Contágio escrita por MrArt


Capítulo 65
Estação 4 - Capítulo 65 - Virando o Jogo


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, finalmente vamos saber sobre Jenny e Selena!

Boa leitura!



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— Las Vegas Strip –

 

No cassino em que a Máfia Russa vivia, havia diversos quartos, um enorme refeitório, inúmeras salas e um estacionamento inteiramente fechado com blocos e cimento pelos guardas de Vasili, impedindo qualquer um de sair e de algum zumbi entrar, restando apenas a porta de entrada do prédio que ficava em extrema vigia pelos homens. O estacionamento havia sido transformado em uma prisão para invasores, e era onde Jenny e Selena se encontravam.

— Nós vamos ficar bem, eles não fizeram mal nenhum a nós até agora! – Jenny falou com um incomodo no sutiã, já sempre mantinha um canivete escondido ali. Ela tentava acalmar Selena, que estava encolhida no chão com um ferimento grave na cabeça – O Ford vai vir buscar a gente, ele nunca nos deixaria para trás.

— A essa altura, vai saber se o Ford está vivo – Selena falou tremendo no chão – Viu as armas dessas caras? Essa gente pode matar todo o comboio em cinco minutos, não vamos ter chance nenhuma com essas pessoas – A moça falou se levantando indo até a sala, olhando todo o estacionamento escuro – Está tudo fechado, não tem nem como fugir – O ambiente era enlouquecedor para quem ficasse preso ali.

— E se tentarmos de algum modo? Essas barras de madeira podem ser quebradas facilmente – Jenny disse chutando-as, mas Selena a repreendeu no mesmo momento – Podemos apagar eles e tentar fugir o mais rápido possível...

— Jenny, para de sonhar, pelo menos um minuto – Selena falou um pouco irritada – Não temos armas, se quebrarmos essa cela eles vão ouvir e sabe lá o que eles vão fazer conosco depois disso – Selena pensava em todas as formas ruins de morrer ou ser torturada, mas entre ela e Jenny, ela deixaria Jenny para trás sem pensar. As duas ficaram em silêncio ao verem alguém entrar no estacionamento.

Irina se aproximou da cela junto com Gav.

— Elas têm cinco minutos para poderem sair – Irina disse jogando um pedaço de pão dentro da sala, ela rapidamente olhou para Jenny e desviou o olhar – Vasili quer as duas no carro – Selena ia abrir a boca para perguntar, mas no mesmo instante foi interrompida – Não adianta perguntar nada para mim, calem a boca e façam o que foi mandado – Irina saiu dali, deixando apenas Gav no estacionamento.

— Vocês vão seguir em silêncio até o carro – Gav abriu a porta da cela, pegando duas vendas dentro de seu casaco. Jenny não pensou duas vezes, ela pegou seu canivete de dentro do sutiã e avançou contra Gav, que não teve tempo nem de pegar sua arma para se defender, Jenny rasgou o pescoço do rapaz e Selena olhava aquilo totalmente surpresa e assustada – Vamos ir embora logo! – Jenny puxou a mão de Selena e as duas saíram dali o mais rápido possível, antes que alguém achasse Gav morto ali no chão.

 

— Wal-Mart –

 

— Precisamos de ajuda! – Kei chegou desesperada no último andar do prédio, Ford estava com um ferimento de bala, Renata quase havia sido enforcada até a morte pelo mesmo e estava com problemas para respirar e Horan estava enfartando. Kei iria ficar maluca se as coisas não se resolvessem.

— O que aconteceu?! – Polly foi até Renata, que estava ainda vermelha, Boone não falou nada – Eu fico com ela! – Polly pegou Renata e a levou para uma das barracas montadas por Monna.

— Dá licença Bel! – Robert gritou com a moça, enquanto fazia massagem cardíaca em Horan, tentando evitar que ele morresse.

— Pelo amor de Deus! O que fizeram com ele?! – Bel estava derramando algumas lágrimas de seus olhos, ela também viu Ford com a perna baleada, Bonnie estava ajudando ele a retirar a bala e limpar o sangramento – Que merda aconteceu ali embaixo?!

— Ele teve um infarto, dá licença Bel! – Nitori estava verificando o pulso de Horan, Kei rasgou a camisa do rapaz com uma faca – Falem para a Bonnie vir ajudar! – A moça gritou – Não podemos deixar ele morrer!

