinta e sexta.

Jessica:- Lindsay, e o Sinclair? Como será quando descobrir que dois de seus detetives são casados?

Lindsay:- Danny disse que o chefe não é problema... Só não me pergunte o que isso quer dizer.

Stella:- Quanta confiança... Bem, vou na cozinha, querem alguma coisa de lá? – Procurou os chinelos com os pés debaixo da cama.

Jessica:- Quero água.

Com uma bolsa térmica na mão direita e o copo com água na outra mão, a grega retornou ao quarto. Entregou a água para Jess e deitou-se procurando os travesseiros.

Jessica:- Você passando mal e nós aqui falando na sua cabeça... – Arrependia-se vendo que Stella havia colocado a bolsa térmica sobre o ventre.

Stella:- Não é nada...

Lindsay:- Isso é normal?

Stella:- A médica disse que poderia acontecer...

Jessica:- E os enjoos? Todas as grávidas reclamam disso...

Stella:- Não são nada agradáveis, a pior hora é quando acordo. – Sorriu de lado.

Lindsay:- Dizem que não duram a gestação toda... – olhou o relógio que havia no criado mudo e em seguida levantou-se assustada – Vamos deixar a Stella descansar, são quase duas da madrugada.

Stella:- Amanhã preciso fazer exames antes de ir para o laboratório, vejo vocês lá...

Jessica:- Ok – deu um beijo na testa de Stella – Boa noite pra vocês!

Lindsay:- Se estiver passando mal, não hesite em me acordar... – Repetiu o ato de Jess e saíram apagando a luz e encostando a porta.

Stella:- Boa noite!

(...)

Faltando quinze dias para o natal, o laboratório ganhara alguns enfeites extravagantes, além de uma árvore grande o suficiente para que coubessem todos os brinquedos que seriam doados a um orfanato no Brooklin. Saindo do elevador, Stella trazia consigo três grandes caixas embrulhadas com um papel vermelho vibrante e laços dourados e os deixou junto as outras doações, se lembrando de quando era menina e se enchia de expectativas para que ganhasse algum brinquedo, mas isso nunca aconteceu. Assim deixou de acreditar mais cedo na existência de um velho barrigudo.

Continuou andando pelos corredores até chegar as máquinas de barras de cereal – sentia-se zonza pelo jejum – assim que colocou U$2,00, a barra caiu em suas mãos. Antes, nem se importaria em ficar horas sem nada no estomago, mas agora, pensava primeiramente em seu bebê.

Em outros cantos do laboratório, Mac carregava olheiras profundas, mas um olhar de esperança. Não conseguiu pregar os olhos sabendo que só precisava dos resultados de seu exame toxicológico para confirmar suas suspeitas em relação ao que havia acontecido para Peyton aparecer em sua cama. Depois que tentou se desculpar indo até o apartamento das meninas, o mesmo seguiu para o laboratório onde encontrou Sid indo para casa, mas antes lhe contou o que havia acontecido. Conhecendo a obsessão que Peyton tinha quando se tratava de Mac, Sid propôs o exame que mostraria qualquer substância estranha no organismo do amigo e recordou-se que naquele dia específico, a legista havia saído mais cedo.

Sid:- Finalmente está pronto. Desculpe a demora, mas estou cheio de visitas. – Abriu os óculos entregando o envelope com o nome de Mac e apontou com os olhos para a sala cheia de corpos.

Mac:- Obrigado, Sid! – Abriu o exame no mesmo instante. Demorou alguns segundos para um sorriso surgir em seus lábios e foi até o outro lado da sala onde Peyton colocava luvas para dar início a autópsia. Percebendo que Mac se aproximava com uma cara nada amigável, a mesma deixou as luvas de lado e começou a enrolar as mechas do cabelo. Sua mudança de comportamento diante do chefe, sempre – ou na maioria das vezes – o incomodava.

Peyton:- Bom dia, Mac!

