Em meio a noite, Jon acorda pela quarta vez.Assustado e suado. Por causa do pesadelo que não lhe deixa em paz. Olha para o quarto um pouco escuro, pouco iluminado pela luz da lua que entra pela janela. Vê seus livros na estante junto com os CDs e DVDs, sua mochila jogada na cadeira em frente a escrivaninha onde se encontrava seus materiais escolares. Olhando pra cima começou a pensar no pesadelo.

“Em sua mente, o filme se repetia pela quinta vez naquela noite.Jon em pé, frente a porta de sua casa como se estivesse acabado de entrar.E a voz de sua mãe o chama.

–Jon...?

–Sim, sou eu mãe.

Então ele ouve os passos dela vindo em direção a ele.Quando ela se aproximou do local iluminado foi possível ver sua roupa ensanguentada, os rasgos em seu corpo.Ela estava da maneira como morreu. Começou a dizer com uma voz trêmula:

–Não foi ele... Não foi ele Jon...

Chegando cada vez mais perto e sempre dizendo a mesma coisa. Jon, em um estado de pânico,saiu andando para trás.Como se quisesse fugir. Deu de encontro com a porta e quando sua mãe se aproximou o suficiente para tocá-lo, ele sempre acorda em meio ao pânico. Desta vez seus pensamentos foram interrompidos pelo vento que entrou pela janela. ”

Foi até a cozinha para tomar um pouco de água e então, quando abriu a geladeira escutou, quase como um sussurro, a voz de sua mãe.

–Não foi ele Jon.

Se vira assustado, viu que não tem nada e não ouviu mais nada. Sem acreditar no que ouvira, foi até a pia lavar o rosto.

– Isto é loucura... Não tem como... Deixa pra lá deve ser o sono. Vou dormir.

Jon volta ao quarto e se deita. Bastou fechar os olhos e seu despertador tocou. Sem acreditar, olhou pela janela e viu o sol nascendo ao longe. Levantou-se para mais um dia.

Nesse segundo dia de aula, os quatro se encontraram e foram juntos para a escola.

Chegando em frente à escola vêem Delin que estava lá para “recepcioná-los”. Ninguém merece ver um cara desses logo de manhã. Seus olhos queimam!

– Então, tem mais um é? Qual seu nome?

–Angelus.

– Hum... tá bom. Ah,e não pense que me esqueci de você... Jon.

Ele diz num tom de superioridade e deboche, quase cuspindo o nome de Jon e o mesmo já estava preparado para isso. Mas do nada, os amigos de Delin cercaram o grupo fazendo com que os mesmos não tenham saída. Os capangas prenderam os amigos de Jon, deixando apenas ele livre. Assim ele já entendeu o que significava. Delin já havia planejado tudo e eles caíram na armadilha exatamente como ele queria.

–Aprenda uma coisa Jon. Aqui EU dou as ordens.

–Não foi isso que vi na sala ontem com o professor Shad.

–Você me entendeu. Você não vai querer saber o que acontece com quem contraria minha autoridade.

Jon reparou que além dos que estão segurando seus amigos ainda há cinco dos companheiros de Delin. Ou seja, se ele tentar qualquer coisa eles vão vir pra cima. Mas Delin, para provocar, se aproxima até demais deJon.

–Ou vai?

–Deixe-nos passar, por favor.

– Há-há-há. Acha que vamos deixar vocês saírem tão fácil assim? Porque tá com pressa? Não tem ninguém te esperando em casa.

Taty, Lisa e Angelus repararam que Jon está a ponto de partir pra cima e pelo jeito Delin também percebeu. Os dentes cerrados, punhos apertados, e um ódio no olhar. Delin queria isso e como não tinha ninguém para impedir...Ele queria ver o que aconteceria se Jon explodir.

–O que foi? O gato comeu sua língua? Hum,já sei... Saiu de casa sem o beijinho da mamãe, é?

Jon partiu pra cima sem pensar duas vezes. Mas os companheiros de Delin estavam preparados para isso.Quando ele preparou para dar o primeiro passo, eles também foram pra cima. Mas ele percebeu e seu primeiro soco foi desferido no que estava na sua esquerda.

