Oblivion escrita por thaismsouza


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Tive essa ideia do nada hoje e precisava escrever. Foi inspirada em uma música, e eu coloquei ela ai para vocês ouvirem junto. Ela é bem leve e cheia de amor e fofuraEspero muito que vocês gostem



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Sherlock não quis entrar na sala de operação com Molly. Ela já esperava por isso e achou até muito engraçado por que, com todo o histórico de vida do detetive, tendo encarado mortes violentas e corpos brutalmente retalhados, ele parecia congelar ao pensar em entrar na sala de parto com ela.

Era um tanto irônico esse nervosismo que ele sentia, e Mary e John não deixaram de fazer piadas sobre isso por messes, com Molly apenas rindo e abraçando o marido. Ela sabia o quanto Sherlock podia ficar ansioso e inquieto quando se tratava de assuntos importantes, ainda mais quando se tratava dela.

Durante 9 meses Sherlock tinha conseguido ficar mais insuportável do que ele já era naturalmente. Mas não insuportável como o de costume, o que seria ignorante, frio, insensível e coisas do tipo. Não! Sherlock se tornou obsessivo sobre o assunto ‘gravidez’, ele pesquisou pela internet inteira qualquer informação que ele podia armazenar e usar em Molly. Em primeiro momento ela achou fofo e carinhoso ele se empenhar para faze-la se sentir bem e ficar preocupado com o bebê. Contudo depois de um tempo aquilo ficou um pouco exagerado.

Se Molly o deixasse prosseguir com todas as ideias e informações de segurança que ele tinha aprendido, Molly não permitida de sair da cama por meses. Tudo era praticamente muito perigoso!

Não foi contraditório quando ele disse que não queria entrar na sala de parto, até por que ela já temia em como Sherlock ficaria em uma posição dessas. Seria capaz dele estressar ela mais do que ela já estaria.

Então quando dia chegou Sherlock a levou as pressas para o hospital. Como já era de se esperar ele estava muito mais nervoso do que Molly. Sherlock só conseguiu respirar fundo quando a sua mulher já estava sendo atendida e preparada para o procedimento, e quando Mary e John chegaram ao hospital para acompanhar o momento.

Sherlock tinha estado presente quando Ellie nasceu. Ellie, que agora era uma menininha loira de olhos azuis profundos, estava que naquele exato momento estava sobre a vigilância de Mrs. Hudson, para que os Watsons pudessem estar lá no hospital.

Mary acompanhou Molly na sala de parto enquanto John ficou do lado de fora com o amigo, tentando, inutilmente, acalmá-lo.

O detetive tomava passos largos e rápidos na sala de espera quando Mary apontou na porta, momentos depois, usando a roupa de proteção do hospital e com um sorriso maravilhado nos lábios. John deu um pulo da cadeira e Sherlock perdeu a respiração quando a viu.

– Tudo ocorreu bem. – John soltou um suspirou e bateu no ombro do amigo aliviado, mas Sherlock ainda estava estático olhando Mary – Ela é linda. – A amiga completou se aproximando dos dois homens

– Ela?! – a voz dele conseguiu sair de sua garganta. O fato era que por mais que Sherlock tivesse insistido em saber o sexo do bebê Molly não queria estragar a surpresa, e implorou, barganhou e fez milhões de favores para que Sherlock desistisse da ideia de fazer o exame.

– Sim, é uma menina.

Os olhos de Sherlock cintilaram, um sorriso tímido veio com muita luta ao seu rosto, e ainda era difícil para ele associar as informações. Ele agora tinha uma filha com Molly; agora ele tinha uma família dele, uma coisa que ele nunca imaginou ter, ou ainda se importar em ter. Mas assim que Mary entrou com as noticias, Sherlock sentiu como se sua vida não tivesse tido sentido até ali, até o momento em que ele casou com Molly e em que eles começaram uma família.

– Você está bem, Sherlock? John perguntou preocupado vendo os olhos vagos de Sherlock e as feições estranhas que ele esboçava. Ninguém nunca tinha visto aquele sorriso em Sherlock.

– Sim, sim – ele respondeu momentos depois perdido e Mary se aproximou dele, colocando a mão no seu braço antes de falar.

– Você quer vê-la?

Ele engoliu seco e olhou assustado para John ao seu lado. Parecia uma das cenas de investigação dos dois, onde Sherlock olhava para John como se esperasse uma autorização ou aprovação do amigo antes ou depois de falar algo ofensivo ou inapropriado para o momento.

O amigo rolou os olhos e soltou uma risada.

– Oh, de verdade?! – ele não podia deixar de achar a situação toda cômica. Para falar a verdade John estava achando tudo em Sherlock muito engraçado desde que Molly tinha ficado grávida. – Acho melhor você o levar Mary. Não sei se ele consegue dizer qualquer coisa agora, ou tomar qualquer decisão por si própria.

Mary soltou um leve riso e puxou Sherlock pelo braço para ele a acompanhar, com John vindo logo atrás deles.

– Eu já amo essa criança. – o médico declarou rindo – Mal chegou e já deixou Sherlock sem palavras! Ela já fez o impossível.

