Road escrita por Fenix


Capítulo 1
O maluco na estrada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505709/chapter/1

Atores: Ana Beatriz, Felipe Machado, Jennifer McCurdy, Helio Silva.

Jennifer McCurdy entra no banheiro e não liga para toda imundice que estava no chão. O espelho grande que cobria parte da parede que sobrava dos lavabos, está manchado e ferrugem nas pontas, as pias são verde de limo puro e os lavabos já estão cinza depois de tantos anos com a tinta azul se descascando.

Jennifer caminha para o espelho e retira o batom que tinha em sua bolsa, ela o retoca encarando seu reflexo.

- Perfeito! - Ela diz, com um sorriso.

Sua blusa curta, que deixava a barriga de fora e a calça legging preta, mostra que Jennifer não seria nada menos que uma prostituta de beira de estrada. Ela senta-se no vaso e fecha a porta do lavabo, seu rosto fica suave e relaxado, Jennifer desce sua visão e observa os pés de um homem atrás da porta. Jennifer levanta irritada a visão para cima.

- Ô idiota, aqui é o banheiro feminino!

Os pés não se movem, Jennifer estranha e encara a porta.

- O que pensa que está fazendo babaca? Cai fora daqui! - Diz Jennifer, com o tom de voz alto e rijo.

O homem lhe observa pela brecha da porta, Jennifer o avista, ela inclina-se um pouco para trás assustada.

- Se não sair desse maldito banheiro agora, vou começar a gritar, entendeu?

De repente ele começa a socar a porta do lavabo, Jennifer grita assustada com as mãos segurando a porta com toda a força. A porta tremia com os murros, Jennifer encolhe as pernas em cima do vaso.

- POR FAVOR, PARA, PARA... - Grita Jennifer, começando a chorar.

Então ele para de bater na porta, levantando a cabeça lentamente, ela o observa cheirando pela brecha.

- Mas o que é isso? - Se pergunta enojada.

O homem afasta-se, Jennifer o procura pela brecha da porta, sua respiração está ofegante. Ela desce do vaso sanitário e abre a porta com cautela, Jennifer da alguns passos à frente, observando o banheiro escuro. Dá sombra atrás de si, Helio lhe acerta com um martelo no rosto. Jennifer cai no chão com o sangue escorrendo de sua boca, ela grita desesperadamente e tenta arrastar-se para a porta, até que seu corpo é puxado para trás, deixando um rastro de sangue de sua mão.

ROAD

- Meu avô costumava dizer que todos têm seu demônio interior... Pra ele, foi a guerra que ele lutou no Vietinã...

Uma caminhonete branca com detalhes laterais amarelos, avança pela estrada cercada pelo deserto.

- Para meus pais... Qual o demônio deles?... Acho que sou eu!

A placa do carro está com respingos de sangue em cima das letras "DBO 606".

-------------------------

Um óculos, relógio e um casaco estão em cima da cama, uma mão pega o casaco e o põe em uma mala ao lado, fecha o zíper e levanta o rosto. Ana vira-se para o guarda-roupa, dá uma rápida corrida a ele e retira outras blusas rapidamente. Pondo-as na mala,a põe no ombro e anda até a porta, repentinamente para de andar lembrando-se de algo.

Ana vira-se com um estalo de dedo, e caminha até a cabeceira da cama, ela encara os retratos, pega um e o encara com aflição, dando um sorriso de canto e o põe de volta, revelando uma foto em família, com seus pais. Seu olhar avista uma fita de premiação rosa, que estava em cima do porta-retrato da foto de um rapaz branco, com cabelo castanho e olhos escuros. De repente uma buzina soa do lado de fora, Ana olha para janela no mesmo instante, apressada, pega a fita e sai correndo do quarto.

-------------------------

O rapaz no carro conversível, que está usando uma blusa branca com os ombros azul marinho e estrelas brancas, um simples simbolismo à bandeira dos Estados Unidos, não para de buzinar. O sol realça a cor castanha de seu cabelo e seus olhos escuros parecem um pouco mais claros.

- Para com isso, quer acordá-los? - Ana diz indo em direção ao carro.

Ela joga sua mala no banco de trás e quando vai pegar a maçaneta do carro, Felipe acelera por alguns centímetros, Ana da uma risada e se aproxima da porta.

- Entre! - Ele diz.

- Felipe! - Ana da um leve sorriso, pondo alguns fios de cabelo atrás da orelha.

Ela avança para pegar a maçaneta e ele acelera de novo, ela consegue então abrir a porta do carro.

- Você é um idiota! - Diz Ana, sentando ao seu lado.

- Eu também te amo! - Responde Felipe, com um sorriso.

Eles se beijam em seguida, Ana põe a mão no rosto de Felipe, então se afastam. Felipe dirigi com o carro, ela olha para trás e observa afastar-se da casa de seus pais. Ana desce o olhar engolindo a saliva que parece rasgar toda sua garganta, portanto folga no banco.

-------------------------

Depois de horas dirigindo, o sol do meio-dia está iluminando todo o deserto. O carro avança em alta velocidade pela estrada vazia.

- Diga adeus ao Texas! - Diz Felipe.

- Adeus Texas! - Ana da um sorriso olhando para o deserto ao lado.

Ela volta para frente e põe a fita de premiação no retrovisor do carro.

- Mas que droga é essa?

- Eu ganhei montando a cavalo quando tinha onze anos - Responde Ana, prendendo a fita, ela a alisa com carinho e um sorriso - Me trás sorte!

- Aposto que sua mãe que te deu!

- E qual o problema? - Ela responde levantando uma sobrancelha.

Felipe da uma risada, rapidamente tira a fita e a joga no chão do carro.

