Novo Mundo escrita por Mi Freire


Capítulo 29
Encontro surpreendente.


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo o nosso casal faz as pazes e continuam tendo momentos bem meigos juntos. Vocês vão gostar. E tem também um reencontro bem "interessante", digamos assim.



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Alison ficou dias pensando no que Margo havia lhe dito algumas noites atrás. A questão não era essa. Não que ela não tivesse certeza de que ama David. Porque ela tem. Só não sabe ainda se está preparada para dar um grande passo. Como ir morar com ele. Mas como a própria Margo disse: quando a gente ama muito uma pessoa vale a pena arriscar e correr esse risco, mesmo quando não se tem certeza de tudo.

As coisas estavam indo bem entre ela e os pais. Alguns dias eram mais difíceis que os outros. Só quem ainda mora com os pais sabe o quanto é difícil. Ela também havia finalmente conseguido alcançar a turma na faculdade e voltou ao ritmo normal. Mas ainda faltava alguma coisa. E não era só a presença de David constantemente em sua vida. Ela ainda precisava encontrar um emprego.

E vinha batalhando muito por isso. Procurando pela internet, pedido ajuda e sugestões aos amigos e até mesmo comprando jornais na banca para ver se aparecia alguma coisa. Qualquer coisa. Como um milagre. Mas estava muito difícil.

Alison sentia falta de David todos os dias e nunca pensou que fosse tão difícil viver sem ele. Era doloroso. Tudo ficava ainda mais complicado quando ele não estava por perto. Junto dele ela sentia que era capaz de qualquer coisa. Mas longe dele, ela sentia-se fraca. Incompleta. Desprotegida.

Mas ela não queria que as coisas se complicassem e que as coisas não dessem certo. Não queria estragar nada por conta da pressa. Estava cansada de sempre tentar, acreditar e por fim nada conseguir. Apesar de urgência de tê-lo por perto, tanto ela quanto ele precisavam ter paciência.

David por sua vez, conseguiu tranquilizar-se melhor. Pois ele tinha uma garantia: ainda tinha Alison. Ela ainda era sua namorada apesar de toda a distância. E resolveu focar mais no trabalho. Dando o seu melhor e um duro danado para que no futuro não lhes faltasse nada.

Se era disso que Alison tinha medo, ele faria de tudo o possível para que ao seu lado ela sentisse segura e completa. Mesmo que eles tivessem pouco. Afinal, a maioria dos grandes começos são assim, não são? Eles só teriam que ser fortes o bastante para conseguir vencer essa batalha.

Naquela manhã Alison não teria aula, mesmo assim acordou cedinho, tomou um banho morno e vestiu algo mais formal. Ela quase não tomou café da manhã e saiu rápido com seu carro. Pelo menos ainda tenho meu carro, ela pensou enquanto dirigia rumo a Manhattan.

Seu pai, Tom, na noite passada havia sugerido que ela fosse a uma agencia de empregos. Ela que nunca havia pensado nisso antes adorou a ideia e decidiu fazer isso o quanto antes. Estava desesperada por um emprego. Mas antes passou no primeiro salão de beleza que encontrou aberto pelo caminho.

Alison passou a manhã inteira esperando ser atendida e rezando baixinho para que eles lhe conseguissem algo. Após avaliarem seu curriculum e suas experiências, eis que surge a primeira oportunidade: Sua entrevista foi agendada para as duas da tarde do dia seguinte.

Cheia de esperança e entusiasmo, antes de voltar para casa Alison decidiu que precisava passar em um lugar em especial.

≈≈≈

David havia acordado atrasado, mas já havia ligado para o pai para avisar do seu atrasado. O primeiro e o último. Assim que acordou ele tomou um banho rápido, vestiu um jeans qualquer, seu suéter vinho e seus sapatos sociais preto. Olhou pela janela e viu que o dia lá fora parecia frio, então voltou para pegar seu blazer.

Com agitação dentro do loft, Gael logo abriu os olhos, despertando também. Ele não estava dando trabalho algum a David. E ele gostava de poder sair à noite, ao chegar do trabalho, para levar o cão para passear como Alison costumava fazer para não deixa-lo tão inquieto.

David já estava prestes a sair quando deparou-se com Alison em sua porta com um sorriso estonteante.

— Eu posso entrar? Eu trouxe o café da manhã!

