Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 14
Conselhos de mãe




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Já era de noite quando cheguei a casa. Passei pela sala, onde estava a maior parte da minha família, à excepção de Carlisle, Emmett e Jasper, cumprimentei-os rapidamente e subi para o meu quarto. Queria, antes de mais, tomar um banho quente para relaxar – e para tirar o cheiro de Jacob do meu corpo. Ele parecia estar em toda a parte, o que dificultava a minha tarefa de não pensar no que acontecera naquela tarde. E, acima de tudo, queria apagar todos os vestígios que pudessem levar a perguntas e suposições por parte da minha família. Não queria ter de lhes contar exactamente o que tinha estado a fazer toda a tarde, apesar de muito provavelmente o meu pai já o saber, e não queria ter de me defender por ter feito o que fiz.

Abri a torneira da banheira e esperei que esta aquecesse. Logo que a água ficou suficientemente quente, deixei-a correr para encher a banheira, e dirigi-me novamente ao meu quarto para me despir. Tirei o que restava das minhas roupas e senti um arrepio percorrer o meu corpo; olhei para a janela e reparei que estava aberta. No entanto, em vez de a fechar, dirigi-me a ela e abria ainda mais. Voltei a arrepiar-me, o ar gélido da noite a bater contra o meu corpo nu. Fechei os olhos e inspirei fundo, sentindo a minha boca a abrir-se num sorriso. Durante aqueles segundos em que estive ao pé da janela senti-me inesperadamente feliz, senti-me mulher, senti-me viva. Afaguei o meu ventre, ainda liso, e voltei para a casa de banho.

Senti o choque térmico assim que o meu pé tocou na água quente da banheira. O meu corpo arrepiou-se novamente, de uma forma prazerosa, e eu deixei o meu corpo submergir no calor relaxante da água.

Estava quase a sucumbir ao sono que se tinha tão rapidamente apoderado de mim – talvez devido ao poder relaxante de um banho quente – quando ouvi alguém a bater à porta da casa de banho. Logo identifiquei quem era, pelo cheiro, e mandei-a entrar.

            - Oi filha, importaste que fique aqui um bocadinho? – Disse a minha mãe, espreitando da porta com um sorriso gentil.

            - Claro mãe, entra. – Respondi, sorrindo também – Eu estava quase a dormir antes de chegares, mesmo.

A minha mãe sorriu e sentou-se no banco onde eu tinha colocado o meu robe, colocando-o no colo.

            - Estás bem, querida?

            - Estou. – Respondi – Algum motivo especial para me perguntares isso? – Perguntei, sabendo exactamente o que a minha mãe queria. Afinal, ela era minha mãe, certo? Eu conhecia-a como a palma da minha mão.

            - Bem – Começou ela, mexendo nervosamente nas mãos – Pareceu-me que estiveste com o Jacob esta tarde. – Olhou fixamente para mim durante um segundo, à espera da minha reacção, e depois continuou – E… queria saber como te sentes. E se há algo de novo com a…situação dele.

            - Não há nada de novo, mãe – Disse, frustrada – Ele ainda não se lembra de nada. Mas… - Parei, olhando para a minha mãe e sorrindo febrilmente – ele gosta de mim, mãe. Ele gosta de mim.

A minha mãe sorriu-me, e aproximou-se de mim.

            - É claro que ele gosta, meu amor.

            - Achas que ele ainda vai demorar muito tempo a lembrar-se de mim? – Perguntei – Quero tanto contar-lhe sobre o bebé… ele ia ficar radiante, mãe!

            - Eu sei que ia, querida. – Respondeu ela, sorrindo maternalmente. – Mas tens de lhe dar o seu tempo. Vocês os dois estão destinados a ficar juntos, tu sabes disso, mas tens de respeitar o seu espaço, tens de perceber que o Jacob neste momento encontra-se numa fase crítica, e por mais que te magoe estares longe dele, tens de o fazer para o seu bem.

Acenei com a cabeça, concordando com ela. Eu sabia que ela tinha razão, mas a minha parte emocional – agora ainda mais instável devido às hormonas de grávida – não lhe queria dar ouvidos.

Pedi à minha mãe que se retirasse para eu poder acabar o meu banho e, de seguida, vesti um pijama bem quente.

Deitei-me na cama e tapei-me com os cobertores, mantendo-me quente e confortável. Apaguei as luzes e preparei-me para dormir. No entanto, passados alguns minutos, a porta do quarto abriu-se a minha mãe entrou novamente.

