Contágio escrita por MrArt


Capítulo 55
Estação 3 - Capítulo 55 - Totalmente Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Fazia dias desde que Topher e Kimberly haviam partido. O clima no hotel era o mesmo durante todo o tempo: Silêncio. Silêncio por todos os corredores, Robert estava na cozinha do estabelecimento terminando de armazenar alguns enlatados e Polly treinava tiro ao alvo no telhado junto com Kei e Alejandro. Lupita começou a piorar, a sua perna amputada começou a infeccionar e seu tratamento começou a ir de água a baixo.

— Temos que ir buscar remédios para ela – Kei falou entrando na cozinha do hotel, onde Robert e Bel jogavam cartas – Agora! – Tirou a atenção dos dois.

— K-Rencita trouxe um estoque inteiro ontem, não é possível que tenha acabado – Robert falou voltando a jogar com Bel.

— Aliás, não tem mais nada aqui em Lemmon Valley para saquearmos – Bel disse enquanto pegava um cigarro e o fumava – Se sua amiga morrer, é pela escassez que estamos tendo aqui dentro – Bel foi curta e grossa com Kei.

— Enfim, ela precisa de um estoque de antibióticos e... – Kei revirou os olhos – Tem uma cidade aqui do lado, North Valley, nós podemos ir lá e voltar ao pôr-do-sol, não vamos demorar mais que três horas ali – A oriental falou com sua sniper nas costas – O caminhão tem gasolina para ir e voltar.

— Não temos nada para fazer mesmo – Robert deixou suas cartas em cima da mesa e pegou sua pistola e o facão num dos balcões da cozinha, enquanto Bel já estava com seus pertences numa mochila velha.

— Ótimo – Kei falou saindo com os dois até o estacionamento do hotel, onde Alejandro já se preparava para sair com eles.

— Esse cara vai junto? – Bel perguntou jogando sua mala no caminhão pela janela – Chama ele, mas não chama a Renata, não entendo – A moça dos cabelos curtos entrou no caminhão junto com Topher.

— Eu não sou tão ruim como vocês todos pensam – Alejandro falou emburrado, Bel pouco se importou com o que o rapaz falava – E não, eu não vou, só estou terminando de abastecer o caminhão.

— Parece que todos te odeiam por aqui – Akio falou entrando no caminhão – Exceto a sua namorada – O rapaz riu.

— K-Rencita não é minha namorada! – Alejandro furioso, terminando de abastecer o caminhão e indo voltar para o interior do hotel.

— Temos pessoas bravas demais ultimamente – Kei riu e entrou no caminhão, verificando se todos estavam ali – Chamei a Polly, mas ela falou que iria vigiar o hotel com a Renata, ela anda muito estranha.

— Polly e Renata vigiando o hotel? Nem precisaremos voltar para cá – Bel riu com seu comentário sarcástico, Robert revirou os olhos.

Durante o caminho até North Valleys, que era ao lado de Lemmon, Bel ficou reclamando o tempo todo de K-Rencita, Alejandro e até mesmo da enferma Lupita, isso até o momento que Kei a mandou calar a boca. Robert olhava a paisagem morta do caminho inteiro, vendo alguns zumbis pelas ruas, até que um som nada comum naquele apocalipse começar a surgir pelos arredores de North Valleys.

— Mas que som é esse? – Akio perguntou abaixando o vidro do caminhão e o som se tornou cada vez mais alto – Isso não pode ser o que eu estou pensando – Akio falou olhando pela janela, chamando a atenção de todas as pessoas que estavam dentro do grande veículo.

— Como assim?! – Kei parou o caminhão no meio da rodovia e viu o inesperado no meio do apocalipse zumbi.

Em um campo que ficava atrás de um bairro residencial, diversas pessoas estavam circulando por ali, com carros estacionados, algumas barracas montadas e até mesmo uma casa de madeira em funcionamento. Aquilo realmente era a coisa mais inexplicável num apocalipse zumbi, depois de terem enfrentado tantos assassinos, sequestradores e psicopatas, ver aquele monte de pessoas reunidas ao céu aberto numa cidade que poderia ser invadida rapidamente por zumbis, era algo surpreendente.

— Essa é a coisa mais civilizada que eu vi desde que o Gus tentou matar todos nós em Los Angeles – Robert falou olhando as pessoas treinarem tiro ao alvo, matando os zumbis que se aproximavam deles – E se for uma emboscada?