Gael correu, pulando sobre ela. Quase derrubando os donuts que ela trouxera. Mas David foi mais rápido, segurando-a pelo cotovelo.

Alison entrou, depositando tudo que trouxe sobre a mesa. Depois inclinou-se para dar carinho ao cão. Ela sentou em uma das poucas cadeiras e David sentou-se na outra ao seu lado.

— Você cortou o cabelo. – ele observou, tocando os fios mais curtos dela. Alison corou por ele ter percebido a mudança.

Alison cortou o cabelo um pouco a baixo dos ombros e fez uma mudança na franja de lado, deixando a mais curta também.

— É, eu cortei. Que bom que você reparou. É que eu estou muito confiante para a minha entrevista amanhã. Achei que a minha vida precisava de algumas mudanças para tudo começar a dar certo.

Satisfeito com as palavras dela, David beijou-a rapidamente.

— Você está muito ocupado? Está de saída?

— Não. Porque?

— Eu preciso te confessar algo. Cheguei a uma decisão.

David franziu o cenho, esperando que ela continuasse.

— Eu não quero mais perder tempo. Dave. Eu sinto a sua falta a cada minuto que se passa. Eu só penso em você! Eu estou pronta. Não quero mais pensar no passado. Pelo menos não nas coisas ruins que não deram certo. Eu quero me mudar pra cá. Estou decidida. Vou vir morar com você. Vamos crescer juntos. A proposta ainda está de pé?

Mesmo com dificuldade David a puxou para um abraço.

— Eu disse que estaria bem aqui esperando por você. Esperando para que você estivesse pronta. – ele se afastou, segurando as duas mãos dela sobre o colo. — Mas já que está pronta enfim.... Quando você se muda?

≈≈≈

Só mais alguns dias. E aos poucos ela ia se mudando.

Naquela quarta-feira Alison foi para a faculdade, prestando ao máximo de atenção na aula e dando-se por inteira. Almoçou com Margo e Dylan, ouvindo-os falar sobre os últimos preparativos para o casamento e depois foi pra casa, tomou um banho rápido, vestiu um jeans de lavagem escura, uma blusinha clara e seus sapatos altos pretos. Não se esqueceu de sua jaqueta de couro, passou uma maquiagem leve, pegou sua bolsa vermelha e prendeu os cabelos em um rabo de cavalo.

Estava pronta para sua entrevista.

Chegou vinte minutos antes do horário marcado, sentou-se para preencher um formulário e esperou ser chamada até uma sala. As duas em ponto uma voz masculina a chamou. Cautelosamente ela entrou na sala, sentou-se onde o tal homem indicou e tentou não deixar transparecer tanto o nervosismo que estava sentido.

O homem a sua frente deveria ter no máximo quarenta anos. Ele era bem apresentável. Os cabelos pretos com alguns poucos fios já brancos, os olhos castanho-claro, magro, alto e ombros largos.

— Alison Harvey? – ele perguntou para ter certeza. Sua voz era grave e grossa. De uma homem já maduro e experiente. — É um prazer. – ele estendeu a mão de forma educada. — Eu sou Dexter Weber.

A seguir ele fez uma série de perguntas a ela enquanto conferia sua ficha enviada pela secretária. Dexter perguntou a Alison sobre sua experiência profissional e quis saber um pouco sobre sua vida também: qualidades, defeitos, manias. Mas sem se aprofundar muito. No início ela estava bem nervosa, ele percebeu. O que era normal. Mas aos poucos ela foi relaxando e exibindo um belo sorriso.

— Foi um prazer conhece-la, Srta. Harvey. Nós entraremos em contato com você até o final da semana.

Aquilo não era nem um sim nem um não, mas que ela precisava esperar para saber a resposta definitiva.

Alison se despediu educadamente e quando saiu do prédio simples onde se encontrava, David a esperava do lado de fora. Muito charmoso e galante, sentado em sua moto pacientemente esperando por ela.

Alison andou até devagar e quando parou em sua frente, o enlaçou com seus braços. Os dois se abraçaram carinhosamente.

— Você parece tensa. – ele olhou para ela, afastando seu cabelo ruivo do rosto com delicadeza. — Não se preocupe. Eu tenho certeza que você se saiu muito bem. Ali, você é boa em tudo.

