Caspian foi muito gentil enquanto me ajudava com o meu vestido. Rapidamente fizemos nosso caminho de volta, dois faunos faziam o turno de guarda do lado de fora da grande estrutura de pedra então não tivemos muitos problemas. Assim que voltamos toda a turbulência da batalha nos atingiu, nos trazendo de volta a nossa realidade.

– Eu vou procurar algum lugar onde possas adormecer um pouco! – falou.

– Não precisa! Já descansei por tempo demais! – falei e ele assentiu.

– Apenas não exagere, esta bem? Precisamos de ti inteira! – falou e eu assenti.

– Eu posso procurar um lugar para descansar! – falei e ele concordou. – Pode ir cuidar das armas!

– Qualquer coisa me procure! – falou e eu assenti. Assistindo-o sair. Caminhei pelos pequenos corredores, ate que enfim encontrei um onde estava a Mesa de Pedra. Sentada em cima dela estava a pequena Lucia, de costas para mim, ela olhava a imagem entalhada do Grande Leão.

– Posso me juntar a você? – perguntei fazendo com que ela olhasse para mim.

– Fique a vontade! – ela falou sorrindo e logo em seguida voltou a olhar para a imagem. Sentei-me em um dos degraus, ficando um pouco mais baixa que ela.

– Você o conheceu? – perguntei curiosa e ela assentiu. – Como ele era?

– Ele era grandioso, seu pelo brilhava mais que qualquer ouro polido. E ele era bom, ele exalava bondade. E ele era um grande amigo! – falou, sem desviar o olhar da imagem a nossa frente.

– Eu queria tê-lo conhecido. – falei e ela me olhou. – Apesar das culturas serem diferentes, o tutor de Caspian sempre foi um grande amigo dos meus pais e ele sempre me contou histórias da Época do Ouro de Nárnia. E eu sempre fiquei maravilhada com a possibilidade de animais falantes, Faunos, Centauros, Minotauros, reis e rainhas de outro mundo... Ainda não acredito que estou aqui conversando com você! – confessei e ela sorriu. – Nunca achei certo o que nossos antepassados fizeram! E o que eu puder fazer pra reverter essa situação toda, eu vou fazer!

–Deverias ter visto Nárnia naquela época. As arvores conversavam conosco, ninfas em todos os lugares... Ainda não sei como Aslam deixou isso tudo acontecer! Por que ele deixaria isso acontecer! – ela falou com uma grande tristeza na voz.

– Se houve um jeito de encontrarmos ele... – falei enquanto bocejava, o sono finalmente começava a me atingi. – Perdão... – falei, mas percebi que ela não prestava atenção em mim, sua expressão era pensativa. – O que foi?

– Eu conheço um jeito de encontra-lo. – falou.

– Como? Diga-me! – pedi, entretanto antes que pudesse me contar o seu plano, uma trombeta alta pode ser ouvida por todo o salão. Ambas corremos ate a pequena área de pedra, onde, assim como os outros, pudemos ver o grande exercito que se encontrava a nossa frente, muito maior do que pudemos imaginar e combater. Encontrei o olhar preocupado de Caspian abaixou de mim, em frente a entrada do prédio, e ambos pensávamos a mesma coisa: Não teríamos a menor chance.