— Acho que não é, isso realmente está acontecendo – Bel falou conectando o rádio e mudando as estações, até que uma apresentava sinal.

‘’Se você é um viajante ou está em grupo em Nevada, estamos no Condado de Washoe, formando feiras e grupos maiores pelas cidades e regiões, sempre estaremos acampados em algum local para tiro ao alvo, trocas de armas, comida, remédios e suprimentos pessoais. Somos grupos pacifistas, mas temos pessoas armadas a todo o momento’’

— Eu estive olhando o rádio todos os dias – Akio falou enquanto descia do caminhão junto com o grupo – Vamos ir até lá.

— Nós podemos trocar gasolina por remédios e comida, não vai ser uma má ideia – Kei falou indo atrás da carga do caminhão.

Enquanto pegavam os galões de gasolina para negociarem na feira, uma mulher com chapéu de caubói se aproximava do grupo, sem ao menos estar armada, apenas segurava uma prancheta e uma caneta;

Robert sem hesitar apontou a arma para a mulher.

— Ei, tenha calma! – A mulher levantou os braços e logo o abaixou, sabia que Robert não iria atirar nela – Me chamo Selena, estou recebendo as pessoas para a feira, podem se sentir à vontade pelo local, é um espaço aberto e incrível! Antes de entrarem na feira, precisam se registrar e colocarem um adesivo na roupa, é por motivos de segurança – Ela deu um sorriso final para Robert e Akio e voltou para as pessoas da feira.

Kei parou de pegar as gasolinas e se virou para Akio.

— Ela sorriu para você?! – Kei foi cobrar Akio enquanto Robert e Bel pegavam alguns galões de gasolina.

— Ela só estava sendo gentil! – Akio disse enquanto suava frio.

— Ninguém é gentil! Ela é só mais um rostinho bonito que vemos durante esse apocalipse e depois morre.

— Eu sou um rostinho bonito e estou viva até hoje – Bel falou e Robert deu um tapa na sua própria testa.

— Vamos levar isso a sério – Robert falou carregando os galões de gasolina e entregando um para Akio e Kei, Bel seguia com a sua arma, desconfiada de qualquer pessoa ali naquela feira.

— Viemos nos registrar para entrar – Kei entrou, mesmo achando toda aquela burocracia para entrarem naquela feira tão suspeita, mas ao mesmo tempo se tornando uma coisa boa.

— Só precisam colocar o nome de vocês no adesivo e colarem na roupa e assinarem o nome de vocês na lista – Troy, um dos organizadores pegou uma folha com uma ficha feita à caneta azul e entregou para Kei, ela assinou e deu para os outros três assinarem – Sejam bem-vindos à feira de North Valleys.

O grupo entrou finalmente na feira, Robert olhou Selena ao fundo da feira, treinando tiro ao alvo com alguns rapazes, Kei ainda desconfiada olhava todas aquelas pessoas com o seu ar intimidador, sendo que alguns nem iam conversar com o quarteto por medo que tinham de Kei, exceto os homens que faziam a guarda do campo, fortemente armados, aqueles sim eram com o que as pessoas deviam se preocupar, não com Kei.

— Estivemos um tempão nessa região e nunca vi essa feira e os anúncios no rádio – Akio falou olhando algumas mulheres trabalhando numa barraca de comida e alguns homens trocando itens por armas de corpo a corpo – Mas isso parece ser bem interessante, podemos voltar com coisas boas para o Palácio Hotel.

— Será que o Topher e a Kimberly encontraram eles no caminho e voltaram? – Robert perguntou, interessado em entrar no bar provisório que ficava dentro de uma casa de madeira.

— Acho um pouco difícil, até por que eles foram na direção oposta de North Valley – Kei respondeu e olhou para trás, sentindo a falta de alguém – Onde aquela maluca de cabelos curtos se enfiou?

— Está tentando trocar um galão de gasolina por um urso de pelúcia – Robert saiu correndo atrás de Bel na barraca antes que ela realmente fizesse aquela troca.

— Essa garota é maluca – Akio falou e Kei riu – É verdade, ela segue as pessoas pelo hotel!

— Ei Akio... sei que não estamos bem durante os últimos meses – Kei falou olhando a feira – Vamos aproveitar esse lugar enquanto ele não desmorona, essa vai ser uma das poucas chances de lazer que teremos...


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