Mac:- Vem comigo. – Com os pulsos firmes, segurou os braços de Peyton e a arrastou até sua sala, onde trancou a porta, mas deixou as cortinas abertas já que ao lado de fora não era possível ouvir sobre o que falavam.

Peyton:- O que está acontecendo? Não sou animal pra sair me arrastando desse jeito. – Passava a mão onde Mac havia segurado há segundos atrás.

Mac:- Você me dar nos nervos. Onde estava com a cabeça quando me dopou com aquele café?

Peyton:- – Arregalou seus olhos azuis – Do que está falando?

Mac:- Por favor, não se faça de burra – pôs as mãos na cintura enquanto bufava encarrando Peyton – Como entrou no meu apartamento?

Peyton encolheu os ombros, mas continuou em silêncio.

Mac:- Anda logo doutora, não tenho o dia todo. – As veias saltadas em seu pescoço, denunciava o quanto estava furioso.

Peyton:- Me desculpa, Mac! – Falou por fim.

Mac:- É só isso que tem a me dizer? Você roubou minhas chaves, batizou meu café com soníferos e alucinógenos, fez parecer que dormimos juntos e só está pedindo desculpas? A Stella tem toda a razão em relação a você...

Peyton:- O que aquela mulherzinha ridícula fala sobre mim?

Mac:- – Deu um passo largo e logo estava frente à frente com Peyton, que engoliu em seco vendo os olhos do chefe semicerrados – Mulherzinha ridícula? – novamente apertou e sacudiu a morena – Está falando se si mesma? Peyton, se eu fizesse a metade do que estou com vontade de fazer com você, seria condenado a perpétua.

Peyton:- Para, Mac! Está me machucando. – Choramingou.

Mac:- O que eu faço com você? – virou-se de costas passando as mãos nos cabelos – Tem ideia do mal que nos fez?

Peyton:- Eu tenho ideia sim, agora diz logo qual é minha punição... – Sua voz soou tremula.

Mac:- Qualquer coisa seria boa demais pra você. Por enquanto, todos os plantões são seu, até segunda ordem... Trabalhando não sobra tempo para você destruir minha vida. E assim que sair daqui, procure a Stella e peça desculpas.

Peyton:- Você só pode estar de brincadeira. – Gargalhou com ironia.

Mac:- Pareço estar brincando? Ou você se desculpa, ou hoje mesmo te transfiro para qualquer laboratório no Iraque, imagine só o que farão com uma médica americana...

Peyton:- Você não faria isso...

Mac:- Ah não? Paga pra ver. Saia logo da minha sala e faça o que mandei.

(...)

Stella:- Bom dia!

Sid/ Sheldon:- Bom dia!

Stella:- A casa está cheia doutores... – Olhou para os cadáveres distribuídos pela sala.

Sid:- Que bom que está aqui para nos ajudar. – Fechou os óculos e pegou as pastas com os casos.

Stella:- Por onde eu começo? – A pergunta foi mais para si mesma. Pegou as pastas da mão de Sid.

Sheldon:- Está doente Stella? – Percebeu que sua amiga tinha curativos em ambos os braços.

Stella: - Isso?! – pôs a mão onde havia retirado o sangue – Vacina para gripe...

Sid e Sheldon se olharam confusos.

Stella:- Enfim, vamos andar logo com isso... E o escolhido foi você – fechou os olhos e indicou uma das pastas – Derek Sloan.

Sid:- É aquele ali... – Apontou com o indicador.

Stella:- Corpo em decomposição, que ótima escolha Stella... – Virou os olhos e foi até a gaveta que o resto do corpo estava.

A equipe de legistas estava defasada. Naquela manhã acabara de chegar oito vítimas de um atropelamento entre um caminhão de carga e um carro, mas o que surpreendeu foi o corpo em estágio avançado de decomposição achado junto as cargas, que ficaram espalhadas pela pista.

