Road escrita por Fenix


Capítulo 5
Uma noite sem fim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505709/chapter/5

– Ela estava ali... Ela estava ali... - Ana repete em frente ao espelho do banheiro.

Ela bate contra a parede gritando.

– VAI SE FERRAR... VAI SE FERRAR...

Ana fica longe, ela retira os fios de cabelo na frente do rosto com uma passada de mão para trás da cabeça. Respirando fundo, se vira com a mão na boca, logo agacha e pega a chave de roda.

– MERDAAAA...

Ela bate no espelho várias vezes, depois na lata de lixo, e no secador de mãos, tudo aos berros. Ana encosta-se na parede e lança a chave de roda em uma das lâmpadas do banheiro, ela quebra-se e caem no chão.

Desolada, ajoelha-se no chão chorando, Ana larga as mãos em cima da coxa e chora sem parar.

– Felipe... Ah, Felipe... - Ela abaixa a cabeça - Eu sinto muito, Felipe... Eu sinto muito... - Ela ergue a cabeça, seus olhos estão ficando vermelhos de tanto chorar - Eu não quero morrer... Eu não quero morrer, por favor...

Ana dá breves gritos enquanto chorava, ela inspira forte pela boca.

– Deus, me ajude, por favor... - Diz Ana, ela desce a cabeça de novo.

De repente ouve um barulho de motor, ela levanta a cabeça rapidamente, assustada começa a olhar para os lados. Ana corre até a janela e avista uma moto de polícia entrando na parada de estrada. Ela desce da lata de lixo e olha em dúvida para o banheiro, seu olhar fixa na porta, ela respira fundo.

–--------------------------

A moto é estacionada, a perna de uma pessoa se fixa no chão, de costas um homem retira o capacete e o põe na moto, o rapaz de olhos verdes, pele branca e cabelo castanho claro, com um corpo corpulento, vira-se encarando o local.

O policial observa a janela da porta da cabine quebrada, ele se aproxima da porta, ele a abre e olha par atrás, o lugar está deserto, portanto entra na cabine.

Ele pega a garrafa de uísque na mesa e a observa vazia. Ana abre a porta entrando correndo.

– Policial... - Diz Ana.

– Ei... - Ele põe a garrafa na mesa e se aproxima com alguns passos.

– Tem um cara lá fora que pegou meu namorado, eu não sei o que ele fez e agora está tentando me matar! - Ana fala chorando e ofegante.

O policial olha para o lado impressionado e volta sua atenção para Ana, que está desesperada em sua frente.

– Ele tentou me atropelar... Acho que é um assassino em série - Diz Ana, agitada, esticando os braços para o policial em pedido de ajuda.

– Tudo bem, tudo bem, acalme-se - Ele diz se aproximando - Qual o seu nome?

– Ana... Ana Beatriz...

– Ana Beatriz! - Ele pega um bloco de papel no bolso da jaqueta de couro preta.

– Isso! - Ana olha para a janela aflita e volta sua atenção para o policial.

– E o nome do seu namorado?

– Felipe Machado!

– E onde Felipe está agora?

– E-eu não sei, o cara da caminhonete o levou, eu acho.

– O levou? - O policial nota as informações.

– Sim, o raptou... - Ana começa a ficar mais agitada - E depois ele bateu no nosso carro, comigo dentro...

– Aquele é seu carro?

– Sim, do meu namorado!

Ele respira por uns segundos e a encara de novo.

– Viu quem dirigia a caminhonete?

– Não, senhor! - Ela responde - Ele usava um boné de baseball e botas marrons...

– Pode descrever a caminhonete?

– É uma caminhonete, branca com amarelo... É velha e com luzes em cima... - Ana fica olhando para os cantos enquanto pensava - Lanternas, e... - Ela fecha forte os olhos, se culpa por não lembrar mais detalhes.

– Acalme-se...

Então ela abre os olhos e o encara.

– Eu vi o número da placa... DBO 606 - Diz Ana.

– Está bem... Fique aqui, vou passar um rádio - Ele diz.

