Espelho Quebrado escrita por Zenner


Capítulo 15
Outro Curativo


Notas iniciais do capítulo

Tirem as crianças da frente do PC, celular, notebook ou onde quer que você esteja lendo isso.

kkk brinks, nada muito pesado ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/506638/chapter/15

Chris corre até mim quando me ver na esquina. Duas garotas estavam sentadas no ponto de ônibus vazio. Uma com o rosto vermelho pelo sangue e a outra com os lábios também sangrando.

Ignoro Chris que pergunta onde eu estava e vou até as duas.

–O que vocês pensam que estão fazendo? Acham que sair na porrada leva á algum lugar? – falo irritada.

–É que... - Taylor tenta se explicar, mas a ruiva impede.

–Você não se importa. Pare de falar como se fosse nossa mãe - sua voz saia embriagada.

Olho para Chris e espero uma explicação. Ela levanta as mãos como se não soubesse de nada. Viro novamente para as duas.

–Taylor, você que está sóbria - destaco a ultima palavra - pode me dizer o que foi isso?

–Ok... Depois que você saiu, Bea sumiu e eu fui atrás de você. Mas antes que eu saísse da boate escutei o barulho de uma garrafa sendo quebrada e virei para ver o que era. E era a garrafa que ela - aponta pra ruiva - havia comprado.

"Dois caras riam e pareciam caçoar dela, mas da distancia que eu estava não dava pra ouvir. Então fui até lá e escutei um dos garotos dizer "a loirinha te trocou pela outra, aposto que se vocês três dormissem comigo nunca mais iam pensam uma na outra". Não me julgue por isso, mas eu dei um belo chute entre suas pernas por dizer algo assim sobre nós.

–E esse corte no seu rosto? - pergunto.

Ela passa a mão na bochecha e encara os dedos sujos de sangue.

–Foi quando o amigo dele me deu um soco.

Ajoelho-me entre suas pernas, seguro seu queixo e mexo seu rosto de um lado para o outro em busca de outro ferimento. Por sorte só havia aquele e não era tão fundo. Dou-lhe um sorriso leve, até por que ela não tinha culpa de nada, recebo-o de volta.

Levanto e sento do espaço vago ao lado de Bea e viro-a pra mim. No começo ela impede que toque o seu rosto, mas estava bêbada demais para me impedir. O corte em sua boca foi um pouco mais rude, e havia outro em sua testa. Admiro o seu rosto por alguns instantes e me pego acariciando sua bochecha. Ela me encara inexpressiva e segura minha mão, logo depois afasta-a de si e volta a virar-se para frente.

–Está na hora de ir pra casa - digo e levanto.

O caminho todo foi silencioso. Voltamos para casa duas horas antes do planejado, ainda era cedo. Passamos pela cozinha e pelo saguão sem problemas. Deixo Chris e Taylor na porta do nosso quarto.

–Chris, cuide dela pra mim - peço - quando eu voltar nós conversamos melhor.

Ela afirma com um gesto e entra no quarto.

–E quanto a você - seguro a mão de Taylor - fica bem ok? Eu volto para ver como você tá - beijo o lado do seu rosto que não está machucado.

Ela entra no quarto e vou até o banheiro em que deixei Bea.

A ruiva continuava sentada no mesmo local. O banheiro grande e bem dividido tinha um enorme banco acoplado a parede. Pego o kit de primeiros socorros e ponho ao seu lado.

–Pode bochechar essa água por alguns segundos? - entrego lhe um copo e ela faz sem reclamar - cuspa ali na pia.

Ela levanta, faz o que mando e volta.

–Agora abra a boca - ela abre. Coloco o algodão com uma pomada própria para ferimentos no local machucado - pode fechar... Você quer tomar banho antes de cuidar do ferimento na testa?

–Quero - fala meio estranho por conta do algodão.

–Então vá.

–Preciso de roupas e toalha.

–Eu vou pegar algo meu. Não quero entrar no seu quarto e correr o risco de acordar o seu irmão e a outra pessoa que esta com vocês.

Ela ri.