David a levou para tomar um café não muito longe dali, eles passaram o resto da tarde juntos andando pelas ruas de mãos dadas.

— Eu preciso voltar para a empresa, infelizmente. Fiquei de resolver umas ultimas coisas. – ele fez beicinho, levemente chateado. — Eu te espero em casa?

— Com certeza.

≈≈≈

Naquela mesma noite, enquanto David não chegava, Alison deu uma arrumada de leve no loft. David não era tão bagunceiro, mas Gael sim, espalhando almofadas e restos de comidas por todos os lados.

Desde que decidiu se mudar para o loft ela trouxe poucas coisas dela, tentando organizar onde havia espaço. Mas ainda não poderia trazer tudo, já que o loft é bem pequeno para duas pessoas.

Não importava, eles logo dariam um jeito nessa situação. Quando ela conseguisse um emprego talvez o processo agilizasse mais depressa.

Alison pediu pizza de queijo e Coca-Cola. Ela ainda não sabia cozinhar, mas não era como David se importasse com esse pequeno detalhe. Já que ele é muito bom na cozinha. Cuidadosamente ela arrumou a mesa para os dois e esperou ele chegar.

David chegou de mansinho, tentando surpreenda-la. Mas ele acabou sendo surpreendido por ela. Alison ligou o rádio baixinho, estava tocando It’s Time do Imagine Dragons. Ela havia deixado as luzes apagadas e acedera velas, espalhando-a pelo único cômodo. Gael dormia em um canto sobre o carpete e Alison esperava por ele usando seu vestido azul-claro de algodão e estava descalça, com os cabelos ruivos agora curtos levemente bagunçando.

Deixando-a extremamente sexy.

Ele se aproximou dela lentamente, deixando suas coisas do trabalho de lado e depositou no alto da cabeça dela um beijinho carinhoso.

— Esse lugar tem mais vida quando você está aqui, comigo. – ele sussurrou, tocando o rosto dela. — Está tudo tão perfeito. E você está linda, Ali.

— Obrigada, meu amor. – ela levou as mãos até os ombros dele, massageando-os de leve, depois inclinou-se na direção do ouvido dele e sussurrou: — Você não quer que eu cuide de você um pouquinho?

— Isso seria ótima. – ele a agarrou pela cintura, beijando-a intensamente. Os dois foram juntos até o banheiro, tiraram as roupas e tomaram um banho quente.

Alison usou um dos roupões dele e David ficou apenas com uma toalha em volta da cintura, com o peito nu de fora. Os dois sentaram-se a mesa e começaram a devorar a pizza antes que esfriasse.

Quando terminaram de comer lavaram juntos a pouca louça que sujaram, apagaram a maioria das velas e foram se deitar na nova cama de casal que David havia comprado para eles dividirem, substituindo o velho colchão no chão.

— Eu sei que as coisas que você queria, não são as coisas que eu tenho. Eu só quero começar devagar, de baixo e com calma. – ele puxou o corpo dela para junto dele. — Eu não quero depender da ajuda de ninguém. Sei que somos capazes de crescermos juntos. Eu confio em você e acredito que irá conseguir esse emprego. Vamos comprar uma casa maior quando for possível, vamos nos casar e ter filhos. Mas por enquanto vamos aproveitar esse momento e desfrutarmos dos pequenos prazeres. Vamos construir novos sonhos juntos.

Alison fechou os olhos, saboreando as palavras dele em sua mente.

— Eu concordo com você. – ela disse, sorrindo em meio ao escuro. Sentindo a respiração dele em seu pescoço. — Eu não preciso de muito agora que estamos juntos. Eu só quero que a gente tenha tudo que precisa para sermos felizes, mas que saibamos ser bem feliz com o pouco.

Ele beijou os cabelos dela demoradamente, conseguindo conter a emoção que transbordava de seu peito.

Em poucos minutos os dois pegaram no solo.

≈≈≈

Já era sexta-feira, final da semana, e Alison já estava começando a ficar preocupada. Pois até então não havia recebido nenhuma ligação importante. E aquilo era tudo que ela mais queria no momento.

Ela tirou a tarde livre para caminhar com Gael no Central Park. O sol estava fraco e o vento mais gelado. Mas ainda assim o dia estava lindo, claro e agradável.

Alison comprou água gelada com um senhor próximo ao lago, procurou por um banco vazio e sentou-se para tomar sua água.

