A noite estava escura e cheia de temores, o Inverno até o momento não chegara a se manifestar, então Loras se permitiu admirar o horizonte da varanda, negro como nunca e cintilante como gelo.

Renly aproximou-se de modo rústico, para acariciar os cabelos enrolados de sua "mulher". Aquilo era uma despedida.

– Amor? - Loras virou-se para fitá-lo.

Renly respirou fundo para então responder.

– "Amor"? Como ousa mentir assim para mim?!

– Como? - o ex-Miss-Delícia não entendera a súbita violência em suas palavras.

– Eu praticamente matei o seu pai e o amante desafortunado dele! Prendi a sua mãe, da qual eu também era amante!

– Mas... agora...

– AGORA NADA! Eu encontrei outro, muito maior e mais grosso que você! Ele me arrombou de um modo que só um homem bem grosso poderia fazer, ou seja, o seu pau não cabe mais em mim! Tchau e beijinho no ombro! - Renly jogou Loras da torre, para uma morte prescindível.

Pausa para o choro.

Renly virou-se, estava atordoado, só agora ouviu a própria consciência e não conseguia acreditar no que ele mesmo fizera. Matara o homem que ele sabia que realmente o amava, mesmo depois de tudo o que fizera a sua família.

Mas agora, nada significava nada para ele. A única coisa que importava naquele momento era o quarto para onde ele estava indo, para nele encontrar o seu Novo GRANDE Amor.

Dirigiu-se para a porta a frente do quarto onde ficava com Loras. Já estava excitado ao abri-la, esperando para ser comido. Mas o quarto onde ele esperara encontrar o seu Novo Grande Amor, no momento estava vazio, a não ser por ele mesmo.

Brochou então, Renly. Desesperado, correu por todos os corredores e olhou por todos os quartos, em um puro desespero.

Todos encontravam-se vazios, não importava para qual direção olhasse. Mas foi repentina a surpresa ao ouvir os gritos rústicos que vinham do Grande Salão do castelo de Delicium.

E não tratava-se de uma única voz, era um conjunto assustador, a mostra do puro desespero.

E foi desespero que Renly sentiu, correu mais rápido ainda, agora em direção ao Grande Salão, tropeçando nos seus próprios passos. Ele parou rapidamente ao encontrar uma poça de sangue, seguida por rastros do mesmo material vermelho-escuro, aparentemente originados por uma pessoa sendo arrastada.

O medo de que aquele sangue fosse do seu Novo Grande Amor infestou a sua cabeça com cenas horrendas de um futuro triste em que ele não sentiria mais nenhuma vara na parede de seu arrombado oco.

Correu e correu, o quão grande poderia ser aquele corredor? E quando mais corria, mais intensos tornavam-se os gritos e mais forte batia o seu coração. E ele quase parou novamente ao encontrar a porta para o Grande Salão de Delicium quebrada, reduzida a pedaços jogados pelo chão, seguidos por sangue e mais sangue junto a corpos amontoados em pilhas que exalavam mal cheiro devido às tripas soltas e frescas.

No trono de Delicium estava o seu Novo Grande Amor, agarrado pelo pescoço por um ser que ele não reconheceu imediatamente.

O ser estranho, com sua voz baixa e rouca, falou:

– Renly Baratheon-o-ex-pedreiro-e-agora-Lorde, o meu novo coração de pedra clama por vingança pela morte do meu grande amor Lorde Jailson de Delicium! - ele pegou uma grande faca com a mão livre e aproximou sua lâmina do pescoço do Novo Grande Amor de Renly - Prove o gosto de perder o seu amor na sua frente! Por mim, ANTES CONHECIDO POR PAULÃO DAS GALÁXIAS! - a faca cortou o pescoço do homem que o Senhor dos Ocos de Jailson segurava.