–Na verdade, eu tenho um quarto particular. Pedi pro meu pai reservar antes de vim pra cá. É o 320, pode entrar, a porta está aberta.

–Ok.

Ela entra em um dos reservados e saiu do banheiro indo para o seu quarto.

É um quarto bastante parecido com o que eu dividia com as meninas, mas ao invés de ter 3 camas de solteiro, havia uma de casal. A toalha estava sobre uma cadeira e a roupa de dormir sobre a cama. Pego uma calcinha qualquer na gaveta, tentando ignorar a intimidade que era fazer aquilo.

Dentro do banheiro era possível ouvir o barulho do chuveiro.

–Eu trouxe suas coisas, vou passar por cima da porta - digo.

–Não precisa - ela grita de volta e desliga o chuveiro.

Um meteoro podia cair sobre Rio de Janeiro e eu não ia ficar tão surpresa quando estava por ver Beatrice saindo do chuveiro totalmente nua. Meus olhos passeiam pelo seu corpo branco e escultural, quando percebo a merda que estava fazendo, coloco a mão livre sobre meus olhos e os fecho bruscamente.

–A-aqui esta suas coisa - digo e estendo a mão.

Ela pega as roupas e eu continuo com os olhos fechados e tapados, era mais seguro. Escuto sua risada baixa, mas perto demais.

–Você não gostou do que viu? - pergunta próxima ao meu ouvido. Sua fala era normal, devia ter cuspido o algodão com remédio - eu preciso de outro curativo, teve um lugar mais danificado do que minha boca e minha testa.

Sua voz estava tão próximas que eu sentia o cheiro de vodka e pomada da sua boca. Sinto o seu corpo molhado junto ao meu e tento lhe afastar. Com os olhos tapados, acabo sem querer tocando o seu seio e me assusto.

–Me desculpa - tiro a mãos dos olhos, mas logo volto. O segundo em que lhe vi ela sorria e ainda estava descoberta.

–Deixa de bobagem.

Suas mãos empurram meus ombros e dou alguns passos para trás até encontrar com a parede. Não ia arriscar afastá-la e fazer a mesma besteira de antes.

Bea segura meus braços sobre minha cabeça. Eu não confiava em meus olhos, eles se abriram assim que foram destapados. A imagem de Bea com um sorriso de malicia no rosto me deixou sem voz. Seus cabelos vermelhos e molhados caiam pelos ombros desnudos. O olhar estava cheio de luxuria. Boa coisa não sairia dali.

Quando seus lábios pressionam os meus junto com o seu corpo, eu quase urro se prazer Sua língua estava quente e as pontas dos seus cabelos me molhavam. Eu não conseguia nem pensar direito quando suas mãos descem pelo meu corpo e invadem minha blusa. Agarro seus cabelos e puxo quando ela morde meus lábios. Os dedos da outra mão passeavam pelas suas costas assim como os dela faziam com as minhas.

Ela geme de dor quando chupo seu lábio machucado, mas não para o nosso beijo.
Eu brincava com o bico do seu seio direito quando ela abre meu soutien e pousa as duas mãos em meus seios. Foi impossível não gemer em seus lábios, o meu ventre já pulsava de desejo por mais contato.

Aperto sua bunda e lhe trago para mais perto. Eu queria mais de Bea, mais do que ela já foi capaz de me dar.

"Estou dizendo que o que tivemos não significou nada para mim. Foi apenas um desejo..."

"Você não está pronta para mim ainda."

"Eu não ficaria com uma garota virgem... E ainda mais ela sendo você."

Afasto-me bruscamente dela. O que eu estava fazendo?! Aquilo era total loucura.

–O que foi? - Bea perguntou confusa.

Passo a mão em meus cabelos. "O que foi?". Eu não sei.

–É apenas um desejo, não estou pronta pra você - parafraseio a sua fala de anos atrás. .

"Aquilo não era certo... Aquilo não é certo..." E foi com esse pensamento que sai do banheiro deixando-lhe sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:) não me matem, obgd.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Espelho Quebrado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.