A Criatura escrita por Nana Roal


Capítulo 1
A criatura


Notas iniciais do capítulo

Yoooo... Como estão pessoas? Bem? Mal? Mais ou menos? Com frio? (Aqui tá um friozinho firmeza! xD)

Bom, cá estou eu trazendo uma nova fanfic de comédia (ou algo parecido) e desta vez envolvendo meu pior pesadelo (sim, sim, eu tenho pavor da criatura e esse pavor me deu a ideia para a fic).

Espero que apreciem sem moderação! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/506117/chapter/1

Naruto e Sasuke estavam em uma nova fase da relação. Após quase cinco anos de um relacionamento sério e de terem se graduado, eles haviam decidido morar juntos. Decisão esta que demorou um ano para ser colocada em prática, culpa de Sasuke e sua personalidade metódica e criteriosa, mas agora lá estavam eles, há seis meses finalmente morando em um mediano apartamento que poderia ser chamado de lar.

Sasuke estava na cozinha preparando o almoço, afinal era um de seus raros sábados de folga e Itachi viria visitá-lo junto de sua esposa e filho. O moreno estava tão concentrado nas panelas que deu um pequeno salto quando se sentiu ser abraçado.

— Sasuke o que tem para o almoço? — Naruto questionou, enquanto colocava o rosto sobre o ombro do companheiro para espiar seu trabalho.

— Não me assuste, idiota — bronqueou sem parar de executar a tarefa.

— Desculpe — depositou um beijo rápido atrás da orelha do moreno e sorriu quando este estremeceu de leve. — Então? O que tem para o almoço?

— Sopa — Sasuke respondeu com simplicidade e colocou um pouco do caldo em uma colher, levando-a perto da boca para assoprar.

— Sopa, Sasuke? Sério? Vamos receber visi… — Naruto foi calado quando uma colher de madeira foi empurrada bruscamente contra sua boca e um caldo morno tocou sua língua.

— E então? — Sasuke indagou o olhando de canto.

— Caldo dashi*? — Arregalou os olhos e lambeu os resquícios do líquido que havia no canto da boca.

— Sim. E então? — Sasuke virou a cabeça para encará-lo melhor e arqueou uma sobrancelha de maneira presunçosa.

— ‘Tá ótimo! — Naruto sorriu abertamente e capturou os lábios finos em um beijo profundo.

Sasuke cedeu imediatamente, deixou a colher sobre o balcão e tateou cegamente a válvula do fogão para desligar o fogo; não poderia deixar a sopa queimar. Naruto o virou e suas mãos correram pelas costas largas do moreno, enquanto este levava as mãos até os cabelos loiros, deixando os dedos embrenharem-se ali.

A campainha soou e Sasuke tentou finalizar o beijo, mas Naruto só o soltou quando sentiu uma mordida particularmente forte em seu lábio inferior.

— Que droga, Sasuke — grunhiu e levou uma mão ao local maculado.

Sasuke quase se sentiu culpado ao ver a expressão dele, mas tudo que fez foi dar um beijo estalado nos lábios medianos e empurrá-lo para longe. A campainha soou novamente.

— A porta, dobe! Deve ser Itachi — virou-se novamente para o fogão.

— Tsk… Certo… Certo… — Naruto resmungou e saiu da cozinha.

Sasuke escutou o barulho da porta se abrindo e estranhou o silêncio que se seguiu, afinal, quando seu sobrinho chegava, a primeira coisa que ele fazia era entrar correndo e gritando “tio Sasuke!”. Franzindo o cenho, o Uchiha seguiu para a sala e, quando chegou lá, sentiu um tique nervoso no olho ao ver a cena que se desenrolava na entrada de sua casa.

Naruto estava olhando, com cara de idiota, para uma mulher loira de olhos tom âmbar e sorriso cordial. Quando ela percebeu sua presença lhe lançou o mesmo sorriso cordial que dedicava a Naruto.

— Boa tarde! Meu nome é Tsunade e sou a nova vizinha — apresentou-se com voz firme. — Espero que tenhamos uma boa convivência — fez uma leve reverência.