— A Bonnie está ocupada com a perna do Ford! – Bel gritou vendo Robert fazendo a massagem cardíaca.

— Desde quando uma perna é mais importante que um coração?! – Kei perguntou indignada – Venha aqui Danita! – A moça já estava perto deles e veio correndo – Você precisar dá algum jeito de reanima-lo!

— Eu não sou médica, eu era apenas enfermeira! – Danita falou substituindo Robert na massagem cardíaca. Ela olhou para Kei, Nitori e Bel e viu que as moças depositavam toda a esperança que tinham nela – Tudo bem – Ela checou o batimento cardíaco pelo pulso e viu que estava sem - Me tragam aquele desfibrilador que achamos nos andares de baixo! AGORA! – Ela gritou para serem ágeis e rápidos, antes que Horan morresse.

 

— Flashback –

 

Dia do contágio. Danita havia acabado de responder no grupo de Ford, alegando que ele estava maluco. O Hospital Central de Las Vegas estava ficando lotado cada hora que passava naquele dia tão corrido que estava prestes a se tornar um completo caos. Danita estava na clínica cuidando de alguns pacientes que estavam com ferimentos, mas aqueles ferimentos estavam tendo quase sempre a mesma justificativa.

— Tem certeza que ele te mordeu? – Danita falou preenchendo o prontuário de um paciente chamado Christopher Van Maele que havia alegado ter mordido pelo seu vizinho – Ele tinha algum sintoma de raiva? A boca estava espumosa?

— Era o meu vizinho! Ele estava muito mal, eu tentei ajudar ele, mas ele respondeu me atacando – Christopher falou tentando convencer Danita, mas a mesma estava achando que aquilo tudo era da cabeça dele.

— Eu vou mandar fazer um exame para ver se você não contraiu raiva – Danita disse olhando o noticiário na TV que ficava na clínica. Nevada estava fechando sua fronteira com Utah devido a infecção que havia se espelhado por lá, as evidências era de que tudo aquilo havia começado no Colorado. Danita olhou seu paciente começando a suar frio naquela maca – Não pode ser... – Danita correu até o balcão onde ficava os prontuários com sintomas de doenças transmissíveis por mordida – Animais... Animais... Seres Humanos?! – Havia uma nova cartela ali com uma doença desconhecida que era transmitida por mordida humana.

— Precisamos de ajuda! – Um soldado entrou com o seu amigo na maca, ele estava com gigante fratura no pescoço, havia sangue por toda a maca. Todos os médicos estavam no plantão e mesmo assim não dava conta do fluxo de pacientes no hospital, todas as cirurgias haviam sido canceladas até segunda ordem.

— O que aconteceu com ele? Mordida? – Um médico perguntou e o soldado afirmou – Aqui está cheio, mandem para o trauma 1! – O médico disse, mas o soldado se recusou a sair dali sem atendimento.

— Meu amigo foi ferido enquanto tentávamos proteger as pessoas, você tem que fazer alguma coisa! – O soldado falou furioso, apontando sua arma para o médico – VOCÊ VAI ATENDER ELE! – O soldado gritou, o médico se afastou assustado quando viu o outro soldado se levantar na maca e atacar o próprio amigo – CHAMEM A POLÍCIA! – O médico gritou correndo enquanto o soldado era assassinado no chão da clínica, o soldado havia caído em cima de sua própria arma e ela começou a disparar aleatoriamente pela clínica.

— MEU DEUS! – Danita se abaixou quando quase foi atingida por uma bala, Christopher estava desacordado na maca, ela foi até ele correndo enquanto o soldado ferido estava morto no chão e o outro estava atacando pacientes – Você precisa vir comigo! – Christopher havia aberto os olhos, eles estavam completamente brancos, ele no mesmo instante avançou contra Danita, derrubando-a no chão junto com os seus materiais para fazer as suturas – SAI DE CIMA DE MIM! SOCORRO! – Todos na clínica estavam sofrendo o mesmo que Danita. A enfermeira tentava tirar Christopher a todo custo de cima dela, ele tentava mordê-la e não desistia – EU MANDEI SAIR! – Ela pegou a tesoura na qual fazia a sutura e acertou em cheio o rosto do rapaz, que caiu ao lado dela – Eu matei um paciente! DROGA! – Danita se levantou e viu que grande parte dos pacientes da clínica estavam atacando uns aos outros.