Stella procurava evidências em meio ao “quebra-cabeça humano”, enquanto seu estomago protestava com o odor nada agradável que se espalhou por toda a sala. Fez uma pausa retirando as luvas e respirando fundo.

Sid:- Algum problema minha querida?

Stella:- Este cheiro... eu preciso vomitar. – Com a mão direita na boca, saiu deixando Sheldon e Sid atônitos. O cheiro não era agradável, mas suportável. Nada que incomodasse o estomago de “ferro” de Stella, a menos que...

Sid:- Aposto que ela está grávida. – Sorriu alegrando-se por Stella.

Sheldon:- Eu nunca vi alguém tomar tanta vacina para gripe... – Olhou para o mais velho que assentiu ainda sorrindo.

Peyton:- Depois é só o Mac não dizer que não tentei me desculpar... – Entrou batendo as portas e com uma cara possuída de raiva.

Sheldon:- Do que está falando?

Peyton:- Tentei falar com a Det.Bonasera no corredor, mas ela quase me derrubou com aquela correria.

Sid apenas ignorou a presença de Peyton e continuou a conversa com Sheldon.

Sid:- Ela será uma mãe exímio!

Sheldon:- Será sim. Imagine uma criança correndo pelos corredores desse laboratório...

Uma mão tocou o ombro de Sheldon.

Mac:- Que história é essa de criança correndo pelo meu laboratório? – a raiva que antes carregava, deu espaço a um sorriso e um olhar curioso – E quem é essa mãe tão especial?

Sid:- Deixa de brincadeira, meus parabéns!

Mac:- – Franziu a testa enquanto era abraçado pelos amigos de longa data – Me lembre de dar um dia de folga pra vocês, com tanto trabalho estão ficando malucos! Do que estão falando?

Sheldon:- Nós já sabemos da novidade. Dê os parabéns a Stella, ela saiu daqui tão rápido que não tivemos tempo de parabeniza-la.

Mac coçou a cabeça.

Sid:- Estávamos falando antes de você chegar o quanto a Stella se sairá bem. Na verdade, vocês dois serão ótimos pais.

Choque. Puro e inalterado choque. Os olhos de Mac ficaram vidrados enquanto seu cérebro processava toda informação que acabara de pega-lo de surpresa. Se Stella seria mãe, logicamente isso fazia dele pai. Era como juntar dois mais dois.

O único movimento na sala foi Peyton saindo como uma bala ao ouvir que Stella estava grávida e que agora, ter Mac seria quase impossível. Assim que saiu do transe, o mesmo foi em direção a sala da grega, que estava encostada em seu sofá com os olhos fechados e uma das mãos cobrindo o rosto.

Mac:- Stella! – Sua voz foi alta o suficiente para chamar a atenção.

Stella:- Eu tenho certeza que sua mãe lhe ensinou a bater na porta antes de entrar...

Mac:- É verdade? Eu vou ser pai?

A pergunta inesperada fez Stella se levantar e virar de costas, não queria que ele descobrisse antes dela contar. Nem tudo acontece como programado.

Stella:- É verdade sim. – Virou-se tentando descobrir alguma coisa nos olhos de Mac. – Como descobriu?

Mac:- Sid e Sheldon me deu os parabéns pelo bebê e eu nem soube o que responder. Quando iria me contar? Assim que as pessoas começassem a falar o quanto ele se parece comigo?

Stella:- NÃO! Você não tem o direito de me cobrar nada. – Respondeu no mesmo tom – Assim que descobri, eu procurei você, procurei o meu namorado, mas você estava ocupado me traindo. Aquele dia era para ser feliz... – Já não conseguia segurar as lágrimas, toda a decepção que sentia estava sufocando-a.

Mac não tentou se desculpar. Conhecia Stella bem o suficiente para saber que se continuassem com os ânimos alterados, uma briga seria inevitável.

Ambos se calaram e se sentaram no sofá. Stella chorava com a cabeça baixa enquanto Mac respirava fundo olhando-a.