            - Querida, ainda estás acordada? – Perguntou, entrando no quarto escuro e sentando-se aos pés da minha cama.

            - Estou. – Respondi simplesmente. – Passou-se alguma coisa, mãe?

Ela respirou fundo e, em vez de me responder, fez-me outra pergunta:

            - Importas-te que eu me deite aqui contigo?

Eu respondi que não me importava e, rapidamente, os braços frios da minha mãe envolveram o meu corpo por cima dos cobertores. Senti-me imediatamente reconfortada, aconchegada, apesar de o corpo da minha mãe ser frio como o gelo e duro como pedra; no entanto, ela transmitia aquele calor de mãe, aquele amor que mais ninguém no mundo nos conseguia dar. Fechei os olhos, e por um momento senti-me criança novamente, menina; lembrei-me de quando chegava a casa, cansada e completamente eufórica, e a minha mãe me ajudava a preparar-me para a cama e depois contava-me histórias até eu adormecer.

            - Nessie?

            - Sim? – Respondi, sonolenta.

            - Eu acho que devias contar ao Billy sobre a tua gravidez. – Disse Bella.

Eu não estava à espera daquelas palavras, e aninhei-me ainda mais na minha mãe.

            - Eu sei – Respondi – Mas queria contar ao Jacob primeiro…

            - Eu sei que querias, filha, mas nós não sabemos quando é que ele vai recuperar a memória, se é que ele vai…

            - Ele vai recuperar mãe, eu sei que vai – Interrompi-a. Não queria ouvi-la dizer que o meu Jacob nunca mais se iria lembrar de mim; era doloroso demais.

Ficámos uns minutos em silêncio, a minha mãe fazia-me festas no braço enquanto eu pensava no que deveria fazer.

            - Vens comigo a La Push? – Perguntei, por fim, com a voz praticamente inaudível.

            - Sabes que não posso, querida. – Respondeu ela – Isso é algo que tens de fazer sozinha.

            - Mas tenho medo… - Eu sabia que estava a agir como uma menina de quatro anos, mas era assim que me sentia. Bebé, indefesa, assustada; como uma menina no seu primeiro dia de aulas.

            - Tu és forte, Renesmee. És uma lutadora. – Disse Bella – Além de que o Billy não te vai fazer mal, ele vai ficar radiante com a ideia. Sabes que ele sempre quis um neto do Jacob.

            - Eu sei. – Disse – Ele vai ficar contente, não é? – Tentei mentalizar-me de que ia fazer o que estava certo. E Billy também merecia uma boa notícia, ainda para mais depois de tudo o que acontecera. – Vou a La Push amanhã falar com ele, mãe.

            - Sinto-me muito orgulhosa de ti, minha filha. – Disse a minha mãe, depositando um beijo doce no meu cabelo. – Amo-te muito, querida.

            - Eu também te amo, mãe.

___________________ x _________________

Acordei com os raios de sol a baterem-me na cara, encadeando-me a visão. Ainda estava na mesma posição em que adormecera ontem à noite, pelo que não me deveria ter mexido durante toda a noite. Revirei-me na cama e enterrei o meu rosto nas almofadas, criando coragem para me levantar e fazer o que sabia que tinha de fazer hoje.

Levantei-me, tomei um duche rápido, vesti um vestido, calcei umas sabrinas, tirei um casaco quente do armário e desci para tomar o pequeno-almoço.

Na cozinha estavam a minha mãe, que cozinhava ovos mexidos e bacon, e a minha tia Rosalie.

- Bom dia! – Cumprimentei. Sentia-me bem, como já não me sentia há algum tempo. Sorri e dei um beijinho na bochecha da minha mãe e da minha tia.

- Bom dia, querida. – Respondeu a minha mãe, desligando o fogão e indo colocar os ovos e o bacon no meu prato. – Como te sentes?

- Estou bem mãe. – Sorri. – Hoje é um dia importante.

- Importante? – Perguntou Rosalie. – O que vai acontecer hoje?

- Vou contar ao Billy sobre a minha gravidez. – Respondi.

- Ele vai ficar contente – Disse Rose – Tu sabes que eu não gosto muito do ca… Jacob, mas o Billy é uma óptima pessoa.

- Claro, claro. – Disse.