Enquanto corria para o corredor que dava acesso ao restante do hospital, ela viu Christopher se levantar com a tesoura enfincada no olho e andar em direção a ela.

— Isso é impossível! – Danita falou, até que sentiu algo agarrar seu pulso, na hora ela gritou – AAAAAAAAAAAAAH! – Ela olhou para trás e suspirou aliviada – Ginny? O que faz aqui?! – Ela viu a prima também horrorizada.

— Precisamos sair daqui, agora! – Ginny falou saindo dali correndo com a prima antes que Christopher alcançasse as duas.

 

— Las Vegas Strip –

 

— Mas que demora é essa?! – Vasili falou irritado no hall de entrada do cassino.

— Eu já dei as ordens para o Gav, não sei se ele está fazendo outras coisas com alguma delas – Irina disse fumando um cigarro, enquanto checava a lista de pessoas presas no cassino – Aquele cara que capturaram mês passado morreu durante a madrugada, provavelmente foram os fungos que havia naquela cela e...

— Eu não quero saber de quem morreu ou deixou de morrer, quero saber onde estão aquelas duas e o Gav – Irina não deu a mínima, até que Vasili bateu fortemente no balcão, fazendo a moça derrubar seu cigarro no chão devido o susto – E limpe isto quando voltar – Irina encarou o homem por alguns segundos – AGORA!

Irina se levantou um pouco irritada e seguiu os passos por aqueles corredores vazios, a maioria dos habitantes do prédio estavam nos andares superiores tendo outras coisas para fazer, enquanto Irina era geralmente a única que ficava no térreo.

— Maldito seja o Vasili – Irina falou andando irritada pelos corredores que davam para o estacionamento. No meio do caminho ouviu alguns ruídos vindos de uma sala – Dimitri? – Ela foi até a porta da sala da caldeira e viu que a mesma estava destrancada, achou estranho no mesmo instante, pois apenas ela e Gav tinham posse das chaves de todo o cassino – O que estão fazendo aqui?! – Irina perguntou assustada ao ver Jenny e Selena com um canivete e a arma de Gav – Não se aproximem! Soco... – Selena bateu com a arma na cabeça de Irina antes que ela começasse a gritar.

— E agora? – Selena perguntou para Jenny – Temos um cadáver no estacionamento e uma mulher desacordada – Já o demais para eles matarem nós duas, temos que sair daqui o mais rápido possível.

— Se andarmos pelos corredores alguém vai nos ver e quando acordar ela vai dedurar a gente – Jenny disse fechando a porta, ela olhou para o chão e viu uma tampa de esgoto que ficava ao lado das máquinas – Sabe... essa é a nossa única alternativa no momento – Jenny apontou o dedo para a tampa e Selena no mesmo instante fez cara de nojo.

— Ir pelo esgoto? Nós nem sabemos por onde vamos sair! – Selena disse enquanto Jenny ia até a tampa, levantando-a sem fazer barulho – Tudo bem que moramos em Las Vegas faz um tempão, mas isso não quer dizer que a gente conheça a rede esgoto da cidade.

— Quer fazer o favor de calar a boca?! – Jenny falou irritada com toda aquela falação inútil de Selena – Você quer ir embora daqui logo ou morrer antes que eles deem falta dela?

— A gente pode até sair, mas o que ela vai falar quando acordar? Na hora ela vai notar que a gente fugiu pela rede de esgoto – Selena perguntou olhando para Irina, que continuava desacordada. Ela pegou uma lanterna que estava na caldeira, abandonada.

— Vamos ter que levá-la – Jenny falou e na hora Selena levantou a sobrancelha - Ela está desarmada, não vai fazer nada conosco, será pior se ela abrir a boca para eles – Jenny falou pegando dois fios e um rolo de fita que estavam em cima de uma caixa – Precisamos ir o mais rápido possível.

Depois de amarrarem as mãos de Irina e colocaram uma fita em sua boca, Jenny foi a primeira a descer para a tubulação de esgoto, improvisando uma mascará feita com trapos e a fita, ela pegou Irina desacordada enquanto ela era descida por Selena, que veio logo atrás depois de fechar a tampa da tubulação.