Ela vestia roupas simples, uma calça de moletom desbotada, uma camiseta preta desgastada e chinelos. Mas isso, nem de longe, suprimiu a beleza que ela tinha e, muito menos, escondeu seus dotes avantajados. Que droga! Nem ele, Sasuke, conseguia evitar encarar as duas “melancias” que ela tinha. Será que não sentia dores nas costas? E será que Naruto poderia disfarçar melhor? Merda!

— É claro que teremos uma ótima convivência, Tsunade-san! — a voz empolgada de Naruto soou e Sasuke sentiu o tique nervoso piorar.

Naquela tarde de sábado iniciou-se o pesadelo de Sasuke. Um antigo medo começou a assombrá-lo; um medo que se baseava no tempo em que Naruto passou junto de seu padrinho tarado. O velho – nem tão velho assim –, Jiraiya, era um adorador de curvas e peitos declarado. O cara conseguiu, infelizmente, passar parte dessa adoração para o afilhado e Sasuke, logo no início do relacionamento, lutava contra a vontade de explodir cada peito que prendia, por segundos, a atenção de seu namorado.

Então a adolescência passou e Naruto foi deixando essa mania de lado, ou, ao menos, passou a disfarçar melhor depois de tanto receber chutes/socos/gelos do Uchiha temperamental. Mas Sasuke entendia que certas coisas não poderiam ser ignoradas, principalmente as melancias de sua nova vizinha. Sem contar que ela era mais velha e Naruto, quando, eles ainda eram apenas amigos, vivia dizendo que tinha certa "tara" por mulheres maduras.

Mas Tsunade, que morava no apartamento em frente ao seu, não lhe dava motivos para ter ciúmes ou desconfiar de qualquer coisa. Ela trabalhava o dia inteiro e caso os encontrasse no horário de saída ou retorno, lhes cumprimentava educadamente sem dar muita brecha para intimidade. A única coisa diferente que Sasuke chegou a escutar foi um comentário sobre Naruto a fazer se lembrar de alguém muito querido. Claro que isso rendeu um sorriso idiota e Naruto ganhou uma marca roxa na canela.

Após duas semanas de convivência, e ao perceber que nada demais poderia acontecer, Sasuke começou a sentir-se um idiota, afinal, a mulher mostrava-se tão severa em algumas situações e sempre tratava a ambos com igualdade. Ela também havia dito que ele a fazia se lembrar de alguém, o que fez Naruto o infernizar pelo resto daquele dia.

Por isso, naquela noite de sexta, enquanto entrava no elevador e subia para seu andar após um dia exaustivo de trabalho, ele decidiu convidar Tsunade para comer uma pizza com eles, afinal ela morava sozinha e não iria custar muito ser agradável ao menos uma vez na vida. Sentindo-se bem consigo mesmo por tal decisão altruísta, ele saiu do elevador no seu andar, mas sentiu toda sua convicção altruísta ir dar um beijo no capeta, enquanto sentia crescer um impulso homicida.

Naruto e Tsunade estavam no meio do corredor e isso não seria motivo para fazê-lo praticamente espumar de raiva. Claro que não seria! Mas encontrar seu companheiro, no meio do corredor, sem camisa e sendo agarrado por uma loira bonitona vestindo apenas lingerie, era mais que o suficiente para fazê-lo cometer um assassinato!

— Sasuke, isso não é o que você tá pensando! — disse Naruto em tom trêmulo e com o rosto mais vermelho que os cabelos de sua sogra.

— Frase errada, dobe — Sasuke sibilou e estreitou os olhos. Sua mão formigou de vontade de esmurrar a bela face de seu querido companheiro.

— Sasuke, presta atenção! Eu apenas estava tentando ajudar — o tom do loiro tornou-se desesperado e, na tentativa de afastar a mulher, tocou em sua cintura.

— Ajudar? Ajudar com o quê, dobe? — os olhos negros recariam sobre as mãos bronzeadas e Naruto rapidamente as tirou da cintura fina da mulher. — Você é prestativo demais, e eu odeio isso!

— Sasuke, não é isso! Para de ser um maldito ciumento! — Naruto praticamente berrou.