Acabei de comer, lavei a loiça e estive a fazer tempo até ir a La Push. Depois, peguei no carro e fui lentamente, pensando bem em como iria contar a novidade a Billy.

Cheguei a La Push, percorri as estradas pequenas passando pelo emaranhado de casas da aldeia até chegar à familiar casa vermelha. Estacionei o carro à porta da casa e saí. Olhei em redor, e deparo-me com quem eu menos queria ver: Sam. Ele encontrava-se junto ao inicio da floresta, e olhava-me com ódio e cólera. Tremi involuntariamente, mas fingi que ele não me afectava e segui o meu caminho até à porta de entrada da casa de Jacob. Antes de tocar à campainha olhei de novo para ele, mas Sam já tinha desaparecido.

Billy abriu a porta, e sorriu abertamente quando viu que era eu que me encontrava ali. Convidou-me a entrar e eu fui, mais uma vez, atingida violentamente pelo cheiro delicioso do meu Jacob. Será que ele se encontrava em casa? Prestei mais atenção aos sons provenientes da casa e constatei que o único coração a bater era o de Billy, pelo que Jacob estava fora.

Sentei-me no sofá, perguntei a Billy como estava, como tinha andado nestes dias e como se sentia. Ao fim de um bocado, finalmente disse-lhe que tinha uma novidade para lhe dar, e este pareceu muito curioso.

- Billy… - Eu comecei, nervosa. Não conseguia olhá-lo nos olhos, tamanho era o nervosismo que sentia naquele momento, pelo que me fiquei por fitar as minhas mãos intensamente.

                - Nessie, querida, estás aí quase há meia hora e a única coisa que conseguiste foi dizer o meu nome – Ele disse, sorrindo aquele sorriso dele – O que se passa?

Eu respirei fundo, tentando-me acalmar. Afinal, porque é que eu estava assim tão nervosa? Era apenas o Billy. E eu sabia que ele ia ficar radiante com a novidade.

                - Bem, é que… bem… - Voltei a respirar fundo, e o cheiro o meu Jacob invadiu-me as narinas, acabando com qualquer linha de pensamento racional que existia na minha cabeça naquele momento. Aquela casa cheirava tanto a ele, transbordava a recordações dele. E isso doía demais no meu peito. Os meus braços moldaram-se automaticamente ao redor do meu ventre, e eu senti coragem de falar – Eu estou grávida.

Senti um peso enorme sair das minhas costas, e fiquei aliviada por ter desabafado. Olhei atentamente para Billy, que estava calado e com uma expressão séria no rosto.

Depois, aquele sorriso tão à Jacob apareceu no seu rosto, e ele riu. Os seus olhos brilharam e eu pude vê-los encherem-se rapidamente de lágrimas.

                - Eu vou ser avô? – Ele perguntou, rindo mais. Eu não consegui evitar e ri com ele, esquecendo momentaneamente todas as preocupações e pensando apenas na felicidade em que sentia. Billy estava visivelmente contente com o facto de eu e o Jacob irmos ter um bebé, e isso fazia-me imensamente feliz.

                - Sim. – Disse. – O Billy vai ser avô. – Ri-me novamente, indo abraçá-lo. Estava tão envolvida na conversa e no abraço aconchegante de Billy que me sobressaltei quando ouvi um prato embater no chão e partir-se em mil bocados.

Afastei-me automaticamente de Billy e constatei, com horror, que Jacob se encontrava de pé, junto da beirada da cozinha, e olhava-me com uma expressão no mínimo aterrorizada.


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Notas finais do capítulo

oiie amores :D aqui está mais um capitulo pra voces *-* espero que gostem, este deu'me imenso trabalho, pq eu não fazia ideia do que escrever e andei meio perdida pela história... isso pra não falar da falta de inspiração, né?! mas aí ela voltou e saiu isso. queria tb pedir-vos desculpa pela demora horrorosa que foi pra eu postar esse capitulo, mas eu sinceramente nem dei pelo tempo passar. Eu comecei a faculdade há cerca de dois meses e nem tenho pensado em mais nada. mas agora eu já pensei no próximo capitulo todo e espero postar em pelo menos duas semanas :) e vou também fazer um BÓNUS pra voces que tenciono postar amanhã ou segunda. Então comentem e digam o que queriam que eu pusesse no bónus :) Beijos e obrigada a todos por nao desistirem da fic mesmo que a autora desnaturada demore séculos pra postar ;D