— Vamos por onde? – Selena perguntou enquanto as duas carregavam Irina.

— Se andarmos alguns quilômetros acho que podemos encontrar uma escada e sair por outro lugar – Jenny falou querendo largar Irina – Vamos jogar ela nessa água podre antes que ela acorde.

— Foi ideia sua deixar levar ela, agora não podemos matar a moça! – Selena disse irritada e brevemente ouviu barulho de zumbis andando pela tubulação – Agora fodeu tudo... – A mesma começou a soar frio, e percebeu que Irina estava acordando.

 

— Wal-Mart –

 

— Não tem atividade cardíaca! – Danita falou tentando reanimar Horan com o desfibrilador – Tenta carregar em 300! – A moça estava ficando nervosa

— Ele está com pouca bateria – Monna tentava carregar o desfibrilador, até que conseguiu carrega-lo o suficiente para ser usado.

Danita mais uma vez encostou o desfibrilador no peito de Horan, ativando-o dando um choque para tentar reanimar o rapaz, até que ele começou a apresentar batimento cardíaco, para o alívio de todos.

— Ele... ele tem pulso! – Danita disse totalmente aliviada naquele momento, todos ali viram o esforço que ela havia feito e naquele dia tão tenso que estava sendo, Danita ouviu quase todos a aplaudirem.

— Você conseguiu, parabéns! – Bonnie falou aliviada ao ver Horan estar fora de perigo, mas agora com o seu estado cardíaco normalizado.

— Por um minuto eu achei que iriamos perder ele! – Bel foi correndo até Danita para abraçar a moça – Obrigada por salvá-lo! – Ela olhou para Robert e fez o mesmo com o rapaz – Você também ajudou, obrigada!

— Bel, sem querer atrapalhar seu momento amigável, MAS ATIREM! – Robert gritou ao ver os zumbis começarem a invadir o terraço – CORRAM TODOS AGORA! – O rapaz empurrou Bel de seus braços, pegando a primeira arma que estava à sua frente.

— Tirem o Horan daqui agora! – Ford gritou com sua MP16 em mãos, atirando nos zumbis que estavam indo contra ele – Eu cubro vocês, saiam daqui agora! – Ele estava atraindo os zumbis para ele, enquanto todos corriam para a escada que ficava ao outro lado do terraço.

— Ele vai morrer se ficar ali! – Akio falou decapitando um zumbi com seu facão.

— Não é de hoje que vemos pessoas morrerem, vamos agora! – Kei puxou Akio pelos braços

— Se ele ficar lá eu também vou ficar! – Félix gritou correndo até aquela multidão de zumbis que estavam cercando Ford. Monna

— Deixem aqueles malucos morrerem para lá – Polly gritou enquanto todos os outros já estavam longe do perigo, inclusive Horan. Bel já havia retirado Horan dali junto com Danita e Bonnie. Boone ajudava Renata a se locomover e Robert junto com Tobbie tentavam matar o máximo de zumbis que podiam – Eu só me fodo com esses quatro – Polly disse irritada colocando Robert em seu ombro, deixando quem ainda estava ali para trás.

— EI! DE ONDE VOCÊ TIROU TANTA FORÇA! – Robert gritou irritado enquanto era carregado por Polly – MERDA! MANDEM AQUELES PIRADOS SAÍREM DALI! – O rapaz berrou ao ver os carros de Vasili retornarem.

Os dois conseguiram se salvar entrando a tempo nas escadas de emergência, Nitori e Tobbie estavam logo atrás deles, trancando a porta de emergência, enquanto os zumbis já se amontoavam ali, batendo na mesma sem cessar.

— Não conseguimos tirar eles de lá a tempo... – Tobbie falou respirando pesado, enquanto seu coração estava a mil por hora.

— Félix e Tobbie fugiram por outro lado – Nitori falou, olhando a escada de emergência repleta de pessoas do comboio.

— O que vamos fazer com essas pessoas? – Robert perguntou para Nitori – Aqueles malucos dos carros estão aqui novamente.

— Por que está perguntando para mim?! – Nitori exclamou confusa.

— Enquanto o Ford não aparece, você assume a liderança do grupo até segunda ordem – Kei falou e Nitori revirou os olhos, totalmente desnorteada com a situação que aquele comboio estava presenciando num momento tão tenso e perigoso.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo :3



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