Foi quando seu celular começou a vibrar no bolso do short.

Desesperada ela o pegou rapidamente, atendendo-o.

— Srta. Harvey?

— Sim. Sou eu.

— Olá, bom dia. Sou eu, Dexter Weber.

— Ah, olá Sr. Weber. Como vai?

O coração dela batia depressa dentro do peito.

Uma mistura de ansiedade e nervosismo.

— Eu vou bem e você?

— Muito melhor agora.

— Então, eu liguei para lhe dar uma confirmação.

— E....?

— Parabéns! Você conseguiu a vaga.

— Ai meu Deus!

Ela deu um pulo do banco e Gael olhou para ela curioso.

— Desculpa... Mas o senhor tem certeza?

— Sim. Claro! Você tem um curriculum excelente!

— Ótimo. Ótimo! E quando eu posso começar?

— Na segunda-feira.

— Nossa! Já?

— Acalma-se. – ele sorriu. — Quero que você venha aqui para preencher uma nova papelada. Precisaremos também acertar umas ultimas coisas, quanto ao salário, todos os benefícios e o melhor horário de trabalho para você. Se tudo der certo você inicia na terça-feira.

— Maravilha! Pode contar comigo Sr. Weber. Eu estarei aí.

— As duas e meia, pode ser?

— Com certeza.

Eles se despediram e ele desligou.

Alison ligou para David imediatamente.

— Alison aconteceu alguma coisa?

— Sim! Aconteceu! Eu consegui!

— Jura?

— Sim, sim.

— E quando vai começar?

— Vamos resolver tudo na segunda-feira.

— Eu sabia que você ia conseguir.

— Ah Dave, eu estou tão feliz.

— Vamos comemorar hoje à noite.

Ela riu.

— Meu Deus Dave, você só pensa em besteira.

— Não, não é só isso. Quer sair para jantar comigo?

— Eu mal posso esperar.

David precisava voltar ao trabalho, e ela desligou. Depois Alison contou a novidade aos pais e as amigas. As horas seguinte pareceram passar lentamente até a hora do jantar. No fim da tarde ela tomou um banho, vestiu algo mais agradável e esperou por David.

Ele chegou por volta das nove horas. E a primeira coisa que ele fez foi abraçá-la bem forte. Depois David tomou um banho rápido, trocou de roupa e os dois saíram para comemorar.

— Um brinde a você.

David ergueu a taça de champanhe.

— Um brinde a nós dois.

Alison bateu de leve sua taça na dele.

— Nós conseguimos, Dave. Conseguimos!

— Você está tão feliz. Eu adoro ver esse seu sorriso.

Você me faz feliz. Me faz feliz a cada segundo que se passa.

Os dois se entreolharam por um momento, haviam acabado de terminar de jantar. David sorriu para ela.

— Eu não consigo ficar olhando pra você por tanto tempo. - ele sorriu torto. — As minhas mãos coçam implorando pelo seu corpo.

Alison enrubesceu com a confissão.

— Vamos sair logo daqui. Eu tenho outra surpresa pra você.

David a pegou pela mão após ter pagado a conta do restaurante e os dois saíram de carro. David estava levado a Alison a um Motel não muito longe dali.

≈≈≈

Alison estava há uma semana no novo trabalho. Trabalhando como estágiaria em outro escritório de Arquitetura, um escritório bem maior do que um dia ela já trabalhou. Tudo que ela precisava fazer era passar os projetos das folhas para o AutoCAD. Tarefa que nem sempre era fácil e costumava consumir várias horas de seu dia.

Mas ela estava adorando.

Sentia-se renovada.

Não demoraria muito para que ela e David pudessem comprar coisas novas para o loft ou começar a juntar dinheiro para uma casa maior. Por enquanto eles iam com calma, fazendo planos e elaborando com antecedência. Até o dia em que finalmente as coisas começariam a fluir, da maneira como eles imaginavam. Ou ainda melhor.

A vida é uma grande surpresa, para aqueles que não têm pressa.

Alguns meses atrás nenhum dos dois imaginaria – apesar de terem desejado muito secretamente – que estariam juntos, dividindo um loft apertado e vivendo a melhor fase de suas vidas depois de tudo que passaram. Eles haviam conseguido superar muitas coisas, juntos e separados. Agora só tentavam aproveitar essa relação ao máximo.