Mac:- Como será daqui pra frente? – Disse por fim.

Stella:- Não vou força-lo a ser um pai, sei que não estava em seus planos...

Mac:- Acalme-se! Não estava em meus planos de fato, mas não quer dizer que odeio a ideia de ter um filho... muito pelo contrário. Eu quero participar de tudo na vida dele, quero acompanhar você nas consultas pré-natais, ajudar a montar o berço...

Mac fazia planos com entusiasmo e alegria em seus olhos, já podia imaginar-se trocando fraldas, passando madrugadas acordado – quanto a isso já tinha experiência – e vestindo roupas que não combinariam. O susto inicial tinha acabado, deixando o grande detetive Taylor com cara de bobo.

Surpresa com o rumo que a conversa foi levando, Stella passou a olha-lo nos olhos e deixou um sorriso escapar. Ainda estava triste com Mac e não havia o desculpado, mas entendia que aquele momento merecia uma trégua.

Foi automático. Quando se deu conta, as mãos firmes e quentes que conhecia bem já tocavam sua barriga. Ainda não havia um volume a ser notado, tampouco algum movimento, porém ali estava um bebê concebido em um momento de amor e carinho.

Ao lado de fora, Lindsay olhou para as paredes de vidro da sala de Stella e viu que provavelmente Mac tomara conhecimento da novidade. Continuou andando pelos corredores com um grande sorriso nos lábios. Danny vinha logo atrás e pediu para que segurasse a porta do elevador.

Danny:- Já falei com o Sinclair.

Lindsay:- Não era para estarmos na rua agora?

Danny:- Eu já tinha dito que ele não seria problema... Expliquei que não seria um casamento como os outros e contanto que não nos veja aos beijos pelo laboratório – imitou a voz de Sinclair – está tudo bem...

Lindsay:- Posso saber como conseguiu isso?

Danny:- O chefe se sentia em dívida com a família Messer. Antes de você chegar à Manhattan, esse laboratório estava sem recursos e correndo risco de cortes na equipe, então conversei com meu pai e doamos uma certa quantia...

Lindsay:- Entendi...

Danny:- Tem uma data de sua preferência?

Lindsay:- Não!

Danny:- Contatei meus advogados e pedi o contrato de casamento...

Lindsay:- Vamos deixar passar o natal e então marcamos a data.

Danny:- Como queira! – O elevador parou no primeiro andar e ambos foram para o pátio de reconstituição de acidentes envolvendo veículos.

Durante duas horas, ficaram reconstituindo o acidente. A única coisa que não se encaixava, era o corpo que agora estava na autópsia. Depois de levantar a hipótese de haver um outro crime ali, Jess foi para o departamento. Desde quando chegara naquela manhã, não pôde deixar de notar que alguma coisa estava acontecendo, alguns dos policiais cochichavam gargalhando sempre que ela passava. Deus sabe o quanto estava ficando aborrecida.

Passou em frente à sala de Flack, onde o viu atolado de trabalho burocrático, preferiu não interromper e continuou andando pelos corredores, até que ouviu um jovem policial sussurrando sobre ela para um colega mais velho. Girou os calcanhares e parou diante deles.

Jessica:- Qual é o problema? – Cruzou os braços esperando uma resposta – Desembuchem logo!

Eles se olharam.

Jessica:- Jordan e Clayton, estou falando com vocês!

Clayton:- Não é nada...

Jordan:- Isso mesmo, não é nada.

Jessica:- Vão me contar a piada, ou terei que colocar os dois sem folga essa semana?

O mais novo deu um passo à frente e começou a falar:

Clayton:- Pensávamos que você e o Donald se odiassem...

Jordan:- Na verdade, pensávamos que não era tão fácil de ser domada. – Eles passaram a gargalhar novamente.

Jessica:- Do que diabos vocês estão falando? – Soltou os braços e concentrou-se nos dois imbecis à sua frente.