— Eu ciumento? E se… — Sasuke foi interrompido por um grito potente e desesperado.

— PAREM DE FICAR DE PAPO! — Tsunade apertou mais os braços em torno de Naruto e olhou para Sasuke. — ALGUÉM TEM QUE ENTRAR LÁ! ALGUÉM TEM QUE FAZER ALGUMA COISA!

— Calma, Tsunade-san — Naruto pediu com voz mansa e estremeceu ao escutar um rosnado vindo de Sasuke. — Eu preciso que você me solte, sabe, pra eu ir até lá.

— Ir aonde, dobe? — Sasuke buscou reunir todo seu autocontrole e calma para entender aquela bizarra situação. Seu lado racional acreditava fielmente que seu quase marido não seria capaz de traí-lo, principalmente de uma maneira que chegava a ser estúpida até pra os padrões “Naruto” de comportamento.

— É que eu... — Naruto tentou explicar, mas parou abruptamente quanto teve que segurar Tsunade, que havia saltado para seu colo. — Kami-sama! — exclamou ao sentir a mulher presa a ele como um carrapato. Sasuke iria matá-lo, iria matá-lo lentamente e suas partículas seriam lançadas no espaço.

— ELA VOA! ELA VOA! — Tsunade anunciou e logo gritou. Com aqueles gritos dignos de filmes tailandeses de terror até Sasuke sentiu certo desespero, mas este passou rapidamente quando a mulher resolveu esconder o rosto na curva entre o ombro e o pescoço bronzeado que pertencia a ele.

O Uchiha avançou um passo, seus instintos assassinos completamente liberados e, por isso, ele finalmente percebeu a causa de toda aquela comoção. Sasuke conseguiu distinguir perfeitamente uma criatura marrom e asquerosa avançar, em um voo ágil, na direção de Naruto e Tsunade.

Sem hesitar, Sasuke lançou a mochila que carregava naquela direção e acertou a barata, fazendo-a cair atordoada. Em seguida, marchou até o pequeno inseto que se debatia para recolocar as patas asquerosas no chão e pisou, pisou e pisou... Pisou até sentir dois braços o envolverem e tirarem dali. Um sorriso cruel se desenhou no rosto claro ao ver o inseto transformado em pasta.

— Ela já está bem morta, teme — Naruto sussurrou próximo de sua orelha e Sasuke, sem querer, automaticamente sentiu seus músculos relaxarem.

— Ela merecia ser ressuscitada só pra morrer outra vez, dobe — soltou de forma irritada, quase animalesca.

— Você precisa controlar esse ciúme — murmurou ainda de encontro a orelha pálida.

— E você precisa controlar essa maldita mania de sair abraçando qualquer um! — grunhiu e cruzou os braços.

— Mas eu não... — Naruto novamente foi interrompido, desta vez por Sasuke ter sido arrancado bruscamente de seus braços.

As sobrancelhas louras se franziram, mas logo a reação negativa foi substituída pelo divertimento ao ver Sasuke ser efusivamente abraçado por uma Tsunade extremamente alegre. Aquilo seria divertido, se acontecesse apenas naquela vez, afinal ele também não era muito bom em lidar com ciúmes.

— Você é um herói, Uchiha-san! — Tsunade comemorou em tom agudo, dando um abraço esmagador no moreno, apertando o rosto deste contra seu busto avantajado. — Muito obrigada, muito obrigada.

Sasuke tentou se afastar, debatendo-se de maneira lesa, mas tudo que conseguiu foi escutar/sentir duas costelas estalarem. O que era aquela força? E aquela luz surgindo em frente a seus olhos? Sua morte seria patética daquele jeito? Oh, não! Tsunade havia apenas encerrado o abraço de jiboia e se afastado. Sasuke sentiu-se um tanto zonzo.

— Vocês dois merecem um prêmio por tanta gentileza — a loira falou dando um sorriso aberto e segurou uma mão de cada um deles. — Vamos tomar saque para comemorar essa vitória! — Gritou empolgada e arrastou ambos para dentro de seu apartamento, parecendo muito à vontade vestindo apenas seu conjunto de lingerie negro.