Naquele sábado de outono, finalzinho de setembro, os dois aproveitaram o dia de folga para aproveitarem ainda mais o dia juntos. De manhã fizeram um piquenique no Central Park, depois foram almoçar com os amigos em Manhattan, mais tarde foram visitar os familiares e agora estava de volta ao loft.

David estava estirado sobre a cama, sem camiseta, só de bermuda e com o controle da tevê na mão. Alison estava de pé, olhando através da única janela e refletindo sobre a vida com um sorriso no rosto.

— Posso saber no que a senhorita está pensando? – perguntou David se aproximando finalmente, beijando o ombro dela.

— Estou pensando em tudo. Em mim. Em você. Em nós. – ela revelou, virando-se de frente para ele e passando os braços em sua cintura para apoiar a cabeça em seu peito. — É tudo tão maravilhoso.

— Às vezes eu ainda penso que estou sonhando. – ele admite, beijando o alto da cabeça dela. — Eu tenho uma coisa para te dar.

David se afasta, corre até a cômoda e tira um embrulho de dentro da primeira gaveta. Ele volta para perto da namorada e entregue a ela o tal embrulho. Alison olha para ele, surpresa.

— Vamos lá, abra.

Vagarosamente Alison rasga o embrulho sem se importar com que ele caia no chão. Em suas mãos ela tem um lindo porta-retratos dividido em duas partes. De um lado uma foto dela com David. Uma das primeiras que eles tiraram assim que se conhecerem. E do outro lado uma foto dela grávida, nos últimos meses de sua gestação interrompida.

— Isso é para você se lembrar do quanto você é forte. Você passou por tanta coisa, Ali. Coisas que uma pessoa como você não merecia. E ainda assim conseguiu vencer tudo isso. Saltou cada obstáculo com determinação. Teve dias difíceis? Sim, você teve. Alguns dias você não acreditou que conseguiria vence-los. Mas olha só pra você agora, aqui, diante de mim, você está ótima e melhor do que nunca.

Alison o ouvia com atenção sem conseguir tirar os olhos das duas fotos. Em especial a dela gravida, esperando por James. Olhando para si mesma ela já não conseguia sentir nada. Nada muito forte ou difícil de lidar. Apenas ressentimentos por tão ter conseguido ir além. Por não ter tido seu bebê, seu primeiro filho. Mas como o próprio David dizia, suas amigas e familiares: ela é jovem e pode tentar muitas vezes, até que dê certa dessa vez. Alison jamais desistirá de seu sonho.

— Isso tudo – ela ergueu os olhos para ele. — graças a você que esteve todo o tempo ao meu lado. Eu serei eternamente grata a você, Dave.

≈≈≈

Alison saiu do escritório cedo aquela tarde, pois havia finalizado seu trabalho em casa após uma semana inteirinha de dedicação. Agora ela iria aproveitar o tempo livre para ir ao mercado, precisava fazer umas comprinhas para repor o estoque alimentício do loft.

Ela andava distraidamente pelos corredores do Walmart com seu carrinho praticamente cheio quando atropelou alguém.

— Ai meu Deus do céu, eu sinto muito...

Quando o homem com boné azul-escuro de um time qualquer de beisebol virou-se para ela ao conhecer sua voz, Alison ficou petrificada quando o que viu.

— Bradley?

Ele já não mais parecia o mesmo, agora com uma barba grossa por fazer do mesmo tom louro escuro dos cabelos que batiam na nuca. Brad também parecia mais cheinho e muito mais velho para a idade. Irreconhecível.

— Alison... Quanto tempo.

Os dois se olharam por alguns segundos.

— Papai, papai... Eu posso ficar com isso?

Um garotinho com mais ou menos sete anos se aproximou de Bradley correndo, agarrando-o pela perna ao mostrar-lhe um pacote grande de Doritos. Era um lindo garotinho com os cabelos loiros esbranquiçados que lembravam os de Margo e olhos azuis vibrantes. O garotinho se parecia com um anjinho.

E por incrível que pareça havia acabado de chamá-lo de.... Pai.


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Notas finais do capítulo

Eita, alguém ressuscitou dos mortos haha O que vocês esperam desse encontro, agora, nessa reta final? Ah e se encontrarem qualquer erro, sei lá, me avisem. Por favor.



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