Jordan:- Bem, ele – apontou com os olhos para a sala de Flack – deu uma nota 3 em sua performance na cama, se é que me entende...

Jessica esforçava-se ao máximo para entender o que estava acontecendo ali. De que performance Jordan e os demais estavam falando? Ela e Flack nunca ultrapassaram os beijos, então como existiria uma nota de seu desempenho na cama? E que idiotice era esta?

Jessica:- Respira, Jessica... Respira! – Fechou os olhos tentando manter-se calma.

Clayton:- Acho melhor a gente ir...

Quando se deu conta, suas mãos já estavam no colarinho do detetive, que olhava sem entender o que estava acontecendo.

Flack:- Não sabia que gostava de beijo agressivo... – Sorriu, mas a morena fechou o punho e acertou em uma de suas bochechas.

Ainda zonzo, cambaleou até a cadeira que se sentara minutos antes e ficou a encarrando com a mão onde apareceria um hematoma.

Jessica:- Me explica só uma coisa, qual é o seu problema? – Curvou-se com as mãos na mesa e os olhos ardendo de tanto segurar o choro.

Flack:- Eu que te pergunto, por que me agrediu? O que fiz dessa vez?

Jessica:- CÍNICO! – alguns policiais olhavam assustados pelas persianas – Você quase me fez acreditar que estava apaixonado por mim... Se eu tivesse caído em todas aquelas coisas que me disse ontem à noite, eu me arrependeria amargamente.

(...)

Nesse clima de brigas e desentendimentos, quinze dias se passaram e então era dia 24, véspera de natal em New York. Stella saia do trabalho e ia direto para casa. Estava cansada, psicológica e fisicamente. Há dias atrás, Peyton apareceu em sua sala e pediu desculpas pelo que aconteceu, mas a grega se mantinha firme em relação a Mac. Apesar de ama-lo, ela não passaria por cima do seu orgulho e ainda por cima estava esperando um filho dele. Só queria chegar em casa, tomar um banho quente e dormir.

Assim que chegou na porta, ouviu barulho, conversas e risada, havia esquecido completamente que Lindsay chamaria alguns colegas de trabalho para passar a noite no apartamento. Abriu a porta meio incerta e se assustou ao ver tanta gente. Entre elas, Mac parado, encostado no sofá. Seu coração acelerou. Apesar dos pesares, sentia muita falta dele. Assim que se olharam, um sorriso de orelha a orelha apareceu do rosto tenso do detetive que começou a andar em sua direção.

Mac:- Deve estar querendo matar a Lindsay...

Stella:- Ela avisou e eu concordei... só não sabia....

Mac:- .... Que eu estaria aqui. – Sorriu de lado e passou a mão no rosto de Stella – E eu também te quero de volta, Stell. Tudo que aconteceu, foi um mal-entendido, eu jamais te trairia. Eu te amo! E amo ainda mais por carregar um filho meu em sua barriga.

Stella:- Mac...

Mac:- Não precisa falar nada, você está cansada. Só quero que saiba que eu te amo e estou disposto a fazer de tudo para te ter de volta.

Stella ficou o encarrando, não sabia o que falar. Foi muita informação para seu dia.

Stella:- Eu vou comer alguma coisa, Mac. Estou há muito tempo sem comer e já estou com vertigem... depois conversamos melhor, Ok?

Mac:- Tudo bem.

Assim que deixou sua bolsa no quarto e tirou a bota de couro, retornou a sala e foi até Jess que estava fuzilando Lindsay com olhares.

Jessica:- Por que a baixinha teve que chamar o Flack? Ela está querendo que comento um assassinato na noite de natal?

Stella:- Também não sabia que o Mac viria...

Jessica:- Stell, eu não vejo motivos pra você não perdoar o Taylor. Aquela vaca não contou tudo que aconteceu? Então, o perdoe! Você não pode ficar assim amiga. E esse bebê, você acha que ele não sente o clima horrível que está a família dele? Aproveita que natal é amor...

