Contágio escrita por MrArt


Capítulo 116
Estação 6 - Capítulo 116 - Preconceito


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês pessoal!

Boa leitura!



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Seguindo viagem, todas as pessoas na van já se encontravam parcialmente cansadas, apesar de estarem somente sentadas, enquanto Kei tinha a maior responsabilidade, já que estava na direção do veículo. A noite já estava surgindo e ainda permaneciam na estrada. Não havia sido encontrado mais que dez zumbis durante todo o percurso. Vinha a se tornar uma viagem cansativa, mas estavam fazendo aquilo para salvar Robert.

— Conseguiu? – Polly perguntou no banco de trás, observando Fani ao lado de Kei, tentando fazer uma transmissão pelo rádio.

— Nada, Robert não responde – Fani respondeu, com o microfone em mãos – Há ondas sonoras, mas nenhuma resposta dele – Lamentou, Polly bufou em resposta – É uma questão de tempo até ele retornar, não sabemos como é a segurança dele por ali.

— Robert não é burro, eu sei – Polly disse tentando ter otimista – Se ele soube se virar todo esse tempo, não é agora que ele irá vacilar.

— Se Robert sabe cuidar de si mesmo, como ele não voltou para El Distrito então? – Fani perguntou um tanto que confusa. Polly não teve uma resposta concreta para Fani.

— Como você disse, Robert está em uma instalação de cientistas. Já estivemos em algo parecido – Kei disse ao volante, se lembrando quando Akio e Polly foram sequestrados na Califórnia para serem cobaias – Essas pessoas são complicadas e sedentas por usarem sobreviventes como vítimas de seus experimentos. A maioria acaba morrendo ou com traumas psicológicos gravíssimos. Não sei como Robert possa estar agora – Kei falou preocupada.

— E nós vamos conseguir resgatá-lo? Ainda mais com essas pessoas? – Fani perguntou, um pouco aflita.

— Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance – Polly afirmou, com sua mente recriando os momentos de seu sequestro por Dandy e Matt – É difícil, mas não impossível. Pode ser que mais pessoas estejam vivas e precisando da nossa ajuda.

— Robert deveria estar muito longe de El Distrito quando foi levado por eles, se não teriam nos encontrado – Kei disse hipoteticamente – Ele pode estar com Vasili, ou não. Mas onde quer que ele tenha ido, foi muito longe.

— Acha Robert tinha a intenção de fugir? – Fani proferiu. Boone estava no banco ao lado de Polly, ouvindo toda aquela conversa em silêncio, mas não resistiu naquele momento em continuar calado.

— Robert foi sequestrado, é a única coisa que todos sabemos, ponto final – Boone diz, o que era para Polly ou Kei dizerem. O tatuado novamente se encostou no banco e passou a encarar as lojas da cidade que ficavam ligadas a rodovia. Hunter e Amber estavam nos bancos do lado e perceberam como Boone mudava quando se falava de Robert perto dele.

Assim que Boone pegou no sono e Polly foi para os bancos de trás falar com Scorpio, que discutia sobre o apocalipse em Cuba com Ozzy e Taissa, Amber e Hunter então decidiram colocar o papo em dia, falando diversos assuntos totalmente aleatórios envolvendo os presentes na operação de resgatar Robert e os seus motivos de estarem ali.

— Fani é responsável pelo rádio, um motivo – Hunter disse.

— Kei é motorista e melhor amiga do Robert – Amber falou – Bel é também melhor amiga. Ouvi dizer que os dois já ficaram uma vez – A enfermeira observou Bel conversar com Percy algo que não puderam ouvir – Percy faz parte das equipes de buscas.

— Ozzy e Taissa só vieram por que não tem nada para fazer em El Distrito – Hunter observou o casal mais grudento que chiclete.

— Polly é ex-namorada de Robert. Particularmente eu iria atrás do meu ex-namorado se ele estivesse vivo, é um motivo plausível – Amber tinha um ar de dúvida em si, mas não se deixou levar pelo seu intuito – E claro, Scorpion está aqui por causa dela, dá para ver como aquele cara é interessado por ela – Observou também os fiéis seguidores de Scorpion, Star e Little Boy.

— Ou pelo Robert – Hunter deu os ombros e então Amber quase engasgou – Qual é, não vê como o Robert e o Boone são amigos tão íntimos? – Amber inclinou o rosto para observar Boone dormindo. Nunca havia passado pela cabeça da enfermeira aquilo – Não sabemos o que aconteceu com Robert enquanto ele esteve no abrigo de Scorpion.