Mary ria das piadas descontraídas do marido, mas Sherlock parecia nem estar no mesmo plano dos dois. Ele era uma pedra sendo puxado por Mary através do hospital em direção ao berçário.

Quando eles chegaram na grande janela de vidro que dava para o berçário a expressão de Sherlock não mudou em nada. Ninguém era capaz de ler ou saber o que passava em sua mente enquanto ele olhava a sala cheia de pequenos berços.

Não havia nenhum outro bebê na sala, mas Sherlock sabia que ele seria capaz de reconhecer aquela menininha no meio de qualquer multidão. Era uma pequena pessoinha, deitada no pequeno leito sobre mantas brancas. As enfermeiras tinham a colocado em um macacão rosa, sua mente deduziu rapidamente que esse deveria ser o jeito deles diferenciarem os sexos no local, e ela estava toda encolhida, com uma das mãos escondendo o rosto.

Definitivamente não existia mais ar no mundo. Era impossível sentir o chão debaixo dos pés ou pensar em algo coerente naquele momento. Não havia mais nada na mente Sherlock, que não fosse a figura da pequena menina no berçário. E todo seu mundo ficou mais instável quando uma enfermeira se aproximou dos três e perguntou diretamente para Sherlock se ele queria ver sua filha mais de perto.

O detetive não soube se ela deduziu que ele era o pai por causa do jeito que ele olhava para o bebê, ou se Mary e John tinham informado, por que se aquela mulher falou algo antes de falar com ele, Sherlock não tinha prestado nenhuma atenção.

Quase que mecanicamente Sherlock concordou com a cabeça e acompanhou os passos da enfermeira sala adentro. O local era muito bem iluminado e tinha cores delicadas, era um quarto confortável e com um cheiro suave que ele não conseguia associar com nenhum outro cheiro, mas que ele poderia com certeza se acostumar.

Com passos inseguros Sherlock foi caminhando pela sala. A enfermeira já tinha o abandonado e ficado na porta do berçário. Quando o coração de Sherlock acelerou mais do que ele previa, ele olhou desesperado para os amigos do outro lado do vidro que os observavam. Mary e John o olhavam ternamente, sorrindo, e ela balançou a cabeça o incentivando para ele continuar o caminho.

Com muito receio em cada passo Sherlock atingiu o pequeno leito e olhou pela primeira vez sua filha de perto. Agora ele podia ver o seu rosto delicado e constatar o quanto ela realmente era pequena. O corpo todo do detetive se arrepiou e ele sentiu um medo enorme só de pensar em quanto a menina era frágil, e em como ele não pensou duas vezes no que ele seria capaz para protegê-la.

A mão dele caiu com cuidado sobre a mão dela, e praticamente só era necessário o seu dedo indicador para poder acariciar toda a sua pequena mão. Tudo nela era tão pequeno e precioso. Ele tinha que a proteger de tudo! Ele ia a manter salva de qualquer coisa!

Sherlock sentiu a pele macia dela quando, como em um ato instintivo, ela agarrou o dedo dele em sua mão. Naquele exato momento a menina abriu os olhos para poder ver o pai, e o coração de Sherlock perdeu todo o ritmo.

Ela tinha seus olhos!

Bem pelo menos um deles, Sherlock pensou. Os olhos dela eram dois cristais azuis claros, calmos e que o faziam lembrar uma lagoa. Os olhos dele por sua vez já eram uma lagoa. Sherlock tinha os olhos marejados á essa altura, e um sorriso indecifrável corria em seu rosto. Ele não conseguia desviar o seu olhar da menina e nem ela dele. Era como se ela fosse a única que soubesse o que ele estava sentido naquele momento; a única que soubesse como o seu coração estava apertado e como ele a amava.

Simples assim: ele amava com toda a sua alma.

When you fall asleep
With your head
Upon my shoulder

Com o maior cuidado do mundo Sherlock pegou a pequena criaturinha nos braços e a trouxa para si em um primeiro abraço. Ele podia sentir o seu corpo quente contra o seu peito e como ela era fofa e delicada. Ela soltou um pequeno barulho contra o seu corpo, e um pouco desesperado Sherlock a afastou para poder ver se algo de errado tinha acontecido. Mas o que ele viu foi uma imagem que iria ficar na sua mente para sempre.

Os olhos dela o fitavam fundo e o sorriso mais lindo do mundo, pelo menos foi o que Sherlock achou, havia tomado toda a sua face. Ela parecia feliz em vê-lo, em estar perto dele.

When you're in my arms
But you've gone somewhere deeper

O detetive não pode impedir a lagrima que rolou pela sua bochecha, e ele não se importou que houvesse pessoas vendo aquela cena, uma cena onde ele estava totalmente frágil. Ela e Molly eram o seu mundo agora, Sherlock não tinha dúvidas disso. Não haveria nada nesse mundo que ele não faria por essas duas mulheres; não havia limites nem barreiras que o impedissem de ir ao inferno e voltar só para poder ver a felicidade de sua família.