– Obrigada!

– Qualquer coisa pode me gritar, me chamo Zac! - Ele da um passa para frente quando uma luz ilumina a cabine e ouvem um som de freio.

Ana olha para o lado arregalando os olhos.

– Não, não, é ele... É ele... - Ana diz apontando pra janela desesperada.

– Ok, calma... Fique aqui - Diz Zac.

Ana confirma com a cabeça. Zac sai da cabine e fecha a porta, Ana corre rapidamente até a janela e fica observando-os. A caminhonete se aproxima um pouco e freia. Zac se aproxima calmamente da porta da caminhonete e passa a conversar com o motorista, Ana continua observando-os pelo canto da janela.

Eles conversam por instantes, as mãos de Ana estão tremulas, por mais que não ouvisse o que estavam conversando, pareciam bem tranquilos. Zac afasta-se da caminhonete e o deixa seguir em frente. Ana arregala os olhos e corre para frente.

– Você não vai prendê-lo? - Pergunta Ana saindo da cabine.

A porta fecha atrás de si, Ana olha Zac se aproximando devagar.

– Não há motivos para prendê-lo, ele só disse que estava perdido - Diz Zac, ele para distante de Ana - Passou por aqui algumas vezes tentando encontrar o caminho!

– Não, ele está mentindo - Diz Ana.

– Não sabemos!

A caminhonete faz a volta, ficando de frente para eles, Ana olha para o lado encarando-o.

– Talvez seja melhor pedir reforços - Fala Zac, ele olha para a caminhonete - Tem certeza que é essa caminhonete? Olha, não tem nenhum arranhão!

– Essa é a caminhonete! - Afirma Ana, com seu tom forte e alto - Ele pegou meu namorado e tentou me matar, você viu o carro.

– Ana, está tudo bem... Tudo bem... - Diz Zac.

A roda da caminhonete gira rapidamente e o carro avança para frente. Zac levanta a perna para dar o primeiro passo quando é acertado pela caminhonete, ele grita ao rolar por debaixo dos pneus.

– NÃÃÃO - Ana corre até ele caído no chão.

A caminhonete freia. Ana olha para o carro esperando alguma reação.

– Ana... Me ajude... - Diz Zac - E-eu não consigo me mover...

Ana ajoelha-se atrás dele e tenta pegá-lo da melhor maneira possível.

– Tudo bem, você vai ficar bem... - Ela olha para o lado e o observa ainda parado ali, Ana volta a olhar para Zac - Droga, tenho que tirá-lo daqui!

– Ok...

– Isso pode doer um pouco... - Ana passa suas mãos por debaixo dos braços de Zac - Pronto?

– Sim! - Ele diz, com sua voz sofrida.

Ana o puxa, fazendo-o esticar as pernas. Zac grita de dor, um pouco de sangue se espalha pelo chão.

– Desculpe, desculpe - Ana o puxa de novo. Zac grita fechando os olhos com rijo, ela o solta e cai sentada no chão.

Ana levanta-se e prepara para puxá-lo, a caminhonete da a ré em direção a eles.

– Não... NÃO.. - Ana o puxa depressa, Zac grita sentindo uma dor insuportável.

Ela não o consegue puxar mais e o abraça, as rodas traseiras da caminhonete passam por suas pernas, Zac grita erguendo a cabeça, Ana o abraça forte. A caminhonete anda para frente e passa novamente as rodas pelas pernas de Zac, ele grita desesperadamente. Ana chora abraçada com ele, a caminhonete freia mais pra frente, a porta se abre. Ana olha para o lado naquele mesmo segundo, o homem sai do carro lentamente, ela fica paralisada, seus olhos fixos sem nem piscar.

O homem de blusa xadrez vermelha e preto, caminha para a traseira da caminhonete, pega uma corrente e caminha calmamente até a moto do policial. Por mais que quisesse, Ana não conseguia se mover, não tinha nenhuma reação.

Ela se tremia por inteiro, e observa o homem volta para dentro da caminhonete e arrastar a moto ao longo do caminho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Road" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.