— Acha que Boone e Robert... – Amber fez um gesto com os dedos das mãos e Hunter apenas assentiu – Oh Meu Deus!

— Meio estranho não? – Hunter fez um olhar de desconforto.

— Eu não os julgo – Amber falou encarando os próprios tênis de corrida, como se algo estivesse a incomodando.

— Não estou dizendo que é errado, só que eles nunca comentaram isso com ninguém, se for o caso, é claro – Hunter tentou se justificar, mas Amber continuava estranha em relação aquilo. Hunter estava em dúvida se havia incomodado Amber.

— Todos nós julgamos Vasili por causa daquilo, tudo bem que ele estava errado – Disse antes que Hunter falasse qualquer coisa – Até a Tamar que é da igreja ordenou que dessem um tiro nele.

— Amber, o Vasili fez escolhas ruins – Hunter segurou nas mãos de Amber – Isso já foi, não tem mais o que ser resolvido. Estamos em outra missão agora.

— O que eu quero dizer Hunter, é que é fácil julgar os outros mas é muito mais difícil se colocar no lugar delas – Amber afirmou com a cabeça e Hunter permaneceu em silêncio daquela vez – As pessoas julgam sem pensar no que realmente acontece. Vai saber se o Robert foi embora por causa disso tudo.

— Só vamos descobrir quando acharmos ele – Hunter falou.

— Se é que vamos achar ele – Amber concluiu, encerrando o assunto de uma vez por todas.

 

Flashback

 

 2013. Um ano antes do Contágio.

Encarando o resultado na sua frente e sentada naquele vaso, Amber sentiu o seu corpo ficar ainda mais estremecido. Não podia estar grávida, não agora, não podia ser agora. Aquele resultado era pior que um tiro em qualquer parte do corpo, pelo menos para a enfermeira em questão. Amber se levantou e lavou as mãos, saindo do banheiro logo em seguida.

Encarou a sala de estar com poucos móveis, foi até a janela e ficou observando a rua de sua casa, assistindo os vizinhos e desconhecidos transitarem por ali livremente. Quem via a loira parada na janela não imaginava como ela estava gritando por dentro. Amber permaneceu ali durante uma hora inteira, esquecendo que teria de trabalhar no hospital logo que anoitecesse.

Quando um carro de cor prateada apareceu na rua Amber saiu imediatamente daquela janela e correu para se sentar no sofá, como se nada houvesse ocorrido.

— Boa tarde, amor – Andy disse com um belo sorriso no rosto ao entrar na casa, mas o desfez quando viu o estado de Amber no estofado.

— Boa tarde – Amber respondeu baixo, sem olhar diretamente para Mark.

— Aconteceu alguma coisa? – Andy largou as chaves de seu carro em cima da mesa de centro e se sentou ao lado da namorada. Amber bateu os pés no chão da sala, nervosa – Amber?! – Colocou a mão no ombro de Amber, que desviou no mesmo instante – O que diabos aconteceu contigo? – Andy se levantou do sofá e ficou encarando uma Amber sentada sem falar nada.

Amber estava sentindo um enjoo, mas não era aqueles enjoos de gravidez que as gestantes possuíam. Ela sentia algo entalado em seu pescoço, algo extremamente emocional que estava destruindo a si mesma. Apenas levantou a cabeça e encarou Andy de volta, criando pela primeira vez coragem para conversar com ele sem que se descontrolasse.

Os minutos em que Amber contava sobre a sua gravidez para o pai de seu filho pareciam intermináveis. Andy que teve de se sentar novamente após sentir sua pressão baixar levemente enquanto Amber percebia o seu aspecto mudar de um segundo para o outro.

Andy e Amber haviam se conhecido fazia um ano e estavam em um relacionamento conturbado a alguns meses por causa do trabalho de ambos, Amber terminava sua formação como enfermeira e Andy iniciava seu estágio em direito no cartório de Phoenix. Conseguiram construir boas profissões, mas estavam declinando romanticamente e um bebê agora poderia dar muito certo, ou muito errado.

Para Amber, daria muito errado.

— Amber eu... – Andy esfregou as mãos no joelho, suspirando.

— Não precisa falar nada – Amber interrompeu Andy, pois sabia que ele daria uma desculpa esfarrapada como sempre fazia – Você vai dizer a mesma coisa quando compramos o carro – Falou em referência ao automóvel que estava ainda no início de suas prestações.

