Por volta da meia noite seus olhos pareciam estar quase a se fecharem , neles as expressões se tornaram de cansaço. Mas Sam estará determinado a não descansar até salvar todas as vidas em jogo. O irmão mais velho era tão determinado quanto ele mas se dava ao luxo de dormir pelo menos quatro horas ao dia.

— Não acho que eu possa conseguir um dia ter toda sua determinação. — Murmurei ainda sentada na beira da cama de Sam.

— Sophia, você é uma garota persistente. Só precisas... Tentar um pouco mais. É isso que eu e meu irmão fazemos, nem sempre conseguimos salvar a todos apenas fazemos tudo ao nosso alcance. Por mais que tentemos perdemos vários amigos e nossa família fora arrancada de nós. — Ele parou de folhar o livro em cima da mesa para me fitar. Me olhava apreensivo, nos identificamos de certa forma.

Eu jamais recebera instruções de como viver nunca tive uma mãe para ajudar-me, para responder minhas questões sobre a vida. Ou dar conselhos sobre meu primeiro amor. Não tive amigos, minha família fora arrancada de mim.
Eu e os Winchesters três almas infelizes entre bilhões.

— Temos muito em comum.

Jamais terei minha antiga vida de volta, aquela que em outrora permitiu-me ser feliz no tempo de criança.

— O que encontrou? — Procuro me focar no caso.

Sam me encarou por alguns instantes procurando por algo em meu rosto, talvez algum sinal de que não estava bem ou qualquer coisa. Faço-me de difícil, não quero chatea-lô com a minha história patética de alguém que viveu com medo.

— Você não tem que sentir se mal, chegasse até aqui, não? — Disse-me — Você é forte e acredito que não tenha sido fácil não teve ninguém para te ensinar...

— Mas... Eu vivi com medo. — Admiti — Eu tento fugir disto sempre mas se torna cada vez mais impossível. E-eu só queria que o sobrenatural não existisse! Porque o bem precisa do mal Sam? Porque não pode ser tudo um pouco mais simples? Porque nossas famílias tiveram que ir?

Eu estava próxima de derramar lágrimas, ao me abrir e pensar em como é complexa a vida e cheias de ponto de interrogações.

São lamentáveis e amaldiçoadas, claro que jamais me atrevi a revelar isso em voz alta. Sam e Dean Winchester sabiam mais do que ninguém.

— Eu não sei, mas entendo sua dor. — Ele me disse.

— Bem, e o caso? — Pergunto.

— A mesma coisa que em Detroit, não consegui achar um padrão. Devo dizer, um padrão além de todos que morreram serem falsos e verdadeiros profetas, videntes e médiuns. E mais pessoas irão morrer se não acharmos uma solução logo. — Indignou-se Sam.

Repousei a mão sobre o ombro dele para tranquilizar-lô. E ele me enviou um sorriso mais ainda sim parecia-me tenso.

— Ainda vamos encontrar o padrão das mortes, eu prometo. — Digo a ele.

— Videntes, claro. — Disse as palavras aliviado — Talvez possam contatar algum espírito que talvez venha a ser útil com alguma informação — Sam parecia conversar consigo mesmo, mas permanecia ainda assim encarando-me apenas forcei um sorriso e assenti.

— Como saberemos que não estamos sendo enganados por uma Charlatã?

— Bobby pode conhecer alguma vidente, ele também é um caçador. Um segundo pai para meu irmão e eu.

— Então é aqui que nos despedimos — Dou um sorriso fraco acenei para me despedir, então levanto e viro-me para ir ao meu apartamento quando ouço Sam chamar por meu nome:

— Sophia... — Me virei afim de ouvir o que ele tem à me dizer.

— Já nos esbarramos algumas vezes, devo dizer... Muitas vezes.

— Relaxa Sam, não estou perseguindo a ti e seu irmão — Digo à ele em um tom divertido.

— Espero que venhas conosco. Podemos cuidar de ti, iremos protege-lâ eu prometo. — Mirei para baixo encarando meus pés. Sinto meu coração bater contra meu peito violentamente, e me pergunto se eu entenderá corretamente aquela frase generosa '' Espero que venhas conosco. Podemos cuidar de ti, iremos protege-la eu prometo '' é constrangedor admitir, mas tenho medo de sentir-me sozinha. É assustador hospedar-se em um quarto de hotel a noite sozinha, ter medo de gritar a noite como se tivesse uma coisa a observar-te e pensar que se eu me mover essa coisa possa me ferir. Então eu temo. Temo todas as noite em claro sem ao menos piscar, temo por meus medos serem os mesmo do que os de crianças.

Sou profundamente grata por Sam, por ele ter me convidado a ir junto com ele. Eu tenho medo de ser um fardo, mas jamais conseguiria recusar tal proposta.

— Obrigado Sam, de verdade. — Agradeci jogando meus braços ao redor de seu pescoço e o abraçando. — Eu passei tanto tempo sozinha...

— Agora não precisas mais ficar sozinha, você tem a gente. — ele me disse.

— E se eu fizer algo de errado? — Me afastei dele para encara-lo nos olhos.

— Não vai fazer — Me tranquilizou.