O punho direito de Jon o acertou com tanta força que o queixo do rapaz foi para trás. Literalmente. Seus pés saíram do chão. Ele segurou a perna esquerda deste mesmo rapaz enquanto ele estava no ar e o jogou nos dois que estavam em suas costas, em um único movimento rápido, preciso e de uma força sobre humana. Os três estavam no chão, desacordados. Os outros três que estavam segurando os amigos de Jon se afastaram e ficaram juntos, mais para trás e assistiram a cena com uma cara de terror. Um medo tão grande que quase soltaram seus “reféns”.

Jon se virou para o que estava à sua direita. O mesmo veio com tudo enquanto ele permaneceu parado. Quando o capanga estava próximo dele, recebeu-o uma joelhada no queixo que o levantou do chão.Em seguida, um soco que o levou de volta ao chão. O último companheiro de Delin, que ainda estava em pé, estava logo à frente dos que estavam segurando os amigos de Jon. E o mesmo foi andando até ele.O rapaz tenta dar um soco com toda a força no rosto dele que apenas recebe o golpe. Logo após, o rapaz tira a mão do rosto de Jon que se manteve imóvel. A mão do mesmo estava quebrada, em meio a um grito de dor. Ele o suspendeu, segurando-o pelo pescoço com apenas uma mão e o jogou com uma força descomunal para a direita. O capanga, gritando de dor seguiu até que seu crânio ir de encontro com a parede,caindo desacordado, quase desfalecido. Jon ficou de frente com os três últimos, que soltaram os amigos dele, que estão nitidamente com uma expressão de terror em suas faces.Lisa e os outros saíram da frente dele enquanto os capangas foram saindo, andando de costas e tentando salvar suas peles.

–Olha cara a gente não queria fazer nada.

–É, olha lá eles tão bem... nem um arranhão.

–A gente fez porque ele mandou.

O pé esquerdo de Jon acertou a cabeça do primeiro rapaz com tudo. Que levou os outros dois junto com o mesmo ao chão, também desmaiados, pois suas cabeças colidiram com o chute dele. Jon se virou para Delin, que continuou com aquela cara de superioridade e deboche como se o que vira fosse normal.

–Agora sua vez.

– Pode vir com tudo, ou a mamãe não deixa?

Jon correu com toda velocidade e desferiu um soco com toda a força que tem no rosto de Delin, que colocou sua mão na frente do punho de dele. Quando ocorreu o impacto, uma onda foi lançada a um raio de cinco metros, fazendo com que os amigos de dele caíssem no chão ainda acordados.

Quando eles olharam para ambos de novo, Delin realmente tinha segurado o punho de Jon sem sequer mover um milímetro. Assim que a onda cessou, Jon recebeu um soco no rosto que o jogou a sete metros de distância. Os estudantes da escola ficam chocados com a cena que presenciaram. Os amigos de dele correram para socorrê-lo enquanto Delin estava com o mesmo ar de arrogância e prepotência.

–Então, acho que vocês descobriram o que acontece se alguém desafia minha autoridade. Há-há-há.

Ele entrou na escola sem nem mesmo pensar em seus amigos, ou melhor, capangas e nos outros alunos que ficaram em pânico. No megafone da escola foi possível ouvir quando o diretor anunciou.

–Devido aos acontecimentos, as aulas foram canceladas essa semana. Isso é tudo.

Jon se levantou e antes que ele pudesse ir atrás de Delin, Taty entrou em sua frente e, enquanto o olhava nos olhos, passava a mão como toda delicadeza em seu rosto, ele, em resposta, retribuiu o olhar e também colocou a mão na cintura dela.Enquanto pensava no quão linda ela era e na maneira como ela o acalmava, coisa que só sua mãe conseguia fazer, foram se aproximando, mas Lisa e Angelus os chamaram.

–Jon... seus olhos... voltaram ao normal. – Lisa disse.

–Como assim... voltaram ao normal? - Jon

–Você estava com os olhos vermelhos, cor de sangue. - Angelus

–O que?????????? Sério?????????? - Jon

–Ei, preste bem atenção no que você fez. Você tem consciência que o que fez é impossível para um humano? O que é você?

–Eu só sei que eu fui pra cima dele depois disso não me lembro de nada.

–Taty você viu os olhos vermelhos ontem não foi?

–Sim Lisa, vi sim e também vi ele voltando da mesma maneira que agora.

–O que aconteceu? O que eu fiz?

–Vamos embora. No caminho te contamos.

Depois de Jon descobrir tudo que aconteceu ele estava perplexo não acreditava no que lhe falaram, mas o sangue em suas mãos e no joelho fazia com que ele acreditasse.