PERCY

Acordei com uma pressão terrível sobre meu peito vindo acompanhado de um grito estridente que identifiquei ser de Annabeth, mas não conseguia me levantar, mas ao olhar para cima encontrei um par de olhos cinzas me encarando arregalados ; a garota se encontrava pisando em cima do meu peito no momento nu e não demorou muito para minha mãe chegar correndo na porta do quarto com seu roupão caindo pelo ombros e cabelos parecendo a juba de um leão para completar nossa pequena festinha dos gritos medonhos, mas o que foi mais engraçado é que em suas mãos, ela segurava uma frigideira e me perguntei o que se passava em sua mente.

Os olhos castanhos da minha mãe, ainda cheios de medo e determinação nos avaliaram minuciosamente, passando de Annabeth em pé sobre meu peito e eu deitado no chão imóvel.A garota percebendo o olhar da minha mãe saiu de cima de mim imediatamente e pude ver de relance seu rosto em um vermelho vívido, e, seguindo seu exemplo me levantei do chão e fui até minha mãe que ainda tinha a frigideira em modo de ataque.

– Mãe, calma - disse tirando o utensílio de sua mão. - ... está tudo bem.

– Vocês... vocês... - Disse minha mãe ainda olhando de mim para Annabeth que se encontrava sentada na minha cama nos observando. - Me digam que não existe nenhuma probabilidade de eu ser avó.

–Que? - Perguntou Annabeth se manifestando pela primeira vez deste o grito. - Não quer dizer, senhora eu só me assustei de estar em um lugar diferente que nunca tinha visto e de ver o Percy no chão, me desculpa. - Terminou a loira mais corada que o normal.

– Ufa! Estou mais tranquila. Sabe querida eu confio em você, mas Percy o que o senhor está fazendo aqui?

Eu a expliquei que não havia conseguido dormir direito e estava preocupado com Annabeth, minha mãe pareceu se acalmar um pouco e começou a arrumar o nosso café enquanto Annabeth me lançou um olhar curioso e o desviou imediatamente quando percebi que os seus olhos estavam marejados. Eu gostava dela, gostava de verdade, eu a queria ver apenas sorrindo, seus olhos cinzas brilhantes não assim.

Ainda estava cedo nem chegava ás 5H da manhã, mas o que me surpreendia era que Annabeth insistia em ir a escola. No fundo eu a entedia, ela queria se ocupar para não pensar no que havia acontecido na noite anterior. Minha mãe a instruiu que a garota tomasse um banho que ela iria lhe emprestar alguma roupa de quando ela era mais jovem.E enquanto a garota se arrumava eu aproveitava para tirar um cochilo, tendo a leve impressão de ver minha mãe sair mas me dizendo algo antes de ir para o trabalho.

Fiquei um bom tempo dormindo até que ouvi Annabeth gritar o nome da minha mãe, e como ela não estava resolvi resolver o problema eu mesmo ,e segui para o local de onde vinha a voz que seria meu quarto.

– Annabeth, minha mãe saiu. Eu posso entrar? - Gritei parado na porta, pois não me arriscaria de pegar a garota sem roupas.

–NÃO! Quer dizer sim, eu...eu queria uma toalha, por favor.- Ela se interrompeu mas logo continuou. - Pode entrar Cabeça de Alga estou dentro do banheiro.

Eu entrei e peguei uma toalha limpa azul minha na gaveta e a pendurei na maçaneta da porta do banheiro me afastando do quarto para a garota abrir e pegar e resolvi tirar mais um pequeno cochilo já que as aulas apenas começariam daqui uma hora e só acordei quando Annabeth se aproximou de mim e me acordou me recebendo com um amigável sorriso envolto de cachos loiros molhados e imediatamente senti minha boca cair.

Annabeth usava uma antiga roupa da minha mãe, a qual eu me lembrava de ter visto em uma das raras fotos que ela tirou com meu pai: Uma saia rodada branca com uma camiseta azul marinho. Ela estava linda. A garota devia ter notado minha expressão e vi seu rosto dar uma leve corada e para quebrar um pouco a tensão resolvi ir tomar um banho e me arrumar enquanto a loira ligava para o seu pai para saber se ela poderia ir para a casa para pegar os seus materiais.

O meu banho por milagre durou pouco tempo e eu logo estava pronto de os bons e velhos jeans e uma camisa preta, e quando cheguei a sala para ver Annabeth vi seus olhos vermelhos como se ela acabasse de chorar e sem nem mesmo pensar a peguei e a coloquei em meu colo a aninhando como uma criança, mas ela logo se afastou me dando um longo sermão e depois me pedindo para a levar até sua casa. Me senti mandado com isso então como birra me sentei no sofá e liguei a TV, com ela me olhando com raiva em seus olhos e logo foram se suavizando.

– Desculpa. - Começou ela.- Eu...eu estou nervosa sabe. Pensei que iria acordar em casa com tudo de volta ao normal, pelo menos acordar e encontrar o meu pai,mas sem querer ofender, eu não queria estar aqui, me sinto injustiçada, a família da minha madrasta inteira me odeia, nunca soube o por que, nunca os fiz nada, mas...mas meu pai me deixar já é um pouco demais- Terminou e eu pude perceber que ela se segurava para não chorar.

– Você realmente está sendo grossa. - Lhe respondi sorrindo mas logo meu sorriso sumiu ao ver sua expressão de raiva. - Olha, seu pai não queria te deixar, eu tive que insistir muito para lhe trazer aqui, ele e sua madrasta procuraram em todos os hotéis da cidade por vagas, ele ficou com você o tempo inteiro te abraçando. E sinceramente, não sei por que você é assim com seu pai, devia agradecer, posso até contar quantas vezes meu pai me abraçou e daria de tudo para Poseidon fazer comigo o que seu pai faz com você.

A loira apenas abaixou a cabeça e ainda com um pouco de raiva peguei a chave do Mercedes no balcão da cozinha e saí sem mesmo me virar para ver se a garota me seguia, mas quando entrei no carro percebi que ela estava do meu lado e em silêncio a levei até sua casa para a garota pegar o seu material eu a esperei do lado de fora mas em vez dela ir em direção ao carro ela se encaminhou para ir sozinha a pé enquanto ela ia eu a seguia de carro.

– Sabe que não existe motivos para você ir a pé. - Disse sorrindo abaixando o vidro do motorista para me dirigir diretamente a ela.

– Odeio este seu sorriso. - Disse ela tão baixo que mal pude escutar, mas mesmo assim ela insistia em andar a pé.

– Meu sorriso?

–Cala a boca.

Com isso não me conseguir me segurar. Parei o carro e saí para ficar de frente para a loira, a peguei e a coloquei sobre meus ombros como se ela fosse um saco de batatas, enquanto ela se debatia e gritava, e pude ver de longe rostos preocupados surgindo das janelas.

– Está tudo bem. Só estamos brincando, sabem ela é minha namorada. - Gritei mais alto para os curiosos me escutarem pelos gritos de Annabeth que ao ouvir a frase ficou gélida em meus braços mas isso durou pouco pois logo os gritos recomeçaram enquanto eu a colocava dentro do carro e seguia tranquilo em direção a escola sem nem mesmo me importar com os gritos da garota.