— Amber isso é um bebê, não um carro! – Andy se levantou do sofá novamente, indignado – Cuidar de um bebê é muito mais difícil do que manter um carro! Ele não pode ter dois pais ausentes. Não sei como você está aqui em casa ainda, a essa hora já deveria estar no hospital fazendo plantão! – O moreno falou um pouco atônito.

— Nosso bebê não é ‘’isso’’ – Andy fez aspas com os dedos, irritada – Nós dois o fizemos e temos que arcar com essa responsabilidade agora. E mais, o trabalho não é uma desculpa! Se é isso que você quer dizer...

— Espera aí! Você que está agindo como se isso fosse um monstro de sete cabeças e algo sem solução, apenas disse que essa criança não pode ter dois pais ausentes! – Andy falou rangendo os dentes e se afastando de Amber, tentando não explodir de uma vez – Não disse que não teríamos essa criança! É um assunto delicado que precisa ser conversado, mas já vi que você não vai conversar sobre isso pacificamente.

— Andy se me ouvir direito – Amber falou mais calma, reparando como o namorado estava desestruturado com aquela situação – Ei! Estou falando com você! – Foi atrás de Andy, que foi para o único quarto da casa – Andy! – Gritou e finalmente ele a deu atenção.

— Quando você se acalmar nós vamos conversar, como pessoas educadas – Andy afirmou retirando o seu paletó e o jogando em cima da cama – Você vai se atrasar para o seu trabalho – Disse de costas para a namorada, olhando o relógio em cima do criado mudo.

— Se é assim, foda-se – Amber deu os ombros e então ficou sem conversar ou sequer olhar para Andy o restante do dia. Se arrumou para o trabalho e comeu o restante da pizza na geladeira sem pensar se o namorado havia se alimentado. Deu uma última olhada em Andy assistindo a televisão da sala, antes de ir para a Clínica Mayo.

Dentro do hospital Amber fez o seu trabalho como se nada houvesse acontecido em sua casa. Auxiliou os seus pacientes como sempre e cuidou de toda a papelada que sempre se acumulava nos balcões de enfermagem. Nunca que Amber misturava os seus problemas pessoas com o trabalho, qualquer coisa que fizesse errado acarretaria a sérios alardes, principalmente com os pacientes.

Não havia encontrado as suas amigas e colegas de trabalho naquele dia e lamentou ainda por estar de plantão, ou seja, ficaria as próximas 24 horas no hospital e teria suas horas de sono encurtadas. Passar a madrugada no hospital era cansativo, mas ninguém escolhia a hora para ficar doente ou se acidentar e Amber tinha que estar lá para auxiliar os outros médicos também de plantão.

Em dos seus horários de intervalo Amber se dirigiu para uma das janelas daquele andar e ficou admirando a paisagem, como sempre fazia quando tinha problemas sérios. Sempre a ajudava a pensar melhor e chegar numa solução. Pensou nos dois lados da história e tentou ser otimista em questão a situação. Ter um bebê não era o fim do mundo.

No fim do seu expediente, Amber retornou para a casa com resquício de esperança, que acabou se desfazendo ao pisar o pé na residência. Estava vazia, sabia que hoje era dia da folga de Andy e ele havia simplesmente sumido.

— Andy...? – Chamou pelo namorado várias vezes e não o encontrou em nenhum canto da casa – Essa não – Amber fez uma cara de desespero ao entrar no quarto e ver os armários e cômodas abertos e os lugares onde ficavam os vestuários de Andy, completamente vazios – ANDY! – Amber gritou inutilmente a procura do então desaparecido. Quando caiu na real que Andy não ia voltar, Amber se sentou na cama e a primeira coisa que passou pela sua cabeça, foi a última coisa que ela gostaria de fazer. Amber estava se odiando por isso, mas sentiu que deveria fazer aquilo, tendo total ciência que não haveria mais volta para ela.

E nem para o bebê.

— Tem certeza que quer fazer isso? – O médico ao lado de Amber perguntou, preparando os instrumentos para realizar o procedimento.

— Absoluta – Amber encarou o teto, deitada naquela cama desconfortável do hospital – Quero sigilo total, nenhum funcionário do especial precisa saber que eu passei por aqui – Pediu de forma ríspida para o médico.

— Claro. É um direito seu – O médico assentiu e então pegou o primeiro instrumento que utilizaria para iniciar o processo da interrupção da gravidez – Não há nenhuma pessoa que possa conversar com você sobre isso? Acha mesmo que é uma decisão que não irá se arrepender? – Ousou em perguntar mais uma vez para que Amber mudasse de ideia.