Stella:- Você até parece gente falando assim...

Jessica:- Vou ignorar esse comentário... – virou os olhos – Espero que faça meu raro conselho valer alguma coisa...

Stella:- E você deveria fazer o mesmo, Jessica. Eu e você sabemos bem que o Don não teria coragem de mentir sobre algo tão íntimo... Já considerou a hipótese de ter sido vítima da Peyton?

Jessica:- Mas a Peyton quer o Mac, não tenho nada que desperte interesse nela...

Stella:- Você tem felicidade minha menina, estava amando e sendo amada... Isto é tudo que a Peyton quer de todo mundo... Destruir a felicidade alheia. Não torture o Flack desse jeito, não percebe o quando ela gosta de você? E não pense que não ouvi você chorando quando brigaram... Jessica, aproveita que natal é amor... – Piscou e passou as mãos pelos ombros de Jess e foi até a mesa se servir.

Assim que viu que ninguém iria sentir sua falta, Stella foi até seu quarto. Em sua cama havia uma caixa de presente envolta a um papel natalino e um laço vermelho fazia o embrulho se destacar. Na superfície havia uma caixinha comprida, onde abrigava um colar de pedras brilhantes. Combinava com seus olhos verde-esmeralda.

Sentou-se na cama e colocou a caixa em seu colo. No fundo havia mais coisas, que a fizeram deixar que algumas lágrimas rolassem por seu rosto. Dentro da mesma tinha uma roupinha de recém- nascido vermelho, preto e branco com os dizeres “Chicago Bulls”; um dos melhores times de basquete de Chicago. Stella sabia que isso era coisa de Mac. Ainda dentro do embrulho, ela viu um ursinho de pelúcia e ele segurava um papel com a seguinte frase “Mamãe, perdoa o papai”. Soltou uma gargalhada, e assim viu Mac encostado no batente da porta que dava para o terraço.

Stella:- Mac... – Levantou-se e foi até ele com o ursinho nas mãos – A mamãe perdoa o papai sim! – Deram um abraço forte, matando a saudade da sensação que o toque de ambos proporcionava. Mac pegou o colar e pôs no pescoço de Stella, aproveitando e espalhando beijos naquela região.

Por volta das quatro da madrugada, todos já haviam ido embora, só permaneceram Danny e Mac. O dia amanhecera e a rotina já faziam todos acordarem e partirem para o laboratório. Jessica não amanheceu em casa, o que levava a crer que ela e Flack haviam se acertado.

Durante o dia, procuravam pelo motorista do caminhão que estava foragido desde os primeiros interrogatórios. Mac, Danny e Flack voltaram a rua onde tudo havia acontecido enquanto Stella e Adam procuravam parentes de Derek Sloan.

Adam:- Eu acho melhor você se sentar, se o chefe souber que desde que saiu você está em pé...

Stella:- Não se preocupe, Adam! Ainda não sinto dores na coluna.

Adam:- E vai esperar sentir? – puxou uma cadeira – Sente-se!

Stella sorriu sentando-se. Era impressionante o medo que tinha dela se sentir mal, parecida uma boneca de porcelana.

Não sabiam por quantas horas ficaram ali, mas não eram poucas. Adam falava no telefone com Flack, alguma coisa estava acontecendo com Jessica. O fim do dia já se aproximava e ela ainda não tinha aparecido.

Adam:- Stella, você sabe da Jess?

Stella:- Não me diga que ela está atrasada a 7 horas...

Adam:- Flack disse que ela não dá sinal de vida desde ontem à noite...

Stella:- Pensei que eles estavam juntos... – Adam repetia o que Stella falava para Flack do outro lado da linha.

Adam:- Bom, ele disse que provavelmente ela deve estar de ressaca... – desligou o celular – disse também que o chefe e o Danny vão demorar mais algumas horas pra chegarem...

Stella suspirou quando uma visita nada agradável a chamou, ou melhor, mandou que o seguisse.

(...)