Naruto se aproximou de Sasuke e sussurrou de maneira debochada:

— Você precisa controlar a mania de sair abraçando qualquer um.

— Cala a boca! — Sasuke rebateu em tom rabugento e seu rosto ficou vermelho.

Tsunade os encarou por cima do ombro e seu sorriso escancarado tornou-se apreciativo.

— Vocês realmente me fazem lembrar muito daqueles dois velhotes, além de formarem um lindo casal — falou soltando um suspiro ao final da frase. Ela os largou quando chegaram ao centro de sua sala, indicou os sofás para eles se acomodarem e entrou por uma porta lateral.

— Velhotes? — Sasuke indagou um tanto alto, enquanto se acomodava. Só então percebeu que Naruto estava com sua mochila na mão.

— Que velhotes? — Naruto também questionou e se sentou ao lado do Uchiha, colocando a mochila deste no chão.

— Ah, longa história! — Tsunade respondeu de forma displicente assim que reapareceu carregando uma bandeja onde havia uma pequena garrafa e três copos. — Um dia eu conto! — se acomodou no sofá em frente a eles e depositou a bandeja na mesa de centro.

— Er… Tsunade-san — Naruto começou incomodado.

— Sim? — ela o fitou naturalmente sob os espessos cílios louros.

— Você não vai colocar uma roupa? — Sasuke indagou, sem se importar por parecer grosseiro.

A mulher olhou pra baixo e seu rosto ficou levemente vermelho, mas ela inesperadamente levou a mão à nuca e soltou uma gargalhada.

— Caramba! — exclamou entre risos e se levantou. — Eu fiquei tão desesperada que até me esqueci de me vestir! Aquela criatura é sempre capaz de me tirar dos eixos.

— Percebemos — Sasuke comentou com sarcasmo e recebeu uma cotovelada do companheiro.

Tsunade gargalhou novamente e se afastou deles, entrando por outra porta lateral.

— Me desculpem por essa desatenção! — sua voz saiu abafada. — Minha sorte é que Dan está viajando. Ele iria me passar um sermão se me visse assim.

— Dan? — os rapazes questionaram em uníssono.

— É! Meu marido, Dan! — Tsunade afirmou assim que reapareceu na sala, já usando um vestido leve e voltou a se acomodar no sofá que ocupava antes.

Os três passaram o fim de tarde e parte da noite conversando, rindo e bebendo. À partir daquele dia, Sasuke passou a deixar de lado o ciúme infundado, mesmo que Naruto ainda recebesse algumas pancadas quando seu olhar recaia onde não devia.

Uma semana depois

Um homem de cabelos azulados e longos correu para alcançar o elevador e sorriu amigavelmente ao rapaz louro que havia segurado a porta para ele.

— Obrigado! — agradeceu ofegante.

— Por nada, cara! — o loiro sorriu. — Qual seu andar?

— Terceiro, por favor!

— Terceiro? O mesmo que o meu! — comentou empolgado. — Vai visitar alguém ou é novo por aqui? Eu nunca te vi.

O homem abriu um sorriso encabulado, aquele rapaz parecia irradiar luz e alegria; chegava a ser um tanto opressor, mas ele já estava acostumado a esse tipo de personalidade. O elevador parou no andar e ambos saíram.

— Eu s… — parou de falar ao deparar-se com sua esposa, vestindo apenas um conjunto de lingerie vermelho, agarrada a um homem jovem e bonito, bem no meio do corredor. — O QUE É ISSO, TSUNADE?!

— Oh, você deve ser o Dan — o loiro que o acompanhava falou, mas sua voz estava sombria.

— DAN! MATA A CRIATURA! MATA! MATA! — Tsunade gritou se agarrando ainda mais a Sasuke.

— Socorro — Sasuke sussurrou olhando desesperado para Naruto, que tinha uma aura sombria ao seu redor.

É... Parecia que cenas assim se repetiriam muitas e muitas vezes!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai pessoas?
Curtiram?
"Descurtiram"?
Querem compartilhar opinião?

Deixem seus comentários! ;)

Beijos Beijos