— Não há com quem conversor, doutor – Amber negou com a cabeça, enquanto rolavam lágrimas de seus olhos inchados. A enfermeira sabia que uma vida estava sendo perdida ali – Esse não é o momento. Não é o momento. Sinto muito – Falou para si mesma, colocando a mão em sua barriga.

— Vamos começar – O médico avisou e então Amber suspirou fundo, pensando apenas em como seria a sua vida daqui para frente.

 

 

Robert ficou acordado o tempo inteiro, ouviu a respiração tranquila de Topher aconchegado ao seu lado, observou a pintura azulada da parede de seu dormitório – igual a todos os outros – e os seus uniformes em cima da mesa de trabalho. Era um lugar seguro, até ser jogado em uma simulação com o risco de ser morto por zumbis controlado pelos cientistas responsáveis por todo aquele complexo.

Seu estomago estava embrulhado em saber que seu antigo grupo estava a caminho para resgatá-lo e agora com Topher junto com ele, era ainda mais um problema depois de tanto tempo que ele havia estado ausente. Sentia-se na obrigação de fazer alguma coisa, mas não podia tomar qualquer atitude e deixar tantas pessoas também aprisionadas para trás. Era horrível ser treinado para morrer.

Não era a primeira vez que faria isso, mas sem Kei, Polly ou Bel do seu lado, seria mais difícil do que nunca. Era pegar ou largar.

Sabia que iria se arrepender daquilo no dia seguinte.

— Topher – Robert balançou-o, tirando o seu agradável sono. O moreno ficou meio perdido ao acordar, mas reconheceu Robert o sacudindo.

— O que aconteceu, Robert? – Perguntou cobrindo os olhos com as mãos. Robert saltou da cama e correu até a mesa de trabalho, pegando os uniformes usados nas simulações – Robert! – Topher ficou sentado na cama, observando a ansiedade do loiro – O que você está fazendo? – Viu Robert se trocando na sua frente, colocando o uniforme preto – Não vai haver simulação hoje, ficou maluco?

— Esse serve para você – Robert voltou a mesa de trabalho e pegou um dos uniformes, jogando para Topher, completamente confuso – Topher, não temos tempo para ficar discutindo!

— Mas que merda você quer agora Robert? – Topher se levantou da cama, irritado.

— Lembra quando disse que um dia sairíamos daqui de algum jeito? – Robert perguntou colocando Topher contra a parede, que não soube responder – Chegou a hora e nós vamos dar o nosso jeito. Não podemos ficar aqui para sempre correndo o risco de morrer naqueles domos malditos – Olhou fixamente para Topher – Vai dar para trás agora? – Topher negou com a cabeça – Lembra do juramento que fizemos? Nunca vamos deixar de cuidar um do outro, principalmente nesse lugar.

— Lembro – Topher respondeu, encarando a insígnia prateada no uniforme de Robert. Sempre havia um plano entre os moradores daquele complexo para escapar dali, a maioria morria ou não conseguia escapar com sucesso dali, mas o que Robert havia proposto a um tempo caso ocorresse uma emergência, tinha a probabilidade de funcionar.

Mas para Topher, não havia nenhuma emergência aparente, mas ajudaria Robert no que ele precisasse.

— Qual é o plano? – Assim que Topher vestiu o uniforme os dois saíram do quarto com alguns objetos fabricados na mesa de trabalho de Robert. Não usavam nenhum tipo de mochila, tudo o que precisavam se encontravam presos aos coldres do uniforme, facilitando a mobilidade.

— Tem um período que uma das salas de controle das simulações ficam vazias.  Não há nenhum cientista ou segurança, mas a porta fica bem fechada óbvio – Robert disse em silêncio para que quem passasse pelo corredor não ouvisse, especialmente os homens responsáveis pela segurança, que andavam sempre com armas pesadas – Mas há dois seguranças que ficam no corredor próximo da sala, toda hora e sempre trocam de posição com outra dupla.

— O que nós vamos fazer então? Eles não saem de lá por nada – Topher disse com receio.

— Vinai vai nos ajudar – Robert afirmou – Primeiro vamos achar ele e Marilyn – Os dois então foram atrás do restante dos membros de sua equipe.

Não demorou muito para encontrarem Vinai surrupiando remédios de um dos quartos, uma vez que ele tinha problemas com abstinência e a desintoxicação induzida pelos cientistas não funcionaram. Logo em seguida, encontraram Marilyn vagando pelos corredores sem ter o que fazer.

— Onde vocês estão indo? – A moça perguntou vendo os três rapazes com os uniformes, não demorou muito para Marilyn deduzir o que estava prestes a acontecer – Vai acontecer mesmo? Chegou a hora? – Perguntou, surpresa.