Flack encostou a viatura em frente ao departamento, pegou seu celular e tentou pela milésima vez falar com Jess, mas nada. O celular estava fora de área o dia todo. Se caminhou para frente da porta, porém uma coisa chamou sua atenção, um carro passou em alta velocidade cantando os pneus e deixou alguma coisa cair no beco.

Quase não havia iluminação, o pouco que via era devido ao feixe de luz que sua lanterna emitia. Ao se aproximar mais, viu o que havia caído, ou melhor, quem havia sido jogada do carro em movimento. Jessica estava desacordada com a testa inundava de sangue.

(...)

Stella:- Pronto Chefe Sinclair, estou aqui. O que tem a me dizer? Tenho que ajudar o Adam a analisar as roupas de nossa vítima.

Sinclair:- Eu devia mandar que analisassem sua cabeça.

Stella:- Não entendi...

Sinclair:- Vamos parar com o cinismo Stella, eu sei de tudo!

Stella:- O que seria “tudo”?

Sinclair:- Essa pouca vergonha de você e Mac. Mesmo tendo conhecimento das regras, vocês a infringiram!

Stella:- Com todo respeito, mas minha vida particular não te diz respeito!

Sinclair:- Dentro do meu laboratório, diz respeito sim!

Stella engoliu em seco.

Sinclair:- Com tanto homem no mundo, por que o Taylor? Você já foi tratando de se garantir, não é mesmo?

Stella:- O que?

Sinclair:- Oras, viu que está ficando velha e então abriu as pernas para o chefe...

Stella:- Está me chamando de vagabunda? Eu não admito que me trate assim, me respeite!

Sinclair:- Não conheço outro adjetivo para pessoas que nem você.

Stella:- Desgraçado! – Com os gritos e choro, seu ar estava falhando.

Não estava acreditando no que Sinclair estava falando, movida pela raiva, foi para com tudo para cima do mesmo, que a segurou pelos pulsos com bastante força.

Stella:- O que eu fiz pra ser tratada assim?

Sinclair:- Me escute com atenção, eu quero você e o Mac fora do meu laboratório.

A grega chorava enquanto Sinclair mostrava seu lado demoníaco. Sem levar em conta as consequências, Stella agarrou uma estátua de cerâmica e a lançou em direção ao homem descontrolado.

Sinclair:- Além de vadia é louca!

As pessoas que passavam pelos corredores ficaram estarrecidas com todo aquele escândalo, mas não se atreviam a deter Sinclair. Adam e Sid vieram correndo seguindo os gritos e chegaram a tempo de ver o chefe jogando Stella contra a mesa de bronze, fazendo com que ela batesse o abdômen em cheio.

Adam:- Seu merda! Por que não faz isso com sua mãe? – Foi até a amiga socorrendo-a.

Sinclair:- Saia daqui Ross, ou demito você também!

Sid:- Que covardia é essa Sinclair, bater em mulher grávida?

Sinclair:- Quem são vocês, a liga da justiça?

Sid:- Não me faça arrebentar sua cara. Como pretende ser respeitado agindo dessa forma?

Sinclair:- A culpada disso tudo é ela!

Sid:- Saiba que Mac vai saber o que aconteceu aqui, e aí eu espero que você saiba rezar...

Sinclair saiu irado pelos corredores enquanto Adam e Sid iam até Stella que reclamava falta de ar e dores.

Sid:- Foi pela batida.

Stella:- Minhas costas... tá doendo.

Adam:- Deixa que eu levo ela para sua sala.

Chegando a autopsia, Sid foi até o quartinho que dormia entre os plantões e começou a examinar a amiga.

Sid:- Você precisa se acalmar minha querida, sua pressão está nas alturas... Adam, preciso que me encontre na garagem em 5 minutos, ela precisa de um hospital agora!


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Notas finais do capítulo

Quase chegando aos 600 comentários, espero que me ajudem!
Beijo e nos vemos nos comentários!



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