Sua vida tinha um sentido: aquele sorriso! O sorriso que ficou gravado para sempre na sua mente, e que ele sabia que já havia visto antes nos lábios da mulher que ele amava.

Sua filha tinha o mesmo sorriso que Molly. Sherlock se perguntou se isso poderia ser mais perfeito.

Sherlock trouxe o corpo dela de volta ao seu, protegendo e aconchegando a menina em seus braços, fazendo-a ficar segura de todo o mundo. A menina descansou a cabeça no seu ombro e sua mão caiu levemente sobre o seu peito. Sherlock podia sentir as pequenas batidas do coração dela se misturarem com as descompassadas batidas do coração dele. Aos poucos seu coração ia entrando no ritmo de dela e Sherlock ia ficando calmo com a sensação da filha em seus braços.

Are you going to age with grace?
Are you going to age without mistakes?

Are you going to age with grace?
Or only to wake and hide your face

Ele foi despertado do seu extasse quando ouvir de longe a voz da enfermeira falando que ele podia levar a filha para ver a mãe, se ele quisesse. E sem pensar duas vezes Sherlock tomou seu caminho para fora do berçário com destino ao quarto perto dali.

Geralmente Sherlock era uma pessoa apressada, afobada e impaciente, mas dessa vez ele tomou todo o tempo que podia, com passos leves e pequenos, mantendo os olhos caídos sobre a menina em seus braços, tentando ao máximo a manter tranquila e relaxada.

Quando ele abriu a porta do quarto de Molly seus olhos deixaram a figura do bebê em seus braços para encontrar a da mãe a sua frente. Ela estava sentada na cama, e Sherlock pode ver o mesmo brilho que ele tinha nos seus olhos presente nos olhos dela. Molly tinha perdido todas as palavras quando viu Sherlock com a filha deles em seus braços. Definitivamente não havia cena mais linda no mundo, não havia nenhum outro momento que fosse superar aquele que a família Holmes estava vivenciando.

Well oh, oblivion
Is calling out your name

You always take it further
Than I ever can

Ainda com todo o cuidado Sherlock se aproximou do leito de sua mulher e se sentou na cadeira ao lado. Os olhares deles se cruzaram e só bastou uma troca de sorrisos para eles se comunicarem. Molly e Sherlock se sentiam completos, eles amavam a pequena menina com todas as forças, e tudo era agora mais do que perfeito.

O relacionamento de Sherlock e Molly durante dois anos foi algo maravilhoso. Claro que eles tiveram as suas dificuldades no começo, e aguentar Holmes de vez em quando no necrotério não era igual a ter que aguenta-lo todos os dias. Houve momentos em que Molly e Sherlock se sentiam desesperados, pois eles se amavam, eles tinham ciência disso, mas o relacionamento era muito complicado. Contudo, Sherlock nunca desistiu dela e nunca a deixou desistir dele. Quando menos ela esperou, Sherlock teve força para manter os dois de pé, e fez com que as coisas dessem certo entre eles.

Ela não precisava de mais nada. Isso era o que ela achava, até saber da pequena menina que carregava em seu ventre. Agora a vida com certeza não podia melhorar.

Molly podia ver todos os sentimentos que ela tinha espelhados nos olhos de Sherlock. Ele ia ser um bom pai! Talvez um pouco rabugento, e com certeza super protetivo, mas Molly sabia que a capacidade de amor daquele homem era gigante e que ele não ia medir esforço por ela.

When you play it harder
and try to follow you there
It's not about control
But I turn back when I see where you go

Com todo cuidado Sherlock passou a filha para os braços da mãe, que já ansiava para poder pegar a sua filha no colo. O detetive olhou ternamente aquela imagem, outra que ele iria guardar para sempre no seu palácio mental: Molly e sua filha, as duas razões da sua vida bem à sua frente.

– Qual será o nome dela? – a voz de Sherlock saiu suave e baixa, observando os olhos de sua esposa caídos sobre a menina, sorrindo que nem uma boba.

– Juliet. – Molly respondeu ainda perdida nos olhos da menina, os olhos iguais do pai. – O nome é Juliet. – ela levantou a cabeça para encontrar o marido com uma duvida estampada no rosto, querendo saber o porque do nome. – Tendo em vista que em menos de 24h ela já conquistou o homem mais difícil desse mundo.

Sherlock riu ao ouvir Molly e levou sua mão para segurar a mão dela que estava segurando Juliet.

– Eu te amo. – Sherlock disse ternamente enquanto fitava Molly do modo mais puro – Eu amo você, e eu a amo, – ele indicou com olhar para Juliet. – Vocês são meu mundo. Vocês são tudo o que eu preciso; minha vida.

Molly sorriu em resposta e apertou a mão dele o mais forte que pode, tentando mostrar para ele o quanto as duas também o amavam, e como a família deles seria mais do que feliz.


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Notas finais do capítulo

Eu sempre tive um receio para escrever algo com bebê Holmes, porém quando ouvi essa música eu tive vontade de escrever em algumas palavras somo seria o sentimento dele ao ver sua filha pela primeira vez. Espero que tenham gostado