- Felipe! - Ana agacha para pegá-la.

Ele continua rindo.

--------------------------

Agora já em uma área mais florestal, Felipe continua dirigindo sozinho pela estrada.

- Não vai ligar para os seus pais - Ele afirma.

- Mas eu quero ligar.

- Meu Deus, não!

- Vão ficar preocupados! - Ana encara o celular em suas mãos.

- Mas a ideia é essa! - Responde Felipe, olhando para o retrovisor do canto.

- Eu não quero que se preocupem - Ana o responde rapidamente.

Felipe bufa irritado, ele olha para o lado mordendo o lábio e volta sua atenção para frente.

- Esse é o seu problema, não se foge de casa e depois avisa para os pais que está bem.

- Porque não? - Ana o encara pelo canto do olho.

- Dirão pra você voltar... É por isso!

Ana abaixa a cabeça séria, Felipe encara a estrada em silêncio.

--------------------

Com as pernas apoiadas em cima da porta, e inclinada para Felipe, Ana Beatriz relaxa comendo batata frita com ketchup.

- É o agente que deve segurar a sua barra... - Diz Felipe.

- Aham! - Diz Ana, comendo batata e olhando para o céu.

- Porque se você escolher o papel errado, vai ficar marcada pra sempre, já era! - Felipe a aconselha.

- Aham! - Ela continua a olhar para frente, momentos depois o joga uma batata.

Felipe a encara levantando as sobrancelhas, pega a batata e a joga em Ana.

- Vai se ferrar! - Felipe Brinca.

- Você é que vai ficar marcado - Diz Ana.

---------------------

Ela está agacha no chão do carro mexendo em alguma coisa, a fita rosa está presa novamente no retrovisor central do carro.

- Todo ator deve fazer uma cena de nudez, pelo menos uma vez - Diz Felipe.

- Com certeza, sei... - Ana levanta e encosta-se no banco com um cigarro na boca.

- Sabe?

Ana confirma com a cabeça e o entrega o cigarro, Felipe o põe na boca.

- Se fizer alguma cena de nudez... - A mão de Ana vai descendo pela coxa de Felipe - É melhor que seja comigo!

Felipe olha para baixo e a encara sorrindo.

- Tudo bem! - Ele diz, um pouco surpreso e animado.

- Tudo bem! - Ela o beija no rosto.

-----------------------------

O carro vira em um caminho de terra, levando-os para dentro da floresta.

Ana retira a blusa de Felipe e começam a se beijar, ele alisa suas costas levando a mão até a nuca, após descê-las, ele retira a blusa de Ana e a próxima de seu corpo rapidamente.

- Espere... - Ana abre o porta-luvas e pega uma filmadora portátil - Não queria fazer uma cena de nudez? - Ela liga a câmera e começa a filmá-lo.

Ana o puxa pela calça e o faz ficar em cima de si, ela da um sorriso e o beija novamente, enquanto isso ele vai removendo a calça.

Ana sobe nele e passa a mão em sua cabeça.

- Está pronto?

- Sim - Ele responde.

Ela da uma risada, Felipe alisa suas costas.

De longe, uma caminhonete branca com um detalhe amarelo na lateral estaciona na estrada de terra, fica um curto tempo parado e acelera novamente.

-------------------------------

- Tudo certo, cara... Ok... - Diz Felipe.

Eles passam por uma placa "Bem-Vindo à Califórnia".

- Sim, tudo bem... Te vejo mais tarde! - Ele desliga o celular e o põe frustado no painel.

- O que ele disse?

- Quando chegarmos em Los Angeles, não ficaremos com o meu primo - Ele responde.

- Por que não?

- A mulher dele... Está doente ou coisa assim...

- E onde vamos ficar?

- Eu vou pensar em algo!

- Vai pensar em algo? - Ana aumenta seu tom de voz, ela arregala os olhos inconformada - Eu não vou virar uma mendiga!

- Não se preocupe, está bem?

- Deus - Ana se joga contra o banco, completamente irritada.

- Não se preocupe - Diz Felipe, tentando manter-se calmo.

Ana respira fundo com a mão na testa, em seguida pega seu celular no bolso do short jeans.

- Ótimo! - O celular está sem sinal.

- O que está fazendo?

Ela pega o celular de Felipe rapidamente e passa a mexê-lo.

- Ana, o que está fazendo? - Ele pergunta - Vai ser infantil assim a vida inteira?

Ana nega a cabeça e levanta sua visão, deparando-se com a caminhonete branca bem em frente ao carro.

- FELIPE! - Grita Ana naquele instante.

Felipe gira o volante abrupto e consegue desviar o carro, perdendo o controle e parando no canto da estrada, com as duas rodas da frente no matagal. A caminhonete freia um pouco depois deles.

Ana está nervosa e ofegante, ela desce as mãos no rosto devagar. Felipe olha para trás e o encara.

- Filho da mãe! - Ele sai do carro.

- Felipe, não, por favor - Ana tenta segurá-lo.

- EI, IDIOTA! - Felipe vai em direção à caminhonete.

- Felipe, deixa pra lá - Diz Ana, saindo do carro.

Ele corre até a caminhonete e a chuta na lateral, o motorista logo arranca com o carro dali.

- Vamos... - Diz Ana, do lado do carro.

- Droga... - Felipe o observa se afastar. Logo volta correndo até Ana, que chora de nervoso - Está tudo bem?

Ela confirma com a cabeça, suas mãos estão tremulas, ele a abraça.

- Ta tudo bem... Já passou - Felipe tenta acalmá-la enquanto lhe abraça.

Eles saem dali em seguida, e sem que percebam, deixam na estrada a fita rosa de Ana.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Road" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.