— Agorinha mesmo – Vinai falou enquanto destacava um dos comprimidos da cartela e o engolia – Temos que estar preparados para isso – Estralou o seu pescoço, sentindo a ansiedade provocada pelo remédio.

— Marilyn, coloque o seu uniforme – Robert começou a revisar o plano que Marilyn já sabia e esperava a muito tempo para ser colocado em ação – A garagem ficará totalmente aberta quando eu agir, fique atenta e nos espere. Vinai, procure evacuar o máximo de pessoas que conseguir e não lute com os seguranças, eles ficarão mais preocupados em salvar todos os cientistas do que a nós – Robert olhou para Topher, atento a cada palavra – Você vai comigo – Williams assentiu – Robert estendeu sua mão no meio da roda e os três fizeram o mesmo – Somos uma equipe, vamos sair daqui e agora – E então os quatro seguiram aos seus afazeres.

— Robert! – Marilyn gritou e então Robert virou-se para a moça – Boa sorte.

— Boa sorte Marilyn – Robert sorriu para Marilyn – Nós nos encontramos mais tarde.

Assim que perdeu Marilyn de vista, Robert foi com Topher até os andares superiores onde as salas de controle dos domos se localizava. Passaram escondidos por vários lances de escadas e evitando os elevadores. Robert estava um pouco nervoso com o que ia fazer, por saber que muitas pessoas poderiam morrer nós próximos minutos.

Avistando os seguranças na sala de controle, Topher e Robert ficaram separados brevemente, ficando um em cada lado da entrada do corredor. Os seguranças permaneciam lá, parados e armados. Robert rezava para que ninguém aparecesse naquela área do complexo enquanto os dois seguranças não saíssem dali.

Quando os seguranças estavam para trocar de turno, finalmente se dirigiram para o fim do corredor onde Robert e Topher se encontravam escondidos. Robert ao perceber que eles se aproximavam, deu um sinal para Topher, e então, sem medo algum, os dois foram para cima dos seguranças, pegos de surpresa, não esboçaram nenhuma reação sequer e foram brutalmente esfaqueados na jugular pela dupla.

— Agora Topher! – Robert falou trêmulo enquanto Topher segurava um dos seguranças mortos – Isso é muito nojento... – O loiro virou o rosto de lado, enquanto cortava o polegar da mão esquerda do segurança, com a mesma faca que havia o assassinado. O uniforme de Robert agora estava sujo de sangue, mas isso era o de menos.

— Vai dar certo? – Topher perguntou engolindo a saliva, nervoso. Os dois foram até a porta de entrada.

— Espero que sim – Robert segurou o polegar e o pressionou no reconhecimento digital ao lado da porta. Esperaram menos que três segundos e a porta autorizou a entrada, abrindo-se no mesmo instante – Isso! Vamos! – Entraram rapidamente na sala de controle, completamente vazia. A porta se fechou bem atrás deles.

— Isso vai dar certo? – Topher perguntou para Robert, que sentou no computador responsável por toda a monitoração dos domos, os outros mantinham apenas imagens de cada um deles, bem como das sessões onde mantinham os zumbis fechados. Tudo ali era movido a eletricidade e dependia dela a todo custo, qualquer falha seria fatal.

— Vamos esperar que sim – Robert respondeu concentrado na tela do computador, ainda desacostumado com a tecnologia perdida a anos atrás – Polly sabia fazer isso para roubar matérias de outros jornalistas, sabe, acessar o banco de dados? – Topher assentiu com a dúvida de Robert – Vou tentar fazer a mesma coisa, ela me explicou logo no começo dessa merda de apocalipse – Continuou teclando no computador, indo para vários sistemas que até então não lhe interessavam.

— Tem certeza que é aqui mesmo? – Topher perguntou com medo de que Robert não chegasse a resultado algum.

— Tem que ser esse – Robert afirmou focado naquele computador como se a sua vida dependesse exclusivamente dele. Logo em seguida, Robert conseguiu chegar aonde queria: Invadir e infectar o sistema de segurança do complexo – Consegui! – Exclamou, segurando na mão de Topher firmemente.

No mesmo instante, um blecaute ocorreu em todo o complexo.

— Temos que sair agora – Robert apenas sentia o contato com Topher em meio a escuridão e ouvia uma grande gritaria em toda a instalação.

O que Robert não tinha noção, é que aquela pane no sistema não envolveria somente a instalação, mas também diversos outros pontos em todo o condado de Nueces.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, pessoal!



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